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História Crazy For You - Pra onde foram as coisas boas?


Escrita por: oitnb83

Notas do Autor


Boa noite amores
O capítulo tá um pouquinho tenso. espero que vocês gostem.
Boa leitura

Capítulo 7 - Pra onde foram as coisas boas?


 

Where Does The Good Go?

Look me in the heart and un break broken, it won't happen

It's love that leaves and breaks the seal of always thinking you'd be

Real, happy and healthy, strong and calm, where does the good go

Where does the good go

Where do you go when you're in love and the world knows

How do you live so happily while I am sad and broken down

What do you say it's up for grabs now that you're on your way down

Where does the good go, where does the good go.

                                                                                            Tegan and Sara.

 

O outono deu lugar as baixas temperaturas e aos ventos gelados do inverno, diferente do coração de Taylor  que depois daquele beijo estremeceu e aquele gelo que o cobria começou a esvair dando lugar ao medo do que poderia vir a acontecer. Até então Laura não a azucrinara por causa do beijo, mas os olhares a desarmava e a fazia voltar naquela "fatídica" noite, àquela sensação que sentira que tomou conta de todo o seu ser que a impediu de sair correndo dali, como aquele beijo tinha sido perfeito que teve vontade de ter aquela mulher em seus braços e beijá-la até não aguentar mais, de como o perfume dela exalava e preenchia suas narinas a levando em lugares que ela não gostaria de voltar. A odiava tanto que seu estômago embrulhou por ter tido tal sensação.

- Camilla preciso que você reserve três passagens de ida e volta pra Orlando, um hotel que seja próximo ao Shopping The Mall at Millenia por favor.

- Pra quando e quantos dias?

- Vamos na próxima quinta e voltamos na segunda, tenta conseguir o voo na parte da manhã, tanto na ida quanto na volta.

- Farei isso agora pra não ficar em cima da hora, e quem vai junto com você e Teresa?

- Taylor. - disse sem rodeios. Estarei na minha sala qualquer coisa só chamar.

- Seu desejo é uma ordem - rindo.

- Palhaça - sorriu e seguiu pra sua sala.

Teresa foi à encarregada de avisar Taylor sobre a viagem, Laura andava ocupada revendo alguns contratos, rescindindo alguns, renovando outros. Depois da viagem a New York estava se sentindo mais disposta. Desde que voltara de New Jersey decidiu não se deixar a abater, não queria ficar derramando suas lágrimas em vão, mesmo que muitas vezes no silencio da noite em seu quarto deitada na solidão de sua cama estas insistiam em molhar seu rosto, mas era só pensar no beijo que seu coração acalmava, apesar de ter sido curto, teve sentimentos e não foi superficial como pensou que seria, não de sua parte, mas da parte de Taylor que acabou a surpreendendo retribuindo, ao fechar os olhos ainda podia sentir o gosto do beijo dançando no interior de sua boca, como queria sentir mais daquilo, experimentar aquela sensação novamente, mesmo não estando completamente encostada ao corpo de Taylor sentiu o calor e o arrepio do seu corpo e pela primeira vez desde que se reencontraram, por um segundo Laura viu ternura nos olhos azuis,

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Quinta Feira

A viagem até Orlando foi tranquila, dormiram uma boa parte. Resolveram alugar um carro ali mesmo no aeroporto por ser mais confortável e não ter que ficar dependendo de taxi o tempo todo. O caminho do aeroporto até o hotel durou mais o menos uma hora, usaram um GPS e mapas como auxilio pra não ficarem perdidas.

O hotel não era um 5 estrelas, mas era luxuoso, um prédio na horizontal pintando em azul claro e bege dava a impressão que fora coberto por um enorme tecido xadrez, já na entrada se via 3 enormes piscinas que não seriam usadas  pelo menos não naquela ocasião, estava muito frio, em volta das piscinas um jardim enorme e palmeiras espalhadas por todo lado. Foram recebidas por um simpatico funcionario que as acompanharam até o saguão, Laura se encarregou de fazer o check in enquanto Teresa e Taylor a aguardavam sentadas confortavelmente em uma das muitas poltronas que haviam espalhadas ali. Depois do check in pronto, o mesmo funcionário magro, alto de olhos castanhos sorridentes assim como seus lábios que sustentavam um belo sorriso, aquele uniforme de cor azul marinho o deixará ainda mais simpático, seguiram até o elevador e foram até o decimo andar, que era o ultimo do hotel. Taylor até então achava que teriam quartos separados, mas foi surpreendida por Laura dizendo que era ali que iriam ficar quando chegou à porta do quarto, o coração de Taylor acelerou, não suportaria dividir o mesmo quarto com Laura por tantos dias, na sua cabeça aqueles quatro dias seria uma eternidade, seu estômago embrulhou quando a porta do quarto se abriu e se deparou com apenas uma cama gigante e pensou como seria aquilo. O funcionário despediu-se delas desejando uma boa estadia.

- Taylor iriamos pegar um quarto separado pra você, mas só tinha esse quarto, eu e Laura vamos dividir essa cama e você fica com o outro quarto. O banheiro terá que ser dividido, espero que não se importe. – Explicou Teresa

- Não me importo. - Taylor respirou um pouco aliviada e puxou sua mala para o outro cômodo que estava bem ali na sua frente e que seu nervosismo não a deixou ver.

Taylor ao se instalar devidamente, ligou pra sua Carrie avisando que tinha chegado bem e a conversa se estendeu por quase uma hora, Ben não teve a mesma sorte, se não fosse ele a ligar perguntando se chegara bem, Laura não tinha o feito. 

Naquela mesma noite iriam participar de um Workshop de moda, Teresa ia dar palestra ao lado de outros nomes da moda sobre empreendedorismo, identidade de marca e finanças. Laura ao lado de Taylor participariam da mesa-redonda debatendo sobre Postura & Etiqueta. Taylor tinha lá sua fama, não era grande como a de Laura, mas tinha por seus inúmeros comerciais pra TV, fora seus outros trabalhos. A noite foi produtiva, mas ambas estavam super cansadas, não tiveram tempo para descansar direito durante a tarde, a hora do jantar no hotel já tinha passado e decidiram não pedir serviço de quarto temeram a demora e jantaram por ali mesmo. De volta ao hotel, Taylor foi à primeira tomar banho, já saiu do banheiro devidamente vestida deu boa noite e seguiu direto ao seu quarto. A próxima foi Teresa e por ultimo Laura.

- Lor tem muito tempo que não falamos da vida, queria te perguntar uma coisa, posso?

- Se não for de namoro, e o que ta acontecendo comigo pode, - respondeu virando na cama ficando de frente pra Teresa.

- É mais o menos isso- Sorriu apertando os dentes.

- Pergunta, antes que eu desista.

- Primeiro você ficou triste, mesmo falando que não estava agora anda agitada. O que está acontecendo?

- Tanta coisa, a tristeza passou. - deslizou o dedo indicador pela bochecha de Teresa.- Agora estou bem, não se preocupe. 

- Nós como amigas nos preocupamos, temos medo de você ter aquelas crises. - Suspirou lembrando-se do passado. - Você e essa parte da sua vida impenetrável, algumas vezes quando você estava no pior do seu dia, Jodi e eu sempre tínhamos a esperança que você falaria, você nos encarava como se fosse soltar tudo, mas continuava calada.

- É coisa minha sabe - seu semblante entristeceu -não é que não confio em vocês, mas falar dói e dói muito... - os olhos marejaram, mas o choro foi engolido, não se permitiria.

- Desculpa, não queria te deixar triste. Vamos falar de coisas alegres. - inclinou-se um pouco beijando a bochecha da amiga. - Laura tentou um sorriso alegre, mas foi em vão. - Me fala sobre o Ben, isso eu sei que você pode falar.

- Ben, Ben, Ben o que você quer saber?

- Tudo- sorrindo

- Ok, hum- levou a mão no lábio inferior e o pressionou entre o indicado e o polegar, soltando-o em seguida. - Sinceramente não sei o que falar, ele é uma boa pessoa...

- Conheço esse discurso - interrompendo a amiga- ele é boa pessoa, ótimo companheiro, me satisfaz sexualmente, mas falta alguma coisa.

- Nem é assim - riu alto 

- Te conheço, com todos os outros foi assim.

- Nem esperou eu terminar de falar.

- Fala

- Nos damos bem, ele poderia até ser meu namorado ou algo mais, mas...

- Mas, você não se permite, parece que tem medo de relacionamento serio de verdade.

- Não é bem medo, se eu falar que por mais que eu tente me ligar à pessoa eu não consigo você acreditaria?

- Eu não só acredito como tenho certeza que voltaríamos ao primeiro assunto, estou certa?

- Completamente. 

- É amiga, queria poder te ajudar nessa parte… suspirou.

- Melhor dormimos já é tarde. Boa noite.

- Boa noite. 

 

Sexta Feira

 Foi de workshop à tarde e desfile a noite. Teresa não compareceu ao desfile foi acometida de uma forte dor de cabeça, preferiu ficar no hotel descansando. Laura e Taylor não perderiam jamais um desfile da Gucci uma das marcas preferida delas, Laura interessada nos acessórios e Taylor nas roupas. Foram juntas, mas Taylor preferiu não ter a companhia de Laura durante o desfile, e combinaram um lugar pra se encontrarem no final. Laura encantou-se com as bolsas e os chapéus, Taylor com os casacos, encontraram-se no local indicado.

- Quer ir comer alguma coisa? - Laura perguntou educadamente e sem intenções.

- Se não for incomodo. - exclamou. - Seus lábios não sorriram, mas seus olhos sim.

- Vamos extravasar ou ficar na saladinha? - as palavras saíram tão naturais, que Taylor se sentiu mais a vontade e se deu ao luxo de sorrir mostrando os dentes brancos e alinhados, aquele sorriso que fez Laura se apaixonar e que a fazia derreter cada vez que ele lhe era dado.

- Extravasar. 

Foram a um fast food, pediram sanduíche e batata frita. - Quanto tempo não me entrego a essas gordices - Taylor disse levando uma batata a boca.

- Nem lembro quando foi a ultima vez- mordeu o sanduíche - é quase um orgasmo o sabor dessa bomba calórica- falou de boca cheia. - Taylor riu da comparação e achou aquilo exagerado da parte de Laura. - Experimenta e diz se é exagero. - Taylor pegou seu sanduíche e ao morder revirou os olhos. - Você tem razão é quase um orgasmo. 

Terminaram de comer em silêncio e assim ficaram até chegar ao hotel.

- Viu como não é difícil?

- O que? - Taylor franziu a testa.

- Ter a minha companhia. - Abriu a porta e deu espaço pra Taylor entrar

- É difícil, você não sabe como, mas obrigada pela noite você foi muito agradavel - adentrando pelo quarto, olhou pra trás e deu boa noite pra Laura num tom baixo de voz, não queria acordar Teresa. 

- Boa noite - fechou a porta com cuidado, tirou toda a roupa ficando apenas de calcinha, apagou a luz e se enfiou de baixo do edredom ao lado de Teresa. Pensou em Taylor, no seu sorriso, no seu cheiro, na sua beleza, naquela armadura que ela vestia quase o tempo inteiro, suspirou ao lembrar-se daquela menina meiga que a conquistou com apenas um olhar, que a fez se apaixonar e que lhe ensinou amar. SAUDADES foi a única coisa que sentiu. 

 

Taylor por sua vez sentiu raiva, RAIVA da beleza e do perfume de Laura, RAIVA da mulher incrível que ela era e continuava a ser, RAIVA do que estava acontecendo em seu coração, esmurrou o travesseiro algumas vezes e se condenou por cogitar em ter algum outro sentimento por Laura a não ser o rancor.

 

Sábado 

 Esse prometia, Taylor seria um dos destaques do dia, Teresa ia apresentar sua coleção de inverno, estavam todas ansiosas o desfile aconteceria do final da tarde. Teresa levantou cedo e foi dar uma caminhada, Laura até a acompanharia, mas a preguiça falou mais alto preferiu curtir a cama mais um pouquinho, levantou-se e como de costume foi tomar seu banho matinal, tirou a calcinha ali mesmo no quarto, prendeu o cabelo em um coque, entrou no banheiro escovou os dentes, abriu o chuveiro entrou deixando a pressão sobre seus ombros aquilo era tão bom e tão relaxante, fechou os olhos e deixou que a água caísse em seu rosto por alguns segundo até lhe faltar o ar, respirou fundo até que o pulmão fosse preenchido, enquanto o sabonete passeava pelo seu corpo cantarolava Now I've got you in my space I won't let go of you (Latch - kodaline). Terminou o banho enrolou-se na toalha e foi pro quarto, raramente se secava completamente dentro do banheiro, desenrolou e começou secar as partes que ainda estavam molhadas. -MALDITA SEJA - Taylor esbravejou ao sair do quarto - Laura deu um pulo com o susto deixando a toalha cair no chão. - Você e essa sua mania - sua voz saiu rígida, seus olhos tinha uma mistura de fúria e desejo. - Laura sorriu arqueando as sobrancelhas - Você ainda lembra?

- NÃO Laura eu não lembro, você pode, por favor, se cobrir? - Cruzou os braços sobre os seios e olhou para o lado - Filha da puta - chingou em pensamentos.

- Não gosta do que vê? - enrolando a toalha em volta do seu corpo.

- Pronto?- Sem responder a pergunta da morena.

- Pronto senhorita certinha, já pode se virar. 

- Vai à merda Laura - passando por ela a empurrou indo em direção ao banheiro.

- O mau humor continua o mesmo - jogou a toalha na cama vestiu uma calça confortável e moletom, se jogou na cama ligou para o serviço de quarto e fez pedidos pra ela e pra Taylor. Ligou a TV e ficou de canal em canal procurando algo que prestasse. No banheiro a imagem do corpo nu de Laura não saia da sua cabeça, pensou em Carrie e no quanto gostava de estar com ela, pensou no desfile que aconteceria mais tarde, mas foi em vão, lembrou-se da primeira vez que o viu e o desejou e da vontade que teve de tocá-lo imediatamente, sentiu-se angustiada por não conseguir afastar aqueles pensamentos, que iam contra seus sentimentos. Terminou o banho enrolou-se na toalha e seguiu pro quarto sem olhar para o lado. 

Batidas na porta tiram Laura do transe em que se encontrava perdida em seus pensamentos, levantou em um pulo e atendeu a porta, era o serviço de quarto, deu uma bela gorjeta ao funcionário e agradeceu pegando a bandeja.

- Ei Taylor, desculpe-me a intromissão, eu pedi o desjejum já que passou a hora do café, se você quiser. - falou alto para que ela escutasse.

Taylor pensou em dispensar, mas seu estômago roncou, levantou-se da cama e foi até Laura, - Obrigada por isso, mas eu mesma poderia ter pedido.

- Não sei se ainda é o seu preferido, mas aceite como um pedido de desculpas. 

- Suco de Laranja e waffles com geleia de morango, não é mais o meu preferido e não sou mais uma adolescente- acabou sendo ríspida ao mentir. Não podia concordar que ainda era o melhor café da manhã, não queria dar esse gostinho a Laura de que ela ainda a conhecia queria mostrar-se diferente, não que ela não tinha mudado, mas não era mais aquela adolescente apaixonada que vivia a mercê de sonhos, agora era mulher feita e sabia muito bem o que queria, ou achava que sabia, mas a sua essência ainda era mesma, e era isso que ela queria esconder de Laura. - E se for possível prefiro não ter sua companhia.

- Calma, não pedi sua companhia, apenas quis ser gentil, pode pegar a bandeja e ir pro seu quarto, não vou morrer por causa disso- a expressão de serenidade não deixou o rosto de Laura nem por um instante, pegou seu café preto e suas panquecas- Bom apetite.

- Obrigada- pegou a bandeja e seguiu pro quarto.

Teresa chegou Laura tinha acabado de tomar seu café- Demorou- limpando a boca.

- Sentei em uma espreguiçadeira e cochilei- riu

- E eu aqui pensando varias coisas que poderia ter acontecido.

- Estou ótima e super animada pra daqui a pouco, Taylor ainda ta dormindo?- tirando os tênis.

- Acordou virada no jiraya, está no quarto. - zombou

Teresa riu da expressão que a amiga usou- estranhas- indo em direção ao banheiro.

Mais tarde daquele dia chegaram com 2 horas de antecedência ao The Mall at Millenia. Teresa tinha que organizar tudo e receber as modelos que acabara de chegar para o evento, Taylor seria o destaque, abriria e fecharia o desfile. Desfilar havia novamente virado habito em sua vida desde que começou a trabalhar pra agência de Laura, já não encarava como um peso era bom sentir aquela sensação novamente, atravessar a passarela a fazia sentir livre, era onde ela esquecia de tudo e de todos até da raiva que sentia de Laura, ficava neutra, poderia até dizer que aquele era o seu lugar feliz.

 Laura estava ao lado de Teresa quando Taylor apareceu numa calça preta justa e blusa de renda preta de botões com uma certa transparência os seios foram cobertos por bolsos que compunham a peça, nos pés scarpin vermelho salto 15,  o cabelo foi preso preso pra trás em um coque tipo banana e um topete na frente, a maquiagem realçava seu olhos e na boca apenas brilho, e o sorriso completava o look.

- Maravilhosa- Teresa aplaudiu com um largo sorriso no rosto, virou-se para a amiga- O que acha?

- Linda como sempre - sua voz saiu baixa como se estivesse sendo sufocada de tão pasmada.

- Vai ser um sucesso- Admirando as outras modelos Teresa vibrou.

Laura deixou à amiga e tomou seu lugar na plateia, Taylor atravessou a passarela não uma vez, mas duas vezes tão imponente, seu sorriso esbanjava sensualidade, diferente daquela garota que carregava consigo a insegurança e o medo de falhar.

O desfile como Teresa previu foi um sucesso, e pra comemorar resolveram ir pra um nightclube curtir musica ao vivo, dançar e beber. Pagaram pela área vip, de cara pegaram uma garrafa de vodka e energéticos, depois vieram drinks e mais drinks, beberam como se mundo não houvesse o amanhã, a banda começou a tocar, era bem eclética, musicas pra todos os gostos, Taylor foi pra pista começou a dançar Till The World Ends (Britney Spears). Laura passou o polegar pelo lábio jurou que tinha babado literalmente logo após ter dado um gole em sua bebida, Taylor dançava lindamente se não fosse modelo poderia ser uma ótima dançarina, seu quadril se mexia com tanta naturalidade como se fosse à coisa mais fácil do mundo pra se fazer. Teresa percebeu como a amiga olhava a modelo. - Ela é sensual- Teresa disse cutucando a amiga para lhe chamar atenção.

- O que você disse?- olhando pra Teresa.

- Disse que ela é sensual, concorda?

- Ela é mais que sensual- voltando os olhos pra pista de dança. Deu um gole no seu drink sex on the beach.

- Ei fecha a boca, daqui to vendo a baba pingar- caçoou.

- Engraçadinha

- Agora é serio qual o problema entre vocês?

- Que eu saiba nenhum.

- Eu e as meninas já percebemos varias vezes o quanto ela te evita, o que aconteceu na sua sala?

- Nada, como dizem por ai o santo dela não deve ter batido com o meu, nunca fiz nada de ruim pra ela, sempre a trato bem faço de tudo para me aproximar e ela me repele, eu não tenho culpa- desabafou.

- Você olha diferente pra ela, eu poderia até dizer que você está apaixonada.

- Vira essa boca pra lá- mentiu só Deus sabia o quanto estava perdidamente apaixonada por aquela mulher, e esconder tal sentimento estava ficando cada vez mais difícil. - Eu tenho o Ben, e estamos feliz juntos.

- Não disse nada- virando o resto da vodka

- Vou ao banheiro você vem?                         

- Ainda não, gosto dessa música, e não estou a fim de curti-la dentro do banheiro.                      

A música da vez era keeps gettin better - (Christina Aguilera) Teresa se mexia ao ritimo da música, Laura levantou e foi sem a amiga, o banheiro até que estava vazio pra aquela altura da noite. Taylor terminava de tirar os grampos do cabelo, não tinha motivo deles continuarem ali já que seu cabelo estava praticamente todo solto, quando a porta do reservado se abriu e a imagem de Laura refletiu no espelho, ela ficou mortificada, queria sair o mais rápido dali antes que o olhar de Laura a alcançasse, mas suas pernas não obedeciam e um piscar de olhos lá estava ela segurando sua cintura com as duas mãos.                     

- Você ainda me deixa louca - sussurrando ao pé do ouvido de Taylor. 

Um frio subiu pela sua espinha, os pelos do corpo eriçaram-se, no instante que ar o quente que saíra da boca de Laura tocou-lhe o pescoço.  

No lugar de palavras um longo suspiro foi dado ao mesmo instante que os lábios da morena beijaram seu pescoço descendo até os ombros. Sem soltar totalmente a cintura Laura se colocou na frente de Taylor, o cabelo bagunçado cobria metade do seu rosto, Laura o tirou gentilmente colocando-o atrás da orelha. Taylor continuava imovél, como se toda a força do seu corpo tivesse sido sugada, apenas seus olhos se mexiam, e mais uma vez os lábios de Laura foi de encontro aos de Taylor e sem demora sua língua brincava carinhosamente com a língua da loira. Ela não entendia ou fingia não entender o motivo de se deixar levar e se entregar as garras da morena, sentia raiva de si mesma por se permitir, por não conseguir controlar seu corpo e a empurrá-la pra longe. Sentiu as mãos de Laura a puxar pra mais perto o beijo intensificou-se, o coração delas batiam descompassados a respiração se misturava a batida forte da musica cada vez que a porta do banheiro se abria Laura não se importava se alguém a reconheceria se tinha plateia ou não, ela só queria aproveitar o momento, pois não sabia quando teria outro. Laura terminou o beijo sorrindo. 

- Acha certo chegar e sair me beijando? - sua voz saiu falha, os olhos carregavam uma mistura de fúria e algo que Laura naquele momento não conseguiu decifrar, deixando-a receosa.

- Como da outra vez eu não te forcei, não tenho culpa se sou irresistível- gabou-se.

- Idiota - saiu do banheiro pisando duro.

Laura saiu logo em seguida, chegando onde estavam Taylor não estava- ela não apareceu?- perguntou à amiga. 

- Chegou aqui bufando, perguntei o que era, disse que não era nada e foi para o bar. - deu de ombros.

- Vai entender. Que isso que você ta bebendo?- olhando o copo que Teresa sustentava na mão.

- Lilith, algo com vodka e chá gelado.

- Posso? - sorriu. - Teresa passou o copo pra Laura - É bem gostoso.

- Tudo que leva vodka é gostoso - retrucou tomando o liquido do copo num gole só.

- Epa, isso não é água - repreendeu a amiga.

- Não era, mas parecia, eu estava com sede.

- Sede o que mata é água e não cachaça- riu

No Bar Taylor virou 5 doses de tequila de uma só vez, queria anestesiar-se, esquecer, e tirar o gosto daquele beijo . - Vou em... embora - sua língua enrolou. 

- Vamos todas, já bebemos e nos divertimos bastante- Disse Laura levantando-se.

Laura saiu andando na frente e Teresa um pouco atrás guiando Taylor, não demorou muito o uber que acionaram pelo aplicativo chegou, Taylor ia das lágrimas ao riso e vice versa, Laura acabou se culpando por ela ter bebido mais do que devia. Laura ajudou Teresa a sustentar Taylor da entrada do hotel até o quarto, e a levaram direto para o banheiro para lhe dar um banho gelado, enquanto Teresa a ajudava no banho, Laura procurou por um pijama ou algo confortável, depois do banho tomado ajudou a vesti-la, ao ver o corpo nu de sua amada não sentiu desejo ou algo parecido, teve apenas vontade de deitar ao seu lado e cuidar.

Domingo

Laura levantou tarde, caminhou até a porta do quarto de Taylor, escondeu-se atrás parede colocando apenas a cabeça pra dentro, a loira dormia feito um anjo. E como de costume tomou seu banho, não poderia chamar de matinal porque já passava do meio dia, não demorou muito, vestiu uma roupa confortável e acionou o serviço de quarto, pediu apenas café.  Abriu um pouco a janela acendeu um cigarro e fumou sem pressa, admirando as pessoas andarem pelo jardim do hotel e algumas crianças correndo de um lado para o outro, seu cigarro chegava ao fim quando fora interrompida por uma voz baixa e preguiçosa- Bom dia- levou a mão no cabelo puxando-o de leve. No mesmo instante Laura apagou o cigarro no copo de isopor que antes estivera o seu café. - Boa tarde - Sorriu fechando a janela. - Está se sentindo bem?

- Talvez ressaca, e uma sede do caralho - Foi até o frigobar e pegou uma garrafa de água

- Imagino você não conseguia parar de pé por 1 minuto- caminhou até a cama e sentou-se.

- A culpa disso tudo foi sua- terminando de tomar a água.

- Minha? - Espantando-se.

- Não se faça de desentendida, você me beijou disso me lembro muito bem, e eu bebi pra tirar o seu gosto, sei que não troquei de roupa sozinha eu sei que estava muito ruim pra isso, você deve ter adorado me ver  nua, talvez até se aproveitou de mim. - as palavras saíram cuspidas de sua boca.

Laura deu um pulo da cama- nunca mais ouse a falar isso- apontando o dedo na cara da Loira.

- Preciso falar com Teresa, onde ela está? 

- Precisou ir embora com certa urgência, a avó dela precisou ser internada, conseguiu uma passagem no primeiro voo.

- Parabéns Laura Prepon, deve ta explodindo de felicidade por dentro por ter ficado sozinha comigo, era tudo que você queria - acusou.

- Tá maluca, qual a parte do a vó dela precisou ser internada você não entendeu? Você pode me chamar do que você quiser, mas de aproveitadora não, te beijei sim, mas não te forcei. - Laura ainda tentava se manter calma.- eu era uma cafajeste incorrigível, fiz muita menina chorar, aproveitei da inocência delas, e cheguei a me gabar disso, e você  acha que eu sinto orgulho disso? Não Taylor, eu não sinto um pingo de orgulho, porque eu estive no lugar delas eu senti na pele o que é sofrer por alguém, chorar noite após noite desejando só mais uma vez ter aquela pessoa na vida nem que fosse pra apenas abraçar, e me castiguei e me condenei anos porque se eu estava passando por toda aquela dor é porque eu mereci, eu paguei por todos os meus erros com você. -Seus olhos marejaram- Me diz se alguma vez naquele 1 ano e 6 meses que ficamos juntas eu aproveitei de você. - Sua voz saiu embargada pelo nó que se formou em sua garganta por prender o choro.

Taylor abaixou a cabeça, em seguida elevou o olhar até Laura- não - envergonhou-se.

- Então não ouse nunca mais abrir a sua boca e me chamar de aproveitadora. - Laura aproximou de Taylor a encurralando contra a parede- me diz por que você me odeia tanto, o que te fiz pra merecer todo esse desprezo... Porque você desistiu sem ao menos me avisar? - suspirou

- Você fez tudo e nada -fixou seus olhos nos olhos de Laura- Fui embora porque eu não aguentava mais sentir seu cheiro impregnado na merda daquele quarto, acordar de manhã e não ter um bilhete apaixonado, sentar no sofá da sala e imaginar que você passaria por aquela porta a qualquer momento se desculpando pelo atraso, ou chegando de uma viagem e me entregando um presente ou um lindo cartão postal, a porra daquele apartamento me lembrava a cada segundo que eu não a teria nunca mais, eu suportei mais do que pude, falar com você era bom era a melhor parte do meu dia, eu já não conseguia me concentrar, atravessar a passarela era penoso, troquei meu número, mudei de cidade por um tempo, recomecei uma vida, uma vida em que você não existia. Desabafou deixando lágrimas rolarem por sua face.

- E você me odeia por isso?

- NÃO LAURA EU TE ODEIO PELA SUA MÃE- gritou afastando Laura com as mãos- Eu a odiei tanto pelo que ela fez com a gente, por muitas vezes eu tive vontade de ir atrás dela e mata-lá, eu quis ir atrás de você ai então eu me lembrava dela entrando no NOSSO QUARTO e me escorraçando de lá,como se eu fosse uma qualquer,  me chamando de vagabunda, que eu estava levando a filha dela pro mal caminho que isso não era do seu feitio, coitadinha não sabia que a filha dela comia todas as menininhas que pudesse, e então um dia parei de odiá-la, era sua mãe e não tinha nada ver com o que sentíamos, não tinha nada a ver com nossa vida, não sabia de nada que passava com a gente, não sabia do NOSSO AMOR, mas VOCÊ, você sabia, você me conhecia sabia o que eu era, sabia dos nossos sentimentos, do amor que uma sentia pela outra, eu busquei por você, busquei pelos teus olhos, pela tua mão, pelo teu abraço enquanto ela proferia aquelas palavras imundas e mentirosas contra mim, mas não te encontrei,  você apenas ficou ali de cabeça baixa imóvel e calada, você não me defendeu, aceitou aquilo como se fosse verdade, eu transferi o ódio e me agarrei a ele pra te esquecer,  e é assim que eu venho sobrevivendo- sua voz estava completamente alterada, respirou fundo recuperando o folego.

-E as coisas boas pra onde elas foram? 

 - Ficou na porra daquele apartamento, junto com o amor que eu tinha por você. O nosso amor não era possível, e eu tinha razão - a voz voltou ao normal, meneou a cabeça negativamente lançando um olhar ambíguo. - Eu estava tão certa que hoje você namora homens- em meio às lágrimas um riso carregado de ironia - Isso é tão ridículo.

- Se eu namoro homem isso não é da sua conta, isso cabe somente a mim.

- Deixa de ser tola e mentir pra si mesmo, você fica com eles porque é fraca e medrosa, não teve coragem de enfrentar sua mãe e lutar pelo seu amor, agora você acha que chegar assim me beijando vai mudar o que eu sinto? Acha que assim vai recuperar o tempo perdido? Não, não vai, porque eu te esqueci você não é nada pra mim além de ser minha superiora, eu segui minha vida, conheci outras pessoas e amores, eu tenho pena por você ter se tornado isso...

- CALA SUA BOCA - gritou interrompendo a loira. - Não fale de coisas que você não sabe - seus olhos continham fúria, suas bochechas tomaram um tom avermelhado -Se eu não estou com uma mulher hoje, não foi porque eu fui medrosa, fraca, ou por não ter enfrentado minha mãe, eu peguei mulheres lindas, transei com todas que eu pude, tentei que desse certo com outras, imaginei o dia encontrar uma que me faria feliz, sabe por que eu não consegui? - raiva pairava em seu olhar Taylor se afastou temendo que a morena lhe fizesse algo. - eu não consegui porque em todas elas eu procurei por você, pelo teu sorriso, pelo jeito de amar me tocar, eu fiz sexo pensando em você, eu te quis em cada uma delas, desde o dedão dos pés até o ultimo fio de cabelo, procurei por homens porque pelo menos neles eu não iria ver seu rosto, e nunca consegui amar nenhum. -Os olhos que estavam secos foram molhados por uma enxurrada de lágrimas. - sabe por quê? Claro que não sabe - respondendo sua própria pergunta.

-Lau..

- Não me interrompa, por favor, eu te entreguei a porra do meu coração, você partiu e ele foi junto nunca mais fui uma pessoa inteira, eu, eu, - respirou fundo.- Eu tinha decidido lutar pelo nosso amor, eu iria fugir mesmo com minha irmã 30 horas por dia no meu pé, sim minha mãe colocou alguém pra me vigiar e eu já tinha 21, pensar nisso agora chega a ser escroto- sorriu com desdenho.- mas você parou de me atender e não me ligou mais... -Procurou por sua bolsa, encontrando-a no chão junto ao pé da cama.                      

- Queria que eu adivinhasse? Eu cansei de esperar...                  

- Poderia ter ligado, falado que estava partindo, ter se despedido. Te enviei isto. - Puxando um envelope amarelado da bolsa. - Essa foi minha última tentativa, voltou, tive certeza que tinha chegado ao fim, e minha vida parou nada mais importava eu quis morrer, um abismo se abriu aos meus pés, quando não tinha mais lágrimas pra chorar eu bebia, fumava um, dois, três maços de cigarro por dia, eu me droguei, pra ficar anestesiada, não aguentava mais sentir tanta dor, minha vida foi roubada, parei de trabalhar, mudei de apartamento, foi quando conheci Teresa e através dela a Jodi, foram elas que me ajudaram a sair do abismo que entrei, muitas vezes me buscaram jogada ao relento num beco qualquer de tanta droga que eu tinha consumido, depois de tudo sofri com crises de ansiedade  e elas nunca souberam o motivo, não porque elas não perguntavam, elas sempre o vaziam, só de pensar eu tinha vontade de chorar, gritar,  elas não fazem a mínima ideia que foi por causa de um amor perdido e um coração partido.  Eu te amo Taylor, e nunca deixei de te amar eu tive certeza quando te vi sentada naquela poltrona e seus olhos encontraram os meus e meu coração disparou e eu fugi, fugi por ainda te amar e não saber o que fazer naquela situação que eu mesma me coloquei. - Desabafou secando as lágrimas. - Não vou te forçar a me amar outra vez, desculpe por eu ter te beijado, você ainda é irresistível aos meus olhos e você não tem culpa disso, prometo não fazê-lo mais, falarei com você quando for e somente o necessário. - limpou o nariz esfregando a manga da blusa. - Isso é seu, quis te entregar outras vezes, mas até hoje não tinha encontrado o momento certo- Entregando lhe o envelope. - Faça o que você bem entender com ele.                         

Taylor pegou o envelope amarelado, apesar do tempo encontrava-se impecável.  Sua voz lhe abandou, degluti tudo aquilo que Laura falou foi quase indigesto, elas entraram como fel em sua boca e caiu como bomba em seu coração, essa foi a sensação que teve, sua boca estava tão seca que a saliva que produzira não foi capaz de molhá-la.  Laura saiu pela porta deixando uma Taylor antes resoluta agora arruinada, muda e cabisbaixa.


Notas Finais


e agora?


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