Dia 1, 14:56 da tarde, quarta-feira.
Aroldo andava pelas ruas do Acre pensativo, levando seu carrinho de coxinhas.
Antigamente, ele vendia até dez coxinhas por dia, hoje, ele vende dez por mês. Morava de aluguel com o seu amigo, George, que estava com ele desde a faculdade.
- O TIO DA COXINHA! - Berrou um muleque de aproximadamente 13 anos de idade, interrompendo os pensamentos de Aroldo.
- Fala, campeão. - Aroldo tentou manter o controle para não gritar "EU TENHO NOME, INFERNO!"
- Tu vende coxinha?
"Não, estou apenas passeando com elas, precisavam de um ar fresco" Pensou Aroldo.
- Vendo sim. Quer de que? - Respondeu, tentando manter a calma e tranquilidade na voz.
- Tem coxinha de carne de porco?
O vendedor nem quis questionar, apenas respondeu:
- Não.
- E de carne de galinha?
- Menino, você está vendo aqui um churrasqueiro?
- Não, eu vejo um grande vendedor de bosta que não tem nem coxinha de galinha.
- SUA MÃE NÃO TE DEU EDUCAÇÃO, MULEQUE?! - Aroldo levantou a mão, com a intenção de dar um tapa no menino.
- PODE VIM, SEU CORNÃO! MAIS VOU SUJAR A TUA IMAGEM LÁ NO BAIRRO! VOCÊ VAI FICAR CONHECIDO COMO "AGRESSOR DE CRIANÇAS".
Aroldo respirou fundo, fechou os olhos, se escorou no carrinho e calmamente perguntou:
- Eu tenho coxinha de frango.
- Pensei que era vendedor de coxinhas, não churrasqueiro.
- Ah menino, vai pra puta que pariu!
O muleque fez um sinal de positivo com as mãos, e com um olhar vingativo e sombrio falou:
- Depois da uma passada lá no bairro, quem sabe alguém se interessa por suas coxinhas - A sua última fala fez Aroldo estremecer, mas lembrou que estava lidando com uma criança.
- Pode deixar! - Falou ironicamente, e o menino virou as costas.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.