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História Crazy in Love ( Editando ) - Passado fica no passado?


Escrita por: Kaolla22

Notas do Autor


Bom, oi gente. Hoje não vai ter participações aqui, porque posso dizer com toda a certeza que esse foi o capítulo mais difícil que já fiz, não por falta de criatividade. Mas pelos sentimentos que tive que recorrer pra fazer da leitura de vocês, algo real, pode dizer que independente do que sentirem no final do capítulo, podem apostar que estou sentindo o dobro agora.

Capítulo 23 - Passado fica no passado?


Fanfic / Fanfiction Crazy in Love ( Editando ) - Passado fica no passado?

 Hoje definitivamente é o melhor dia da minha vida! 

 Finalmente minha mãe permitiu meu namoro, e o Saga deu uma pausa mas suas implicâncias com o coitado do Seyia, eu não via fundamentos nas suas acusações. 

Meu namorado não era violento, nem mimado nem nenhuma das outras coisas que ele afirmava que sim. O Afrodite disse que ele só está com ciúmes, então não briguei com ele. Mas depois o Dite também começou a implicar com ele quando eu falei um segredo que o Seyia me pediu pra guardar. 

 ( O que?  Seiya? Como assim?  Aiolia? Onde eu estou?  Quem é aquele de cabelo li...  Lilás, espera esse sou eu.  Não, não é possível.) 

 *Seyia! Adivinha mamãe deixou!  Ela deixou!* 

 Falei animado ao celular, querendo o amor da minha vida ao meu lado, e como temos uma conexão, ele logo se adiantou dizendo que já estava chegando a minha casa. 

 ( Eu definitivamente não sou aquele garoto saltitando pela, sala, talvez no passado...  Antes daquilo... Mas o que está acontecendo? Não escuto muito bem, só um zumbido, e minha visão sai de foco algumas vezes, deixando toda a situação ainda mais confusa. )

 Logo a campainha toca. 

E vou correndo até a porta, o empurrando com meu corpo, sobre o seu. 

 -Amor! Grito a plenos pulmões, sorrindo e beijando a bochecha de Seiya que se afasta, me olhando com um olhar reprovador. 

 - Eu já disse que não quero que me beije, se não for beijo de verdade!

 - Mas...  Esse é de mentirinha?  Desculpa eu não sabia...

 Me envergonho pela minha inexperiência. Seiya era meu primeiro namorado, e eu não quero parecer criança. 

 ( Mas você é uma criança!  E-eu era uma criança... Porque você apareceu na minha vida Seiya? Porque teve que fazer aquilo comigo? ) 

 - Já te falei que tem que ser na boca, e com a língua, menino burro. 

 Ele segurou meu braço, que começou a pinicar com a força dos seus dedos. Sua mão foi pro meu queixo, e minha boca invadida pela sua língua. Não sabia o que fazer então apenas fiquei com os olhos abertos, esperando ele parar. 

Afrodite disse que beijo é bom, mas não me sinto muito legal quando beijo ele desse jeito, mas faço tudo pra ver meu amor feliz.

 ( Ele não ama... Você não deve se culpar!  Para de só querer o bem dele!  Se ama!... Ame o Mu, eu tenho que amar a mim próprio. )

 - Quer comida? Mamãe deixou antes de ir pro banco.

 - Quer dizer que estamos sozinhos?

 Falou com um tom engraçado, me prensando na parede. Ri e empurrei seu peito. Mas sua expressão mudou, e não havia como ver diversão no meu rosto refletido em seus olhos raivosos.

 - Nesse caso, eu quero você de comida... Um pequeno sorriso brotou em seu rosto,  me deixando confuso. 

 - Mas eu não sou de comer. Seiya bobo. 

 Riu,  aproveitando seu bom humor. Mas o momento seguinte não é mais de alegria.

 ( ai!  Ai ai!  Minha Atena como dói! Ahhh,  para!  Para com essa dor!  ) 

 Sinto algo quente escorrer pela minha nuca. 

 - Ops, desculpa pequeno sou desastrado. 

 Sento um pouco tonto, e vejo no chão, os vidros que são o que restou do centro e o vaso que servia para decoração naquela área da casa.

 ( Falso!  Desgraçado! Se eu soube quem você era...) 

 - Tudo bem amor. 

 Sorri fofo pra ele, mesmo sentindo minha cabeça latejar. 

Esperei sua ajuda pra levantar,  mas ele só deu de ombro e foi pro meu quarto. Meu sorriso mudou de direção, agora as pontas de minha boca estavam pra baixo, expressando minha tristeza. Depois me repreendi por isso, afinal ele só estava envergonhado por ser desastrado. Eu sou um péssimo namorado, que não o apóia em seu ponto fraco. 

 Me levanto devagar, apoiado na parede, vou ao banheiro e lavo o corte,  descobrindo que um caco havia entrado, com muito dor o tiro e coloco um curativo.

 Pego uma vassoura e avisto  o pequeno filho da empregada que mamãe cuidava, pois sua mãe estava muito doente. 

 - Oi lindo. Ei,  não vai pra sala,  que tá cortando lá, okay?

 Pergunto, esticando minha mão,  que logo recebe a sua e um sorriso tímido. Shi como o apelido, se acha pior que os outros por ser cego, mas tenho prazer em lhe dizer todos os dias, que ele é muito melhor do que pessoas que tem a visão perfeita. Sempre finalizando com um beijinho na testa,  como fiz antes de arrumar os vidros na sala. 

 Subi pro quarto,  sendo surpreendido ao bater na porta, assim que entro.

 - Porque demorou tanto?

 Pergunta Seiya raivoso. 

 ( Não.  Não quero sentir isso de novo!  Não quero ouvir de novo!  Me tirem daqui! )

 - Hã?

 Pergunto inocente,  não entendendo o motivo de ser empurrado tão forte.

 - Seiya!  Doeu! 

 Reclamo,  mas levo um tapa que me leva ao chão. Fico sem reação,  nunca apanhei nem mesmo da mamãe,  lágrimas já preenchiam meus olhos. 

 - Você acha que eu dei pra não doer?  Em?!!! 

 Grita, e vem pra cima de mim, me segurando no chão. 

 ( Por um m-minuto eu pensei em fugir, mas fui fraco ...  Não quero continuar aqui!  Socorro! ) 

 Fiquei com medo e me encolhi.

 Tento sair dos braços grandes demais pra idade de Seiya. Mas recebi outro tapa em resposta.

 - Porque?...

 - Porque?!  Eu estou de saco cheio de você seu viadinho,  cheio de frescura!  

Ao terminar, outra lágrima rolou de meu rosto,  silenciosa dessa vez, meu cérebro tentava processar a mudança brusca do garoto a minha frente, que eu já não sabia dos limites, do seu caráter,  era apenas um desconhecido. Um estranho, do qual eu tinha muito medo. 

 - S-sai. 

 Consegui processar com o pouco de voz que restou.

 - Sair?  Não querido namorado,  agora eu vou entrar. Aguentei você falando essas besteiras por muito tempo. Não faz idéia do quanto odeio sua voz.

 Meu peito subia e descia rápido, sua mão prensando minhas bochechas bochechas com brutalidade, faziam elas doerem, mas a pior dor,  estava instalada no meu peito. E ela é causada por suas palavras. 

 - Ai coitadinho do Seiya!  O amor da minha vida! Ficasse seu mimado de merda! Você é tão inocente, que mal da pra acreditar que temos quase a mesma idade. Se vivesse onde eu vivo ia aprender como é a vida de verdade.  E não a porra do castelinho encantado que é sua casa. 

 Me afastei de seu toque quando ele se fez presente no meu rosto, onde ele havia machucado a alguns segundos atrás, eu além de assustado, estava com nojo de sua presença.

 - Shiii,  não se preocupa princesinha, eu vou te dar um pequeno gostinho disso. Eu pedia pra algo me tirar dali, e não imaginava que meu desejo ia acontecer, mas pra uma coisa ainda pior.

 ( Essa pessoa, essas palavras...Porque mãe?  Porque tiveram que te matar? Você era uma pessoa tão boa... Oh minha Atena, não me faça reviver isso.) 

 Em instantes eu estava novamente nos braços de Seiya, não havia me esquecido de seus atos, mas eu havia desabado, e tudo que eu queria era um apoio, me afastar dessa mulher mentirosa, que ousa brincar de tal forma comigo.

 -S-seyia fica, fica aqui. 

 -Claro que eu vou ficar. 

 Pensei então que toda sua raiva havia passado, e aquele era o Seyia que eu conhecia.

 Mas minha mente não conseguia focar nisso, meus sentidos estavam dormentes, prevalecendo apenas minha audição, que implorava pra ouvir o barulho da porta batendo, e alguém me dizendo que aquilo é mentira, uma grande brincadeira de mal gosto, mas isso não aconteceu. 

 ( Porque não Aconteceu?! Eu era um filho tão ruim? Mãe, eu te amava tanto. Não, eu ainda te amo mãe, seu espaço ainda está aqui, eu ainda espero a porta bater... )

 Pego o telefone residencial que tocava insistente, respiro fundo antes de colocar ele em meu ouvido esperando ouvir a voz da mulher mais linda do mundo. Mas não foi essa que soou alarmada na linha. 

 -Mu?! Meu Deus, eu fiquei sabendo. Quer que eu vá ai? Eu estou com o Saga aqui, ele também tá super preocupado e-

 -Não, não precisa vim. Ela vai voltar Dite! VAI VOLTAR! 

 Um silêncio se seguiu, até que ouvi soluços baixos, e minhas próprias lágrimas dobraram de quantidade. Após um ruído, ouvi a voz de Saga.

 - Mu, você sabe que a gente te ama né? Acenei com a cabeça, mas lembrei que ele não podia ver. 

 -Sei. 

 - E sabe também que a gente amava sua mãe, como se ela fosse a nossa, não sabe? 

 Não respondi, algo estava errado naquela pergunta, eu sabia do amor deles, nunca duvidei disso, mas...

 - Não fale dela no passado. 

Rosnei ao telefone.

 ( Ela nunca será passado, nunca deixará de ser minha mãe. Assim como eu sempre serei seu filho. Não importa se ela já não está aqui, nunca vou esquece-la )

 - Desculpa pequeno... Mas, ela não vai voltar. Ela se foi Mu, você tem que aceitar.

 A partir dai sua voz ficou embargada.

 - A gente também tá sofrendo Mu, mas infelizmente foi o que aconteceu. 

 - VOCÊS NÃO TÃO SOFRENDO! Não do jeito que eu estou! Ela é minha mãe. Minha!... E-eu não sei o que fazer...  

Minha voz entrecortada me impedia de continuar, e eu nem sabia mas o que falar, nem pra onde ir.

 Minha cabeça estava rodando. E meu nariz, não conseguia captar ar o suficiente pra me manter estável. A sala já girava, e eu só escutei Saga me chamando, mas me entreguei de bom gosto a escuridão que parecia tão acolhedora naquele momento.

Xxx


 ( A-ai, ai! De onde veio essa dor? Onde estou agora? Porque tá tudo escuro? Aiolia? Shi?! ) 

 -Ahhhh! 

 Grito, despertando da minha inconsciência que parecia um paraíso agora, comparado a dor que não me permitia nem se quer abri os olhos, eu sentia uma faca dentro de mim, me rasgando várias vezes, indo e voltando de maneira torturante.

 - Acordou princesinha? Que bom, já estava ficando entediado. A voz conhecida me motivou a fazer força e abri os olhos. 

 ( Até hoje... Até hoje ainda tenho pesadelos constantes com essa imagem, até hoje não consegui superar isso, eu só era uma criança... Nos só éramos crianças, porque fez isso? )

 Gritei novamente, sentindo a dor ainda mais profunda. E algo no sorriso que Seiya me dava dizia que ele era o causador, voltando a raciocinar aos poucos, percebi que minhas pernas estão apoiadas em seus ombros, e que sua blusa está dobrada, até metade de seu abdômen, o deixando nú pelo resto do corpo, já que esse não usava calça. 

Meu espanto foi ver as minhas próprias calças jogada ao nosso lado, olhei para minhas pernas e o vi no meio delas, fazendo movimentos estranhos.

 Mas que a cada ida e vinda de seu quadril, uma lágrima caia e eu sentia que parte do meu corpo me deixava.

 - P-para, tá doendo! Para! 

 Ele passou a ir mais forte, me fazendo soluçar forte, eu já tentava voltar para a escuridão, não queria ficar aqui, queria fugir, queria que ele saísse de cima de mim... 

 ( Ele não saiu. Ele não saiu, até estar satisfeito com todo meu sofrimento, com todo o estrago que fez em meu corpo e alma, ele era o próprio Hades em minha vida. )

 - Que boa notícia amor, então estou fazendo certinho. Afinal quanta mais dor, mais gritos certo? VAMOS! GRITE SUA CADELA!

 Senti sua mão pesada, sobre minha barriga, e fiquei sem fôlego, logo meu rosto, viu a parede e fiquei tonto com a força que minha cabeça foi atingida. 

Mas isso não me livrou da dor, que parecia não querer me abandonar, me rasgando, fazendo de mim um nada.

 ( Durante aqueles minutos, eu desejei, eu desejei e pedi a todos que eu fosse um nada. Só queria que aquilo tivesse fim. Mas ainda vivo esse momento! Ele ainda me machuca como machucou-me como criança. )

 Os minutos foram passando, e eu já não sentia minha garganta, de tão inchada que estava, eu já havia perdido as esperanças de alguém chegar, ou ele parar. Já estava apenas aguentando a dor calado, apenas as lágrimas a cada investida se faziam presentes. Eu havia desistido da vida.

 - Cansou? Não me diga que seu estoque de gritos acabou. Tadinho. Sua risada ecoou por todo o quarto, e senti algo quente atingir em jatos, o espaço que pensei que já havia sido-me tirado. 

Seiya saiu de mim. 

E no mesmo instante, gritei uma última vez e abracei minhas pernas, me encolhendo, uma nova esperança surgia, e meu coração que de tão apertado paria ter parado de bater, ganhou vida novamente. 

 Se ele havia parado, e porque já se satisfez, agora ele iria embora.

 ( Repeti aquilo como um mantra, uma oração. Eu só o queria longe. Eu só queria não ser eu. Não ser o garoto jogado no chão, sem mãe, e sem pureza a partir daquele dia. )

 - Mu?!!! Mu, abre a porta a gente vai ficar aqui até você abri! 

 A voz de Afrodite foi ouvida, junto com as batidas na porta.

 Não fiz menção de me levantar, não sei onde Seiya esta e eu tenho medo, não quero que ele machuque meu amigo.

 - Não ouse abri a porta.

 Sua voz veio da porta do banheiro, onde ele se encontrava de cueca e com uma faca enorme na mão, apontada pra mim. 

 Sem pensar, e sem saber de onde tirei força e agilidade suficiente pra isso, destranquei a porta, a fechando por fora. 

 - AFRODITE LIGA PRA POLÍCIA! 

Ele me olhou sem entender, e eu já estava a entrar em desespero com os golpes de Seiya na porta atrás de mim, ela não iria durar muito. 

 Mas então ouvi uma voz. 

 ( Saga. Meu protetor. O melhor amigo que eu poderia ter. )

 - Venham rápido! 

 Finalizou a ligação em tom firme, e me olhou confirmando com a cabeça. Mais lágrimas caíram de meus olhos.

 As sirenes começaram a ficar altas, e as batidas na porta também. Até que ela se abriu, revelando um garoto descabelado e totalmente desconhecido.

 ( Como não percebi quem você era? O monstro que mora em seu coração? ) 

 Pulo de medo, e me preparo pra correr. Mas minha perna fraqueja e vou ao chão. Seyia não perde tempo e me ataca, sendo parado por Saga que lhe dá um soco certeiro.

 Os policiais que já estavam no andar, seguram ele antes que possa se recuperar. 

 - Eu vou terminar princesa! Você ainda vai saber como é minha vida!

Grita sendo levado pelos polícias. 

Soluço, voltando a respirar de modo ofegante e desesperado. Saga se abaixa ao meu lado e me abraça apertado. 

 - Eu não vou deixar Mu, não vou deixar ele voltar. 

 - V-vai ficar sempre comigo? 

 Saga concorda com a cabeça novamente, e percebo um bico irritado vindo de Afrodite, mas não me preocupo, agora eu estava a salvo.

 - Eu estou vivo. 

 Falo testando a frase, e vendo se ela ainda se encaixava em minha realidade.

 ( Mas não, eu jamais voltei a ficar vivo, da forma que eu era antes disso. E talvez nunca seja.)


Talvez o passado nunca irá ficar realmente no passado. 


Notas Finais


Choraram? Gnomos, eu tive que terminar de escrever, e me distrair com outra coisa, senão eu não conseguiria fazer as notas decentemente. Espero que tenham gostado, e principalmente que eu tenha conseguido cumprir meu objetivo, dando uma pequena amostra pra vocês do que é o inferno, ao ser violado ( a ), por isso peço que pra vocês que escrevem, pra não romantizar o estupro, ninguém que passou por isso, achou romântico.

Obs : Graças agora os capítulos vão ficar mais leves, até a treta suprema explodi. E aí o Saga ganhou uns pontinhos com vocês?


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