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História Crazy - Torpor


Escrita por: nyanya

Notas do Autor


Quase cumprindo uma promessa, (olha tentei, mas reviravoltas acontecem, hueheuhe).
Desculpe qualquer erro, foi razoavelmente (pra não dizer mais ou menos) corrigido.
Vamos ver se vai né.
Não prometo data para o próximo cap.
Beijos de luz.

Capítulo 19 - Torpor


 

Olhava fixadamente para o papel em minhas mãos. 

Conseguia ouvir ruídos ao meu redor e a chuva batendo na grande janela atrás de mim.

Tantas coisas passavam pela minha cabeça, tantas emoções...

Eu podia sentir-lo.

Sentir-lo cada vez mais próximo.

Como se tocasse a pele cheia de cicatrizes.

Como se o cheiro amaderado impregnasse no ar ao meu redor. 

-Garoto...?

Retornei de um pulo. Notei que as minhas mão chagualhavam, todo meu corpo parecia em colapso. Em abstinencia.

-Ah, me desculpe...É só que...

Ouvi um riso curto e anasalado.

-Tenho certeza que ele ficaria tão mexido quanto você, garoto...

E me toquei que eu precisava ligar pra ele e precisava agora. Tateei todo o meu corpo, procurando pelos bolsos do meu casaco.

-Vai com calma...-riu novamente.

O telefone celular estava num bolso discreto, por dentro. Apertei o botão de desbloqueio, mas a tela não acendia.Sem bateria.

-Mas o que...?- me exaltei.

Porra universo.

Virei meu rosto buscando por mais um milagre.

-Nem olhe pra mim, sou muito bruto pra essas tecnologias atuais.

-Quem no mundo não tem um telefone?

Só percebi que tinha pensado alto quando o olhar atravessado daquele homem me encontrou.

-Muito sensato falar isso pra o cara que 'tá te ajudando;

-Maus...-me desculpei meio acanhado.

Olhei pro número mais uma vez. Não ia desistir.

Me virei para o barman.

-Tem algum telefone por aqui?

-A gente tinha um ali ...- apontou pra uma cabine no fundo- mas teve uma briga na semana passada. Acabaram arrancando ele.

Merda!

-Qualé! Tem que ter um jeito.

-Eu te emprestaria o meu -Seguiu o barman -se não estivesse sem sinal. Essa chuva conseguiu deixar todo mundo preso e incomunicável.

Bufei.

-Parece que você vai ter que esperar mais um pouco, Paker.

-Não é possível, logo quando estou tão perto...

Meus olhos coçavam, eu pressentia que a qualquer momento eu iria desatar em lágrimas. Vamos, Peter, você precisa ser forte. Por ele...

-Parece que o mundo esta sorrindo pra você, garoto.

-Mas o que...? Ah, a chuva, tá parando!

Não conseguia conter a minha alegria e sorri bobamente.

-Acho melhor você ir pra casa...melhor se preparar pra o que vai vir...-Logan acendeu mais um charuto.

-Acho que tem razão. Obrigado por tudo!

Lhe dei um aperto de  mão desajeitado e corri para fora do bar. As ruas estavam desertas e cheias de poças de água. A tempestade tinha ido e eu corria para casa.

Mas enquanto olhava para os dois lados no cruzamento, um carro negro e luxuoso parou ao meu lado. Era Harry.

-Peter? Por que você sumiu daquele jeito?...- olhou para a minha cara assustada- Esta tudo bem? Quer uma carona?

Ele ter aparecido poderia ser um mal sinal. Eu estava ali, ofegante, desesperado para chegar em casa e falar com o mercenário. E o que seria de Harry? Nós tínhamos algum tipo de relação até aquele ponto.Eu não poderia largar as coisas pro alto depois de tudo  o que aconteceu.

-Ah...-cocei a nuca meio envergonhado e, principalmente, encurralado em toda aquela situação.

-Estava indo pra casa?

-S-sim...

-Vamos te dou uma carona. - fez menção de abrir a porta traseira.

-N-não faz falta...-balancei as mãos em sinal de negação.- Prefiro ir andando, sabe como é..., aproveitar essa noite.- ri anasalado ao final.

Harry me olhava incrédulo.

-Nesse frio? E nessa hora? Peter é muito perigoso!

-Ah, eu não me importo muito, acho que um pouco de ar fresco vai me fazer melhor!- Não muito esperto, mas uma desculpa razoável.

-Então eu vou com você..- Abriu a porta e saiu, antes que eu pudesse protestar.- Pra te fazer companhia.

-H-harry...

Suspirei. Não deu dessa vez.

Ele avisou ao motorista e se virou para mim.

-Vamos.- colocou as mãos nos bolsos e sorriu.

Começamos a caminhar e minha cabeça dava voltas. 

Como eu sairia dessa.

A única coisa fixa em minha mente era a imagem de Wade. Sua voz ressoando.

Em todo o trajeto consegui responder algumas coisas, forcei alguns sorrisos. Eu definitivamente sentiria falta daquela situação, de Harry, ou do amor de Harry. Mas toda aquela dor, todo aquele vazio, não passaria se eu não tivesse o mercenário ali, e todo o tempo que passava eu estava mais certo disso.

O toque não era o mesmo, a voz não era a mesma, o jeito psicótico, por mais que ambos fossem psicopatas, em seus correspondentes níveis, não conseguiam se assemelhar. Wade era diferente.

-Pronto. Lar, doce lar.- sorriu Harry.

Abri a porta, um pouco tremulo. Dei espaço para Osborn passar, mas ele acenou com a cabeça.

-Hoje não.

-Por que?- sussurrei.

Ele não disse nada, sorriu mas uma vez. Seus olhos pareciam tristes, era como se ele soubesse de algo, e isso estivesse o matando por dentro.

Meio receoso toquei seu rosto, ele permitiu que eu o tocasse. Beijou a palma da minha mão.

-Boa noite, Peter.

E se foi.

Novamente aquela dor. Outra parte de mim estava partindo, bem ali, diante dos meus olhos.

-Boa noite...-sussurrei pra rua vazia.

Entrei.

Nenhum sinal de Tia May. 

Silêncio.

3 A.M.

Sentia meus pés formigarem.

Subi as escadas lentamente.

Meu estômago revirava.

Girei a maçaneta da porta e entrei em meu quarto.

Minhas mãos faziam todos os movimentos em automático.

Tirei o casaco.

Minha cabeça parecia leve e um torpor tomava meus sentidos.

Peguei o telefone e o pedaço de papel.

-Agora...é a hora.

Digitei os números tremendo. Meu corpo todo parecia queimar.

Chamou.

Inspirava, expirava, inspirava, expirava...

-Alô...?- minha voz era tremula e falha.

A resposta demorou.

-Logan? Que que houve? Você nunca me ligou antes!- a voz soava choramingona.- Sabia que você ia me ligar em algum momento, no meu super-numero-secreto.Vai TEAM CANADA!

-Wade?

Tampei minha boca. 

As lágrimas rompiam sem controle.

-Ei...Quem é?- parecia temeroso.

-WADE!- soltei um grito abafado.

Meus sentidos falharam.

Apaguei.
 



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