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História Costure, brinque, e depois jogue fora - Guarde os bonecos, mas não a alma.


Escrita por: nunki

Notas do Autor


esta fanfic vai para o evento de halloween semanadoterror, organizado pela @bura para celebrar essa data cheia de doces **piscadela sagaz**. mas infelizmente de doce, esse evento nao tem nada :')

meu shipp foi zervis, e estou sendo a penultima a postar. deixarei o link das fanfic que ja foram postadas nas notas finais. tenham todos uma otima leitura.<3

Capítulo 1 - Guarde os bonecos, mas não a alma.



 

Olhe ao relento, transparecendo diante dos olhos não mais atentos nos teus sorrisos sinceros ao costurar com pudor os bonecos. Passe a linha por entre os lábios, ceda seu sangue, costure a alma da porcelana sem vida com os olhos de vidro. Dê a vida que tu renegas ao bonequinho desalento.

Primeiro bordão.

Constate a tez escurecida do brinquedo e beije lentamente os detalhes desfiados, tendo os lábios costurados pelo sorriso honesto perante um elogio mentiroso; costure-se os olhos, não os abra para ver a verdade.
 

Quarto bordão.

Não olhe para trás, pequena desalenta, teu mau não anda aos lados; titubeia por seu vestido imundo, picotado nas pontos em treinamentos para aperfeiçoar a tua conexão com o brinquedo inócuo. Não faças nada, apenas costure.
 

Sétimo bordão.

Costure com sua vida, reparta as divisões dos sapatinhos de cristais para dar cor aos olhos de nuvens da porcelana; também divida com o bonequinho suas vestes, cedendo o palor do tecido ao corpo incolor do voodoo. Não tenhas medo, garotinha covarde, seus braços costurados não cairão. 
 

Décimo terceiro bordão.

Rebata teu julgamento contra as janelas basculantes do casarão trancado e soldado, espalhando teu desespero pelo palor da pele vívida e os dedos presentes no mar avermelhado.
 

Décimo quinto bordão.

Levante-se e escore as costas nas paredes cobertas por musgo, encarando teu fracasso diante dos olhos ardidos: milhares deles, dele, tão mortos quanto aquele que amou. Garota burra, nunca foi capaz.

Décimo oitavo bordão.

Grite, erre os tropeços e se renda ao chão ensopado, onde deveria ter sido condenada desde tua estádia inicial. Sepulte os bonecos, defina os defeitos e reverbe o perfeito; trabalhe diante dos olhos blindados, do tecido costurado e das falhas na produção. Trabalhe rente à seu fracasso, criança birrenta, essa é a tua punição.
 

Primeiro bordão.

Passe os dedos avermelhados contra os lábios descontentes, arranhando a pele com o rodopio entorpecente dos acertos. Derrame as vestes sob os corpos moldados por si e deixe que os olhos vigilantes e submissos lhe tapem a razão, aprumando-se contra a faca que sufoca seus contornos e preenche seus pulmões ociosos. 

Nenhum bordão.

Deixe o corpo sob os bonecos risonhos, exibindo suas curvas delineadas pelo sangue que, antes, lhe sustentava às noções e devaneios. Exprima o nome dele como seu último suspiro, conquistando os quatro cantos do cômodo com seu suco que, em outrora, ele lhe roubava. Teu brilho encravado por sua água refletiva ordena os detalhes perdidos de seu rosto angelical, procurando a consciência que Zeref lhe tomou.

Cada brilhinho espalhado diversificadamente pelo oceano é uma esperança que se corroeu, esvaindo-se pelos sete mares em busca de amparo.
 

E é bom que não volte, garota inútil.
 


Notas Finais




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