História Crazy Kids - "Olhos Azuis" - Monique

Não vou mentir que, não estava tão entusiasmada para essa festa, pelo fato de que, Luiza é o foco, pois é aniversário dela, e é bom para ela ser o foco, nada contra, mas, da mesma forma que ela vai ser o foco, eu vou ser a ofuscada, por ser a errada entre as irmãs. Pietra e Kaliandra vão ficar ligadas nos garotos, ou vão beber e “meter o louco” na festa.

Bianca e eu não somos muito próximas, mas eu a adoro, porém, ela vai ficar junto com Luiza a noite toda.

Por mim, eu passaria a noite no meu quarto, ouvindo Lana Del Rey, deitada em minha cama e enchendo minha mente de pensamentos e coisas que eu sei que nunca aconteceriam. Na melhor das hipóteses, teria ânimo para escrever, qualquer coisa que seja.

Estava sentada no sofá da sala, enquanto via Luiza entrar e sair com coisas na mão. O Relógio soava 20h e 55m. Uns cinco minutos se passaram, e ela entrou novamente, agora para me chamar para cantar parabéns. Até pensei em suspirar, mas era seu aniversário.

Abri a porta e caminhei por entre as pessoas, até a área coberta perto da piscina, onde Luiza estava com um bolo em um formato de... Bom, na verdade eu não compreendi o formato.

Ela soprou as velas enquanto cantávamos a típica música de parabéns. Rodeei meus olhos por aí, e havia muita gente, entre eles, Dylan. Achei que Luiza havia o esquecido, até ouvir sua conversa com Bianca pela manhã. Que vergonha alheia, minha irmã não tem vergonha das merdas que faz. Quer dizer, ele tem uma namorada, e ela fica dando mole!!!!!

Dylan provavelmente não sente nada por ela, só se aproveita de uma garotinha mais nova e ingênua, é o que os caras fazem. Eu o encarava com muita raiva, tanta que ele percebeu, e ficou me encarando de volta, o ódio era recíproco.

Minha atenção foi tomada quando meu nome foi chamado, por Luiza, que me chamava para tirarmos uma foto juntas, em frente aquele bolo, que de perto dava para ver que era uma espécie de uma réplica de Hogwarts, que deu muito, repito, MUITO errado.

Caminhei até sua direção, e todos me olhavam confusos, pois muita gente nem sabia que éramos irmãs, talvez pela nossa falta de semelhança. Fiquei ao seu lado, e tentei imaginar a mente das pessoas, enxergando um contraste impactante de beleza, uma garota muito bonita, com um corpo muito bonito, com uma maquiagem leve e beleza natural mesmo, com um sorriso meigo e uma fodida pele de pêssego. E ao lado, eu.

Após tirarmos algumas fotos, junto com Bianca, Pietra e Kaliandra, entre outras pessoas, dei-me conta de que as amigas delas combinaram de fazer discursos, e, NINGUÉM ME AVISOU, mas eu teria que fazer também. Certamente fiquei com cara de tacho, e enfim chegou minha vez:

- Olha, primeiramente, eu gostaria de agradecer às amigas das minha irmã, que me avisaram que iriam fazer discursos, estou “super” preparada. Bom, é estranho, quer dizer, vocês todas falaram muitas coisas fofas e tal, mas continua sendo estranho, a maioria e vocês, a conheceu no primeiro ano. Quer dizer, com licença né, cheguei primeiro. Vocês citaram muitos episódios que passaram com ela, e isso é estranho, pois eu passei esses episódios, multiplicados por sete, oito, talvez dez. – Dei uma pausa, enquanto suas amigas começaram a me olhar torto. – Enquanto vocês as viram beber até cair pela primeira vez, fazer as cagadas que ela fez , eu segurei seu cabelo depois de uma noite de bebedeira, geralmente por um motivo, eu a vi errar e ficar mal por isso, mas a vi levantar-se e seguir em frente com um sorriso largo no rosto, eu a vi sofrer por amor, expressar coisas que vocês, “amigas”, jamais viram. Eu conheço sua melhor parte, enquanto vocês, só conhecem a cobertura.

Larguei o microfone para Bianca, e vi que Luiza tinha seus olhos claros marejados, a olhei com um sorriso pequeno, com os lábios fechados, mas que ela entendeu, e sorriu de volta. Enquanto Bianca fazia seu discurso, saí de perto dali e fui de encontro a Pietra e Kaliandra.

- Caramba mona, podia ter pegado mais leve, queria começar treta né? – Disse Pietra com um copo de bebida na mão.

- Não, só fiquei irritada, essas garotas falaram coisas tão monótonas, típicas e rasas. Elas mal a conhecem e citaram apenas coisas ridículas. Além de não terem me avisado sobre esse discurso. Se houvessem me avisado não as teria ofendido. – Sentei-me em um banco de três lugares, perto da borda da piscina.

- Eu tô é bêbada. – Kaliandra exibia seu sorriso largo, ela havia tomado apenas um copo de alguma bebida. Ri com a situação.

- Vamos lá dançar. – Pietra estendeu sua mão para mim.

- Ah, eu vou ficar aqui.

As duas já estavam realmente um pouco embriagadas, foram entrando por entre a multidão de pessoas que dançavam na pista. Apoiei em minhas mãos, me rosto, ficando curvada sobre o banco.

De repente, meus ouvidos foram tomados por uma música que era um tanto bonita, a melodia era dançante, e seu ritmo tornavam as coisas nostálgicas. Eu conhecia aquela música, embora seu ritmo fosse agitado, fazia-me sentir leve, Galantis- You. Virei meu rosto de encontro à fonte do som, até avistar o DJ.

Tratava-se de Zac, o irmão da Bianca. O garoto que tinha um pedaço do céu em suas íris, e poderia ganhar o mundo com seu sorriso. Ao mesmo tempo em que o olhei, ele passou a me olhar também, consequentemente, por uma ironia muito grande, ao mesmo momento, tocava uma parte da música que dizia:

Hey, what’s your name?      
Hey, what’s your name?
'Cause I-I-I need to know
'Cause I-I-I need to know…

Eu até queria parar de olhá-lo, mas eu acabei por me perder por entre a extensão de seu olhar, tendo minha mente vazia, e deixando meu corpo levar por uma ansiedade sem sentido que percorria minhas veias.

Então caí na real. Cá estava eu, deixando exposta, uma queda por um garoto típico arrasador de corações. Quer dizer, tudo nele indicava um garoto clichê.

Levantei-me e peguei uma bebida, virando o copo de uma só vez. Logo de cara, senti que as cosias já estavam um pouco confusas. Virei outro copo, e agora, estando um tanto alucinada, parti para o meio da pista de dança, junto de Kali e Pietra.

Eu dançava de uma forma sem seguir um padrão, não utilizava passos de meu conhecimento, na verdade, balançava e requebrava meu corpo de forma que a música conduzia, seguindo sua melodia e ritmo. Jogava a cabeça para trás, e não podia negar que, vez ou outra, virava-me para trás, para ter visão daquele DJ, que não tirava seus olhos de mim. E, a essa altura, eu até que estava gostando de ser observada com precisão.

As horas pareciam nem passar, o relógio aparentava ter pausado, e, eu nem queria mais que aquela noite acabasse.