Após inúmeras ligações e tentativas falhas de tentar falar com Luiza, sem vontade, suspirei e decidi levantar-me da cama, às 8h da manhã para ir andando até sua casa. E fazê-la engolir o celular.
Coloquei a primeira roupa que vi e saí rápido, sendo barrada na cozinha, pela minha mãe.
- Onde vai a essa hora da manhã com tanta pressa?
- Na casa da Luiza, precisamos arrumar a festa de hoje a noite. – Disse, driblando-a e passando pela porta rapidamente.
Entrei em meu carro, sem nem sequer colocar o cinto, dando logo a partida e dirigindo como quem realmente acabara de acordar. Me distraí com a brisa que, foi forte o bastante para ventar as árvores da rua, sendo que é verão. Acabei por bater com tudo na lixeira do vizinho, amassando-a. Apenas saí correndo.
Ao chegar ao destino, parei o carro em frente ao portão, que logo abriu-se. A casa da família Carter é extremamente grande, no topo de um morro, da qual apenas a elite da cidade vive, cercada por grades pretas e bonitas, que protegiam mas deixavam exposta a paisagem interna de sua casa azul com tons preto, e sua piscina que emitia luzes coloridas a noite.
Entrei e estacionei em frente à porta da frente e saí de dentro do carro, tocando sua campainha. Uma Luiza descabelada e com um pijama de porquinhos abriu a porta com cara de sono.
- Por que não atende minhas ligações? – Disse, enquanto entrávamos e rapidamente subíamos a escada. – Estava dormindo não é?
- Na verdade não. – Luiza fechou a porta do quarto com delicadeza, virando se para mim com uma expressão estranha em seu rosto.
- Algo errado?
- É complicado Bih... – Seus olhos estavam um pouco tristes, sua voz se arrastava enquanto seu corpo se jogava no pufe em seu quarto.
- O que houve? – Indaguei preocupada.
- Eu fiz uma bela cagada ontem. De novo.
- O que você fez?
- Transei com o Dylan. – Ela colocou suas mãos no rosto e soltou um grunhido estranho.
- Ué, vocês se gostam, isso é normal e...
- NÃO! NÓS NÃO NOS GOSTAMOS!
- Tá, desculpa. – Percebi que ela estava um tanto incomodada com o assunto. – Precisamos organizar sua festa, não trouxe nada então vou usar algo seu. E sua irmã vai arrumar meu cabelo, porque ela é uma ótima cabelereira!
- Okay, vamos começar então... A festa começa as 20h, temos umas onze horas para arrumar tudo. Vai ser um longo dia.
...
O hall em volta da piscina estava lindo, com a área coberta decorada para uma pista de dança, a noite ia ser ótima. Dei um suspiro, e então, junto de Luiza e Monique, subimos para o segundo andar.
No segundo andar, haviam quatro quartos, em todos, um banheiro, então tomamos banho ao mesmo tempo, utilizando aproximadamente o mesmo tempo, teríamos que nos apressar um pouco, o relógio já marcavam 17h.
Luiza era mais encorpada que eu, então seus biquínis não me serviram, precisei pegar um de Monique, que eram exatamente meu manequim. Por cima, um vestido leve e estampado revestia meu corpo. Luiza usava um biquíni ousado, com tiras e recortes que demarcavam suas curvas (acho que propositalmente), por cima do biquíni, ela colocou apenas um short cintura alta, deixando grande parte de seu corpo exposto. Monique vestiu uma roupa qualquer, primeiro ela vestiu uma calça rasgada, mas Luiza e eu a obrigamos a colocar um short ou algo mais curto, já que estava quente. Logo, ela já vestia um short com acabamento rasgado e uma blusa solta branca simples.
Como eu esperava, Monique cuidou de meus cabelos, fazendo duas tranças embutidas, assim como em Luiza. Não ia me maquiar, já que é uma festa na piscina, mas, Luiza tinha um kit de maquiagem artística à prova de água, algumas brilhavam no escuro, outras tinham um efeito 3d.
Já eram exatamente 19h e 30h, e os convidados já começaram a chegar, a música já soava alto, as bebidas estavam no gelo, e eu precisava ir até em casa buscar o DJ, vulgo, meu irmão. Entrei no carro, com um tanto de pressa, logo dando a partida e dirigindo rápido ao som de Beatles, que soava em meu rádio em um tom alto.
Em alguns minutos estava em casa. Estacionei o carro e saí.
A porta principal, dava passagem diretamente na sala, destranquei a mesma e ao abri-la, já ouvi duas vozes altas, pensei ser uma conversa casual, já que Zac tem a mania de falar gritando, acho que é mal de família, por minha mãe é assim também. Entretanto, ao adentrar enfim a casa, percebi que tratava-se de uma discussão. Fechei imediatamente a porta e fui até a cozinha, fonte do barulho.
- Gente, o que está acontecendo aqui? Dá pra ouvir essa gritaria da esquina, caramba! – Exagerei, largando minha bolsa sobre a banqueta em frente à bancada.
- Isso, você chegou na hora certa. – Disse Zac, afastando-se do balcão da qual estava encostado e vindo até mim, ao mesmo tempo que encarava minha mãe com seriedade. – Fala mãe, fala para a minha querida irmãzinha, sua nova ideia genial.
- O que? – Instiguei confusa com aquilo tudo.
- Vocês precisam entender, iremos trabalhar juntas, será bom, será bom para vocês também, ela será como uma tia, e vocês serão como primos! – Defendeu-se minha mãe, erguendo as mãos para o alto.
- Gente, como assim, que? – Novamente, encontrava-me confusa.
- Mãe, pelo amor de Deus, ela tem a sua idade, e já deu em cima de mim, você sabe disso, nós sabemos disso, por favor! – Suplicou Zac.
- Ela não deu em cima de você, ela apenas lhe elogiou. – Disse minha mãe.
- Geralmente as pessoas não me elogiam perguntando se meu pênis cresceu tanto como o resto do meu corpo! – Zac ergueu a voz.
- Ela estava bêbada! – Minha mãe ergueu o tom de voz também.
Em meio aquela discussão toda, eu não estava entendendo nada.
- GENTE, PELO AMOR DE DEUS, EU NÃO ESTOU ENTENDENDO NADA DO QUE VOCÊS ESTÃO FALANDO, EU ESTOU BOIANDO, EU SOU LOIRA! – Exclamei, com um tom cômico para liberar a tensão do ar.
- A mamãe, vai reformar a casa, e vai trazer a amiga louca dela, Suzanne, e o filho dela para morarem com a gente, porque elas são mães solteiras e vão trabalhar juntas futuramente! E, sabe onde ela vai dormir? NO MEU QUARTO, e o sótão, que está cheio de poeira, vai ser o meu novo quarto, quer dizer, meu E DAQUELE GAROTO ESQUISITO. – Exclamou Zac, gesticulando coisas com as mãos, sua veia da testa estava saltando. – Sabe qual a melhor parte disso? NENHUMA PORQUE NÃO TEM PARTE BOA!
- Suzanne, filho? Não me lembro de ela ter filho...
- É aquele garoto que brincava com você quando você era pequena, ele ficou aqui até os 13 anos, depois ele foi morar com o pai em outro país, mas agora, seu pai faleceu, e ele vai vir para cá. – Explicou minha mãe.
- Não estou conseguindo lembrar... Sabe o nome dele? – Perguntei.
- Não me recordo bem, mas, você sabe quem é, olho claro, pele clara, franjinha na testa, estava sempre sorrindo com você... Louis... Liam...
Em um estalo, e meu cérebro pareceu capturar as imagens mais inusitadas daquele garoto que tanto marcou meu passado, que tanto marcou em minha história, um garoto tão tímido e tão louco ao mesmo tempo, que carimbou em minha mente, seu nome.
- Logan.
Não pode ser. Só podia ser. Mas não, não podia ser.
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