História Crawling back to you... - IV

                               Kim 
Como pode num segundo nossas vidas são livres como pássaro e em outro pode ser tomado a força nos aprisionando e nos trancar até o ultimo suspiro. Aconteceu muito rápido, Kim tentava se livrar do cinto de segurança, a boa notícia é que o airbag foi ativado mas Annie estava inconsciente, pegou a pela mão e gritava de desespero a chamando, e agradecendo por ter participado do acampamento mesmo detestando na adolescência, fraca, com a cabeça a explodir e ainda tonta verificou seu pulso e viu que estava baixo, com esforço abriu a porta e se jogou no chão, com suas últimas forças gritou lutando contra si mesmo antes de apagar.
- Socorro!

Quando acordei senti dores em todo o corpo e em relutância abri os olhos notando que estava num cômodo totalmente branco, por um momento passou pela sua mente que estava no purgatório, o que a fez se lembrar de sua mãe uma católica devota, tentou a doutrinar na sua religião, tinha planos para ela ser freira mas o que o futuro reservou para ela foi muito longe disso, pensou. A primeira coisa que percebeu foi um cheiro de vela, sussurros e soluços, mal conseguia mover se pra saber com quem estava ela, e cheia de agulhas pelo braço ela disse forçando as palavras saírem: - Quem está aí? 
- Santa virgem Maria – reconheceu sua voz no exato momento se aproximou dela com um terço na mão – Minha filha, graças a meu bom Jesus, vou avisar o médico que você acordou – Disse saindo do quarto 
- Cadê a Annie? – Ainda com dificuldades consegui dizer 
- Vamos rezar pra ela ficar bem – Quando ela disse isso comecei a chorar e ela saiu da sala, não demorou muito pra ela voltar com o médico, um senhor de cabelos grisalhos, não passava dos cinquenta anos, olhos negros como a noite, sua seriedade me trazia algum tipo estranho de paz
- Olá, Srta.Lafont, vemos que está se recuperando bem, e pra não perdemos tempo gostaria de informá-la que a perícia havia encontrado um teste de gravidez então realizamos exames e acabou de chegar o resultado – ele disse mostrando um papel e continuou – Você estava grávida de 2 semanas, mas que infelizmente com a batida você perdeu o bebê e sofreu um aborto espontâneo, eu sinto muito.
- O que? Como assim você estava grávida? De quem? – Minha mãe estava boquiaberta, eu já não tinha forças nem para chorar aquele vazio no peito estava me matando, Então quase num sussurro disse:
- Annie.. – Ele arqueou a sobrancelha e disse: - O caso da sua amiga é mais complicado, ela está passando por uma cirurgia agora, mas estamos confiantes que ela vai ficar bem, por sorte ela não perdeu muito sangue, o resgate foi rápido mas ela vai precisar de um tratamento de quimioterapia, vou aplicar uma medicação que pode acabar dando sono – ele disse já preparando a seringa e continuou – Você vai ficar de observação até estar totalmente curada – ela apenas assentiu com a cabeça e o doutor aplicou a medicação junto ao soro, sem demorar muito adormeceu.
                                      Jamie
Ao amanhecer, o sol queimou meus olhos ao tentar abri-los, em menos de duas semanas iria iniciar as gravações de um novo disco que Turner estava compondo, mal havia começado e ele estava já estava de mau humor nos últimos dias, levantou da cama e fez sua higiene matinal, ainda com ressaca teve dificuldade de usar o banheiro já que seu membro estava totalmente ereto, o que era consideravelmente normal em suas condições e se pegou pensando em Kim, seu coração doía só de pensar em ter que abandoná-la, ela se tornou parte de si em tão pouco tempo, ficou imaginando se aquela relação poderia durar mesmo com tantas viagens – Isso é ridículo, isso não poderia dar certo, quando eu voltasse ela já estaria com outro, e quem eu queria enganar, não consigo ficar sozinho – pensou alto falando sozinho olhando no espelho, então se lembrou da noite que era apenas um homem anônimo, que ia levar uma linda garota num encontro, só para vê-la sorrir. Naquele momento decidiu ligar para ela, necessitava ouvir sua voz, saiu do banheiro e foi direto ao seu telefone:
- Olá, você ligou para Kimberly Lafont não posso atender agora, deixe seu recado. - Kim, sou eu, preciso te ver, se tiver em casa me avisa que eu passo aí. 
Depois de ligar e deixar 3 recados resolveu mandar um SMS já que as vezes estaria num lugar que não tem como atender
“Kim, meu anjo onde você está?”
Logo em menos de um minuto seu celular vibrou 
“Mãe dela aqui, quem é? ela sofreu um acidente com a amiga”
Um arrepio me corre pela espinha então digito rapidamente 
"Qual o hospital? Como ela está? Sou Jaime – parou de digitar e pensou no que ela era dele um amigo colorido? Um namorado? Um ficante?– O namorado dela”
Ele vestiu uma camiseta qualquer e vestiu a calça quando vibrou novamente:
“Hospital Sant’louis conhece? Desculpe a demora eu não sou acostumada a mandar mensagens, ela vai ficar bem”
Jamie suspirou aliviado então digitou:
“Estou indo para aí, qual é seu nome?”
Dessa vez não demorou tanto pra responder
"Magdalene"
Peguei o carro e sai em disparada até o hospital e ao chegar lá não pude entrar por não ser um parente familiar dela, a recepcionista me encarou enquanto pedi pra Magdalene descer e autorizar minha subida. Quando a viu realmente parecia com a filha, só que ela tinha traços diferentes da filha, seu cabelo era curto um loiro escuro, seu olhar triste revelava que tinha chorado recentemente, as rugas mostravam como era uma mulher vivida, seus olhos mel lembravam Kim.
- Olá rapaz, queria que nos conhecêssemos em uma situação diferente– Ela disse estendendo sua mão em sinal de um cumprimento
- Eu também, é um prazer conhecê-la pessoalmente, Mas me diga como ela está? – Jamie estava preocupado e ainda segurando sua mão fina 
- Vamos subir, ela acordou e tomou medicação mas ainda pode vê-la. Ela está ferida, está em observação agora – Ela disse pegando um crachá com a recepcionista e indo em direção ao elevador e continuou: - Filho, você sabia que ela estava grávida?
- O que? – Meu rosto congelou fiquei paralisado por um instante e continuei: - Ela não me disse nada, e acho que não ia me dizer
- Ela tinha comprado o teste no dia do acidente mas não teve a chance de saber, só descobriu aqui mas por que ela esconderia? Filhos são uma benção! E Kim não é adolescente, é uma mulher feita– Pude ver que ela sorria, saímos e entramos no quarto dela, vi como ela estava cheia de hematomas, ver aquilo cortou seu coração, olhei para ela e disse:
-Nossa relação é complicada e recente – Ele disse segurando não de Kim 
- Você é casado? – Ela perguntou receosa 
- É claro que não, é que trabalho muito então ia ser difícil de vê-la 
- Posso ver que gosta dela, então não brinque com os sentimentos dela rapaz te digo que não importa qual trabalho você pode ser feliz 
- Eu sei, eu sou músico da banda Arctic Monkeys eu só não quero prendê-la nisso entende?
- Meu filho se vocês se gostam vão encontrar um jeito de isso dar certo
- Obrigado pelo apoio senhora, mudando de assunto, quem é a outra amiga dela? – Disse encarando
- Não a conhecia pessoalmente, mas é amiga de anos dela o nome dela é Annie Sanders – Ela pegou seu terço e começou a rezar novamente
- Não acredito, posso vê-la? Como ela está?Ela é uma amiga nossa querida – pus a mão sobre a cabeça e ela só me respondeu quando terminou de fazer sua reza.
- Ela estava no volante, está muito mais machucada que a minha Kim, ela está na sala de cirurgia, falei com a mãe dela para rezarmos por nossa filha, mas ela é cética, saiu daqui com um uma garrafa de vodca – Ela disse ainda chateada 
- Mãe do ano – olhou sarcasticamente e continuou: - Vou avisar os meninos sobre isso, ela não tem mais ninguém que possa vir vê-la? 
- Na lista de contatos tem uma Tia Allison e o hospital já entrou em contato depois do vexame que a mãe dela fez, ela precisa de um familiar aqui responsável
- Entendo. Se quiser pode ir tomar um banho descansar, eu fico aqui com ela, não saio por nada!
- Obrigada meu filho, não vou demorar, vou na casa da Kim então, pois moro em Caldwell, Texas, eu tive uma longa viagem – Qualquer coisa é só me ligar – Respondi com um sorriso fraco – Ela deu um beijo na testa e foi embora.
Não sei por quanto tempo a fiquei admirando ela até lembrar-se de mandar mensagem para os garotos avisando o que aconteceu, o que não demorou muito pra eles entrar por aquela porta. 
- Como vocês entraram aqui tão facilmente? – Disse sorrindo 
- A recepcionista acreditou que eu era irmão da Annie – Matt disse e continuou – mas só permitiu que ficássemos na sala de espera 
- Você gosta dela Jamie, há quanto tempo está ficando com ela? – Nick aproximou se dela e viu que não tirei minha mão da dela 
- Sim, eu gosto, tem menos de um mês que estamos saindo mas já tínhamos essa química desde aquele festival – Jaime alisou minha mão e continuou – Onde está o Alex?
- Não conseguimos falar com ele – Matt parecia preocupado – Vou ligar para Miles quem sabe esteja com ele 
- Okay, faça isso avise a ele que eu não vou sair daqui pra show algum até Kim melhorar – Disse alisando suas mãos no local dos hematomas
- Você sabe que só tem duas semanas hm? – Nick parecia cauteloso com as palavras e Matt aproveitou e saiu para ligar.
Horas depois Nick estava quase cochilando na cadeira quando Alex apareceu no quarto sua feição era tão triste quanto a dele, essas garotas faziam parte já da nossa família e só se tinha dado conta agora.
- E ai cara.. – Jaime cumprimentou Alex com um abraço – Como a Annie está?
- A cirurgia terminou tem pouco tempo, a tia e o primo dela chegou agora, pelo o que se parece ocorreu como planejado, movi ela do serviço público e vão cuidar dela devidamente – Alex sentou se ao meu lado
- Ninguém te reconheceu aqui? – Nick parecia aflito 
- Entrei por uma entrada de funcionários e pedi sigilo, estou pagando bem - sorriu e perguntou - e como está nossa magrela? – Ele disse ainda deprimido 
- Ela vai ficar bem, a qualquer momento ela acorda – Eu disse confiante
- Tenho certeza disso, são garotas fortes, duras na queda – Matt falou e todos se calaram, Alex quebro aquele silencio matador.
- Terminei com a Arielle – Turner disse jogando sua aliança de namoro no lixo 
- É foda cara, uma pena que não deu certo – Nick deu um tapinha no ombro dele 
- Pra mim é um alivio na verdade, menos um peso morto na minha vida – Ele disse indo em direção à porta e continuou: - Vou ali fumar 
Já era noite quando Kim acordou gemendo de dor, murmurei que ia ficar tudo bem e ela abriu os olhos cheio de lágrimas dizendo quase num sussurro:
- Você veio me ver – Seu olhar brilhava perto do meu, mas ela sua feição no mesmo instante mudou 
- Como eu não viria meu anjo? – Falei acariciando seus cabelo
- E..eu..preciso..te..falar... – A interrompi e disse: - Sua mãe ja falou comigo, ela vai ser uma boa sogra – Disse e ela sorriu então continuei: - Não foi culpa sua baby, mas por que não me contou se ja estava desconfiada?
- Eu..tive medo, e eu o perdi– Suas lágrimas desciam e eu as secava com a mão 
- Vamos passar por isso juntos, jamais quero que você me esconda as coisas, ainda mais o fruto de nosso amor – Era incapaz não sorrir então continuei: - hoje ouvi um conselho de uma pessoa muito sábia, ela disse que se nós nos gostamos vamos dar um jeito de isso dar certo – Ela sorriu e concordou. 
Logo a enfermeira aparece com uma bandeja para Kim se alimentar e disse: 
- Só uma pessoa pode ficar no quarto enquanto alimento ela – Ao dizer isso Nick e Matt saem da sala e foram descansar no apartamento.