As paredes estavam em estado crítico. Mofadas, as lascas de tinta se espalhavam no chão. A mulher do caixa fumava, e o cheiro se espalhavam por todo o estabelecimento. Flávio tossiu, murmurando algo.
- Tem vaga para quatro pessoas? - Perguntou Aroldo.
A recepcionista o olhou com desprezo, e soltou a bituca de cigarro em cima de uns papéis sujos.
- Tenho. Porque? - Respondeu, com desprezo.
- Por que queremos um quarto para ficar. Quer mais claro que isso?
A mulher franziu a testa.
- Tenho apenas um quarto. Cabe os quatro. Há duas camas de casal.
Aroldo olhou para trás. Rodrigo assentiu. A mulher não mostrou reação.
- Pode ser. Pago depois?
- Você que sabe. O número do quarto é o cinco. - Ela o entregou a chave do quarto. - Vocês não tem malas?
- Err, não.
- Ótimo. Menos serviço.
Os quatro subiram as escadas. O corredor era escuro e sombrio. Flávio espirrou devido ao mofo. Aroldo parou na frente do quarto e colocou a chave na fechadura. Virou para o lado e não abriu. Ele verificou o número grudado na chave. Quarto Setenta e dois? Meu Deus, pensou.
- A idiota errou a chave. Vou lá pegar a certa. - Aroldo foi em direção as escadas, deixando Ronaldo, a moça e Flavio no corredor. Eles ficaram em silêncio por um bom tempo.
- Qual é seu nome? - Perguntou Ronaldo para a moça, quebrando o silêncio.
- Verônica. - Respondeu, logo abaixando o olhar.
- Hmm. Bonito. - Murmurou Rodrigo. - Verônica era o nome de minha tia. A coitada morreu queimada. O carro capotou e...
- Prontinho! - Chegou Aroldo, sorrindo. Verônica estava com os olhos arregalados. Ele a encarou, e depois sorriu, indo em direção a porta. Dessa vez a chave era a certa. Bom, infelizmente.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.