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História Corvos não choram - Capítulo 26: Labirinto sentimental


Escrita por: naoprocureonemo

Notas do Autor


Olá!!!!
Espero ter demorado menos desta vez ^.^
Não tenho muito o que dizer kkkkkk a não ser: Boa leitura!!! <333333333

Capítulo 28 - Capítulo 26: Labirinto sentimental


Fanfic / Fanfiction Corvos não choram - Capítulo 26: Labirinto sentimental

 

            Peter aconchegou-se em meio à superfície macia e perfumada. Os poucos raios solares que penetravam pela janela, tocavam em seus pés descobertos e uma mistura de cheiros acalmava seu coração. Quando finalmente fora vencido pela falta de sono, o loiro abriu os olhos, sorrindo ao encontrar seu melodramático amado dorminhoco.

Peter aproximou um pouco mais seu rosto do de Edgar, deslizando seu dedo indicador pela face morna e juvenil do rapaz, contornado seus lábios avermelhados em um suplica silenciosa por contato. Como ele conseguia ser tão belo? 

Então, o loiro se lembrou de que os dois não estavam sozinhos. Assustado, Peter sentou-se na cama, afastando alguns fios loiros dos olhos. Um suspiro aliviado escapou entre seus lábios, quando viu o espaço ao lado do moreno. Julie já havia acordado e provavelmente estava tomando café da manhã ou, aproveitando os últimos momentos de paz, aventurando-se em meio às árvores cobertas de musgos do bosque.

— Peter? — A voz sonolenta e manhosa de Edgar chamou a atenção do loiro, que se virou para o mais novo, sentindo-se culpado por ter supostamente acordado o seu baixinho.

— Te acordei? — Sussurrou.

Edgar sorriu, coçando um dos olhos em seguida.

— Tudo bem...

            Peter voltou a se deitar ao lado do mais novo, sentindo sua face ser preenchida pela caricia suave dos dedos alheios. As íris azuis de Edgar pareciam um mar tranquilo do lado de fora, mas por dentro, uma tempestade devastadora o corroia cada vez mais. Edgar era consciente demais para querer levar alguém para seu precipício de incertezas, porém, havia um certo loiro atrevido que insistia em estragar seus planos.

— Desculpe... — Peter murmurou, sentindo um dos dedos polegares do moreno acariciar sua pálpebra esquerda.

— Não precisa se desculpar por algo tão bobo.

— Não é disso que estou falando... — Peter segurou levemente o pulso do moreno, deixando um beijo na palma pálida da sua mão. — Quero te pedir desculpas por ter sido um idiota com você na maioria do tempo.

— Eu também não fui muito simpático...

— Por minha causa eu suponho.

— Mais ou menos — Edgar riu — só vamos... Aproveitar o agora? — Garotinho bobo, falava isso para os outros, mas não aplicava essa regra a si, perdendo-se cada vez mais em seu labirinto sentimental.  — Só quero aproveitar-te antes de partir... — Edgar disse a última parte com certa melancolia.

Para Peter, partir significava a volta de Edgar para Boston. Pobre garoto tempestuoso, mal sabia que “partir” tem vários sentidos ocultos, ainda mais se for pronunciando pela voz melódica do depressivo.

            Edgar contornou os lábios róseos de Peter, curvando-se e deixando um selinho neles em seguida.

— Melhor a gente levantar, já estar ficando tarde. — Edgar disse se sentado na cama.

Peter suspirou, estava tão envolvido com o mais novo que se esquecera do aniversario do primo. Ele olhou novamente para o moreno ao seu lado, enquanto o mesmo deslizava seus dedos pálidos pelos fios escuros do seu cabelo, criando um coque improvisado com eles. Como desejava acordar todos os dias e o encontrar ao seu lado...

— É melhor mesmo. — Disse por fim.

(...)

            Julie colocou sua mochila no porta-malas, enquanto Edgar estava despedindo-se de Paul e Alice; ele vestia um moletom de lã laranja e seu cabelo estava preso em um coque mal feito. Um sorriso acabou por se formar em seus lábios róseos, ao se lembrar da noite anterior. Fora um presente dos deuses poder dormir ao lado do seu amado, aproveitado o calor que emanava do seu corpo e seu cheiro inconfundível.

Ela tinha que ser tão medrosa? Será que era tão difícil assim se declarar para quem se ama?

Sim, era...

— Obrigada. — Julie sussurrou quando Edgar parou ao seu lado, colocando sua mochila ao lado da dela.

— Por quê? — Edgar perguntou confuso.

— Meu avô ficou mal depois da morte da minha avó e, eu não o via tão feliz assim em conhecer alguém há anos. — Ela respondeu, fitando seu avô enquanto abraçava Rixon. — Obrigada Edgar.

O moreno sorriu sem jeito, pelo menos estava ajudando alguém enquanto estava deteriorando-se cada vez mais.

Os dois acabaram de ajeitar suas coisas no porta malas, fechando-o em seguida. Peter saiu de dentro da casa, com um dos seus braços sobre os ombros de uma Alice chorosa. Ela odiava despedidas.

— Vou sentir saudades — Alice secou uma lágrima, antes de abraçar o loiro.

— Vamos voltar na ação de graças... — Peter disse, enquanto apertava um pouco mais o abraço. Não gostava de ver sua tia favorita triste.

— Promete?

Peter riu, Alice parecia com uma criançinha do primário.

— Prometo.

Despedir-se de Paul fora menos dramático, sendo que o mesmo abraçou cada um dos jovens mais de uma vez e os disse para tomar cuidado, pois as estradas estavam violentas nos últimos dias.

Não fora fácil para ninguém deixar aquele agradável lugar para trás, mesmo que tenham ficado pouco tempo demais, estar no meio daquela tranquilidade tipicamente campestre, rodeado de árvores e barulho nenhum de carros ou caminhões, trazia paz aos corações juvenis deles; a qual desejava ficar em meio aquela maré de felicidade o resto de suas vidas. Porém nem tudo são flores e agora, estavam voltando para suas vidas divididas entre o tédio e a necessidade de amar e ser correspondido.

E enquanto o carro se distanciava da modesta casa cor de ocre colonial, Edgar se viu olhando para trás e pensando que talvez aquela séria a primeira e última vez que veria tanto Alice quanto Paul...

— Eu escolho a música! — Julie anunciou no banco do carona, tirando Edgar dos seus devaneios.

— Manda ver garota! — Rixon disse animadamente.

            Edgar endireitou seu corpo no banco, fitando Peter sorrir para irmã enquanto falava algo que o moreno não entedia, pois, estava perdido demais naquele sorriso e em como o sol da manhã refletia em sua face e o deixava ainda mais bonito. Peter não era o tipo de garoto que normalmente as meninas do seu colégio gostariam de se apaixonar, além de ser arrogante e frio como uma nevasca no Alasca, Peter Holmes sabia muito bem como destroçar um coração. Porém, Edgar fora capaz de cavar em meio aquela neve toda, e encontrar um Peter completamente diferente, mostrar, que no fundo ele era tão sensível quanto o moreno e que, só tinha medo de ser machucado novamente. Era um lado que apenas Edgar tinha o privilégio de conhecer e por um momento, ele se sentiu especial por isso.

(...)

            O carro parou em frente à casa dos Holmes, e logo eles foram recebidos por uma Lucinda sorridente.

— Como foi à viagem?  — Pergunta para seu primogênito, enquanto o mesmo ajuda Edgar pegar sua bolsa.

— Legal. — Peter respondeu indiferente, suas costas doíam e ele tinha uma festa entediante pela frente para suportar.

— Vou ver como minha mãe está. — Rixon disse, enquanto começava caminhar em direção a casa.

— Ei — Julie falou acenando para o primo. Ele não podia entrar antes da hora. — Eu vou com você, mas, antes você podia me ajudar a levar essas mochilas para dentro enquanto o Peter coloca o carro na garagem.

— Ah sim!

Lucinda foi na frente para avisar os outros e Edgar ajeitou sua mochila em um dos seus ombros, aproximando-se do loiro.

— Acho melhor eu ir embora. — Edgar sussurrou.

— E perder um pedaço de bolo? — Peter sussurra de volta — não seja bobinho! Fique conosco, vamos roubar alguns docinhos na cozinha. — Peter lhe deu uma piscadela em seu olho direito e Edgar acabou por sorrir.

Os três caminharam em direção à casa amarela, e enquanto conversavam sobre a viagem, Edgar pensava em como ele e os irmãos Holmes eram bons atores. Afinal, eles haviam conseguido enganar Rixon muito bem.

— Surpresa! — Anunciou o coro de parentes e supostos amigos.

Rixon olhou surpreso para o grupo animado de pessoas, deixando a bolsa que segurava em um canto perto da porta e indo em direção aos seus pais sendo recebido por um abraço de sua mãe. Ele estava radiante com a quantidade de pessoas e por ser querido o suficiente para ganhar uma festa. Logo, estava tão entusiasmando que se esquecera dos outros três parados perto da entrada, completamente perdidos em meio a tanta felicidade.

            — Vamos roubar alguns doces? — Peter perguntou, fitando Julie.

— Claro! Mas antes temos que dar um jeito nessas bolsas...

— Eu levo. — Edgar anunciou, pegando a bolsa abandonada por Rixon.

— Ok... espere por nós no meu quarto. — Peter disse, enquanto segurava uma das mãos da irmã. — A última porta do corredor.

Edgar assentiu, enfrentando a multidão tagarela em seguida. Não fora fácil atravessar aquele mar de burgueses e quando chegou à escada o moreno suspirou aliviado.

            Edgar tinha a impressão de que o quarto de Peter era do tamanho da casa dos seus avós; era grande e mesmo com todas as luzes acessas, continuava escuro e melancólico. Um tapete marrom estendia-se pelo chão encerado, as paredes eram pintadas de cinza escuro e havia uma prateleira de madeira enorme com vários DVDs e fitas cassetes.  Em um canto, havia um pôster do Arctic Monkeys e vários copos descartáveis de café no chão.  As janelas eram cobertas por grossas e longas cortinas pretas.  O seu perfume amadeirado estava impregnado por toda a parte, acompanhado pelo cheiro costumeiro de cigarro.

Um sorriso singelo enfeitava os lábios avermelhados do moreno, enquanto seus dedos pálidos tocavam o encosto da poltrona perto da janela. Era como se cada canto daquele cômodo dissesse um pouco de Peter.

Ele se aproximou de um mural sobre a escrivaninha fitando várias fotos pregadas desajeitadamente. Algumas eram tão simples e fáceis de serem decifradas, como o amor presente em uma das fotos, onde capturava com perfeição o sorriso inocente e infantil de Hunter. Já outras, mostravam o caos, a tempestade vivente em sua alma assustada, como se Peter fosse uma bomba nuclear pronta para causar estragos. Um exemplo disso era uma foto distorcida, que aparentava ser de ângulo bem assustador do lago presente na casa do loiro.

Peter era instável e ao mesmo tempo estável. Nem mesmo a física seria capaz de resolvê-lo.

            O moreno sentou-se na cama, fitando o movimento leve das cortinas por causa do vento. 

Pense em coisas bonitas. — Edgar falou a si mesmo, tentando afastar seus pensamentos negativos por um momento.

Ele precisava dos seus remédios, assim como precisava de oxigênio para viver... Sentia que estava começando a ficar angustiado novamente e isso não era nada bom.

Então de repente a porta fora aberta e por ela passou uma Julie e um Peter risonhos, cada um trazia uma bandeja cheia de doces.

— Conseguimos! — Julie anunciou animadamente, colocando a bandeja que segurava ao lado de Edgar na cama.

— Somos muito rebeldes. — Peter disse sarcástico, sentando-se ao lado do moreno.

— Por quê? — Edgar perguntou sorrindo.

— Roubamos os doces na cozinha — Julie respondeu —, simplesmente pegamos as bandejas sobre a mesa e saímos andando como se nada estivesse acontecendo! E Peter ainda sorriu debochadamente para um dos garçons, piscando sinicamente para ele! Lucinda vai nós matar!

— Pelo menos morreremos entupidos de doces! — Peter deu uma piscadela conspiradora em direção à irmã, colocando um brigadeiro na boca em seguida.   

— Você não presta. — Julie disse.

— Nunca disse que prestava você que teve essa ilusão de mim.

— E o que vamos fazer agora além de comer? — O moreno perguntou, pegando um brigadeiro na bandeja da andrógena.

— Que tal um filme? — O loiro propôs.

— Pode ser — Julie disse, tirando seu All Star surrado.

— Tento faz. — Edgar deu de ombros.

            Peter deslizou seus dedos pelos DVDs e fitas cassetes como um critico muito exigente. Seu dedo acabou por parar em Brilho eterno de uma mente sem lembranças.

— É esse! — Sussurrou a si mesmo, tirando o DVD da prateleira.

Quando tudo estava arrumado, ele sentou-se ao lado de Edgar na cama, ajeitando suas pernas sobre a mesma e deu play. O filme começou e logo no inicio, Edgar demonstrou seu interesse pela história, prestando atenção em cada detalhe da história ali contada.

O moreno estava sentado entre os irmãos, com uma das bandejas sobre o colo. Era um triangulo tão infeliz e catastrófico quanto o triangulo das bermudas. A diferença era que ao invés de aviões desaparecem, corações que iriam se transformar em cacos mais cortantes e afiados do que os de vidro.

Um verdadeiro desastre da natureza.

— Eu gostaria de apagar algumas lembranças também... — Edgar disse tirando os Holmes de seus devaneios apaixonados. 

— Eu já gostaria de voltar ao tempo e reviver várias vezes momentos e sensações felizes, nunca me cansaria deles. — Peter disse, olhando para o moreno, que por sua vez devolveu o olhar.

Edgar não precisava de mais palavras para entender o que Peter estava se referindo. Então, apenas sorriu.

— É, séria incrível. — Disse por fim, voltando a prestar atenção no filme.

 

 

 


Notas Finais


Desculpe de teve algum erro...
Espero que tenham gostado ^.^
Beijos para vocês meus amores!!!
Até o próximo!!


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