História Coxinhas canibais - Dia 2, 7:56 da manhã, sexta-feira

  Aroldo acordou com as lambidas do seu gato, George, e o ronco do seu amigo, também chamado George.

(N/A: O gato se chama "George" pois o amigo de Aroldo é gordinho, assim como o gato)

  Havia sonhado com aquele muleque de ontem. No sonho, ele estava vendendo mais do que o normal suas coxinhas de frango, mais derrepente, aquele infeliz apareceu espalhando que suas coxinhas eram feitas de carne de castor. Todos que a compraram se revoltaram e começaram a jogar terra em Aroldo até ele morrer asfixiado com a terra na garganta.
    Será que deveria mesmo passar naquele bairro? Ele talvez podia se vingar comprando carne de galinha, castor e de vaca, assim, convencia  aquele menino que de era um bom vendedor de coxinhas.

  - GEORGE! GEORGE! ACORDA! - Gritou Aroldo, jogando o travesseiro na cara do amigo.

  - O que? - Disse, com a voz sonolenta

  - O Raul ainda tem o açougue?

  - Tem, por que?

  - Não importa, vou pegar seu fusca emprestado, já volto! - Disse Aroldo, levantando rapidamente, indo direto ao banheiro.

***

- Aroldo! Quanto tempo! - Falou Raul, soltando um pedaço de carne no balcão.

- Realmente, Raul. - Aroldo abriu um sorriso solidário.

- Afinal, o que veio fazer aqui?

- Vim buscar carne de castor!

   Raul arregalou os olhos e puxou Aroldo pela blusa correndo, o guiando em direção a um corredor.

- O que é isso Raul! Tá maluco? Já falei que você não faz o meu tipo e...

- Cala a boca Aroldo! - Aquilo saiu mais como um sussurro. Ele o levou para uma sala. Na sala havia dois sofás, uma máquina de café e várias estantes de livros. Raul soltou Aroldo, que foi diretamente para a máquina de café.

  - Você sabe a gravidade do problema, Aroldo? Você tem noção do que falou?

- Que eu queria carne de castor? Não vejo problemas.

- Essas coxinhas estão te deixando louco! Você não assiste jornal?

  - Para que vou assistir jornal se todos os dias estou fora de casa? - Disse Alfredo, assoprando o café na xícara.

  - PORQUE O GOVERNO PROIBIU A VENDA DE CARNE DE CASTOR, BOVINO E SUINO - Berrou Raul, já irritado.

   Alfredo tomava seu café, ainda olhando para ele.

  - Isso é mentira. Não vejo problema algum em vender carne de castor, bovina e suína.

  Raul respirou fundo.

- Vou te contar uma história, talvez assim você mude de ideia.

Continua