História Cores - Necessidades.

— Sasuke, se você não abrir a droga dessa porta, eu juro por Deus que vou arrombar ela. — Grito enquanto esmurro a porta do apartamento.

— Meu sono é pesado. — Abre a porta enquanto coça o olho.

Seu cabelo está tão bagunçado como o apartamento e ele parece muito confortável vestido só numa cueca.

— Eu sei que você não estava dormindo, imbecil. — Depois do resmungo, eu adentro seu apartamento sem ser convidada e me jogo no sofá largadamente.

— Você parece mal. — Me olha de canto e ruma a cozinha. — Eu espero que esteja.

— Cresce, Sasuke. — Resmungo alto.

Sem me dar resposta, ele vai até a cozinha e volta com duas cervejas pretas em mãos. Me joga uma e se senta ao meu lado, deixando as pernas sobre as minhas e os braços apoiados no sofá.

— Precisamos conversar. — Abro a cerveja, mas aguardo uma resposta dele antes de começar a beber.

— Precisamos? — Ele levanta uma sobrancelha.

— Claro que precisamos! Quero fazer as pazes com você.

— Cheque seu telefone. — Depois de um gole, ele diz.

Lanço um olhar confuso, mas sigo seu pedido sem questionamentos. Quando encaro a tela de bloqueio, tem três chamadas perdidas e uma mensagem de voz dele. Não vou negar, isso me surpreendeu.

Você parou de ligar, então você deve estar vindo até o meu apartamento bater na porta incansavelmente. Eu te amo, Sakura, mas estou cansado de você. Estou cansado de amar você. Estou cansado de ver você com o Neji. Estou cansado de não superar você. Então, se você for mesmo aparecer aqui, não venha me pedir desculpas ou falar merda. Se você for mesmo aparecer aqui, não apareça com uma aliança de noivado no dedo.

— Sinto muito. — É tudo que eu consigo dizer.

— Vem aqui. — Atravessa o braço pelos meus ombros e recosta sua cabeça na minha, suspirando pesado.

— Gostaria que as coisas tivessem sido diferentes pra gente. — Confesso, me aconchegando no peito dele antes de continuar. — Eu realmente gostaria de estar apaixonada por você agora.

— Você está apaixonada pela Hinata? — Me encara e pergunta, sério até demais.

— Eu não tenho a porra de uma ideia, Sasuke! — Acabo me exaltando e batendo em suas coxas. Ele apenas ri em resposta.

Dou longas goladas na cerveja torcendo para que seja o suficiente para me deixar alcolizada. Se eu entrasse em coma alcólico hoje, juro que agradeceria!

— Acho que você devia ir embora. — Ele quebra o silêncio.

— Você está me expulsando...? —  O encaro, desacreditada.

— Você tem que resolver essa confusão sua, Sakura. — Se levanta do sofá e joga a lata de cerveja em qualquer canto. — Não parece, mas eu tenho sentimentos, sim.

E então ele me lança um sorriso. Um sorriso triste.

— Sasuke...

Me dá as costas e abre a porta do apartamento. Eu não me movo, então ele volta a falar, sugando todo o ar que eu tinha para respirar.

— Por favor.

— Você é um filho da puta! 

Meu grito ecoa no vazio e nenhuma resposta vem. Eu poderia apenas fazer o que ele me pediu, mas não tenho para onde ir.

— Eu preciso de você, seu desgraçado!

— Não, você não precisa. — Repentinamente, ele se aproxima e para tão próximo que posso sentir sua respiração. — Você não precisa de mim, do seu noivo ou da Hinata. Você está usando todos nós só porque não quer ficar sozinha. Você é medrosa, egoísta e mimada! SAI LOGO DA PORRA DA MINHA CASA.

Finalmente, deixo o apartamento com um vazio no rosto e no peito.