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História Corvos não choram - Capítulo 28: Apagando-se e reescrevendo-se


Escrita por: naoprocureonemo

Notas do Autor


Olá galera!!!!!!!!!!!
Estou de volta! Demorei menos desta vez!!
Gente, esse capítulo é o maior da história e deu maior trabalho para escrever, então, tenham paciência ^.^
Eu super recomendo escutar a música Snuff da banda Slipknot na primeira parte do capítulo, enquanto escrevia, estava escutando ela e tipo, mega se encaixou com os eventos.

Boa leitura!!

A gente e até as notas finais!!!

Capítulo 30 - Capítulo 28: Apagando-se e reescrevendo-se


Fanfic / Fanfiction Corvos não choram - Capítulo 28: Apagando-se e reescrevendo-se

            Peter levou o cigarro aos lábios novamente enquanto seus olhos vagavam entre a janela e o relógio de digital em seu criado mudo. Seu coração se apertava em pura agonia e ansiedade à medida que os minutos passavam-se, como se estivessem escorrendo entre seus dedos. Mesmo que não desejasse encarar a face fria dele, algo em seu intimo gritava ferozmente e incansavelmente para que Peter levantava-se daquela poltrona de couro e encarasse os olhos felinos do outro. Afinal, quando queremos dar um ponto final em uma história, temos que a reler, encarar nossos erros, corrigi-los e até mesmo apaga-los. E tudo o que Peter mais desejava, era apagar ele de vez da sua vida.

16:39

Decidido, Peter levantou-se, colocando o que sobrara do cigarro no cinzeiro ao lado da poltrona. Vestiu uma camisa de mangas longas azul escuro, uma jaqueta de couro e uma calça skinny preta, colocando uma bota da mesma cor. Ele ajeitou seu cabelo e pegou as chaves sobre a escrivaninha, deixando o quarto em seguida. A casa estava estranhamente silenciosa, como se todos que ali moravam, estavam vencendo seus próprios demônios interiores.

Um suspiro desanimado escapou dos lábios do loiro, pois, havia se esquecido de que seu carro havia estragado o motor no dia anterior e estava no mecânico. Ele olhou para céu que estava nublado, apático e deprimente, como se estivesse pressentido uma tragédia. Com o queixo trêmulo por causa do frio, Peter escondeu suas mãos nos bolsos da jaqueta, rumando em direção ao centro da cidade. Iria procurar por um taxi.

            O centro de Duluth estava vazio naquela tarde estranhamente fria de verão. Peter sentou-se no banco traseiro do táxi, olhando atônito para as ruas cinzentas. Memórias de quando ele imaginava que era feliz ao lado do seu não tão amado farsante surgiram como flashes, causando-o uma onda indesejável de nostalgia. De todas as drogas que Peter havia experimentado durante a vida, ele com certeza era a pior.

— Chegamos. — O taxista anunciou, tirando Peter dos seus devaneios.

O rapaz entregou alguns dólares para o homem, agradecendo-o e desembarcando em seguida. Peter podia ver sua própria respiração, enquanto fitava o prédio de luxo em sua frente. Ele escutou o som do motor do táxi afasta-se cada vez de si, arrependendo-se mentalmente por não estar dentro dele.

Desde de quando Peter Holmes havia se tornado um covarde?

O som de suas botas ecoavam pela recepção muito bem organizada do prédio, que naquela hora, estava tendo como presente apenas o porteiro. O homem que aparentava ter no máximo cinquenta anos levantou seus olhos do jornal ao qual lia sem interesse algum, se surpreendendo ao encontrar o loiro caminhando em sua direção.

Havia quanto tempo que ele não via o rapaz? Dois ou três anos? Ele não sabia ao certo, porém, de todas as pessoas que já passaram por aquela recepção, Peter fora a qual ficara tatuada em sua memória.

O garoto que era enganado pelo gato de cheshire*.

— Boa tarde. — Peter disse, apoiando suas mãos sobre a bancada de mármore.

— Boa tarde. — O homem respondeu, forçando um sorriso cordial ao loiro.

— Poderia anunciar ao dono do apartamento vigésimo nono a minha chegada?

— Ele já avisou que teria uma visita especial hoje — respondeu —, pode subir.

— Obrigado.

Incrédulo, ele seguiu com o olhar Peter caminhar em direção ao elevador. Boa sorte amigo. O porteiro pensou, enquanto a imagem do loiro era escondia pelas portas do elevador.

            Peter prendeu a respiração quando parou em frente à porta simples de madeira, com o número 29 em uma placa dourada. Lentamente, ele foi soltando o ar dos seus pulmões, à medida que e o rancor e raiva mesclavam-se dentro de si, dando-o uma coragem nunca pensada que teria de voltar para aquele apartamento, onde, sua vida fora de estável ao puro caos. Peter olhou as horas em seu relógio de pulso, estava seis minutos atrasado.

O som da campainha ecoou por sua mente, causando uma pontada de ansiedade no loiro. Passos abafados logo foram ouvidos e a porta fora aberta, revelando ao “porquinho” o lobo mal.

— Você veio! — A surpresa estava estampada na face alheia, ao encontrar o loiro ali. — Achei que não viria mais...

— Não estou tão atrasado assim. — A voz de Peter saiu o mais estável possível.

— Eu sei... — O sorriso que Peter tanto amava antes estava estampado nos lábios finos, causando-o certo desconforto por ter acreditando nele um dia. — Entre!

O apartamento era largo, espaçoso, luxuoso e confortável, como o lar do filho único de um empresário do ramo da moda deve ser. A sala de estar era tão grande quanto o quarto do loiro, com um sofá estofado de couro preto, as paredes eram brancas com quadros de replicas de obras de arte caras e raras, havia uma mesinha de centro feita de vidro, onde descansava um vaso de mármore com algumas rosas vermelhas. Peter se recordou das vezes que os dois chegaram embriagados naquele lugar e ele, colocava carreiras de cocaína para eles chegarem. “Para esquentar as coisas” ele falava com malícia, beijando-o em seguida.

— Sente-se.

Peter sentou-se no sofá, fitando brevemente a televisão de plasma em sua frente.

— Deseja alguma coisa? Um suco, um café...

— Não, obrigado.

Os olhos azuis dele vasculhavam cada parte de Peter, como se estivesse recuperando memórias esquecidas.

— Se importa se eu acender um cigarro? — Peter perguntou.

— Não, fique a vontade.

Peter pegou seu maço de cigarros em um dos bolsos da sua jaqueta, acedendo-o em seguida. O gesto de colocar um cigarro nos lábios e o tragar poderia ser considerado algo bonito e ao mesmo tempo suicida. E naquele momento, enquanto a luz fraca que penetrava pela janela caia sobre a face expressiva e ao mesmo tempo séria do loiro, ele o achava lindo. Tão lindo quanto uma rosa vermelha, digo a sua favorita, a qual, ele amava arrancar as pétalas depois de seca.

            — Há alguns dias atrás, eu estava limpando o meu armário e acabei encontrando isso. — Ele curvou-se em direção à mesinha de centro, pegando uma caixa preta com um laço vermelho em cima. Com um sorriso singelo, ele colocou a caixa sobre as mãos frias do loiro.

Peter conhecia muito bem aquela caixa. Era onde o loiro colocava todas as fotos que os dois tiravam juntos. Que diabos ele queria com aquilo?

— Estou surpreso por ter guardado isso. — Peter disse enquanto abria a caixa.

— Não poderia desfazer de memórias tão importantes para mim.

Havia várias fotografias e alguns objetos bobos que ambos compartilhavam entre si. Momentos que Peter pensou que quem estava ao seu lado o amava da mesma intensidade, como os romances clichês dos filmes. Como Peter era idiota.

— E seu noivo? Ele já viu? — Peter olhou-o, saboreando o sorriso desfazendo-se nos lábios alheios.

— Não estamos mais juntos.

 Peter colocou a caixa sobre a mesinha de centro novamente, dando uma tragada longa em seu cigarro, soltando a fumaça lentamente dos seus pulmões em seguida. Um sorriso sádico formou-se nos lábios finos do loiro e com uma satisfação imensa, ele fitou o rapaz ao seu lado.

— Agora entendi o motivo de ter me chamado aqui. Você brincou o tanto que queria com seu brinquedinho e agora que se cansou dele, veio atrás de mim, pois, você não suporta a ideia de não ter ninguém para manipular. — Peter olhou para a fumaça do seu cigarro entre seus dedos, alargando ainda mais o sorriso em seus lábios. — Desculpe, mas não estou disponível.

— Isso não é verdade! Eu... eu sinto a sua falta! — A voz dele saiu embaçada e Peter não resistiu em soltar uma gargalhada.

— Meu Deus... você é um ótimo ator! Se eu fosse você, investia nisso.

— Você não entende não é! Eu te amo Peter!

Eu te amo

Eu te amo

Eu te amo

Aquelas três palavras ecoavam pela mente do loiro, trazendo a tona todas as vezes que ele havia o dito aquilo e estava mentindo. Irritado, Peter colocou o cigarro sobre a mesinha, levantando-se em seguida.

— Eu te odeio — Peter cerrou seus punhos, sentindo a veia do seu pescoço pulsar. — Você me machucou, me iludiu e quando eu mais precisava de ti, onde você estava? Transando com um qualquer em sua cama! Deus, como eu me senti horrível ao te pegar com aquele cara, dizendo-o coisas tão sujas e você gostando, gemendo para ele.

— Eu sei que errei... Mas nunca é tarde para consertamos nossos erros. — Ele levantou-se, aproximando-se do loiro. — Me arrependo por não ter o dado valor quando estava ao meu lado. — Sussurrou com os olhos marejados, colocando sua mão direita delicadamente na face do loiro, seus lábios ficaram a centímetros dos do outro. — Eu te amo, Peter.

Louis — Aquele nome cortou sua garganta como vidro, mas aos ouvidos do outro, chegaram em um sussurro. — Você é a pessoa mais dissimulada e manipuladora que eu já conheci. — Ele levou sua própria mão em direção à de Louis, segurando seu pulso com força. — Eu já te amei, muito, mas hoje, tudo o que sinto por você é ódio.

Peter empurrou Louis com um misto de delicadeza e brutalidade para o lado, deixando a marca dos seus dedos no pulso alheio.

— Eu espero que você nunca passe pelo o que eu passei por sua causa. — Continuou, seguindo em direção à porta. — Não me procure mais, não tenho mais nada para te oferecer. Tudo o que eu tinha, morreu junto com o amor que sentia por ti. — Peter girou a maçaneta, olhando uma última vez para um Louis choroso e quebrado. Acho que o jogo virou, não é mesmo? — Espero que seja feliz Louis... adeus. 

            “Desgraçado” fora ouvido por Peter depois que ele fechou a porta e o estrondo de algo sendo quebrado fora ouvido. Louis odiava ser rejeitado. Enquanto caminhava pelo corredor iluminado por lâmpadas florescentes, Peter sentia uma paz de espírito há muito tempo não sentida pelo mesmo, era como se tivesse tirando um peso de suas costas. Melhor, da alma.

Quando chegou à recepção do prédio, olhou para o porteiro, sorrindo gentilmente para ele. 

— Adeus meu amigo. — Disse, enquanto caminhava em direção à saída.

— Não vai voltar?

— Não... — Peter se virou para ele, alargando ainda mais o sorriso em seus lábios róseos. — Agora estou livre.

 

(...)

 

                        Um trovão iluminou o céu e Edgar encolheu-se contra a poltrona, olhando angustiado para as gotas de chuva que escorriam livremente pelo vidro da janela. Estava preocupado, seus avós havia ido visitar uma amiga deles na cidade vizinha e não haviam retornado ainda. A tempestade já era esperada, porém, estava mais forte do que o esperado e ele sentia medo dos seus avós estarem presos em alguma estrada.

Não suportaria perde-los também.

Então seu celular tocou e quando viu a foto de Marie na tela, sentiu um misto de preocupação e alivio.

— Vovó? — Perguntou, segurando o celular firmemente.

— Oi meu amor — Edgar soltou um suspiro aliviado ao ouvir a voz doce de Marie. — Você está bem?

— Sim e vocês?

— Estamos bem também — Marie respondeu. — Olha meu anjo, está chovendo muito e as estradas para Duluth foram interditadas. Teremos que passar a noite aqui... Você vai ficar bem ai sozinho?

Edgar engoliu em seco, os trovões e relâmpagos o assustava. Porém, ele não queria deixar sua avó preocupada.

— Vou ficar bem, não se preocupe. Pelo menos tem eletricidade ainda...

— Fique dentro de casa e não abra a porta para estranhos. Feche muito bem as janelas e as portas e evite usar os eletrodomésticos...

— Ok. — Edgar sorriu, sempre adorou a capacidade de Marie cuidar dele mesmo estando longe. — Eu te amo vovó!

— Eu também te amo meu bem.

            Quando a ligação fora encerrada, Edgar sentiu um aperto no coração. Ele gostava da solidão, porém, naquela noite gostaria do colo de Marie ou de sua mãe. Gentilmente seu celular foi deixado de lado no sofá e Edgar levantou-se, a ideia inicial era acomoda-se debaixo dos cobertores e ficar escondido por lá até que a tempestade parasse ou a fome chegasse.

Mas, seu corpo foi tomado por uma onda de pavor e fragilidade quando três batidas pesadas foram ouvidas na porta. Seu coração acelerou e suas pernas ficaram bambas. Com certeza não era uma boa hora para uma visita.

Aflito, Edgar caminhou em direção à porta, sentindo seu corpo inteiro tremer à medida que se aproximava da mesma. Nas pontas dos pés, ele olhou pelo olho mágico, sentindo um misto de alivio e estranheza ao ver a figura encharcada na varanda.

— Peter? — Edgar perguntou surpreso ao abrir a porta, arqueando uma sobrancelha para o mais velho.

— Oi. — O queixo do loiro tremia e ele abraçava seu próprio corpo.

— Oh meu Deus, você vai acabar pegando um esfriado! — Edgar puxou o loiro para dentro, trancando a porta em seguida. — Você enlouqueceu! Sair em uma tempestade destas!

— Eu precisava ter ver...

— Não podia esperar até o dilúvio passar?

— Não iria resistir até lá...

— Exagerado.

Peter sorriu.

— Desculpe. — Murmurou, aproximando-se do moreno e deixando um selinho em seus lábios avermelhados.

Edgar acabou por deixar um sorriso escapar, os lábios de Peter estavam gelados e úmidos, uma mistura muito bem vinda para o mais novo.

—Vem... — sussurrou, tocando delicadamente a face úmida do mais velho —, vou procurar algo seco para você vestir.

Peter seguiu Edgar até o banheiro e enquanto despia-se dentro do mesmo, perguntou algo o suficiente para o outro ouvir:

— Onde estar seus avós?

— Foram visitar uma amiga na cidade vizinha e acabaram ficando por lá, por causa da tempestade.

— Entendi.

Peter escutou passos no corredor, logo, ouviu uma batida de leve na porta.

— Posso entrar? — Edgar perguntou.

— Pode. — Peter respondeu, ajeitando a toalha branca na cintura.

As bochechas de Edgar logo foram tomadas por um vermelho suave ao encontrar Peter apenas de toalha. Constrangido, ele se dirigiu alguns ganchos de plástico, colocando algumas peças sua nas mesmas. Ficariam pequenas no loiro, mas, pelo menos ele ficaria seco.

— Vou preparar um chocolate quente para você. — Edgar disse, evitando olhar para o amado.

— Obrigado.

Peter acabou por sorrir ao ver um Edgar tão vermelho quanto um pimentão saindo do banheiro. Ele tinha que ser tão agradável?

           

            O suéter azul escuro havia ficado um tanto apertado em si e a calça de malha havia ficado pequena, porém, nada daquilo importava para Peter, pois, Edgar estava em sua frente com seu cheiro típico e agradável de amora, deslizando uma toalha pelos fios loiros do seu cabelo. Timidamente, Peter entrelaçou seus braços ao redor da cintura alheia, escondendo seu rosto contra o tecido macio do suéter do mais novo. Logo, sentiu os dedos pequeninos deslizar por seu cabelo e nuca.

— Sabia que foi loucura você sair no meio desta tempestade e ainda sem carro...

— Eu sei... — Peter murmurou — só precisava de uma paz que só você me traz. 

Peter sentiu os lábios quentinhos de Edgar em sua testa e sorriu com ternura por causa de um gesto tão simples quanto aquele. Foram as poucas vezes que ele recebeu cuidados tão carinhos e anteciosos como aqueles.

— Aconteceu alguma coisa? — Edgar perguntou preocupado.

— Só deixei meu passado de lado e finalmente voltei a respirar como antes. — Peter respondeu, aproximando um pouco mais o corpo do mais novo contra o seu.

Edgar deixou um beijo em meio aos fios loiros do mais velho, com certa dificuldade — pois Peter não queria afastar seus braços da sua cintura — ele se afastou do loiro sorrindo, pegando a xícara vermelha sobre o criado mudo.

— Toma tudo, você precisa se esquentar — disse — vou olhar se as janelas e as portas estão bem fechadas.

Peter assentiu sussurrando “sim senhor capitão”, Edgar o fitou, sorriu divertido pelo comentário bobo e saiu, deixando seu rastro doce para trás.

(...)

 

            Peter aconchegou-se contra o corpo do mais novo, escondendo seu rosto na curva do pescoço do mesmo. A chuva continuava cair no lado de fora e uma vez e outra, o loiro sentia o corpo de Edgar tremer quando um trovão era ouvido. Ambos estavam deitados na cama do depressivo, preparados para dormir.

Edgar fitava a janela, enquanto acariciava distraidamente a mão do loiro sobre sua cintura. Mesmo que fosse errado hospedar o mais velho na casa dos seus avós sem avisa-los, era bom ter alguém ao seu lado naquela noite chuvosa, ainda mais que esse “alguém” fosse Peter.

Amava a chuva

Mas tinha medo dos trovões...

O moreno fechou os olhos quando sentiu os lábios atrevidos de Peter em seu pescoço, sentindo um calafrio gostoso quando ele apertou delicadamente sua cintura. Devagar, Edgar virou-se em direção ao loiro, deslizando seus dedos com ternura pela face alheia; contornado os lábios róseos, sentindo o calor que parecia emanar de sua pele. Sutilmente, Edgar aproximou seus lábios da pálpebra direita do rapaz, deixando ali, um beijo delicado e carinhoso.

— Edgar — Peter sussurrou, com os olhos fechados.

Edgar não respondeu, por sua vez, deixou vez uma trilha de beijos sutis pela face do loiro, eram como pérolas de tão delicados, chegando aos lábios dele. Peter foi tomado por um beijo calmo, apaixonante, enquanto sentia a mão morna do moreno descansada em sua bochecha.  Não existia culpa, corações pesados e por menos vontade de desaparecer.

Eram apenas os dois e aquele sentimento ardente e devastador.

O mundo poderia até mesmo entrar em dilúvio naquele momento, mas os dois estariam ocupados demais guardando a imagem um do outro para se importar.

            Peter segurou a cintura do mais novo com firmeza, intensificado o beijo, enquanto sentia os dedos de Edgar afundar em seus cabelos. Os pulmões de ambos imploravam por ar quando eles afastaram seus lábios um do outro, por um momento, os olhos cinzentos encontram os azuis e mesmo que estivessem em silêncio, ambos falavam um com outro em uma língua que só os dois sabiam identificar. E naquele momento, gritavam por mais contato.

Peter ficou sobre o copo pequeno de Edgar, encaixando seu próprio corpo em meio às pernas do menor. Delicadamente, o loiro deslizou um dos seus polegares pelos lábios avermelhados de Edgar, sentindo a maciez que só eles possuíam.

Ele o amava tanto...

Peter o beijou calmamente, deslizando suas mãos até o cós da calça de moletom de Edgar e quando começou a abaixa-las, sentiu as mãos pálidas e pequenas do moreno sobre a suas.  

— Peter... — Sussurrou apreensivo.

— Você quer que eu pare? — Peter perguntou.

— Não... só que... eu tenho vergonha delas... — Edgar respondeu, sentindo seu coração martelar em seu peito.

— Não precisa ter vergonha... — Peter disse compreensivo. — Você é lindo de qualquer jeito, com elas ou não.

Edgar sorriu corado, sentindo os lábios de Peter tocarem sutilmente por sua face e pescoço. As mãos dele voltaram para a calça de Edgar novamente e calmamente, ele começou a abaixa-la, revelando as coxas pálidas e afeminadas do menor. Quando chegou as pés de Edgar, Peter largou a calça dele no chão, tocando delicadamente as cicatrizes verticais na panturrilha do moreno, pareciam marcas de cortes profundos demais para serem feitos pelo mesmo. Ele beijou uma a uma, enquanto deslizava seus dedos pelas mesmas. Depois fez o mesmo ritual com a outra perna, chegando à parte interna das coxas de Edgar, deixando algumas marquinhas nas mesmas.

O moreno mordeu seu lábio inferior, com ás bochechas coradas, segurando um gemido. Muitos poderiam achar errado está se entregando daquela maneira para uma pessoa do mesmo sexo, mas por céus, se Edgar estava pegando por estar se entregando por amor, ele iria aguentar os consequências daquele pecado com louvor. 

Peter sorriu com malicia ao levar a cabeça e encontrar Edgar corado e ofegante, apertando com certa força o lençol entre seus dedos.

— Fofo — sussurrou, deixando um beijo demorado nos lábios avermelhados.

O loiro tirou o moletom que Edgar havia o emprestado, sentindo os dedos tímidos do moreno deslizarem por seu tórax. Depois, foi à vez da calça, que fora deixada em um canto qualquer no chão.

As bochechas de Edgar ficaram ainda mais vermelhas ao ver Peter completamente sem roupa. Ele nunca havia visto outro garoto pelado e tinha que admitir: Peter era simplesmente lindo.  O moreno ajudou o mais velho tirar seu suéter do Batman, logo, foi à vez da sua cueca.

— Você é lindo, Narciso não é ninguém perto de ti. — Peter falou ao ver o constrangimento estampado na face do teu amado, inseguro e tão pequenino...

O elogio não ajudou muito, sendo, que Edgar ficou ainda mais envergonhado. Porém, à medida que Peter beijava seus lábios e cariciava sutilmente as coxas dele, criando círculos imaginários sobre a pele macia e leitosa, Edgar ia se soltando, permitindo-se tocar o corpo alheio.

Suas mãos pequenas deslizaram pelas costas do loiro, sentindo o calor. Parecia que Peter estava com febre.

Febre por ele.

Peter afastou seus lábios de Edgar, com um olhar sério e ao mesmo tempo tomado por luxuria, o loiro segurou as coxas do moreno, ficando entre suas pernas. Foi impossível para Edgar não gemer quando sentiu a língua de Peter tocar sua glande, logo, o loiro abocanhou todo o membro do mais novo, sugando-o com uma experiência perceptível; suas mãos grandes chegaram às nádegas de Edgar, apertando-as com desejo, deixando marcas avermelhadas nas mesmas.

Edgar apertou com tanta força a borda do cochão que as pontas dos seus dedos estavam tão brancas quanto o mesmo. Seus gemidos ficavam cada vez mais altos e arrastados à medida que Peter sugava seu membro, cada vez mais rápido. Ondas de prazer tomavam seu corpo e seu coração estava frenético, aquelas sensações eram ao mesmo tempo tão novas e boas.

Ofegante, Peter afastou-se do membro de Edgar, colocando suas mãos de cada lado da cabeça do moreno no travesseiro. O mais novo se viu maravilhado ao encarar seu amante, com os cabelos rebeldes e os lábios inchados; seus olhos felinos e tomados por um amor tão forte e ao mesmo tempo tão delicado... Edgar estava se afogando cada vez mais naquele mar cinzento e sinceramente... não queria ser salvo.

Edgar sentiu seu próprio gosto quando Peter o beijou, um arrepio percorreu seu corpo quando a uma das mãos dele apertaram com desejo sua coxa direita, foi impossível não cravar suas unhas pequenas nas costas do loiro e deixar alguns arranhões. — Estes que foram bem vindos por Peter, deixando-o ainda mais excitado.

            Os dois se encaravam por um momento e Edgar soube muito bem o que faltava acontecer. Devagar, ele virou-se de costas para o loiro, sentindo a respiração morna dele contra sua nuca. Ele mordeu o lábio inferior tenso, ao sentir os lábios de Peter passear por suas costas, enquanto suas mãos seguravam firmemente sua cintura, causando-o calafrios.

Os toques de Peter cessaram por um momento e o som da chuva e as respirações pesadas de ambos, foram os únicos sons ouvidos.

— Vai doer um pouco. — Peter disse próximo a orelha esquerda do mais novo, deixando um beijo sutil no ombro do mesmo em seguida.

Edgar fechou os olhos quando sentiu um dos dedos de Peter o penetrar, em uma tentativa falha se segurar as lágrimas. Como doía...

— Peter... — Falou ofegante, enquanto sentia as lágrimas escorrem por sua face.

— Vai passar... eu prometo. — Peter fez um breve carinho na face avermelhada do mais novo, sentindo seu coração aperta-se ao vê-lo tão angustiado pela dor.

À medida que Edgar ia se acalmando, a dor diminuía e Peter permitiu-se colocar mais um dedo e depois outro. Quando percebeu que conseguia mexer os dedos com mais naturalidade dentro do moreno e gemidos tímidos vindos do mesmo, ele percebeu que poderiam avançar para o próximo passo. Gentilmente, o loiro virou Edgar para frente de si, levantando as pernas pálidas dele em seguida.

Peter beijou a parte interna das coxas de Edgar, penetrando-o em seguida. A principio não estava sendo muito confortável para ambos pela falta de lubrificante. O loiro esperou Edgar acostuma-se com ele dentro de si para começar a se movimentar, sabia que estava sendo algo dolorido para o outro, ainda mais, que era sua primeira vez.

Os movimentos começaram devagar e Edgar fechou os olhos, apertando o lençol. Sua respiração estava descompassada e seu lábio inferior estava machucado de tanto que ele o mordia. Um gemido rouco escapou dos lábios do mais novo quando o loiro tocou em uma parte dentro de si e Peter sorriu safado, investindo cada vez mais naquele ponto, movendo-se não tão forte e nem tão fraco, causando ondas de prazer não só em si como em Edgar também.

Os movimentos logo ficaram mais rápidos e Edgar fora o primeiro a gozar, sentindo seus músculos relaxarem e uma leveza nunca sentida apropriar-se do seu corpo. Peter demorou um pouco, soltando um gemido rouco e alto ao despejar suas sementes dentro do moreno. 

            Peter acabou por deixar seu corpo descansa-se sobre o de Edgar, aconchegando sua cabeça no peitoral leitoso do moreno. Ele contornou uma marquinha vermelha que havia deixado no pescoço e o osso saliente da clavícula dele, enquanto sentia os dedos do depressivo em meio aos fios loiros do seu cabelo, em um carinho delicado e até mesmo preguiçoso.

— Eu te amo. — Peter sussurrou, sentindo o cheiro doce que apenas Edgar possuía.

— Eu também te amo. — Mesmo que não devesse, Edgar completou mentalmente, sentindo algumas lágrimas embaçarem sua visão. Mas Edgar tratou logo de seca-las e esconder sua face em meio aos fios cheirosos do cabelo de Peter.

 Não era uma noite para chorar e por menos se sentir triste.  Pois, finalmente eles eram apenas um só.

 

Seja meu amigo
         Me segure, me envolva
         Me descubra

         Eu sou pequena
      Estou carente
    Me aqueça
   E me respire

 

 


Notas Finais


*O Gato de Cheshire ou Gato Que Ri é um gato fictício, personagem do livro Alice no País das Maravilhas de Lewis Carrol. Ele se caracteriza por seu sorriso pronunciado e sua capacidade de aparecer e desaparecer. Embora faça alusões a reflexões filosóficas, sua aparente função na trama diz respeito ao contato que estabelece com a personagem Alice. (Fonte: Wikipédia)

Por causa do seu sorriso largo e sua capacidade de enganar e passar por qualquer situação sorrindo, o porteiro acabou por apelidar o ex-namorado do Peter de 'Gato de Cheshire'. ^.

Eu não sei se vocês já se perguntaram o motivo de Louis sempre ser referido apenas como 'ele', a questão é, Peter o amava demais, tanto, que chegava a ser doente, quando o descobriu que Louis o traia e o manipulava ( sendo que o mesmo sente um prazer inexplicável por ver as pessoas sofrendo por ele) a "queda'' fora grande e dolorosa demais e uma forma que Peter encontrou para amenizar tudo isso, foi prometendo a si mesmo não falar e tentar se esquecer do nome dele. O que a principio não deu muito certo. Porém, quando Peter fala o nome de Louis nesse capítulo, significa que finalmente ele superou e amadureceu, e está pronto para se entregar novamente para outra pessoa. Por isso "Apagando e reescrevendo" ^.^

Gente, me desculpe pela Lemon kkkkkkkkkkkkkkkkkk pelo menos tentei ^.~

Os versos que aparecem no final do capitulo é da música Breathe-me da cantora Sia <3333333

Espero que tenham gostado!!

Até o próximo!!!!


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