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História Coroa Cruel - Grosseiro


Escrita por: alonizando

Capítulo 3 - Grosseiro


Me afastei dele e gritei:
- NÃO, CHEGA. SE VOCÊ QUER ME ENSINAR UMA LIÇÃO, EU ENTENDO NA CONVERSA.
- Não é a mesma coisa Elizabeth. Me poupe tempo.
- Eu disse que não.
- Você quer que eu mande chamar Pietro?
- Você não se atreveria.
- Tenho uma reunião do comando daqui a uma hora, depressa. - disse ele aproximando se de mim.
- Eu não quero isso. - disse esticando as mãos , me defendendo.
- Elizabeth, eu não faço isso porque sou um mau pai, faço isso para o seu bem. Creio que no futuro, com a pressão do trabalho de rainha você vai me agradecer por isso.
- Não...
- Tudo bem, não vou mais estragar seu lindo rosto. Ponha as mãos em cima da mesa.
- Por favor.
- Você quem escolhe.
Eu não tinha opção, meu pai teimava que a cada erro meu, eu era digna de uma punição.
Caminhei relutante até a sua mesa e estiquei minhas mãos. Ele foi ate seu armário e trocou o seu chicote de couro por outro mais grosso.
Uma chicotada DOR, segunda chicotada MAIS DOR, terceira chicotada MUITA DOR, pude sentir minha pele se rasgando, outra chicotada, DOR.
Depois de vinte chicotadas, minhas mãos estavam pingando sangue. Assim que meu pai terminou, ele disse que eu estava liberada e não perdi tempo, sai correndo de sua sala. Eu não queria voltar para meu quarto, eu não queria nunca mais voltar para esse palácio, eu não queria nunca mais sofrer nas mãos de meu pai de novo. Descidi fugir.
Enquanto eu corria pelos corredores chorando, os guardas e funcionários que passavam todos pararam para me ajudar, mas eu recusei a ajuda de todos. Desci até o primeiro andar e entrei em várias salas desconhecidas, desci mais alguns degraus até que encontrei a cozinha. Era a primeira vez que eu entrava na cozinha. Duas mulheres que estavam cortando tomate e conversando, pararam e se curvaram numa reverência.
- Alteza. - disse uma delas. - Está tudo bem?
Comecei a andar pela cozinha, tentando encontrar a saída.
- Alteza, o que aconteceu com suas mãos?
- Onde é a saída?- perguntei
- Como?
- A saída, onde é?
Uma porta no fundo da cozinha, ao lado de um armário abriu se, um homem com mais ou menos uns 60 anos, entrou com uma caixa cheio de verduras. Passei por ele e sai pela porta. O lado de fora era um terreno enorme cheio de plantação, comecei a correr desviando de árvores e matos quando um garoto que devia ter minha idade, apareceu na minha frente.
Não consegui parar a tempo e acabei caindo por cima do garoto, seus olhos castanhos se arregalaram e eu saí as pressas de cima dele.
- Alteza? - disse ele olhando para minhas mãos - Você fez isso agora?
- Onde é a saída? - as palavras saíram antes de eu pensar.
- Como assim?
- Como eu saio do palácio?
Ele me encarou desconfiado.
- Bem, pela porta da frente senhorita.
Minhas mãos estavam ardendo demais, eu não conseguia mais pensar, não iria conseguir achar a saída, porque diabos eu saí por trás? Comecei a chorar, essa parecia a única solução no momento.
- Alteza, deixe me ajudar. - disse o garoto se aproximando. - Quer que eu chame algum dos seus médicos?
- Não. Não quero voltar para o palácio.
- Suas mãos estão sangrando, você precisa limpar antes que infeccione. Eu te ajudo a ir ao med...
- Não! Eu disse que não vou voltar pra lá.
- Bem, mas você precisa limpar isso.
- Prefiro que infeccione.
- Nada disso. Venha, eu ajudo você.- disse ele me puxando pelo braço.
Ele me levou até um pequeno barraco que estava por perto. Lá tinha uma mesa e um armário cheio de prateleiras. Ele me deixou sentada em uma cadeira e foi até uma prateleira e pegou uma caixa de primeiros socorros.
- Posso? - perguntou ele apontando para minhas mãos.
Concordei com um aceno, e ele pegou com muito cuidado uma das minhas mãos e começou a limpa lá.
- Então, Alteza, por que você não quer voltar ao palácio?
- Me chame de Elizabeth.
- Então, Elizabeth- corrigiu se ele- Por que você não quer voltar ao palácio?
Eu não estava a fim de contar a um estranho meus problemas, não estava a fim de contar a um estranho sobre os maltratos vindos do rei. Então apenas encarei minhas mãos que ele estava limpando.
Como não respondi, ele não voltou a perguntar.
Depois que ele terminou de limpar minhas mãos e colocar curativos nos cortes, pôs a caixa de volta na prateleira e voltou a sentar no banquinho na minha frente.
- Está melhor Alt... Elizabeth?
- Ahn... - limpei a garganta- obrigado ahn...
- Cal - disse ele.
- Cal - repeti.
- Quer que eu te leva de volta a cozinha?
- Posso ficar aqui? - perguntei a ele que levantou as sombrancelhas.
- Por que?
- Eu só... só quero mudar um pouco a rotina.
- Vida dura a sua. Você deve caminhar do seu quarto até a sala, da sala até o jardim, do jardim até o quarto. Deve ser entediante.
- É isso que você pensa de mim? - perguntei grosseiramente.
- Não, não é isso eu só est...
- Que grosseiria de sua parte. - o interrompi levantando da cadeira.- Como você ousa me insultar.
- Elizabeth eu não...
Mas eu não estava mais lá para ouvir o final da frase. Caminhei de volta para a cozinha é me dirigi até meu quarto.



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