História Crazy In Love - Compras, Shopping e Sobrenatural

Stiles:

O tempo passou tão rápido. Já havia passado três semanas e meia e nada de encontrar minha mãe. Eu e Derek tentamos várias vezes voltar para o local onde ele a encontrou no decorrer do acidente que houvera entre eles. Nada, não conseguimos encontrar nem um rastro dela. Contudo, eu até mesmo poderia ficar zangado, exaltado, aborrecido ou ansioso, mas eu não sentia nada disso. Queria saber a real história, o motivo de ela dar-se por morta ou ela realmente morreu? Várias perguntas atormentavam a minha mente e lá ficava flutuando desgovernadamente a procura de suas respostas. 

Por outro lado, minha barriga havia crescido o que seria uns dois meses, mas havia passado apenas três semanas e meia. Deaton comentou que o crescimento seria acelerado. Provavelmente eu teria essa criança o mais rápido do que eu pudesse imaginar. Estava preparando tudo com Derek. Infelizmente teria de estudar em casa para que ninguém suspeitasse já que estaria com uma barriga enorme. Um garoto que mal terminara o ensino médio e já teria um bebê. 

O acontecimento anterior com Derek já estava sendo deixado de lado e as maiores preocupações eram com as ameaças. Peter e Scott descobriram que alguns seres sobrenaturais estavam aparecendo em Beacon Hills, um atrás de outros. Matt, o garoto a qual anteriormente tentara me estuprar em uma festa da Lydia, agora me ajudava sendo como um guarda costa. Derek não gostava nenhum pouco da presença de Matt, mas ele estava sendo de grande ajuda quando ninguém estava por perto.

Desci as escadas do Loft – sim, estava no Loft de Derek – ele decidira que seria melhor eu dormir em seu Loft, seria mais seguro e fácil para Derek me proteger. Meu pai... Bem... Ele disse não precisar de Lobisomem ou qualquer ser sobrenatural para preservar sua segurança já que ele mesmo poderia fazer isso. 

Agora que eu estava carregando um pequeno ser sobrenatural dentro de mim, minhas energias estavam sendo sugadas violentamente por ele. Cada dia me sentia fraco. Deaton recomendou não tentar usar meus poderes de Sidhe, não tentar lutar nem nada que me puxasse muita energia, ou seja, voltei ao zero, o velho Stiles normal e sua arma, um velho taco de beisebol. 
Já se passava das dez horas, havia acabado de desligar o meu telefone. Passara quase uma hora conversando com meu pai pelo telefone e meia hora tentando convencê-lo de deixar alguns seres sobrenaturais por perto. Ele me dissera a mesma coisa. Tinha uma arma e poderia se defender. Parece que Allison lhe dera algumas munições especiais e isso levou ao xerife um pouco de confiança. No entanto, Derek pediu para que Brett e Theo ficassem vigiando a casa sem que meu pai notasse.

Ouvi um barulho de pratos vindo da parte de baixo do Loft. Caminho em direção à cozinha, em busca do barulho. De longe, antes que eu pudesse entrar na cozinha, consegui ver uma silhueta feminina, alegre e saltitante que dançava ao som de alguma música eletrônica. Depois de tanto tempo eu estava-a vendo novamente, depois de tanto incidente ela pareceu sumir por certos minutos ou dias que eu mesmo não reparei. Que péssimo amigo eu sou. 

– Cora! – Gritei correndo para cozinha e pulando em seus braços. 
Ela me agarrou com seu reflexo. Um susto se apoderou de seus olhos quando me vira correr em sua direção. 

– Desculpe – Disse, coçando a nuca, sentindo-me um pouco envergonhado. – É que você sumiu por um tempo. 

– Não se preocupe, também senti sua falta – Ela deu um sorriso e assanhou meus cabelos. – Mas não precisava vir desse jeito, quase me derrubou. 

– Ah não começa, sei que uma loba como você pode aguentar meu peso – Comentei. 

Cora olhou para mim e minha barriga. 

– Dois pesos.

Suas palavras me calaram rapidamente. Olhei para minha barriga e acariciei. Às vezes, sentia-me um pouco incomodado com isso, não que considerasse algo ruim – Se bem que acho que essa fase de pensar que o bebê em minha barriga é algo ruim, já passara – Mas era estranho para um adolescente homem estar grávido. Com essa idade, não era nenhum pouco mais velho, ainda não organizara minha vida e já tinha uma família em formação. Era um pouco desconfortável. 

– Você não parece bem – Comentou Cora. 

Olhei para os meus pés que estavam cobertos por uma pantufa de lobo. Lembro-me bem desse dia quando pedi que Derek comprasse aquela pantufa para mim. 

– Bem eu acho que não, mas...

– Já sei do que você precisa – Ela disse. – Compras. Podemos ver as coisas do pequenino.

– Mas cora eu ainda não tenho certeza se é um menino ou uma menina – Digo rapidamente.

Como eu conhecia bem Cora, ela não iria desistir até que conseguisse o que quisesse. Típica característica dos Hale. 
Ela me empurrou um prato com panquecas e uma caneca cheia de café. Sentei-me ao seu lado na mesa. 

– Vamos, precisamos comprar roupas para o meu sobrinho. 

Ergui uma sobrancelha.

 – Mas eu já...

–  É menino. – Ela disse. 

Desde quando ela decidiu isso?

***

Já fazia horas que estávamos andando no shopping. Minhas pernas doíam tanto que mal as conseguia mantê-la em pé sem ter de mexê-las desconfortavelmente. Os dedões dos meus pés tinham criado calos que doíam tanto que podia sentir latejarem. Meu estomago reclamava de fome. 

– Ah! – Exclamei. – To com fome, to com dois terríveis calos e ainda com uma dor desconfortável na perna – Digo aos suspiros. 

Cora me ignora completamente, enquanto foca sua atenção em uma vitrine. Sigo seu olhar e encontro um manequim vestido em perfeitos trajes masculinos. Uma camiseta branca, por cima uma blusa vermelha de manga longa xadrez, uma calça jeans de um azul escuro e um tênis preto.

– Bonita não – Ela comenta. Percebo que seu olhar segue pelo meu corpo e para em meus olhos.

 – Você ficaria lindo nessa roupa – Cora pisca e me puxa para a loja. 

– Oh não... – Digo e paro-a antes que entrássemos na loja – Nem que eu trabalhe pelo resto da minha vida eu conseguiria terminar de pagar essa roupa. Olha esse valor – Digo apontando a plaquinha abaixo do manequim. – Essa loja também...

– Stiles quem lhe chamou para vir ao Shopping?– Questiona Cora apoiando suas mãos na cintura, enquanto tentava fazer uma cara de brava. 

- Você, mas...

– Exato e porque você acha que eu lhe chamei para vir comigo?

–Achei que era para comprar roupas para o bebe.

– Também. E você merece roupas também e quem chama paga – Cora deixou escapar um sorriso e uma piscadela, antes de entrar aos pulos na loja. 

Continuei parado do lado de fora vendo aquela pequena silhueta sumindo dentro da loja. Uns três segundos depois, ela mete a cara para fora da loja, ao seu lado estava uma mulher vestida socialmente e um sorriso triunfante de uma vendedora que lucraria sua comissão hoje com aquela menina que acenava e pulava de dentro da loja. 

– Ei! Por quanto tempo acha que quer ficar parado ai – Ela acena e grita. 

Suspiro. Os Hale tem uma péssima mania. Tudo o que eles querem, devem conquistar custe o que custar. 

Emito um sorriso. Cora era com toda certeza a irmã de Derek e não havia dúvidas enquanto a isso.

 Provamos não só a roupa do manequim, mas quase todas das lojas. Por fim, saímos com várias bolsas de roupas e grande parte delas foram as que Cora escolhera. Mais tarde, fomos à loja de roupas de bebês e novamente saímos com mais bolsas de roupas. Estávamos cheios de bolsas, sacolas e caixas. Eu no caso estava morto de fome e cansaço. Cora me ajudou a ir até o carro, guardou as compras e lá me deixou, enquanto iria comprar um lanche para a viagem. 

Olhei pela janela do carro e notei quanto o tempo havia mudado bruscamente. Nuvens escuras agora tomavam conta do céu, que até pouco tempo atrás estava uma linda imensidão azulada. A chuva agora vinha de longe trazendo pingos e pingos em uma ventania. Fechei a janela quando a brisa fria invadiu o carro. 

De repente, sinto uma dor aguda em minha barriga. Encolho-me um pouco e nada resolve, a dor continua cada vez mais forte. Solto um baixo gemido e continuo sentindo a dor. Que merda era aquela. Um grito de terror ecoa da minha boca quando um pássaro desgovernado vem voando na direção do carro e furiosamente choca-se no para-brisa. De outro lado, outro pássaro choca-se com a traseira do carro deixando uma marca de sangue e pequenos miolos marcados na traseira do automóvel. Encolho-me no carro e fecho os olhos. A dor continua cada vez mais forte. Minhas energias estão sendo sugadas tão rapidamente que sinto de imediato uma tontura. 

Quando olho para a janela, vejo Cora correndo em minha direção e sua feição é séria. Isso foi à última coisa que vi antes de desmaiar e cair em completa escuridão, sem forças e as energias completamente esgotadas. Enquanto isso, os pássaros voltavam a chocar-se no carro deixando traços de sangue por todo o vidro, mas não os escuto chocarem-se no carro, muito menos os vejo, apenas vi a cortina escura ser jogada a frente da minha visão tampando todo o cenário colorido a minha frente, deixando-me a mercê da escuridão e da exaustão.