História Criminal - Day 11- Don't make this harder than it already is

*11 de Junho de 2016*

Karol Sevilla’s Point Of View

Por que isso ta acontecendo? Por que ta sendo tão difícil ficar longe dele? Conheço ou acho que conheço o Ruggero só a 10 dias e mesmo assim sinto que não vou conseguirme afastar assim. Talvez ele nem soubesse mesmo quem eu sou, mas e se sabia? E se só se aproximou de mim por isso?

Tantas perguntas, hipóteses, dúvidas passam pela minha cabeça, eu deveria ter ficado lá e esperado as explicações? Ou eu só iria me machucar mais? Poderia ter ficado mas não fiquei e como resultado perdi minha manhã toda no Netflix assistindo filmes de comédia pra ver se eu ria um pouco.

Caro <3- Vem aqui em casa hoje. Pra gente ficar conversando tipo tarde de meninas

Karol- Pra dar de cara com seu irmão? Melhor não

Caro <3- Ele não vai ta aqui, o Agustín vai vir buscar um pacote mas ele não

Karol- Ta, ta. Que horas?

Caro <3- Agora?

Karol- Vou me trocar e já vou

Eu e a Caro acabamos nos tornado bem amigas, será que é de família conquistar os outros tão rápido? Afinal eu e o Ruggero também ficamos amigos muito rápido.

Me arrumei e peguei um Uber Pool até o apartamento da minha amiga italiana, entrar nesse carro e ver um moço concentrado em seu celular me fez lembrar a primeira vez que vi o Ruggero, exatamente assim. Por que ele sempre tem que aparecer nos meus pensamentos?

- Oieee, vamo animar que na minha casa não existe bad. Só quando o crush fica com outra.

- Opaaa acho que quero conhecer esse seu crush e falar umas verdades pra ele.

- Você conhece. – Falou um pouco mais baixo.

- Oi? Me conta. Tudo.

- Vem, senta aí. – Me senti no sofá e Caro se sentou ao meu lado. – Meu irmão sempre teve poucos melhores amigos, ele sempre estava com bastante gente mas pra contar em todos os momentos era só um ou dois. E ano retrasado ele meio que mudou seu círculo de amizades e conheceu essa pessoa. Sabe quando você sente que foi amor a primeira vista mas nega pra si mesmo? – Sei, muito bem – Foi assim, mas ele é igual meu irmão, pega todas, só aquieta por uma semana no máximo, nós somos próximos mas não como queria.

- AGUSTÍN? – Ela assentiu com a cabeça levemente. – Olha, não sei muito sobre ele, mas ele parece ser gente boa apesar de tudo, acho que se vocês tentarem pode dar certo, fala com ele, “se entrega”, ficar querendo não leva a nada.

- Por que você não segue seus conselhos?

- Porque estamos falando de você, nem vem. Vamos ver um filme? Hoje aceito terror – Vi ela bater palminhas, terror é seu gênero preferido e eu não suporto, mas as vezes é bom abrir exceções.

- Olá queridas. Adoro seu porteiro Caro. – Ela riu e foi buscar o tal pacote. – Você ta bem?

- O que você acha?

- Acho que não, mas por que você não dá uma chance?

- Ele me enganou. Ele podia me contar, por incrível que pareça eu não ia me afastar ou ficar brava, eu iria ver que ele confia em mim, mas não. Agustín, uma mulher parou a gente falando que ele matou um tal de Afonso Queiroz, era a oportunidade perfeita pra ele me contar, mas ele não falou nada, só negou as acusações.

- O plano do helicóptero foi foda. Mas olha, o Ruggezinho não é tão babaca quanto parece, ele se preocupou, muita gente sabe quem somos e isso te colocaria na mira de muita gente ruim, e o fato de te conhecerem como a “garota do Ruggero” só piora, você é vista como um alvo fácil, um caminho pra ele. Por incrível que pareça – Imitou meu jeito de falar. – ele tem um coração, e foi por isso que ele te escondeu. Não se afasta dele assim.

- Sério, machuca muito ficar longe dele, faz pouco tempo que nos conhecemos mas sua presença me fazia bem, eu queria ta perto dele mas não consigo, ele não confia em mim, como vou confiar nele?

- Seu pacote.

- Brigada gata. Karol pensa no que falei, isso ta machucando os dois. Tchau queridas.

- É isso Caro? Eu tinha que ter escutado ele?

- Você tem que fazer o que seu coração manda. Se ele te manda ficar por perto, fique. Se manda você se afastar, se afasta. Por mais que eu te dê conselhos, opiniões, a decisão é sua. Você ta feliz assim?

É Caro, eu nem sei mais o que eu to.

Ruggero Pasquarelli’s Point Of View

Fazia tempo que eu não perdia uma manhã inteira dormindo, acordei uma da tarde, a última vez que fiz isso foi quando meu avô faleceu. Por que tinha que ser assim? Eu ia contar tudo mas o filho da puta do Robert fez isso antes. Eu sei que é o pai da Karol mas ainda assim posso xingá-lo, sem aquela entrevista eu ainda teria minha pequena por perto. Mas também ela podia ter me escutado, eu só queria seu bem, ela não pode se tornar um alvo dos nossos inimigos, não é isso que quero pra ela.

- Olá amigo, trouxe o pacote. – Às vezes me arrependo de ter passado a senha da porta pro Agustín.

- Valeu, quer alguma coisa pra beber?

- Não. A Karol tava na casa da Caro. Ela ta arrasada.

- Não torne isso mais difícil que já é. Eu não quero ver minha pequena triste, eu só queria protege-la, será que é tão difícil de entender isso? – E de novo eu deixei minha lágrimas saírem.

- Cara, eu sei que ta sendo difícil, mas eu falei com ela e o que você sente é reciproco, ela ta tão mal quanto você, ela também não queria isso. Agora, to indo. Fica bem.

- Tchau amigo.

Eu só quero dormir, o máximo que eu puder, dormir é minha fuga, alguns ouvem música, se drogam, bebem, vão pra balada pegar todas, eu durmo. Durmo pra não sofrer mais ainda, pra esquecer o que ta acontecendo, os problemas.

Karol Sevilla’s Point Of View

Assim que sai da casa da Caro, já eram quase meia-noite, resolvi passar no mercado 24 horas que tem perto do meu prédio pra comprar coisas que preciso pra sobreviver.

Sai do mercado com duas sacolas e fui em direção a minha casa, quando a sensação de estar sendo observada voltou, junto com a de que eu estava sendo seguida. Olhei pra trás e vi o brilho no olhar do Loiro, ele não corri, andava calmamente com as mãos no bolso me olhando com um sorriso no rosto. Comecei a andar mais depressa e só respirei aliviada ao pisar em meu apartamento.

Por que ele tem essa ficção em mim? Eu nem o conheço.