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História Em Hiatus. Cores No Papel. - Nasce uma estranha.


Escrita por: TatsLovely

Notas do Autor


Oi gente, tudo bem?
Seguinte.
Sei que vocês devem estar muito furiosos comigo por diversos motivos. E sabe? Vocês tem o total direito...! É realmente muito chato ter uma autora que posta, de repente some do nada, e depois de vários meses volta como se nada tivesse acontecido.
Vocês são como se fossem minha segunda família, e eu realmente não quero continuar a fazer isso. Infelizmente, a minha vida imprestável não me deixa ter um pouco de sossego... hehe...
Eu quero continuar a escrever. Quero continuar a postar com mais frequência. Mas se as coisas continuarem como estão, vou ter que dar um tempo ao spirit (de novo)
De qualquer forma, eu espero que vocês entendam...!
MAAAS, aaah! Vamos nos livrar desta situação deprê, até pq ela não combina necas comigo XD
Zoeirooos... Apesar de tudo o que aconteceu e está acontecendo, eu senti muitas saudades de entrar aqui e atualizar a fic *-* Eu tive tantas ideias legais que acho que meu bloquinhos de notas EXPLODIU!
MASEMFIM! Eu disse que esse arco de três capítulos seria pra destruir corações não é mesmo? ^^ Enfim, a primeira parte está bem aqui! E eu realmente espero que vocês gostem! <3
Mais uma coisinha :v
Este capítulo tem uma música pra quem estiver no PC poder escutar enquanto ouve. Vocês podem clicar no link nas notas finais, quando chegar uma parte em que está escrito em negrito o nome deste capítulo, ou seja: Nasce uma estranha.
Agora sim!
Espero do fundo do coração que vocês gostem! ^^
Beijox e Queijox!!

Capítulo 31 - Nasce uma estranha.


Uma boneca que se esconde, se cala e observa, merece atenção, pois um alguém foi culpado por tapar os seus olhos, fechando sua mente e seu coração.

 

Quando correram, as três fizeram questão de se afastar o máximo possível do laboratório, e nem perceberam quando cada uma seguiu um caminho diferente. Docinho logo se deu conta de que não estava mais em um grupo de três garotas desgovernadas que corriam. Era diferente daquela vez. Estava sozinha.

Seus passos, na verdade, não ousaram diminuir a velocidade. Tanto faz se queria ou não estar naquela situação. Tanto faz se, por algum motivo, aquilo lhe trazia ódio. Tanto faz se lhe trazia tristeza. Tanto faz se a qualquer momento poderia se perder com a correria. Tanto faz se aquilo pudesse ser mentira. Tanto faz se pudesse ser verdade. Tanto faz se tivesse perdido a memória. Nada mais importava.

- É mentira, é mentira, é mentira, é mentira! – Docinho pensava, não deixando de demonstrar seu ódio – É mentira...É MENTIRA! São todos... Todos mentirosos!

A negação foi sua primeira fase da dor.

Mas no fundo, ela sabia.

Sabia que se fosse mentira ou verdade, nada iria mudar. Sua rotina continuaria a mesma, acompanhada de sua nova vida patética.

Perdida em pensamentos, finalmente conseguiu olhar onde de fato estava. Uma rua deserta, onde não se ouvia nenhum som de passos apressados das pessoas ou um simples piado de pássaros cantando. Era tão silencioso que, com facilidade, poderia escutar o tilinte de uma agulha caindo no chão.

Ela recobrou a consciência enfim, olhando em sua volta. Florzinha e Lindinha não estavam com ela, pela primeira vez que conseguiu se lembrar. Riu com o próprio pensamento. Um riso tão falso e desanimado...! De alguma forma, ela sabia que a situação em que estava não era uma mentira como ela queria acreditar. Docinho realmente não se lembrava quem era, quem foi, quantos anos tinha, sua personalidade e características, sua família que demonstrava a amar incondicionalmente, onde vivia, como viveu...

A memória seguiu para a alguns minutos atrás, relembrando das pessoas que disseram ser sua família. Pareciam tão amáveis. Como poderia se esquecer deles tão facilmente? E as suas duas “companheiras de quarto”? Ela as conhecia na vida que esqueceu? Eram amigas próximas como aquela foto transmitia?

Eram tantas perguntas que se passavam em sua mente que a dor de cabeça ficou ainda mais intensa.

E nesse exato momento, uma gota de chuva tocou no chão, seguida de várias outras. Docinho ficou parada ali, sem dizer uma palavra sequer, enquanto os trovões começaram a se fazer presente, e ela estando cada vez mais encharcada.

 

>> Não muito longe dali...

 

Fortão começou a encher a enorme sacola em suas mãos com uma quantidade absurda de refrigerantes de todos os sabores. Estava em uma loja de conveniências devido a alguns planos que ele e seus irmãos haviam feito mais cedo. Já fazia tempo que não se divertiam naquela cidade – para não dizer que estavam entediados –, então a melhor maneira que tiveram de resolver isso era pegando “emprestado” algumas guloseimas, chips, refrigerantes, doces e salgados. O moreno havia ficado com a parte dos refrigerantes, então partiu para a lojinha mais próxima que conhecia. Sabe-se lá aonde Durão e Explosão estariam agora.

Quando conseguiu pegar uma quantidade considerável, olhou com o canto do olho para o caixa. Este, prestava a bendita atenção em cada movimento do garoto. Fortão percebeu que não seria uma boa ideia sair correndo pela porta como fazia. Deveria bolar uma outra estratégia mais convincente.

Se aproximou do caixa, e largou a enorme sacola com todos os refrigerantes que havia pegado ali. O atendente olhou desconfiado para aquele sorrisinho inocente do moreno, mas mesmo assim começou a pegar cada latinha, anexando, para saber qual seria o custo total.

Depois de uma longa espera, a nota da conta saiu.

- Deu... –Falou o atendente, quando foi interrompido pela fala repentina de Fortão.

- Licença... – Falou o moreno ainda com um sorrisinho – Sabe quem é a fruta?

- Fruta? – Perguntou – Que fruta?

- AQUELA QUE TE DÁ UM TAPA NA NUCA – E com muita rapidez, Fortão inseriu um tapão na nuca do pobre homem, pegou a sacola, e saiu pela porta correndo.

Ainda conseguiu ouvir os berros vindos da lojinha de conveniência, mas estava ocupado demais rindo para prestar atenção. Escondeu-se num beco próximo de si, e então despistou o atendente sem nenhuma dificuldade.

- Háháháhá! Dessa vez foi mais fácil do que eu... eh? – Balbuciou Fortão, sentindo suas roupas um pouco pesadas. Logo percebeu que estava chovendo consideravelmente muito forte – Ah, droga!

Colocou uma de suas mãos na frente dos olhos, tentando enxergar algo naquele nevoeiro. Pegou o peso e o apoiou nas costas enquanto começava a correr ao mesmo tempo em que procurava um lugar coberto para abrigar-se. Não demorou muito até que encontrou uma rua deserta, com diversos outdoor’s em frente aos prédios, casa, e lojas. Não conseguia ver quase nada devido as névoas, mas mesmo assim conseguiu chegar debaixo de um autdoor que seria perfeito para secar-se.

Jogou a sacola pesada no chão e se sentou ali mesmo. Encarou a chuva ficar mais e mais forte. Com certeza, demoraria muito para sair dali. Sem mais nenhuma outra opção, pegou uma latinha e a abriu. Se fosse para distrair-se, deveria ser da melhor maneira possível. Preparou-se para levar a boca, olhando mais uma vez para o horizonte. Entretanto... algo estranho lhe chamou a atenção.

As névoas foram sumindo devagar, dando para ser visto uma garota de pé na chuva, parada um pouco mais a frente de onde Fortão estava. Mas o que mais lhe chamou a atenção foi a roupa que aquela garota vestia. Não era a mais estranha que já tinha visto... Pelo contrário! Era uma roupa que ele conhecia muito bem. Bem até demais.

- É... Uma super-fresca? – Quis rir com a dedução, mas logo essa vontade fora arrancada de si ao raciocinar mais... – Mas... Mas ela...

Era óbvio que aquilo estava errado. Aquela garota deveria ter perdido as memórias completamente! Não seria normal estar vestida com o que ela nem imaginava... ser. Era tão bizarro que o moreno não deixou de ficar curioso com tal fato. Memórias não voltavam do nada, isso ele sabia muito bem.

Em silêncio, Fortão foi se levantando lentamente. Aproximou-se um pouco mais – ainda debaixo do outdoor- tomando o devido cuidado para a garota não notar que ele estava ali. E em um rápido movimento, o desordeiro se escondeu atrás de um monte de lixo. Viu com mais atenção o rosto dela, bufando logo em seguida. Ele não tinha decorado as cores das roupas, mas sempre diferenciava cada super poderosa pela cor e forma do cabelo.

- É aquela garota-macho – Sussurrou para si mesmo – O que diabos ela está fazendo aqui?

Fortão continuou a observar curioso, ainda com a latinha em suas mãos. Estava pensando o quão retardada deveria ser ela por não ter procurado um abrigo. Ela nem sequer havia movido um músculo. Confuso, bebeu um pouco do seu refrigerante, ainda observando sem muita empolgação.

- Deve ter se perdido das outras patricinhas e agora não sabe o que fazer... – Riu consigo, voltando a se sentar. Tomou um grande gole do refrigerante, ainda observando sem mais nada para fazer – O que me resta é esperar a chuva pas...

E de uma maneira incomum, foi interrompido pela sua visão. Uma lágrima descia pelo rosto de Docinho, seguida de várias outras que se misturaram com os pingos da chuva.

A morena fechou os punhos com força. Suas pernas bambearam, fazendo-a cair de joelhos completamente incapaz de se manter em pé. Docinho começou a socar o chão com toda a sua força que restava. Cada vez mais forte, como se sua vida dependesse daquele momento. As lágrimas rolaram pelas suas bochechas, boca e nariz, e terminavam se misturando com as poças de lama.

- Por que...? – Um soco foi feito no chão –  Por que? – Mais outro – Por que? –  E outro – Por que? – E outro –  É mentira! É mentira! TEM QUE SER MENTIRA!! – Passou a gritar, ouvindo o eco de sua voz.

Suas mãos doíam e tremiam. Estava cansada, machucada, e desacreditada. Fechou seus olhos, e abraçou seu próprio corpo. Chorava por não ser capaz de ser forte. Chorava por não poder ser capaz de lembrar. Chorava por não ter ninguém ao seu lado. Chorava por se sentir uma inútil, e uma estranha.

- Ei... – Chamou uma voz vinda atrás de si. Docinho arregalou os olhos, sentindo-se cada vez mais inferior novamente. Até porque, ela conhecia aquela voz irritante.

Limpou depressa seu rosto em sua blusa colante, tentando transparecer que não tinha chorado até um segundo atrás.

- Se não sabe onde fica... – Chamou, mais uma vez a voz de Fortão – O laboratório fica naquela direção. Você está indo no caminho errado, se quer saber.

Fortão estava logo atrás de Docinho. Tinha saído debaixo do outdoor, quase nem se importando em pegar aquela chuva intensa. Nem ele sabia o porque tinha feito aquilo. Apenas sua curiosidade foi mais forte que ele mesmo! Ver Docinho chorando era tão incomum, até mesmo para ele que nunca tinha visto uma garota chorar na vida.

Ambos ficaram calados. Os trovões eram tão fortes que bagunçavam os mais profundos pensamentos que os dois estavam tendo naquele momento. A morena levantou-se com dificuldade, engolindo o seco e dizendo – ainda com um tom choroso – as seguintes palavras:

- Vai embora... – Sussurrou.

O desordeiro arqueou a sobrancelha e não mexeu um músculo sequer. Estava curioso para ver aonde esta conversa iria acabar.

- Eu poderia ir agora mesmo, na verdade. – Respondeu, incrivelmente calmo.

- Então... vai. – Respondeu Docinho, alterando um pouco seu tom de voz. Estava um pouco mais alto. Era óbvio que ela perderia a paciência a qualquer instante, mas Fortão estava determinado em poder ver com seus próprios olhos o que suspeitava.

- Não, obrigado. – Disse ele, em tom divertido – A chuva está muito boa pra gente poder dispen... – E então uma mão fechada rapidamente aproximou-se do rosto dele, em forma de soco.

Já esperando por isso, o moreno agarrou o braço de Docinho centímetros antes de acertar sua cara. E o que imaginava, realmente era verdade. Os olhos da super poderosa estavam inchados e vermelhos. Ainda saíam curtas lágrimas que ela insistia em conter, mas sua expressão raivosa ainda era vista em seu rosto. Fortão – segundos antes de sair debaixo do outdoor – ouviu ela dizer algo, mas só poderia contestar sua teoria, fazendo uma pergunta.

- Posso te perguntar uma coisa? – Fortão indagou, fazendo com que Docinho arregale ainda mais seus olhos verdes – Você descobriu... Não foi?

Primeiro, a pergunta pareceu ser um tiro em seu peito. Não esperava que ele perguntasse isso, e nem tampouco como ele sabia. Será que era mais um que ela esqueceu, e também não tinha lembranças?

E sem nada dizer, e mesmo não querendo, as lágrimas voltaram cada vez mais fortes. Docinho começou a soluçar, e seus olhos esverdeados voltaram a possuir um tom avermelhado devido o choro. Chegou a conclusão que não adiantava mais tentar segurar. Seria impossível agora que o desordeiro havia lhe visto, incapacitada. Ainda sendo segurada pelo braço, desabou novamente no chão. Suas mãos estavam feridas, tanto quanto seu orgulho.

 

Nasce uma estranha

 

Vê-la chorar em sua frente foi tão esquisito. Ele não estava mais pensando em piolhos, os nem sequer o quanto aquelas garotas fediam... Ele, pela primeira vez na vida, queria ajudar uma pessoa, mesmo não sabendo como. Deixaria a rivalidade de lado, pelo menos só aquela vez. Aquele sofrimento deveria ser horrível.

- E-Eu me sinto... – Docinho começou, surpreendendo o garoto – ...c-como se...eu não existisse.

- Cada palavra... gesto... – Continuou ela – Tudo o que eu venho fazendo desde que acordei naquele hospital... É... c-como se... fossem mentira!

Fortão soltou a mão de Docinho, e continuou escutando atentamente o que ela dizia. Em seu próprio tempo, ela soltava as frases que queria dizer para alguém. Ele era o único ali que estava a sua disposição, mesmo que fosse um delinquente idiota para ela.

Docinho se sentia vazia, sem forças para continuar... Um nada! Um ser sem lembranças, que por um acaso, havia acordado. Aquela Docinho não existia. Era apenas parte da sua imaginação. Um ser que poderia ter diferentes personalidades, quando na verdade era apenas uma a verdadeira. Se ela tivesse a memória, voltaria a ser a Docinho que ela gostaria de conhecer.

Só que agora... aquilo era impossível.

- Eu sou uma estranha...! Uma estranha! – Falou ela, com o choro quase a mil por hora – Nem eu ao menos me conheço! N-Nem teria percebido se não tivessem me contado! E-Estou num mundo... N-Num mundo que eu não conheço... C-com pessoas que eu também não conheço! – Disse ela, gaguejando pelos soluços intermináveis – E-eu me sinto... VAZIA!!!

E então, desabou ainda mais no choro. Ela gritou, berrou... Como se tivesse pedindo aos céus que aquilo não se passasse de um pesadelo sem fim.

Fortão não a interrompeu. Apenas ficou calado, ouvindo tudo o que Docinho queria desabafar. Seria útil pelo menos uma vez, e estava se sentindo grato por isso.

- E-Eu não te entendo... – Disse Docinho, fazendo o moreno a encarar – Por que... Por que ainda está aqui? Está esperando para rir da minha cara? É-É isso?!?

- Não. – Respondeu Fortão – Não estou.

- Então... O que está fazendo aqui?

- Estava curioso. Nada mais. – Respondeu soltando um sorrisinho –Mas também...Você precisava de alguém que lhe ouvisse. Eu sei muito bem como é se sentir um nada, sabe?

Docinho ficou confusa por um instante.

-Por que... diz isso? – Perguntou, desconfiada.

- É que... Eu não sou parte do “fruto do real”. – Falou Fortão, dando a entender que não falaria mais no assunto.

Docinho ainda estava confusa. Muito, na verdade. Aos poucos, suas lágrimas foram sendo dissolvidas com a chuva e seus soluços ficando menos frequentes. Fortão não saiu de seu lado nem por um instante sequer. Por um momento, ela até se sentiu agradecida pelo moreno estar ali. Ficaram os dois sentindo o toque da tempestade, sentados no chão, sem dizer uma única palavra por um bom tempo.

- Nós... Nós nos conhecíamos? – Perguntou Docinho, mais uma vez, recebendo um aceno de cabeça em confirmação – Mas... de onde?

Fortão riu um pouco, voltando com seu sorrisinho sacana.

- De uma meia verde que fedia a queijo.

-Continua...

 


Notas Finais


Link: https://www.youtube.com/watch?v=zqSzB_xBmtM
E é isso!
Estou ao menos curiosa para saber o que vocês acharam. Hahaha! Acho que os nervos de nunca mais postar por aqui afloraram de novo xD
Enfim... Como eu estou de férias, espero começar a postar com muito mais frequência! ;u; Eu acho que consigo fazer isso não?
Estava com sdds de vocês <3 Muito orbigada por estarem sempre presentes! :') Amo vocês!
Obrigada mais uma vez!
Beijox e Queijox!!


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