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História Cores Primárias - Azul e Vermelho, o Roxo mais lindo. - Capitulo Único.


Escrita por: Vick_Unicorn

Notas do Autor


Oie bolinhos ^^

Por favor, nn me matem.

Espero que gostem.

Boa leitura ^^

Capítulo 1 - Azul e Vermelho, o Roxo mais lindo. - Capitulo Único.


Fanfic / Fanfiction Cores Primárias - Azul e Vermelho, o Roxo mais lindo. - Capitulo Único.

Eu amava pintar;
Amava pintá-lo na verdade.

Vou me apresentar, meu nome é Jungkook. Tenho 19 anos.
Profissão? Fracassado pintor.
Meu modelo – único, para ser correto – era um grande amigo meu.
 Park Jimin.
Garoto de estatura baixa, robusto, bochechas cheinhas e um eye smile mias irresistível que já vi.

Vou lhes contar minha triste história:
No começo, Jimin apenas me ajudava no “trabalho”, amigos de longa data e bem próximos. Até demais ás vezes. Park me contava tudo de sua vida, desde suas reclamações com a vizinha louca até o quanto chorou vendo mais um daqueles filmes clichês. Eu era um pouco mais calado, mas ás vezes fazia o mesmo.

Amava ouvir Jimin falar enquanto o pintava. Enquanto eu coloria a tela branca e sem graça com cores vivas, Jimin coloria minha vida branca e sem graça de cores vivas também.
Sempre o pintei com cores primarias; azul, amarelo e vermelho. Combinava bem com sua personalidade: original, pura, única.

∆∆

- Jiminie! Fique quieto! Assim vai me fazer errar. – repreendi o menor, o mesmo não calava a boca um minuto se quer.

- Calma Kookie... – ele fez uma carinha triste. – Estou apenas mudando um pouco ritmo.

- Se for para me deixar mais lento deu certo. – murmurei, mas alto o suficiente para o outro ouvir fechar a cara. – Ah! Vamos Jiminie, não seja tão chato. Hoje é dia do quadro feliz, esqueceu?

- Você e seus dias marcados com tudo. Por que não muda um pouco?

- Coisas sem planejamento nunca dão certo. E hoje eu planejei te pintar sorrindo, e é isso que vou fazer.

Park retomou seu sorriso e voltei a pincelar o quadro quase ainda branco à minha frente. Sempre trabalhava com as mesmas cores: preto, branco, azul, amarelo e vermelho. O menor sempre reclamava no começo, dizia que o quadro não teria “vida”, mas sempre se contentava com o resultado final.

Por minha oficina de pintura havia vários quadros espalhados, uns suspensos, outros encostados ao chão. A mesma face se repetia em todos eles; o mesmo cabelo caído à testa, os mesmos olhos miúdos e negros, o mesmo formato facial arredondado, os mesmo lábios finos e frágeis.

O mesmo Park Jimin.

Assim seguia todos os fins de tarde da minha vida, pintava Park de todas as formas que pudesse imaginar, conhecia cada centímetro de seu corpo, cada expressão sua. Conhecia Park como ninguém conhecera, eu não pintava seu exterior, eu pintava sua aura, pintava o que ele exalava no momento. Em dias tristes, o quadro tinha mais tons de preto e azul, suas expressões eram mais duras, mais sérias. Em dias felizes sua aura se exalava por completo, havia amarelo, vermelho e branco por toda a pintura, iluminando toda a sua face, suas expressões eram leves e trazia consigo sempre um belo sorriso no rosto.

Park, aos poucos, se tornou meu motivo para deitar e levantar, comer e beber, pintar e sonhar... Park invadia meus sonhos, era dono da minha cabeça, da minha aura e do meu coração. Sutilmente eu alimentei um sentimento que aos poucos foi se apossando de mim, me preenchendo e até mesmo me sufocando. Sentimento esse que poderia ser fatal, que poderia acabar com meus planos e toda uma amizade.

∆∆

Jimin sentara à minha frente, como sempre fazia, relaxara os ombros e não esboçava um sorriso se quer. Peguei um quadro em branco no deposito, posicionei no tripé, peguei a paleta com as tintas e o pincel, sentei no banquinho e me pus a pintar. Pincelava a tela cuidadosamente, tentando ser o mais preciso possível, observava cada milímetro de seu corpo e tentava reproduzir à minha frente.
Aquele dia ele estava particularmente bonito, mesmo com o rosto carregado de seriedade Park tinha um fundo de infantilidade, de inocência. Inocência esta que me atraía me fazia querê-lo.

- Hoje está quente, não está? – o loiro cortou o silencio, abanando seu rosto com as mãos.

- Está sim. – concordei dando algumas ultimas pinceladas em seu rosto.

- Posso? – ele me chamou a atenção, segurando a barra da camiseta em ação de tirá-la. – Sei que hoje não é o dia e...

- Não. Tudo bem. - o interrompi. – Pode tirar, fica até melhor de pintar.

Ele tirou a camiseta sem esforço algum, revelando seus músculos e os gominhos de seu abdômen. Ele jogou a camiseta em qualquer canto e voltou a sua posição original, eu estava simplesmente hipnotizado por Park Jimin. Já havia o visto sem roupa algumas vezes – seminu para ser exato. – mas dessa vez foi diferente, era como se Park emitisse luz própria e eu tivesse que olhá-lo, admirá-lo. Perdi-me entre tal acontecimento, ficando paralisado ali, apenas observando o loiro atentamente.

- Algum problema? Jungkook? – o loiro me tirou de meus devaneios estalando os dedos à minha frente.

Pisquei os olhos algumas vezes até voltar à realidade. Park estava a minha frente, bem próximo do meu rosto, o que me fez recuar e cair da cadeira derrubando todas as tintas e pincéis. Fiquei um pouco tonto com a queda, minha cabeça doía um pouco. Passei a mão na minha nuca e havia um pequeno galo que estava dolorido.

- Se machucou? – o menor estendeu a mão me ajudando a levantar.

- N-não... – bufei. – Devo ter estragado o quadro...

- Não, tá lindo. Olha. – Jimin retirou a tela do tripé e me mostrou o quadro, algumas tintas tinham escorrido pelo ele, dava um ar orgânico e natural, diferente de tudo que sempre tentei fazer. – Ficou bem legal.

- É, é mesmo... – me sentei no banquinho outra vez, minha cabeça ainda doía.

- Acho melhor a gente limpar isso. – o loiro devolveu o quadro e colocou as mãos na cintura, observando toda a bagunça feita.

- Deixa que eu limpo. Já esta ficando tarde, vá para casa. – me levantei e apanhei algumas bisnagas de tintas e meu pincel. – Não precisa se preocupar comigo.

-Ok... – ele suspirou baixo e pegou sua camiseta. – Amanhã a gente se vê.

- Ok...

Park vestiu sua camiseta e saiu pela porta, fui terminar de arrumar as coisas, mas o menor voltou em uma fração de segundos, me assustando pela segunda vez.

- Esqueci uma coisa. - avisou. – Oh! Aqui está.

 Jimin pegou seu casaco que havia deixado em uma de minhas mesas. Estava saindo quando parou na porta e deu passo para trás.

- Só mais uma coisa. – ele veio até mim e deu um leve selar em meus lábios.

Fiquei perplexo com seu ato, completamente paralisado. O loiro apenas deu um grande sorriso e saiu pela porta dizendo uma “boa noite”.

∆∆

Dias após o corrido Jimin voltou à minha casa, desde este ultimo não havia o visto e tomei um susto quando ele entrou no meu estúdio sem avisar nada, acabei por derrubar algumas telas e tintas que trazia comigo. Park deu um sorriso de lado e moveu a cabeça em negação.

- Kookie... Por que tão desastrado? –falou debochado dando uma risada anasalada e cruzou os braços me observando.

- Jimin... Por que tão chato? – o imitei e resmunguei mais algumas coisas enquanto apanhava os materiais do chão.

- Parece que meu donsaeng está um pouco frustrado. – ele riu mais uma vez, se abaixando na minha altura e bagunçando meus cabelos. – O Hyung vai ser bonzinho e te ajudar.

Apenas bufei, mas aceitei a ajuda dele. Estávamos apanhando as ultimas bisnagas quando nossas mãos se esbarraram ao tentar pegar a mesma tinta. Senti um pequeno choque aos nossas mãos se encostarem o que me fez recuar sem pensar. Jimin me olhou de relance arqueando uma sobrancelha e sorrindo de lado.

- Minha cor favorita... – ele murmurou, mas alto o suficiente para ouvir.

- Vermelho? – perguntei pegando a tinta, suspendendo-a no ar.

- Sim. Sabe o que ela é? – ele se sentou à minha frente e eu fiz o mesmo. – A cor vermelha?

- Claro que sei. É uma das cores primárias, assim com amarelo ou azul. E misturando ela com outras cores se forma outras cores, como roxo ou rosa.

- Não, seu bobo! – ele se curvou à frente me dando um peteleco na testa. – Ela é mais que isso. Deveria saber, já que é pintor.

- Eu pinto quadros não estudo as cores. – retruquei.

- Veja, vou te explicar, é simples. O vermelho é a cor do fogo e do sangue, por isso está associado à energia, guerra, perigo, força, poder, determinação, assim como a paixão, ação, desejo e amor.

- Amor... – sussurrei sem tirar os olhos de sua face.

- Sim, amor. Mas não só o vermelho tem seus significados. – ele ditou calmamente cada palavra que saía de seus lábios, como se realmente estivesse me ensinando.

E ele estava.

Park começou a explicar cada cor, cada variação e cada tom. Todos com sua importância nas diferentes áreas das artes, como poesia e a minha própria arte; a pintura. Eu ouvia atentamente cada palavra que ele pronunciava e a partir daquele momento eu entendi. Eu tinha o talento, mas não tinha o sentimento. Jimin tinha e como tinha. Ele conseguia perceber os ínfimos detalhes das coisas, os motivos e sentimentos por trás delas; eu apenas enxergava o concreto, o literal, o racional, apenas conseguia enxergar nas cores o que me ensinaram no curso de artes – cores sólidas que apenas davam “vida” para alguns desenhos mortos. Mas Jimin não, Jimin aprendeu algo a mais, algo que não poderia ser ensinado em nenhum curso ou faculdade; o que Jimin aprendeu foi adquirido ao longo dos anos, ele aprendeu a enxergar mais longe, a pensar transparente, a ser transparente.
A noite foi longa e muito produtiva – não em quadros, mas em aprendizado. Aprendi sobre cores, expressões e sentimentos. Também aprendi a sentir e como sentir, e foi nesse dia que tive a certeza de meus sentimentos.

Eu amava Park Jimin.

∆∆

- Ah, kookinho! – o loiro falou manhoso arrastando as palavras. – Vamos, vai ser legal. Você vai ver!

- Isso não é bem a minha praia, Jimin. Você sabe. – respondi voltando a me deitar no sofá.

- Como você vai saber qual é a sua praia se nunca surfa em outras ondas?

- Que? – Jimin sabia como confundir minha cabeça com metáforas.

- Como você vai saber se gosta de alguma coisa se nunca experimenta outras novas?

- Fácil. Não experimento. – bufei e fechei os olhos, relaxando o corpo sob o sofá. – O comodismo sempre foi parte da minha vida, está dentro de mim.

- Somos seres pensantes, Jungkook. Devemos mudar de vez em quando, descobrir coisas novas... – ele se sentou ao chão, podia sentir sua respiração em meu rosto o que me deixou com um leve embrulho no estomago.

- E se eu não quiser mudar?

- Isso seria aceitar o que o destino vai lhe proporcionar. – ele explicou.

- Isso não parece tão ruim... – respondi fitando o teto.

- Talvez... Se você quiser continuar a ser um pintor desconhecido e chato, vá em frente.

- O que isso tem a ver com a festa? – virei de lado, o encarando.

- Vamos ver Jungkook. Só vai saber depois que estiver lá. – ele me puxou pelo braço, me levantando. – Já disse, vai ser legal e você vai me agradecer depois.

Cedi aos pedidos incessantes do outro e fui para a tal “festa”. Chegamos ao lugar em pouco tempo, ficava perto da minha casa então fomos a pé mesmo. O dono da festa era amigo de Park, bem próximos pelo visto, já que se abraçaram por um longo tempo. Jimin não costumava abraçar as pessoas.
Ao entrarmos na casa fomos bem recebidos, vários desconhecidos - pelo menos parara mim – nos cumprimentavam e ofereciam bebidas e outras coisas que não tinha o menor interesse em saber o que era ou que efeito teria. A música tocava alto, o cheiro de álcool era forte e a maioria dos jovens estava bastante alterada – até demais para o meu gosto. Sentia-me um pouco deslocado, raramente ia à festa e não sabia dançar, sentei no sofá que estava no jardim (provavelmente jogaram lá por diversão ou sei lá o que) e relaxei um pouco fechando os olhos. Despertei com Jimin me cutucando e chamando de “Kookinho”.

-Toma. - ele estendeu a mão me entregando um copo com uma bebida misteriosa.

- O que isso? – perguntei desconfiado.

- Só pega. – insistiu dando um gole em outro copo. – Veneno não é.

Peguei o copo ainda desconfiado, mas bebi um pouco e cedi ao gosto levemente doce e gaseificado do liquido. Park sorriu com prazer ao ver minha satisfação ao terminar de beber todo o conteúdo do copo ali mesmo na sua frente. Ele deu uma leve risada e me puxou do sofá, me levou até o interior da casa novamente e me entregou outro copo que rapidamente esvaziei ali mesmo. Bebemos por mais um tempo e Park me puxou até uma pista de dança improvisada no fundo do quintal, eu apenas seguia por aonde ele ia. Havia várias pessoas ali dançando e bebendo, algumas nem sabiam mais o que estavam fazendo de tão bêbedas. Estávamos no meio da multidão, Park pegou minhas mãos nas suas no intuito de me fazer dançar junto consigo, o que ele conseguiu após alguns minutos de insistência; dançávamos como se ninguém estivesse vendo, apenas seguíamos a batida da música e movimentávamos nossos corpos em sintonia, aquilo era realmente divertido, ver Jimin tão radiante era uma oportunidade única já que ultimamente ele dividia seu tempo entre a faculdade, trabalho e me ajudar. Bebi mais alguns copos de bebida, pude sentir o álcool subir para minha cabeça, as luzes da pista eram totalmente psicodélicas para mim naquele estado, as cores eram atraentes, vívidas, como se elas dançassem junto comigo, como se me quisessem dizer algo. Algumas luzes focavam em Park, era isso que elas queriam que eu prestasse atenção nele. E assim eu fiz. Park notando minha atenção repentina começou a dançar mais sensualmente e me encarar várias vezes. Em algum momento ele pegou minhas mãos em as colocou em seu quadril que rebolava conforme a música, o loiro fez sinal para que eu apenas olhasse apara seu rosto e eu obedeci. Eu acompanhava seus movimentos e o olhava fundo nos olhos, às vezes deixando um sorriso bobo escapar e ver Jimin fazer o mesmo.

Jimin era vermelho: determinado, forte, poderoso e sinônimo de perigo, assim como exalava amor e compaixão, me prendendo a ele, como um o inseto que busca a luz.
Eu era azul: reservado, estável, calmo e com certa confiança interior, poderia ser sinônimo de inteligência e lealdade.

Park nos guiou até um lugar mais reservado, lá a música tocava mais baixa e não havia ninguém. Deitamo-nos debaixo de uma cerejeira e começamos a conversar, ainda estávamos sóbrios o bastante para isso. Em meio de risadas e brincadeiras eu pude confirmar o que já tinha certeza: Eu realmente amava Park Jimin.
Ficamos quietos por um tempo, até que eu cortei o silencio constrangedor.

- Jimin? – falei calmo.

- Sim. – respondeu se virando para mim.

- Posso fazer uma pergunta?

- Todas.

- O que você sente por mim? – perguntei receoso.

- Tem certeza que quer saber? – ouvir aquilo fez meu estômago dar voltas, mas fiz um “sim” com a cabeça. – Pois bem.

Ele deu um leve sorriso, aproximou seus lábios dos meus e deu um leve selar. Arrepiei-me com aquilo, ele já havia me beijado, mas até hoje não entendia o porquê.

- Parece que ainda não entendeu. – ele riu fraco e me deu outro selar.

Ele continuou o beijo e cedi passagem para ele, que explorava minha boca por todos os centímetros. Jimin subiu e cima de mim sem interromper o osculo, levei umas de minhas mãos até a sua cintura e a outra até a nuca, aprofundando mais o beijo. Interrompemos o beijo por falta de are Jimin deu um grande sorriso acompanhado de seu eye smile.

- Acho que agora eu entendi. – falei debochado.

- Ah... Queria te demonstrar melhor, mas já que entendeu... – ele falou maroto.

- Pensando bem... Ainda não entendi. – rimos com meu comentário e nos levantamos do chão. – Minha casa?

- Claro.

Saímos cambaleando um pouco por conta do álcool e pegamos um taxi. Nem parecíamos ser os mesmos que estavam sepegando no quintal de um estranho há alguns minutos atrás. Chegamos em poucos minutos à minha casa, peguei as chaves e abri a porta, Jimin não esperou muito para me empurrar na parede e voltar a me beijar. Ele tirou minha camiseta e fez o mesmo com a sua, voltamos a nos beijar e Jimin passou suas pernas por minha cintura, lhe dei apoio e a passos cegos nos levei ate meu quarto. Pelo menos pensei ser meu quarto, notei o erro ao esbarrar em um de meus quadros, derrubando-o no chão. Interrompemos o beijo por falta de ar, Jimin continuava em meu colo e agora distribuía beijos e pequenas mordidas em meu pescoço.

- Já cansou? – perguntou dando uma mordia mais forte, com certeza ia ficar marcado.

-Nem comecei.

Tirei tudo de cima da minha mesa de trabalho e coloquei Jimin lá, fiquei por cima dele e voltamos a nos beijar com mais profundidade, mais vontade. Jimin tirou minha calça habilmente e eu fiz o mesmo, nossos membros se roçavam sob o fino tecido de nossas cuecas, causando uma sensação maravilhosa. Tiramos o resto de nossas roupas e fomos ao chão sem parar de nos beijar. Jimin se entregou completamente para mim ali, sem nenhum medo, sem nenhum receio, sem nada, apenas amor.
Nossos suores se misturavam, nossas línguas, nossos corpos, nossas cores... Elas se fundiam, formando novas tonalidades, como o azul e o vermelho, se tornando a mais bela cor de roxo, com vários tons e variedades se mesclando e se renovando, assim como nas galáxias o nosso amor era de outro mundo. Nós não fazíamos sexo, nós fazíamos amor, nós nos fundíamos em um só e compartilhávamos experiências nunca vivenciadas por nenhum outro.
Nós nos completávamos inigualavelmente, não como Yin e Yang, mas como Jimin e Jungkook, como vermelho e azul, se unindo e dando origem ao roxo, a perfeita estabilidade do azul e a energia do vermelho. Nós éramos assim, estáveis e enérgicos, numa só sintonia, num só pensamento, numa só paixão.

∆∆

Acordei com meu celular tocando, virei de lado e olhei a hora: nove e dezessete da manhã. Jimin não estava ao meu lado, talvez tivesse saído para comprar alguma coisa. Hoje faríamos um ano de namoro e com certeza ele tinha planejado alguma coisa. Meu celular continuou a tocar incessantemente e me rendi após mais alguns três ou quatro toques.
- Alô? – falei ainda tonto pelo sono.

- Alô! Jungkook? – a voz do outro lado estava apavorada, o que me preocupou. – Aqui é o Jin.

- Eu. O que foi?

- Preciso te contar uma coisa, mas fique calmo, OK?

- Fale logo, Jinnie. Está me preocupando.

Pude ouvi-lo suspirar no outro lado da linha.

- O Jimin... Ele... – Jin parecia segurar o choro, ouvi uma voz ao fundo, mas não consegui reconhecê-la. – Desculpe. Vou passar pro Nam.

- Jungkook, me escute bem. Quero que fique calmo e não faça nada precipitado. Entendeu?

- Porra! Alguém fale logo o que aconteceu! – eu já estava irritado com toda aquela situação.

- O Jimin foi atropelado hoje. Ele foi socorrido e agora está no hospital.

- M-mas... Como... – deixei o celular cair no chão ao ouvir aquilo, estava completamente paralisado.

Ouvi Namjoon falar ainda ao telefone, disse para que eu me arrumasse e fosse ao hospital, eles também iriam. Arrumei-me às pressas e fui o mais rápido ate o hospital, chegando lá pude ver seus pais e nossos amigos na recepção. Sua mãe chorava muito e seu pai tentava falhamente consolá-la, Jin correu para me abraçar e eu retribui, me permiti chorar e ele me abraçou mais forte. Alguns minutos depois o médico responsável por Jimin chegou.

- Pais e parentes do senhor Park Jimin já podem visita-lo, mas ele está em coma e instável ainda. – ele era um senhor baixo de cabelos brancos e grandes óculos redondos. – Já podem ir, quando o tempo acabar a enfermeira chama.

- E o namorado? – perguntei meio envergonhado.

O senhor me olhou por cima dos óculos em ar de reprovação.

- Só depois dos pais. Família em primeiro lugar. – aquilo me surpreendeu.

Após isso o medico deu as costas e saiu, sentei ao lado de Jin e esperei ansioso, queria ver Jimin, como ele estava se ficaria bem. Não demorou muito e seus pais voltaram, fui acompanhado da enfermeira até seu quarto, chegando lá fui deixado sozinho. Me doeu ver Jimin naquele estado: com tubos e maquinas barulhentas ligadas ao seu corpo, fazendo as funções do seu organismo.
Me aproximei mais e fiquei ao seu lado, segurei sua mão desfalecida entre as minhas e deu um beijo na mesma. O observei, seus olhos estavam fechados, sua boca em linha reta e sem emoção, seu corpo completamente descansado; parecia estar dormindo.

- J-jimin... – sussurrei na esperança que me ouvisse. – Por favor. Fica com a gente. Comigo... – deixei as lagrimas rolarem por meu rosto. – Por favor, seja forte.. Seja o meu Jimin.

Depositei um beijo em sua testa e o vi se mexer um pouco. Um enorme sorriso se formou em meu rosto ao ver aquilo, Jimin estava reagindo.

Pelo menos foi o que eu pensei.

Me assustei ao ouvir as maquinas ligadas a Jimin apitarem loucamente e um monte de enfermeiras e médicos entrarem na sala do logo de imediato.

- Abram espaço! Preparem o desfibrilador! – um medico gritava enquanto os outros pegavam seringas e bombas de oxigênio.

- Acho melhor o senhor sair. – uma enfermeira disse me levando ate o lado de fora do quarto.

Observei tudo da pequena janelinha da porta do quarto; o desespero das enfermeiras, insistência dos médicos, nenhuma reação de Jimin...
Eu vi a aura vermelha intensa de Jimin se esvaecer naquele momento, quando mais os médicos tentavam, mais ela desbotava.

Jimin estava morrendo na minha frente.

Após a confirmação do óbito, seus pais foram os únicos permitidos a ver o corpo, além de mim. Fui deixado por ultimo para poder passar mais um tempo com ele, para me “despedir”. Já não tinha mais forças para chorar, todas as lagrimas tinham ido assim como Jimin. Beijei sua testa pálida e gélida antes de sair e deixei uma lágrima cair em seu rosto, bem próximo aos seus olhos.

Ele também chorava.

 

∆∆

Eu estava louco;
Insano;
Perturbado;
Apenas louco de saudades.

Peguei uma tela em branco, joguei tudo que havia em cima da mesa no chão e pus a pintar. Pela primeira vez na vida não pintei seguido regras ou um modelo, pela primeira vez eu pintei com intensa vontade e sentimento, pela primeira vez não quis saber, apenas sentir. Terminei a obra após algumas longas horas de dedicação e paciência. Afastei-me um pouco do quadro para observa-lo melhor; seus olhos transmitiam um vazio cortante, sua boca em linha reta não expressa a alegria que Jimin tinha. Os intensos rabiscos representavam a confusão que ele causava na minha cabeça, ele me deixava completamente confuso, acabava com minha sanidade.
Passei meus dígitos sob a obra recém-feita e ali eu percebi que nunca poderia representar Jimin verdadeiramente, nunca poderia ter Jimin, ele se fora. Naquele momento me revoltei, nunca mais teria meu amor comigo, não poderia viver assim. Quebrei todos os quadros que tinha ali e tomei uma decisão que não poderia ser mudada. Confuso e ofegante peguei um galão de gasolina e espalhei seu conteúdo inflamável por todo o estúdio e por mim. Sentei-me ao chão e peguei um isqueiro no meu bolso, eu observava a chama se acender e pagar a cada movimento que fazia. Derrotado e sem forças, joguei o isqueiro aceso no chão e vi meu estúdio queimar, minhas obras queimarem, todos os meus trabalhos de anos queimarem, minhas lembranças queimarem junto comigo. Apenas fechei os olhos e deixei as chamas me consumirem, senti o fogo corroer todo o meu corpo, mas essa dor não era tão intensa quanto perder o meu primeiro e único amor.

A ultima coisa que vi foi o meu ultimo quadro queimar ali na minha frente, algumas tintas ainda escorriam deixando-o irreconhecível; em alguns momentos podia me ver representado ali, em outros podia ver Jimin perfeitamente. Em meus últimos suspiros pude ver a perfeita fusão entre eu e Jimin ali, a perfeita representação de nós dois. A mistura do azul e do vermelho. E assim como as cores primarias, meu amor era puro, único, orgânico, natural...

Park Jimin, meu primeiro e único. Meu vermelho.


Notas Finais


Sorry
nn me matem

~Kissus de brigadeiro


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