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História Corvo - Minha Sombra


Escrita por: InfiniteVitium

Notas do Autor


Se quer que a história continue, comente algo. Pode ser um simples "continua plmdds!!".

Capítulo 6 - Minha Sombra


-7 Anos depois, SP na entrada do prédio Pablo Neruda-

--Eu te contei que seus pais deixaram o apartamento onde vocês moravam para você? – Minha tia me pergunta enquanto ainda estamos no carro.

Isso explica porque reconhecia aquelas ruas, aquele caminho. Bem, pelo menos alguma coisa eles me deixaram.

--Hm... –Respondi olhando através da janela, tentando me lembrar como era antes. Não parece que tanta coisa mudou assim.

--Chegamos! – Minha tia anunciou com um sorriso no rosto e já colocou o óculos escuro para sair do carro. – O que vai querer fazer primeiro quando chegar, querida? – Minha tia perguntou de forma amorosa enquanto tentava sair do carro, mas tinha um pouco de dificuldade por causa de seu corpo um tanto grande.

O motorista a ajuda a sair do carro e eu saio em seguida.

--Obrigada, meu querido. Pode guardar o carro na garagem, tá. – Minha tia entrega para ele a chave da garagem e já vai entrando na recepção do prédio.

A fachada mudou um pouco mais que todo o bairro. Tinha uma escada de madeira com algumas iluminações de decoração e dois cactos grandes no jardim, mas eu não queria ficar observando essas coisas idiotas.

--Acho que eu vou querer tomar um banho primeiro. – Respondi minha tia e pude ver que ela ficou meio chateada por eu não querer ficar com ela. – E depois podemos pedir uma pizza, ou duas. – Forcei um sorriso, é difícil sorrir naturalmente depois de tantos anos fingindo.

--Adorei a ideia! –Minha tia deu um gritinho de animação.

--Senhora e senhorita. – O porteiro nos cumprimentam. – Então é verdade, Tarja está de volta. – É o mesmo porteiro de antes consigo me lembrar, mas agora ele está mais velho, mais enrugado, mais perto da morte.

--Ah sim, é verdade. – Minha tia respondeu. – Mas tarde passo aqui para deixar para você um pedaço de torta. – Minha tia adverti já entrando no elevador comigo.

▲ ▼ △ ▽

Quando chegamos em meu antigo apartamento o motorista já estava lá e com as malas todas perto do quarto de cada uma.

--Muito obrigada. – Minha tia disse indo na direção dele para entregar dinheiro. – Agora pode ir. – Ela disse sorrindo, ele entrega a chave de casa e sai.

--Tia, eu vou tomar banho. Você pode ir pedindo a pizza se quiser. – Pego minha mala e jogo no chão do meu quarto.

--Ok, querida. – Minha tia responde antes que eu fechasse a porta do meu quarto.

Aquele quarto continuava o mesmo, com a minha fronha de fadas. Meu armário branco cheio de adesivos, minha mesa bagunçada cheia de brinquedos e até meu banheiro estava o mesmo, com a minha toalha no chão. Tudo estava assustadoramente igual como eu tinha deixado.

Sento na cama e continuo olhando para tudo o aquilo, tão igual.

--Então você é o tal corvo... – Ouço alguém dizer algo. Tinha um sotaque russo carregado e parecia ser um menino da minha idade.

--Quem está aí? – Pergunto me levantando e encarando a cortina que dá para a varanda.

--Espera, você consegue me ouvir? – O menino sai da sombra, ele parece surpreso. Tem uma pele branca como a minha, olhos pretos e cabelos negros e lisos como os meus. Pego o abajur e tiro da tomada, fico com ele na mão, nunca se sabe o que aquela criatura está fazendo aqui. –Calma! Eu não vou te machucar, eu não quero te machucar. – Ele advertiu e eu fico um pouco menos tensa. – É estranho alguém conseguir me ouvir e me ver. – ele diz se aproximando e eu vou um pouco mais para trás.

-- Do que você está falando? É excluído na escola? Que triste, mas que eu saiba é proibido entrar na casa dos outros assim. – Falo encarando ele com a menor pena.

--Não, você entendeu errado. --- ele ri e eu continuo com um pé atrás. – Eu não sou... vivo. Tecnicamente falando morri no fim da revolução russa. – Fico sem entender o que ele dizia, nunca ouvi falar dessa revolução russa. – E desde então eu me tornei uma sombra, fico por aí observando as pessoas e esperando alguém conseguir me ver. Sabe é meio tedioso ser um fantasma que não é bem um fantasma. Não posso nem voar, é bem chato. – Ele revirou os olhos. –Enfim, sei que seu nome é Tarja, mas você não sabe o meu. Meu nome é Ivo, Ivo Gorbatchev. – Ele coloca a mão perto de mim, com menção que eu aperte, mas eu ignoro.

--Bom saber seu nome, mas só por curiosidade. Você está dizendo que só eu consigo te ver? – Pergunto e ele assenti em seguida. – Legal, acabo de sair de um hospício e já tenho um amigo imaginário, perfeito. – Falo com um tom de ironia.

--JÁ PEDI A PIZZA! – Minha tia grita e eu tenho uma ideia.            

--Já que você é um fantasma, se mostre pelo menos útil, assuste ela. – Dou um sorriso malicioso e ele faz o mesmo.

--Como quiser. – Ele sai do quarto abrindo a porta, realmente ele não igual um fantasma. Fantasmas atravessam paredes, fantasmas são mais legais. Será que se eu for no cemitério não consigo um fantasma pra mim também?

Vou andando perto da porta para espiar o que está acontecendo.

Ele manipula as sombras e faz um monstro gigante ficar atrás da minha tia, ele fez aquela coisa com todas as sombras que tinham na casa. As janelas se abrem atrás dela também e uma ventania passa perto de seu ouvido, ela se vira e vê o monstro. Grita agudo, posso ver que sua pele fica muito branca, ela vai acabar desmaiando.

--TIA! Tudo bem? – Tento chamar sua atenção para mim, ela se vira para mim e depois para a sombra do monstro que já sumiu.

--Acho que me assustei com uma sombra. – Ela dá uma risada. –Nada demais. – Ela vai andando para fechar as janelas. Podia sentir que ela ia desmaiar, vou correndo até a cozinha para segurar ela.

--Você precisa se deitar. – Ajudo ela a ir até o sofá. – Fica aqui. – Dou o controle remoto para ela. – E vê um filme. – Dou um sorriso forçado.

--Você é tão boa... – ela suspirou. – Não sei como... Enfim. Passado no passado. – Ela volta sua atenção para a Tv já colocando no tal Netflix.

Volto para o meu quarto e o Ivo já está lá. Fecho a porta e o encaro.

--Você quase matou minha tia. – Sorrio maliciosamente.

--E isso é bom? – O sombra pergunta.

--Claro! Você vai poder me ajudar. – Digo indo me sentar do seu lado na minha cama.

-- Ajudar no que? – Ele pergunta.

-- Em matar todos que tem algo a ver com o assassinato de Isabelle, é claro. – Digo encarado seus olhos pretos, ele parecia assustado. –Que foi? Tá com medinho? – Pergunto entre risos.

--Não, идиот. – Ele fala alguma coisa em russo que eu ignoro completamente. – É que você parece que nem sabe por onde começar nessa carnificina. – Ele fala com tom orgulhoso.

--E daí? –Pergunto e logo em seguida ouço o interfone. – Pizza. – Sorrio e me levanto. – Você gosta de pizza? – Faço uma pergunta retórica e a única resposta que tenho dele é uma cara emburrada e braços cruzados. –Entendo, deve ser uma merda estar morto. – Sorrio verdadeiramente e saio do quarto para atender o interfone. 



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