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História Crazy In Love - Indecisão Causada Pela Confusão.


Escrita por: Vaylin

Notas do Autor


Mais Rick, O Romano nesse cap, porque eu gosto - e porque só teve aparições pequenas. Não é justo com o Darvill mozão <3
E tem musiquinhas nos notas finais.
Boa leitura.

Capítulo 47 - Indecisão Causada Pela Confusão.


Fanfic / Fanfiction Crazy In Love - Indecisão Causada Pela Confusão.

Pov. Lucy.

         UM TURBILHÃO DE PENSAMENTOS começa a invadir a minha mente à medida que os segundos passam.

O quebra-cabeça começa a se formar e meu coração a se quebrar.

- Lucy... – Começa Flynt se aproximando.

- Está namorando a minha irmã? – Pergunta Julie debochada.

- Irmã? – Pergunta Flynt olhando de mim para Julie. – Oh, meu Deus.

            Antes que eu perceba minhas pernas começaram a se mover para longe deles e quando percebo que Flynt esta andando em minha direção, começo a correr.

            O que normalmente as pessoas fazem quando descobrem que seu namorado é o antigo da sua irmã que você não gosta?

            Sherry.

            Sabia que ela me lembrava alguém, ela é a cara dele.

            O que normalmente as pessoas fazem quando descobrem que seu namorado é o antigo da sua irmã que você não gosta e eles possivelmente têm uma filha juntos?

            Isso pode ser uma loucura, coisa da minha cabeça, porém parando para pensar sobre o assunto, tudo tem um sentido lógico.

            “Você foi embora. Foi embora sem dizer nada depois de poucas semanas. Não me deu nenhuma explicação.”

            Flynt disse que com a terceira namorada ele passou semanas antes dela ir embora. Julie resolveu pedir transferência da faculdade sem dizer nada aos nossos pais. Só chegou no dia dizendo que iria mudar e foi embora. Cinco anos depois ela aparece com Sherry que também tem cinco anos. Então o motivo dela ter ido embora foi por estar grávida de Flynt?

            Quanto mais penso, mais meu coração começa a ficar pesado.

Meu celular começa a tocar o pego e olho para ver quem é: Flynt. Respiro fundo, porque sei que ela vai ficar ligando direto até eu atender e eu não quero atender, então desligo e o guardo de novo. Passo as mãos pelo cabelo enquanto continuo andando para lugar nenhum até esbarrar em alguém

- Oh, está em que planeta, Filian?

- Terra e você romano?

- Para de me chamar disso, garotinha.

- Richard.

- Lucynda.

- Volto para o romano e começamos isso de novo? – Pergunto franzindo a testa.

- Não, esquece isso. O que aconteceu? Você estava bem distraída.

- Muitos pensamentos para assimilar. – Respondo tentando não dar importância.

- Quais pensamentos deixaram você desse jeito?

- Que jeito?

- Triste.

- Triste? Eu não estou... Triste.

- Então por que está chorando?

            Passo a mão pela bochecha e encontro uma lágrima descendo solitária.

- Cisco. – Respondo rapidamente.

- Cisco no olho é uma desculpa muito velha para funcionar comigo, Lucy e isso nunca que iria funcionar. Conheço você tempo o bastante para isso e desde então só lhe vi triste duas vezes. Duas com essa. O que aconteceu?

- Eu preferia não falar disso agora.

- Agora, sou péssimo nisso de deixar para lá principalmente quando atiça minha curiosidade e ainda mais quando se trata de você, mas vou deixar passar. Por hora.

- Obrigada.

- Bem, você comeu quando saiu da Delegacia?

- Ah, não. Não tive tempo para isso, mas não estou com fome.

            E então minha barriga me incrimina começando a dar sinal de que está morrendo.

- Parece que alguém está com fome. – Disse Rick sorrindo. – Conheço um lugar ótimo.

- Vamos, então. – Concordo forçando um sorriso.

            Rick então aponta para um lugar do nosso lado e sorri. Ah, o lugar ficava bem perto – literalmente - e é uma lanchonete que mais parecia um bar. Olho para Rick em repreensão, mas ele dá de ombros.

- A comida é ótima! – Defende gesticulando.

- A bebida também? – Pergunto cruzando os braços.

- Os sucos e refrigerantes que acompanham? – Pergunta ele sorrindo, mas quando não o acompanho solta um suspira de derrota. – Sim. É bom também.

- Certo! – Exclamou Rick esfregando as mãos sorrindo. – Primeiro as damas. – Disse ele abrindo a porta, deixando aberta para que eu passasse.

            Assim que entramos, Rick vai à frente guiando até uma mesa perto da parede, assim que sentamos uma garçonete vem nos receber.

- Olá, Rick. – Cumprimentou ela com um sorriso.

- Ah, olá Amy. – Respondeu Rick rapidamente.

            Ah, pobre Amy. A garota que espera ser notada pelo idiota em sua frente.

            Triste. Muito triste.

- Vai querer o mesmo de sempre? – Pergunta Amy a Rick.

- Sim, o mesmo de sempre e você? – Pergunta Rick para mim.

- Me surpreenda. – Respondo sorrindo.

- O mesmo que o meu, então. – Diz ele sorrindo.

- Venho trazer os pedidos em alguns minutos. – Diz ela se retirando.

- Quantas vezes você vem aqui? – Pergunto colocando os cotovelos sobre a mesa para apoiar meu rosto sobre.

- Quase sempre.

- Você sempre decide comer em lanchonetes?

- Assim não tenho que sujar pratos, sabia? – Pergunta sorrindo enquanto piscava. – E pelo o que eu saiba você é péssima cozinhando.

- Fantástica. Sou absolutamente fantástica na cozinha.

- Deixa de ser tão debochada, garota.

- Se você parar de piscar.

- Qual é o problema com a minha piscada?

- Parece que você tem algo no olho. – Respondi o imitando de um modo bem dramático.

- Isso foi bastante cruel.

- A vida é. – Disse estralando os dedos depois apontando para Rick.

- Existe um canto secreto no seu cérebro onde você guarda as suas respostas? Porque você sempre tem a reposta para alguma coisa!

- Já pensou na hipótese de eu não querer que o assunto morra?

- Nem passou pela minha cabeça. Você só é petulante de mais e gosta de ter a última palavra.

- Isso é um absurdo de tão... Verdadeiro!

- Como se ninguém que a conhecesse não soubesse disso.

- Não se ache muito só porque me conhece há... Há... Há...

- Seis anos, Lucy. Conheço você há seis anos.

- Ah, calado! Eu sabia! Você tentou me prender!

- Ameacei que iria prender você. É diferente.

- Ah, muito diferente você ameaçar uma garota de dezesseis anos porque ela era mais inteligente que você.

- Você era uma adolescente muito arrogante.

- E você um policial recém-formado que se achava de mais.

- Ora...

- O quê? Está preste a me ameaçar de novo?

- Você continua arrogante.

- E você velho.

- E você sem saber cozinhar.

- Continuo mais inteligente.

            Rick começou a gesticular pensando em uma resposta, no entanto, Amy foi mais rápida chegando com os nossos pedidos – pedidos de Rick – que eram: hambúrguer, uma porção de batata, acompanhado de uma cerveja.

Agora entendi o do sorriso.

- Bom apetite. – Disse Amy, antes de sair da uma rápida olhada em Rick. Aquele tipo de olhar de garota perdidamente apaixonada, porém que está em um amor platônico.

            Ah, Amy.

- Está querendo me embriagar? – Pergunto levantando uma sobrancelha.

- Você fica embriaga com apenas uma?

- Não sei, vamos ver. – Digo dando o primeiro gole.

- Eu acho que meu tempo se esgotou. Minha curiosidade está explodindo.

- Ah, não.

- Ah, vamos. Realmente estou curioso.

- Curioso?

- Preocupado. – Responde rapidamente.

- Huh? Melhor. Soa mais convincente se trocar o “curioso” por “preocupado”.

- Obrigado pela dica.

- Foi grátis.

- Não mude de assunto.

- Você quer realmente saber? – Pergunto franzindo as sobrancelhas.

- Preocupação, Srta. Filian.

- Em uma linguagem normal e direta: Tive minha primeira discussão amorosa.

- Como se sente sobre isso?

- Mal. Bem mal.

- Estou percebendo. É novo.

- Novo. Essa é uma boa definição. Simples.

- Em resumo?

- Estou quebrada, metaforicamente dizendo, meu coração está. É estranho.

- Primeira decepção amorosa. Veio até tarde.

- Por mim poderia demorar mais. Sabia que estava tudo indo bem de mais só não achei que o empecilho seria minha irmã.

- Julie? O que ela tem haver?

- Descobri, não da melhor maneira possível, que minha irmã é a ex do meu namorado e que possivelmente... Eles tiveram uma filha.

- Oh...

- Descobri que sou tia e... Madrasta da mesma pessoa. Sensacional!

-Bem, para você estar assim você deve gostar bastante dele.

- Sim.

- Sorte a dele, mas você não foi para casa por algum motivo.

- Ele é meu vizinho também.

- Certo... Está tomando seu tempo e espaço. Pensando nas coisas ou os pensamentos estão começando a confundi-la, vamos comer e esquecer esse assunto.

- Até você ficar curioso de novo?

- Exato!

            Então começamos a comer, Rick continuava falando seus assuntos aleatórios que me arrancavam alguns risos involuntários.

Ele tinha essa capacidade.

- Ah, lembrei, lembrei! Algo que sem mim você ainda seria péssima!

- Que seria?

- Você atirava muito mal, garota! – Exclamou ele gargalhando.

- Ponto para você, professor.

- Três meses produtivos que deram resultado e olha você agora, uma possível recruta do FBI! – Disse ele falando a última frase em um sussurro.

- Idiota.

- Você sabe o quanto estou orgulhoso de você garota?! Imensamente orgulhoso.

- Você sempre foi exagerado.

- Isso não diminuiu meu orgulho. – Disse Rick dando um gole na cerveja.

- Imagino que não.

- Assim que terminamos de comer, quero lhe mostrar algo.

- Que seria?

- Você verá assim que terminar de comer. – Respondeu ficando animado.

            Animado demais.

            Mesmo relutante e um pouco confusa pelas várias possibilidades que passam pela cabeça o motivo de Rick estar tão animado.

            Também porque estou morrendo de fome.

            Terminando de comer, quando saímos da lanchonete Rick vira para mim com a sua animação voltando e a minha hesitação também.

- Já conheceu NY depois do horário de dormir, Srta. Filian? – Pergunta Rick sorrindo.

- Não, nesse horário meu pai normalmente me liga dizendo que está na hora de criança estar na cama.

- Sério? – Pergunta Rick parecendo realmente surpreso.

- Não. – Respondo rindo.

- Ah, fala sério. – Resmungou Rick. – Pois então, quer conhecer um mundo novo?

- Por que deveria aceitar? – Pergunto colocando a mão na cintura.

- Porque você precisa se distrair.

Franzo os lábios enquanto gesticulo pensando.

- Me convenceu.

- Então vamos, porque serei seu guia. – Diz ele tirando as chaves da moto que estava estacionada em frente à lanchonete-bar.

            Subindo na moto, Rick liga e segue estrada para um lugar desconhecido, porém que estou com vontade de descobrir qual é.

            Rick vai ziguezagueando pelos carros para uma área mais afastada do centro de Manhattan. Rick vai diminuindo a velocidade da moto à medida que vamos chegando ao nosso destino.

- Onde estamos? – Pergunto quando descemos da moto.

- O coração do mundo ou da comida de rua, pelo menos. – Responde sorrindo. – Vou lhe mostrar algo novo. Coisas novas prendem sua atenção.

- Você vem muito aqui?

- Sexta para aproveitar o final de semana para...

- Se recuperar da ressaca. – Respondo sorrindo.

- Exato, menos quando o Harper chama por causa de emergências. Quando isso acontece é só banho gelado e remédio para a dor de cabeça que tenho certeza que terei no dia seguinte.

- Ainda estamos no meio da semana.

- Bem, estamos em uma situação especial que pede exceção e além do mais não vamos beber. Bem, não muito espero.

- Você é uma ótima companhia.

- Não querendo me gabar, mas eu sei que sou. – Respondeu ele piscando.

- Eu disse para parar de piscar. – Protestei rindo.

- Desculpa. Força do hábito.

- Hábito horrível. Você espera o quê? Conquistar alguém assim?

- Funcionaria se ela não me tratasse como amigo e uma pessoa mais velha. – Resmungou Rick baixo de mais.

- O quê? – Pergunto na tentativa dele repetir.

- É que... Esquece. Temos que ver o lugar, ele é incrível, você vai ver!

            Apesar de ser quase meia noite o lugar estava bastante movimentado com várias barracas de comida onde quer que olhe.

- Você ainda aguenta comer mais? – Pergunto olhando em volta.

- Como se você não. Não lhe traria aqui se não soubesse o quanto você come.

- Oh, eu como pouco, ok?! – Protesto colocando a mão sobre o coração fingindo estar ofendida.

- Pouco? Um pouquinho de tudo, não é?

- Cala boca! – Exclamei batendo em seu braço.

            Começamos a andar pelo local. Não tinha apenas comidas, parecia um pequeno centro de comercio, ou seja: comidas, lojas de roupas, tatuagens e algumas bem exóticas.

            Rick passa por uma das lojas de roupa e exclama um “olha isso!”, me manda esperar e volta minutos depois com um cachecol vermelho que logo coloca ao redor do meu pescoço.

- Pense nisso como um presente de boa sorte que daqui um ano você será do FBI e quem sabe poderemos fazer uma operação juntos. E porque está frio.

- Obrigada.

- Não precisa agradecer. – Diz ele apertando minha bochecha. – Ainda precisamos ir ao Cais. É o melhor lugar.

- Então vamos para ele! – Exclamo gesticulando.

- As suas ordens!

            Seguimos até o cais, sem deixar de olhar o que tinha ao meu redor. Era tudo incrível e novo.

            O Cais é... Um parque de diversão que funciona até depois da meia noite? E o mais incrível! Ainda estava cheio de pessoas. Bem, algumas bebendo.

            Ninguém liga de ainda estarmos na semana?

            Assim que começamos a andar pelo Cais Rick me manda esperar voltando minutos depois com uma cerveja.

            Cruzo os braços e ergo uma sobrancelha.

- O quê? – Exclamou Rick. – Eu disse algumas.

- Se você continuar bebendo como vai dirigir a moto?

- Você.

- Eu?

- Você sabe dirigir, não sabe?

- Sei.

- Ah, claro que sabe. Seu pai lhe ensinou.

- Estou quase achando que me trouxe para cá de propósito para ter com quem voltar para casa.

- Persuasivo demais para mim, isso é coisa sua. Foi uma grande coincidência e eu estou apenas relaxando.

- Existem outras maneiras de se relaxar. Por exemplo: Estamos em um parque.

- Sempre tão respondona Lucynda Filian.

- Lucy. – O Corrigir.

- Gosto da maneira como minha língua vai ao céu da boca quando digo seu nome.

- Já está ficando bêbado? – Pergunto franzindo as sobrancelhas.

- Claro que não! Realmente gosto de dizer seu nome. É bonito. Apesar de você ter uma aversão imensa dele. – Protestou Rick dando um gole na cerveja. – Quer? – Pergunta ele oferecendo para mim.

            Nego com a cabeça.

- Alguém tem que lhe levar para casa.

- Ótimo. Você sabia que as cervejas inglesas são as melhores?

- Porque são leves e você pode beber várias até que lhe façam algum efeito?

- Como sabe disso?

- Já disse, sou mais inteligente que você. – Digo batendo em sua testa.

- Aí, sabichona.

- Olha! Tiro ao alvo.

- Isso é justo? – Pergunta Rick. – Quer dizer, o cara não vai saber que você é da policia.

- Eu não, sou recruta. Você que é o policial. Eu contra você.

- Isso não seria justo.

- Contra o cara?

- Contra você.

- Há-há. – Sorrio sem humor. – Para de falar e vamos ver como se sai.

Em uma partida de melhor de três, eu ganho todas.

- Aluna supera professor! – Exclamo comemorando.

- Foi sorte. – Resmunga Rick.

- Sorte? Você ter dito que está sobre efeito do álcool seria melhor.

- Pode escolher o que quiser. – Diz John Smith, dono da barraca ou o “cara”.

Como prêmio, escolho a elmo de centurião romano.

- O último centurião. – Digo colocando na cabeça de Rick.

- Estou bonito? – Pergunta Rick fazendo uma pose.

- Lindo!

- Passo confiança?

- Me sinto tão segura.

- Estão vamos continuar andando.

- Na segurança do centurião bebendo sua cerveja.

- Para quê melhor?

            Continuamos andando pelo Cais indo a cada barraca diferente enquanto Rick ia bebendo mais cerveja. Definitivamente ele não vai dirigir. Decidimos voltar para a moto quando já ia dar uma hora.

- Como você vai me deixar em casa e voltar para a sua? – Pergunto quando tínhamos chegado onde a moto estava estacionada.

- Já pensei em tudo Filia. Apenas dirija primeiro me deixando em casa.

- Mas... – Tento protestar, mas Rick me impede.

- Só dirija meu bem.

            Ok

            Dirijo até o apartamento de Rick, estacionando em frente, ela desce.

- Bem, agora você vai para casa. – Disse ele sorrindo.

- Vou para casa com a sua moto? E como você vai ao trabalho amanhã?

- Você vai vir me buscar para irmos juntos. – Responde ele sorrindo. – Ainda temos muitos papeis. Com nós três demorou... Imensamente. Harper me pediu para falar com você para ver se ainda pode nós ajudar e bem, eu sei que pode. Você não está mais na lanchonete e está sem nada para fazer e precisamos de ajuda. Ia falar com você, mas o destino nós uniu antes e TANRAN!

            Eu não sabia o que falar então abraço Rick

- Esteja aqui antes da sete, bonitona.

- Vai ter que fazer café da manhã para mim.

- Ah, é?

- Você passou a noite toda jogando na minha cara que não sei cozinhar, então essa é a consequência.

- Justo.

            Me despeço de Rick e sigo para casa. Acelero a moto e aprecio o vento se chocando contra meu corpo. A sensação de liberdade era maravilhosa.

            O elevador para no meu andar e sigo andando até cruzar o elevador e encontrar Flynt escorado na parede aposta a minha porta.

- Onde você estava até agora? – Pergunta ele, sério.

- Não lhe interessa.

- Lucy.

- Flynt.

- Precisamos conversar. – Disse se colocando na minha frente.

- Precisamos mesmo, mas não agora.

- Lucy.

- Eu não quero conversar com você, Flynt.

- E quando vai ser?

- Não hoje. – Respondo fechando a porta, mas ele coloca o pé na frente. - Não me faça bater em você. – Resmungo respirando fundo.

- Isso vai fazer você se sentir melhor? Se for, então faça. Eu não tenho nenhuma desculpa para tentar lhe fazer entender o que aconteceu hoje, então se fazer você se sentir melhor, me bata.

- Eu estava muito bem antes de voltar para cá, estava entretida, tinha esquecido o do porque tinha saído correndo. Obrigada. Obrigada por me lembrar que minha irmã é sua ex, sabe... Isso foi um choque. Poderia ser qualquer uma, mas logo minha irmã? O destino deve estar se divertindo as minhas custas, porque eu achei que estava dando certo. Estar com você estava sendo perfeito. Tudo. Julie aparece e na segunda aparição dela estraga tudo, mas isso não é tão ruim, sabe o que realmente está partindo meu coração? Saber que possivelmente...  Eu realmente não quero conversar com você hoje, eu quero um tempo e espaço para assimilar tudo antes de tomar qualquer decisão, por favor, porque eu realmente estou confusa.

- Dar tempo e espaço... Tudo bem. Entendi. – Murmura Flynt concordando com a cabeça se afastando.

            Dou um rápido aceno antes de fechar a porta e involuntariamente as lágrimas começam a cair. Caem sem minha permissão e sem aviso de quando vão parar. Escoro-me na porta e lentamente vou me abaixando até que fico sentada com as costas na porta. Escuto os passos de Flynt lá fora indo a minha direção, depois uma pequena batida na porta, como se também estivesse usando a porta como apoio e um “sinto muito” sussurrado fazendo as lágrimas caírem com mais intensidade dando intervalos para os soluços e as fungadas de nariz.

            Com o coração em pedaços, juntos os estilhaços e me levanto. Respiro fundo e engulo o choro, sigo para o quarto. Deixo o cachecol que Rick me deu na cadeira e sigo para o banheiro. Vestindo uma roupa folgada deito na cama e tento dormir.

            ERA SÁBADO, MAMÃE ESTAVA fazendo o café da manhã. Mamãe não trabalhou hoje, só o papai, mas ele volta cedo.

            Desço as escadas para tomar o café da manhã com a mamãe. Ela já estava sentada comendo.

- Mamãe? – A chamo sentando-se à mesa.

- Sim, Lucynda? – Pergunta não olhando para mim.

- Vamos brincar hoje? – Pergunto franzindo as sobrancelhas.

            Sábado passado não brincamos porque choveu, mamãe disse que não poderíamos sair para não pegar um resfriado.

- Não sei Lucynda, mesmo não indo trabalhar hoje ainda tem muita coisa para fazer.

- Quer ajuda? – Pergunto me inclinando na cadeira enquanto esperava sua resposta.

- Não, você só iria me atrapalhar. – Responde mamãe rapidamente.

- Desculpa... – Murmuro me encolhendo na cadeira. – Quando terminar pode ir brincar lá fora? – Pergunto me inclinando na cadeira esperando sua resposta.

- Lucynda, depois eu vejo isso.

- Tudo bem. – Murmuro me encolhendo novamente comendo minha comida.

- MÃE, MÃE, MÃE! – Gritou Julie descendo as escadas. – Hoje não está chovendo, vamos brincar lá fora? – Pergunta ela ficando ao lado da mamãe sorrindo.

            Aquele sorriso.

            Ergo minhas sobrancelhas esperando sua resposta enquanto Julie sorria.

- Depois que você comer, meu bem. – Responde mamãe dando um beijo na testa de Julie.

            Lucynda, minha...

            O CÉU ESTAVA LIMPO. Estava deitada na grama olhando para o céu que estava sem nenhuma nuvem sequer. Gostava de olhar para o céu enquanto pensava. Estava esperando meus pais para sairmos. Hoje vamos comer fora.

- O que você está fazendo? – Pergunta Julie ficando na minha frente com a mão na cintura.

- Esperando nossos pais. – Digo me sentando.

- Meus pais, você quis dizer.

- Nossos. – Digo novamente, dessa vez tento parecer mais firme.

- Eles não são seus pais, idiota. – Responde Julie sorrindo.

            Aquele sorriso.

- Eles também são meus pais! – Exclamo levantando ficando de frente para ela.

- Não são não! Ninguém tem cabelo vermelho, você não percebeu isso ainda? Você é uma bastarda! Meus pais cuidam de você, pois sentem pena de você! Mas bem que daqui a pouco eles largam você também, porque é isso o que as pessoas fazem com você, não é? Abandonam você, bastarda!

- Cala boca! – Rosno derrubando Julie no chão ficando por cima enquanto batia nela.

- Julie! Lucynda! – Escuto os gritos do papai ao fundo.

Lucynda, minha garotinha...

Acordo abruptamente sentando na cama com a respiração ofegante sentindo o batimento do meu coração explodindo meus tímpanos.

De novo não.

            Respiro fundo e lentamente fazendo meus pulmões doerem, mas continuo. Olho para o relógio no criado mudo. 5h45min. Levanto e sigo cambaleando para o banheiro e deixo a água gelada se chorar contra o meu corpo quente.

            Ou seria o contrário?

            Solto uma risada nasal e fecho meus olhos. Depois de vestir minha roupa, mando uma mensagem para Rick avisando que estou a caminho, pego a chave da moto, depois de trancar o apartamento sigo para o elevador.

            Chego ao apartamento de Rick dou apenas duas batidas para ele abrir a porta deixando a passagem livre para passar.

- Bom dia Filian. – Cumprimenta ele cantarolando.

- Igualmente Rodan.

            Quando chegamos a Delegacia começa a luta interminável contra os papeis.

- Até quando isso vai durar?! – Exclamou Harper.

- Você tem que saber, não é? – Pergunto.

- Ah, é. – Murmura ele.

- E então? – Pergunta Rick.

- Infelizmente a semana toda e eu já não aguento mais. Não vejo a hora de isso acabar e sobrar para você e Duene.

- Ah... Obrigado. Muito obrigado. Duene também deve agradecer.

- Deixa disso, vamos trabalhar e diminuir isso!

- Sim, chefe! – Dissemos eu e Rick em uníssono.

            Fizemos uma pausa para o almoço, Megan me manda uma mensagem, mas resolvo negar e optar por comer aqui perto com Rick no intuito de diminuir esse trabalho. Harper me ofereceu a chance de ajudá-lo por mais tempo, uma chance que obviamente aceitei de bom grado.

            Depois de voltar para o trabalho terminamos antes do previsto por ter diminuído o intervalo do almoço e acho que Megan sabendo disso com algum tipo de poder especial, ela liga.

- Oh, Filian! – Grita Megan explodindo meus tímpanos.

            Instintivamente afasto o celular de perto da minha orelha.

- Olá, para você também, Megan.

- Olá. – Diz ela suavizando a voz. – Agora, o que está acontecendo?! – Pergunta gritando de novo.

            Por Deus.

- O que exatamente está acontecendo? – Pergunto curiosa, porém já sabendo do que se trata.

- Ah, não venha com essa, você sabe muito bem do que estou falando e que coisa é essa da Shinna ser sua irmã?

- Primeiro, eu não conheço ela por Shinna e sim por Julie e sim, desde que ela nasceu é denominado por minha irmã. Minha maravilhosa irmã.

- Oh, sinto sarcasmo aí.

- Eu espero que não tenha ligado para falar dela, porque realmente não quero conversar sobre.

- Imagino, já que está fugindo.

- Não estou fugindo.

- Ah, não, não, não. Tenho certeza que não está. Puxa, por que será que eu pensei nisso? Ah, desculpa erro meu.

- Oh, sinto sarcasmo aí. – Resmungo imitando a voz de Megan.

- Entendi, entendi. Está na fase do tempo. Se afastando para pensar melhor, sei como é, mas posso lhe dar um conselho?

- Prossiga.

- Seja o quer for. Qualquer coisa que estiver acontecendo, que esteja deixando você com vontade de se afastar, por favor, me escute: Não se afaste. E se quiser se afastar, me avise para que possamos fugir juntas.

            Deixo escapar um sorriso involuntário.

- Obrigada Megan.

- Não por isso.

- Espero que o mesmo sirva para você.

- Para onde iríamos fugir?

- Para onde quer ir?

- Um campo com grama rasa para um piquenique com apenas coisas que eu gosto de comer com passarinhos cantando ao fundo.

- Brilhante.

- Bem tocante, não?

- Absolutamente brilhante. Poético, até.

- Bem, vou deixar você fugindo aí que eu tenho matérias para terminar.

- Conto com você.

            Sorriu uma última vez antes de desligar, porém assim que ia guardar meu celular no bolso ele volta a tocar.

- Melanie! Achei que iria me ligar a uns dias atrás.

- Muito engraçadinha.

- Aprendi com a melhor.

- Se não fosse pelo jantar, quando pretendia me contar que estava namorando o loiro bonitão?

- Nunca, provavelmente. Iria levar esse segredo para o túmulo.

- Assim é mais fácil de guardar imagino. Quando só você sabe.

- Mas agora você sabe, então preciso matá-la.

- Complicado, meu namorado, minha sogra e sogro e seu namorado iram dar falta de mim, principalmente quando a família toda é tipo... São meus chefes.

- Então não mato você. Ainda.

- Ah, me sinto mais segura agora. Como foi com a sua irmã?

- Como acha que foi?

- Uma tragédia.

- Completamente certa e, aliás, sou tia.

- Como é? Julie é mãe? Quem é o doido masoquista que está com ela? E a criança é tipo um monstrinho sádico que vai brincar com a raça humana para se divertir enquanto suga as almas dos inocentes.

- A criança não é nada parecida com ela. Nem de personalidade, nem de aparência.

- Puxou ao pai masoquista. Como ele é?

- Não sei, não o vi, mas lhe digo por Sherry, o nome da criança, que ele é loiro dos olhos azuis e pelo o que parece o mesmo não sabe que é pai.

- Um completo europeu. Um europeu masoquista.

- Na realidade, talvez inglês.

- Você disse que não tinha visto ele ainda.

- Mas estou fazendo uma ideia de quem seja e realmente espero que esteja errada.

- Lucy, explica isso melhor.

- Por telefone não vejo como.

- Certo, podemos nós encontrar amanhã, conversar, ou melhor, lhe entreter. Marcos está por aqui, passou para fazer algo com o Tom, podemos nós encontrar.

- Como nos velhos tempos?

- Isso! Vamos fazer o Sr. Popular conhecer a cidade.

- Está querendo induzi-lo a se mudar?

- E conhecer o mundo? Claro! Estou fazendo para o bem dele, sei que vai me agradecer no futuro. Tenho certeza.

- Tudo bem, então. Só marcar e me mandar uma mensagem.

- Irei ligar para o Garoto do Campo e lhe mando a resposta.

- Tudo bem, até lá, então.

            Desligando, viro para voltar para o escritório de Harper, mas acabo esbarrando em alguém.

            Por que eu sempre tenho que ir de encontro às pessoas dessa maneira?!

- Tom me disse que Julie voltou. – Comentou Shanne deixando o assunto no ar.

- Tom Tonto está certo. – Respondo me afastando.

- Não vai fazer nada contra ela dessa vez, ok? – Diz ele descontraído.

- Ela que está aprontando agora.

- Como? – Pergunta não disfarçando a curiosidade em seu tom.

- Ela só está fazendo o que faz de melhor. – Respondo dando de ombros.

- Se esse é o caso, saia de perto dela. Se ainda é a mesma coisa de antes o melhor seria se distanciar. Para as duas.

- Ótimo conselho, Parker.

- Me importo com você, Lucy.

- Nunca duvidei disso. Tipo, nunca. – Digo franzindo os lábios.

- Por mais que não pareça. – Murmura ele mais para si mesmo que para mim.

- Suas palavras não condizem com as suas ações.

- Não. Peço desculpa pelo... O que eu fiz. Sei que não adianta nada qualquer coisa que eu disser, porque não vai mudar o que eu fiz, mas... Quero que saiba que não muda o fato de que me importo com você. Sempre me importei e sempre irei.

            Assinto com a cabeça.

- Mas vamos ser honestos, nenhum de nós dois estava sendo sincero nessa relação. Estava claro de que você estava sentindo alguma coisa por aquele... Britânico!

- Sim, você está completamente certo, mas sabe uma diferença? Mesmo eu estando atraída por ele eu não traí você. Quis fazer da maneira certa porque seria a coisa sensata a se fazer. Por você, por nós. Pelos malditos oito anos que passamos juntos, mas não, você tinha que ser mais rápido.

- Eu não queria machucar você. – Disse Shanne quase como um sussurro.

- Não se preocupe com isso, a única coisa que você machucou foi a sua dignidade.

- Eu sei que você encontrou alguém que vai fazer por você tudo o que eu não fiz. Vai dar tudo de si para lhe fazer feliz e que não vai cometer os meus erros que eu. Sei que para você tudo o que passamos não foi de verdade, sei que estava comigo apenas por minha vontade, mas você me deu algo real. Para mim foi real. Eu sinto muito que tenho acabado com isso da pior forma.

- Comovente. – Resmunga Jess aparecendo atrás de Shanne.

- Vejo que conseguiu um emprego. – Comento percebendo a arma no coldre e o distintivo preso no cinto.

- Sim, consegui as sobras depois que você arruinou minha vida. – Respondeu Jess ríspida.

- Oh, foi? Desculpa. – Digo dando de ombros.

- Parece que estar dormindo com o filho dos Heartfilia está lhe trazendo alguns favores extras.

- Favores extras... Se você diz, mas se os consegui, não foi dormindo com o namorado de ninguém. – Digo piscando para ela. – Então está aproveitando? Espero que sim.

- Aproveitando coisas que com certeza ele não fazia com você.

            Assinto com a cabeça.

- Coisa que nunca fez, talvez porque não tenha... Jeito.

            Reviro os olhos.

- Bastarda.

            Ergo uma sobrancelha.

- Posso pegar sua arma? – Pergunto com a mão na cintura.

- Por quê?

- Porque sinto que você vai continuar falando.

- Parece que o que aconteceu da última vez não foi o bastante para você se colocar no seu lugar.

- Está me ameaçando, Jessica?

- Está se sentindo ameaçada, Lucynda?

- Quero ver você repetir o feito.

- Está me desafiando?

- Se conseguir.

- Tudo bem, anda Jess. – Resmunga Shanne pegando no braço de Jess a puxando para longe.

- Você pegou a coleira? Só por... Precaução. – Digo franzindo os lábios.

- Se controla Filian. – Diz Shanne rindo.

            Jess sai resmungando. Achei que quando fosse ver Shay novamente sentiria raiva, mas não senti... Nada. Nenhum sentimento ruim, nenhum sentimento bom. Nada.

            Mas Jess? A vontade de bater nela só aumentava sempre que a vejo e eu sinto que não vou conseguir resistir por muito mais tempo e sei que quando começar a batê-la, espero que ninguém me pare.

Balanço a cabeça para deixar esse pensamento para lá, voltando para o escritório de Harper passo pela sala onde praticávamos treino de autodefesa com Duene. Escoro-me na porta cruzando os braços enquanto pensamentos invadiam minha mente.

            HANK SENTA-SE AO MEU LADO.

- O que eu lhe disse para fazer quando estivesse com raiva? – Pergunta Hank, sério.

- Treinar. – Respondo simplesmente.

- E por que não está fazendo o que lhe aconselhei?

- Estou pensando em outras opções. – Respondo franzindo os lábios.

- Uma pena, porque ainda estamos aqui e quem é que manda aqui? – Pergunta Hank cruzando os braços.

- Você.

- E o quem eu sou?

- O dono.

- Luchy! – Repreendeu Hank falando meu nome errado de propósito.

            Culpa do Jeff.

- Meu mestre.

- E?

- E? – Repeti franzindo as sobrancelhas. – Proprietário?

- Amigo. Sou seu amigo, Luchy. É tão difícil assim compreender?

- Honestamente, sim. Estou acostumada com as pessoas se aproximando de mim para caçoar da minha cara.

- Eu faço isso? – Pergunta Hank se aproximando.

- Sim. – Respondo séria.

- Oras, eu sou seu mestre! Implico com você, porque gosto de você.

- Jeito estranho de demonstrar afeto.

- Eu nunca disse que era bom nisso. Agora, saia desse banco e vai treinar. Desconta toda essa raiva e frustração treinando ou no Jeff ali.

- Ei! – Protestou Jeff. – Aceito um treino em conjunto. Não sou a favor de violência gratuita!

- Você não é a favor de nada, garoto. Nunca vai conseguir uma namorada assim

- Eu... Eu não quero uma!

- Claro que não quer. – Resmungou Hank imitando Jeff.

- Porque ele é gay? – Pergunto erguendo uma sobrancelha.

- EU NÃO SOU GAY, MCGRAHAM! – Protestou Jeff bufando.

            Hank gargalhou alto.

- Vocês são os melhores. – Disse ele sorrindo. – Agora: Treinar!

            Fico perdida lembrando até que meu inconsciente resolve avançar no tempo.

- QUERO QUE FIQUE PARA você. – Disse Jeff retirando sua pulseira colocando no meu pulso esquerdo. – Para lembrar-se de mim.

- Não faz assim comigo. Não me faça querer ficar, se você não for ficar também.

- Não importa onde eu esteja, o quão longe eu esteja, quantas milhas estejam nos separando, sempre vou lembrar-me de você, Luchy.

- Não quero me lembrar de você.

- Jeito bonito de dizer que vai sentir minha falta também.

- Porque não vou.

- Você sempre diz o contrario do que realmente quer dizer. Sempre foi assim desde que nós conhecemos. Tudo em você é complicado, McGraham, isso só faz me apaixonar por você todos os dias.

            Logo meus pensamentos mudam novamente dando um pulo para o futuro com Flynt.

- ESTAMOS FUGINDO DE QUEM? – Perguntou Zeref confuso arqueando a sobrancelha.

Meu deus!

- Shay.

- Por que estamos fugindo do seu namorado mesmo? – Perguntou, agora levantando a outra sobrancelha.

- Porque não quero falar com ele no momento.

- Por que não quer falar com o seu namorado? – Perguntou ficando de frente para mim cruzando os braços.

- Por que... Por que... Brigamos.

- Ah, que triste. – Murmurou Zeref olhando para o lado nada triste.

- Você está realmente triste com isso? – Pergunto franzindo as sobrancelhas.

- Não. Nem um pouco triste se quer saber. – Respondeu ele coçando a bochecha. – Mas vem cá, por que você me arrastou junto mesmo?

- Complexo de mocinho. A mocinha esta fugindo do perigo e leva o mocinho junto por nenhum motivo aparente. – Disse gesticulando com a mão não dando importância, mas quando vi seu sorriso malicioso repensei o que eu acabei de dizer.

            Oh, merda...

- Então quer dizer que sou o mocinho? – Perguntou ele sorrindo se aproximando mais. – Vamos ficar juntos em um futuro não muito distante?

- Eu não disse isso! – Protestei gesticulando.

- Disse sim, já esta se contradizendo? Típico de mocinha. Agora tudo esta ficando em perfeita ordem. Sou o mocinho, o cara certo para você.

- Você parece mais o errado. – Murmurei olhando para o lado.

- Às vezes, o errado pode ser o certo. – Disse ele se aproximando mais. – Complexo, mas até que faz um sentido.

- Ou talvez não.

- Posso te mostrar o contrario. – Disse ficando a centímetros da minha boca.

            Então resolvem mudar para café.

            Café? Que café?

- Café. – Repetiu Rick balançando a mão na minha frente me tirando dos meus devaneios.

- Perdão? – Pergunto para que Rick repita.

- Quer me acompanhar no café? Pode ser eu no café e você no suco. Que tal? – Pergunta Rick sorrindo. – Você fica bem agitada quando bebe café.

- Ah, sim. Pode ser.

            Rick me da uma carona para casa depois, parando no meu andar cruzando o corredor encontro Flynt novamente escorado na parede.

- O que é isso? Vai me esperar na porta todo dia? – Pergunto me aproximando.

- Até as coisas se resolverem, sim.

- Fantástico. Era tudo o que eu queria. Um porteiro.

- Vamos conversar agora? – Perguntou se aproximando também.

- Bem, não estava nos meus planos ter essa conversa.

- E quando vai ter tempo na sua agenda?

- Não sei, tenho que ver ainda.

- Eu realmente queria conversar, agora. – Diz Flynt se aproximando mais.

- Pode ser depois. – Digo começando a andar em direção a porta, mas Flynt coloca a mão no meio. – Huh? – Tento do outro lado, mas ele faz o mesmo me prendendo.

- Sinto uma tensão sexual vinda de você.

- Por quê? Isso é um convite? – Perguntou Flynt me imprensando mais contra a parede.

- Claro que não! No momento estou fugindo de você.

            Oh, merda. Tapo minha cabeça assim que digo a última palavra. Flynt levanta uma sobrancelha.

- Você tem toda razão em fazer isso. Eu sei que tem.

- Sim, eu tenho. Você é o ex da minha irmã!

- Se serve de desculpa eu não a conhecia por Julie.

- Estou sabendo disso.

- Não importa como esteja se sentindo, sei que gosta de mim.

- Você sempre foi muito convencido.

- Não, não estou sendo convencido, estou sendo realista. Vejo nos seus olhos o desejo que eu sei que sente.

- Como sabe?

- Porque sinto o mesmo.

- Deve ser. – Resmungo cruzando os braços.

- Lucy. – Chama Flynt.

            Permaneço meu olhar em qualquer lugar menos nele.

- Lucy. – Chama de novo, porém dessa vez pegando meu queixo me fazendo olhar para ele.

- Para com isso.

- Parar com o quê? – Pergunta Flynt dando um de desentendido.

- De me olhar com esses olhos claros e falar com esse sotaque absurdo. De qual parte que estou com raiva de você, você não entende?

- Parei de entender na parte que você acabou de falar que não resiste a mim.

- Eu... Eu não disse... Merda.

- Tão intrigante. – Resmunga Flynt antes de colar nossos lábios.

            Antes que me dê conta Flynt está me conduzindo para o quarto me deitando na cama.

            Dúvidas, preocupações, teoria do caos, meu coração pesado. Todos os pensamentos que eu tive ao longo do dia desaparecem com um simples toque. Com um beijo as únicas coisas que me importam é ele, até Julie desaparece deixando apenas Flynt em foco.

            Quando me apaixonei loucamente por ele?


Notas Finais


Selena Gomez - The Heart Wants What It Wants: https://www.youtube.com/watch?v=pacAjqluUH0

Shawn Mendes - Running Low: https://www.youtube.com/watch?v=gJolGOE87u8 (PS: Tem que ativar a legenda)


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