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História Criminal Love - Second Season - Best Thing I Never Gonna Have


Escrita por: limalimao

Notas do Autor


chegueeeeeeeeeeeeeeei
Olha gente, tem de tudo nesse capítulo, quero só ver o que dirão de todos esses babados hahahaha
amo vocês

Capítulo 12 - Best Thing I Never Gonna Have


Fanfic / Fanfiction Criminal Love - Second Season - Best Thing I Never Gonna Have

Best Thing I Never Gonna Have — A melhor coisa que eu nunca vou ter. 

 

DOIS DIAS DEPOIS

LOLA THOMPSON POINT OF VIEW

Ouço vozes que me irritam facilmente. Aperto os olhos tentando parar de ouvi-las, e elas cessam. Abro meus olhos lentamente tentando me acostumar com a claridade e ela me irrita mais, meus olhos estão sensíveis a luz. Tento levantar as mãos para cobri-los, mas fios estão neles e eu sinto uma dor em um dos braços. Gemo de irritação e dor, fazendo minha cabeça latejar. Tem um zumbido no meu ouvido. Abro os olhos e minha visão está turva, mas vejo pessoas a minha frente. Meus olhos ardem e então sinto uma faixa ser coloca sobre eles.

 

JACK CARTER POINT OF VIEW

SÁBADO, 13H02

Lola começa a se mexer e se incomoda quando tenta abrir os olhos. Foi só Rafael e Fernanda chegarem. Tom, Rafael, eu e Fernanda já estamos em volta dela.

— Está melhor? — Fernanda coloca um pano sobre os olhos dela.

— Jack.  I need Jack — ela diz ofegante e eu sorrio pequeno.

— I’m here, baby — digo pegando sua mão.

— E-eu... Like when say that — ela diz um pouco devagar e sorri — I’m hungry. I like blue — eu a olho sorrindo com o cenho franzido. Ela mistura duas línguas e por mais que isso seja uma conseqüência ruim, acho bonitinho.

Nós nos olhamos um pouco estranhos e Tom queria rir dela, mas apenas continuou a olhando sorrindo.

— Jack, my head... Dói. Here too — ela diz passando a mão na barriga se remexendo um pouco na cama — Dói muito — ela geme cerrando os dentes.

— You need to be quiet, okay? — digo tirando sua mão da barriga.

— Your voice is pissing me off! — ela diz irritada cerrando os dentes — Why I’m here?!

— Be quiet, okay? I’m here — a abraço segurando seus braços.

Olho Rafael, que apenas a olha sem expressão alguma no rosto.

— Você se lembra de algo da noite passada? — pergunto.

— Don’t wanna go to that party. (Não quero ir a essa festa)

Ela entende, mas responde em outro idioma.

— What party? (Que festa?) — pergunto olhando Rafael.

— He liked my dress. He said I was pretty. (Ele gostou do meu vestido. Ele disse que eu estava bonita) — ela começa a chorar.

— Stop — Tom diz me olhando.

—I need to know who did this to her (Preciso saber quem fez isso com ela) — Rafael diz se aproximando.

— I said stop! (Eu disse para parar!) — Tom diz alto e o peita.

Rafael não gostou de Tom assim que ele o viu, e agora gosta menos ainda.

Lola nessa mesma tarde voltou a lembrar de tudo, seus pensamentos ficaram coerentes, mais claros e ela não parou de chorar por um segundo depois que o médico entrou e conversou com ela. Eu voltei para o quarto, disse que Rafael estava lá fora e ela disse para eu mandá-lo embora, que ela não quer vê-lo nunca mais e pediu para eu acertar uma bala na cabeça dele. Os gritos dela davam para serem ouvidos da sala de espera, eu sei que Rafael ouviu, e eu quero que ele se lembre com muita clareza deles. Depois que levei o recado, ele simplesmente assentiu e saiu de lá com Fernanda.

 

LOLA THOMPSON POINT OF VIEW

DOMINGO, 11H25

Já chegamos em casa. Eu não consigo andar direito, o médico disse que eu poderia ter algumas lesões devido à concussão, então minha perna direita, além de machucada, eu não a sinto direito, mas ele disse que passará em alguns dias com ajuda de fisioterapia e meu braço esquerdo está numa tipóia por que trinquei o cotovelo. Só me fodo, eu sei, não precisa dizer.

Jack me carrega para dentro e me leva até o sofá.

— Quer que eu te leve lá para cima? — pergunta.

Abaixo a cabeça e olho meus dedos.

— Não, e-eu não quero subir. Não quero ver escadas, não quero dormir lá em cima hoje ou amanhã — digo um pouco atordoada.

— Sem problemas, você fica no quarto aqui de baixo, se quiser essa noite te faço companhia.

— Não se preocupe — digo.

— Quer beber alguma coisa?

— Vodka, por favor — digo o olhando ao meu lado.

— Que tal água?

— Com vodka — digo erguendo as sobrancelhas.

— Água então — sorrimos e então Jack levanta-se.

Levanto-me com um pouco de dificuldade e tento caminhar com a ajuda da muleta que me deram. Minha perna direita está horrivelmente insensível. Preciso pelo menos tentar. Caminho com dificuldade até a escada e coloco o pé esquerdo, levanto a direita com ajuda da mão, mas me desequilibro e caio, mas consigo virar e bater apenas as costas, livrando meu braço machucado e sinto uma dor na virilha. Respiro fundo assustada e consigo me lembrar do que aconteceu como num stopim.

Flashback

Jack me ligou e eu resolvi descer as escadas novamente para irmos embora, e então e não sei se tropecei, ou se me empurraram, mas eu cai, o celular e a bolsa foram rolando para baixo batendo nas paredes da escada igual a mim. Paro em um patamar de descanso e já sinto muita dor nas costas, na pelve e na cabeça principalmente. Estou muito tonta, não vejo nada direito, minha visão está turva e meus ouvidos com um zumbido, parece que tem um enxame de besouros na minha cabeça.

— Jack — tento gritar, mas minha voz sai quase nula.

Então eu ouço um urro de raiva, ela diz algo que não me lembro então algo entra em minha virilha, me corta, arde e dói muito. Eu grito e então sou chutada para o outro lance de escadas, onde eu rolo para baixo novamente. Vejo a pessoa correr, mas tudo está duplicado, turvo. Então sinto que estou perdendo meu filho e minha vida. Eu choro baixinho sem muitas forças.

— Por favor, meu Deus, salve meu bebê — digo olhando o céu escuro estrelado — Não importa o que aconteça comigo — respiro fundo sentindo dor no corpo inteiro. Levo minha mão até minha barriga — Posso morrer cem vezes, mas, por favor, salve meu bebê.

E então Jack chega, e sinto que estou segura.

Flashback off

Foi isso que aconteceu. Eu ainda não havia lembrado nada, me esforcei, mas só agora consegui. Eu preciso lembrar o que a mulher me disse, era uma mulher! A voz dela, eu não sei distinguir. Respiro fundo com a cabeça para trás. Eu preciso, necessito lembrar algum detalhe sobre essa mulher.

— O que está fazendo aí? — Tom me pergunta em inglês.

Ele vai sofrer para se acostumar com o Brasil e o português.

— Eu caí — digo sorrindo — Me ajuda aqui — estendo os dois braços e ele me pega no colo.

Nós três almoçamos juntos. Jack implorou para Madalena ficar com nós depois do que ele fez, e ela ficou pelo dobro do salário que ela ganhava e um pedido de desculpas. Até eu ficava!

— Isso é seu — Jack me entrega um saquinho plástico transparente com meu celular e outro com minha bolsa dentro.

Pego meu celular e nele há diversas mensagens. Mas meu celular começa a tocar. É Mike.

— Mike?

— Você está bem? Já está em casa?

— Estou.

— Preciso te ver. Fiquei sabendo só agora, ninguém avisou nada! Valentina que me avisou e eu liguei pro seu namorado.

— Já imaginava. Eu não consigo andar direito, mas verei o que podemos fazer.

— Lola, o pai sabe que está aqui.

— Como assim?

— Eu cheguei em casa, ele estava no escritório no telefone e eu comecei a ouvir a conversa escondido, e então eu o vi falar que você estava de volta e depois ele falou algo sobre o Rafael, mas não pude continuar ouvindo por que ele levantou da poltrona e se me visse...

— Mike, você precisa ficar atento as conversas do papai no escritório, por favor.

— Ta bom, eu vou tentar ouvir outras vezes e te falo tudo. E Lola... — ele respira fundo — Eu sinto muito pelo bebê.

Levanto os olhos para segurar algumas lágrimas e respiro fundo.

— Tudo bem — engulo o choro — E ele não é meu namorado.

— Ele disse que vai achar quem foi que fez isso com você. Disse também que achou a faca. Não sabia que ele era perito.

— É — digo passando a mão na cabeça — Vou tomar um banho, descansar um pouco e mais tarde eu te ligo de volta.

— Okay. Te amo muito, Lola.

— Também amo você — sorrio murcha.

Jack e Tom me ajudaram a subir a escada para o quarto. Tom foi fuçar minhas roupas no closet.

— Precisa de ajuda? — Jack pergunta após me deixar dentro do Box do banheiro sentada sobre um banquinho de madeira. 

— Acho que não — sorrio.

Ele deixa tudo bem próximo a mim e sai. Tiro minha roupa com dificuldade e esqueço-me do curativo. Reviro os olhos, odeio machucados, odeio refazer curativos.

— Jack!

Ele logo aparece com fitas e plástico filme nas mãos.

— Lembrei disso — ele sorri — Vem, levanta um pouco — me ajuda a levantar e encosta-me no balcão.

— Consegue fazer, ou quer ajuda?

— Me ajuda, na próxima eu faço sozinha — preciso de ajuda, até por que o que posso fazer usando apenas uma das mãos?

Ele abaixa-se a minha frente e sinto uma pontada no coração.

— Licença, ta — diz e abaixa um pouco minha calcinha, deixando-a no meio das minhas coxas.

Aperto os dedos dos pés por vergonha. Ele pega um pedaço do plástico filme, o coloca sobre o curativo, e quando os dedos de Jack tocam minha pele, arrepio-me na hora sem querer.

— Não precisa ter vergonha — ele diz enquanto continua.

— Vai ser uma longa semana — jogo a cabeça para trás.

Jack terminou e me levou de volta para o box. Eu terminei de tirar minha roupa, tomei um banho bem demorado e deixei a água correr pelo meu corpo durante um bom tempo. Eu ainda não acredito que Rafael fez aquilo comigo. Tudo que aconteceu comigo, com nosso filho foi culpa dele. Não sei se consigo perdoá-lo, pelo menos não agora.

Paro de chorar e saio da ducha. Enrolo-me na toalha e vou caminhando bem devagar para minha cama. Vejo uma camisola bem levinha sobre ela e roupa íntima. Meus meninos. Sorrio e logo as visto. Pego algumas coisas e saio do quarto. Lá em baixo vejo Tom e Jack limpando algumas armas. Pigarreio para tentar chamar atenção. Faço de novo e logo Jack olha e vem correndo até mim. Toma-me nos braços, me gira e descemos juntos. Ficamos os três no sofá conversando sobre coisas aleatórias e sobre Tom, mas eu peguei no sono pouco depois.

— Hey, baby — ouço Jack dizer bem baixinho enquanto alisa meu cabelo.

Eu o olho.

— Vou sair com Tom, mas se precisar alguma coisa a Madalena está aqui. Qualquer coisa me liga, ta bom?

— Okay — ele me dá um beijo na cabeça e logo Tom faz o mesmo.

Olho em volta. Estou num quarto, mas não é o meu. Pego meu celular na mesinha de cabeceira e são 20h45. Tina não para de me mandar mensagens.

Estou bem, mas não quero visitas por enquanto :/

Ainda mais dela. Não sei se aguentarei olhar sua barriga. Envio e logo ela me responde.

Estou com saudades de você, eu sei que precisa de um abraço bem apertado :[

Preciso mesmo, mas por enquanto sem visitas.

Você está melhor?

Não

Não ficarei tão cedo

Quero meu bebê de volta.

Digito com os olhos cheios de lágrimas. Não agüento mais chorar, não tenho forças nem para isso mais, desde que acordei e recuperei minha memória lá no hospital mesmo eu não parei de chorar um instante.

Recupero-me um pouco e resolvi ir à cozinha tomar uma água. Pego minha muleta e saio do quarto devagar. A cozinha parece ser tão longe daqui. Tudo está em silêncio e com as luzes apagadas, mas a cozinha está clara graças às luzes do lado de fora que entram pelas enormes janelas. Vou à geladeira e bebo suco de laranja direto da caixinha mesmo. Jack odeia quando faço isso. Ouço um barulho estranho. Vejo uma pistola sobre o balcão e corro como consigo para pegá-la. Passos no piso de mármore. Escondo-me atrás de um armário e então vejo uma pessoa. Engatilho e atiro em sua direção, mas para baixo. 

— Ou! — pela voz que conheço bem é o babaca do Rafael.

Respiro fundo e encosto a cabeça ao armário.

— O que faz aqui? — pergunto ofegante.

— O que acha que vim fazer aqui? — ele diz quando chega a mim.

Eu o olho e então dois homens armados chegam.

— Senhorita? — vejo dois pontinhos vermelhos, um no peito e outro na cabeça de Rafael.

— Está tudo bem, podem ir — digo olhando para eles.

— Mesmo? — um deles pergunta.

— Sim.

Eles saem e nos deixam a sós novamente.

— Precisamos conversar — ele diz me olhando.

— Não quero conversar com você, não tenho mais nada para falar com você, nós não temos mais nada.

Digo e tento me afastar dele como consigo, cambaleando e se apoiando nas coisas. Ele me pega no colo sem que eu pudesse dizer nada, resmungo de dor na virilha e indico o caminho do meu mais novo quarto. Ele me coloca na cama e senta-se a minha frente.

— Vai embora, por favor — digo com a mão no rosto.

— Me desculpe, Lola — coloca a mão em minha perna. Vejo a dor em seus olhos, mas isso não vai me amolecer.

— Desculpas não vão trazer meu filho de volta — digo de cabeça baixa.

— Nosso filho — dá ênfase no ‘nosso’ — Acha que eu não estou sofrendo com isso também? Você sabia o quanto eu estava feliz com esse filho, você viu. Ele era a minha única esperança — estala a língua e respira fundo passando as mãos na cabeça.

— Ela é aquela garota que você tentou matar?

— É sim.

— Por que tentou fazer isso? Ela que te transformou nesse homem frio?

Ele respira fundo olhando para baixo.

— É — dá de ombros — Depois dela você foi a única que... — me olha — Que conseguiu me amolecer — ele sorri de canto.

— Eu não te entendo — passo a mão no rosto — Você diz coisas bonitas para mim, diz que me ama, que me quer só pra você, mas faz isso? — digo com a voz embargada o olhando — Eu não sou um brinquedo em suas mãos, eu tenho sentimentos e você não se importa nem um pouco com isso — digo com lágrimas nos olhos.

— Ah, e você acha que eu gosto de ver e te fazer sofrer? — ele se aproxima mais — Acha mesmo que era a minha vontade subir naquele maldito palco e dizer o nome dela? — diz um pouco nervoso me olhando sério.

— Então por que fez aquilo?! — digo nervosa.

— Não se lembra do que te disse antes de subir lá?

Esforço-me um pouco para lembrar e logo consigo.

— Eu quero que você saiba, que independente do que acontecer aqui hoje — ele balança a cabeça e vejo seus olhos lacrimejar — Eu te amo muito, Lola, muito.

— Você está me deixando preocupada — sinto um nó na garganta.

— O que vou fazer é por mim, por você, pela minha família por todos nós. Espero que um dia você entenda e amor... — ele alisa meu rosto me olhando — Me perdoa — ele diz com nossas testas juntas — Eu te amo, Lola, eu te amo demais.

Solto uma gargalhada.

— Tudo o que você faz é por negócios — balanço a cabeça — Às vezes fico me perguntando — aperto os olhos o olhando com a visão turva. Solto um choro e limpo as lágrimas — Será que alguma vez eu te tive de verdade?

— Não diga isso. Tudo que vive do seu lado foi a mais pura verdade, acho que as únicas coisas verdadeiras na minha vida.

— Achei que nunca seria capaz de te odiar, mas Rafael, eu te odeio muito agora — solto um choro — Você me fez perder a única coisa boa que eu tinha.

— Eu sei, Lola! — ele diz com a voz embargada — Porra, será que você que eu estou ainda pior que você por tudo que aconteceu e por ser obrigado a me casar com alguém que eu não quero?! — diz me olhando nos olhos.

— Obrigado por quê?

— O pai da Pietra disse que ou eu me casava com ela ou ele mataria minha família, e Lola, ele pode fazer isso num estalar de dedos. Não quero colocar ninguém em risco muito menos você — diz me olhando — Me espera, por favor — diz firme — Eu imploro, Lola, me espera.

— Quanto tempo vou ter que te ver com ela do seu lado?

— Eu ainda não sei, preciso ver como irei resolver isso, mas, por favor, Lola.

Ele segura meu rosto e me olha bem perto.

— Não vou agüentar saber que você vai pra cama com ela, que é com ela que você vai dormir, não! — balanço minha cabeça — Lembra-se do que disse na banheira?

— Se você dormir com outra mulher, não pense que não irei fazer a mesma coisa — digo baixinho.

— Não vou fazer isso, não quero — ele responde.

— Você não vai para a cama com outro homem, Lola — ele me olha um pouco distante.

— Se você pode, por que eu não? — dou de ombros.

Ele gargalha pelo nariz balançando a cabeça.

— Faça o que quiser — diz triste levantando-se — Mas, fique sabendo que o nome que eu ia chamar lá em cima era o seu, e não o dela — diz e sai andando em direção a porta.

Eu já choro baixinho o vendo ir embora.

— Rafael! — o chamo — Rafael — chamo chorando, mas ele não volta.

Eu choro alto, sentindo a dor me consumir por dentro e me devastar por completo. Não agüento tudo isso, simplesmente não aguento mais.

Foi uma noite difícil. Revirei a cama inteira tentando dormir, lembrando das palavras do Rafael, o jeito como ele me olhou antes de sair do quarto e ele dizendo que me pediria em casamento ao invés de Pietra. Foi foda. Eu vi a hora que os meninos chegaram, eram quatro e meia da manhã.

 

RAFAEL SALVIATTI POINT OF VIEW

Sai do quarto de Lola pisando forte enquanto segurava as lágrimas que fiz questão de não deixar cair nenhuma. Ela me chamou, me gritou, mas apenas não consegui voltar. Ela ta conseguindo acabar ainda mais comigo. Cheguei e fui direto para meu quarto, e então dou de cara com Pietra deitada na porra da minha cama.

— Ta fazendo o que aqui, garota? — pergunto impaciente.

Ela usa uma lingerie preta bem provocante, mas isso é completamente irrelevante agora.

— Até que enfim que você chegou, estava te esperando — diz me olhando mordendo o lábio.

Pego sua roupa jogada aos pés da cama e jogo sobre ela.

— Vai embora, Pietra, por favor — digo respirando fundo me controlando para não puxá-la para fora a força.

— Ué, não posso dormir com meu noivo? — ela diz e me puxa pelo cós da calça, caio de joelho na cama e me apoio com os braços um de cada lado de sua cabeça.

— Somente uma mulher dormiu nessa cama, e somente ela vai continuar dormindo — digo baixo a olhando e sorrio de canto.

— Ridículo! É aquela Thompson sem sal? — bate em meu peito e segura a gola da minha camisa, me deixando ainda sobre ela.

— Ela é muito mais mulher que você — digo sorrindo e ela se morde de ódio.

— Duvido que ela te faz gozar como eu fazia — diz entre os dentes esbanjando raiva.

— Ah ela faz — digo com certeza — E faz muito melhor que você — digo e me levanto — Agora sai daqui, vai.

Ela já está puta. Tão fácil deixá-la nervosa, nem me esforço muito. Ela levanta irritada.

— Papai vai saber disso.

— O que? Que você não consegue me levar pra cama? — digo rindo dela.

Ela resmunga, pega suas roupas e sai do quarto pisando forte, com raiva. Tranco minha porta e enfim me jogo na cama para tentar descansar um pouco.

Já se passaram três horas e eu continuo do mesmo jeito sem conseguir pregar o olho, apenas pensando na minha Lola, no que ela disse, em tudo. Por que tudo tem que ser tão complicado?

 

DOIS DIAS DEPOIS

Acordo um pouco desconfortável, estou saturado, mal dormi noite passada, como nas outras. Lembro que tenho que pegar mais um carregamento de armas e munição com Jack em uma hora e não estou com a menor vontade de ir.

Estou frente ao portão. Entro e logo o vejo. O cumprimento com um aperto de mão. Lola não está aqui como da última vez, apenas Jack e aquele Tom, o mesmo das fotos do site que aparece com Lola, e em uma das fotos ele beija o pescoço dela, que sorri de um jeito bem safada, o que me irritou muito, e vê-lo a primeira vez no hospital... Eu quis arrancar o pescoço dele.  

— Que cara é essa, Rafael — ele diz quando nos sentamos ao sofá já frente as caixas de madeira.

— Não dormi — digo enquanto assino um papel. Lhe entrego e ele logo abre as caixas, revelando as belas armas.

Testamos as duas, lhe dei o dinheiro e então hora de ir embora.

— Acho que seria bom saber o que queriam saber. Lola tem uma cópia — me entrega um envelope branco do hospital.

— Valeu — apertamos as mãos novamente e então eu saio dali.

[...]

Tenho o envelope nas mãos, mas não tenho coragem de abrir por que sei exatamente do que se trata. Estou sozinho sentado na bancada da cozinha e então tomo coragem e abro. Leio cada palavra atenciosamente, e então eu desabo. Uma menina. Eu seria pai de uma linda menina. Lembro-me do nome que Lola disse. Sarah. Filha do rei. Minha princesa.

Respiro fundo e seco as poucas lágrimas que insistiram em correr pelo meu rosto. Eu prometo minha Sarah, eu vou achar quem te enviou de volta pro céu, eu vou, e essa pessoa vai pagar com a vida por isso.

 

LOLA THOMPSON POINT OF VIEW

SEGUNDA-FEIRA, 10H15

— Eu não consigo, Jack! — digo me apoiando nas duas barras paralelas.

— Para de dizer que não consegue — ele está em pé a minha frente.

Não sabia que esse filho da puta era fisioterapeuta. Estamos em uma sala do hospital apenas com instrumentos de fisioterapia. Outra mulher também está aqui com outra médica.

Minha perna direita ainda está muito dormente, mal a sinto quando piso no chão. Jack jaz fez várias coisas comigo aqui hoje, chegamos cedo, e agora está me obrigando a tentar andar. Eu tento, dou um passo com a esquerda, a direita me obedece, mas pouco.

— Ótimo — ele diz.

Continuo dando leves passinhos, e me sinto uma criança aprendendo a andar. O olho feliz, sorrindo muito e continuo indo em sua direção. Tento soltar as mãos bem de leve enquanto caminho, então eu desequilibro graças a perna direita e Jack me toma nos braços antes que eu caísse.

Nos olhamos bem próximos um do outro e ele sorri.

— Vamos tentar de novo? — diz me olhando.

Ele me levanta e me coloca no inicio das barras novamente. Olho para o lado um instante, e algo chama minha atenção. Olho firme novamente e vejo minha mãe e Mike pela janela.

— O que eles estão fazendo aqui?

— Vieram te dar uma forcinha — ele sorri.

As duas mulheres saem da sala, e Jack faz sinal para os dois entrarem. Eu não aguento e começo a chorar ao ver minha mãe chorando por minha causa. Senti tanta falta dela. Ela me abraça forte.

— Eu sei de tudo, meu amor — ela diz — E eu estou com você, ta — me beija e eu não consigo parar de chorar.

Mike me abraça também e depois de parar de chorar os dois sentam-se no tablado bem ao meu lado e ficam me olhando. Jack novamente faz sinal para que eu caminhe e então sinto-me mais forte e caminho.

Os três ficam alegres a me ver caminhar e batem palma sorrindo. Jack está sendo ótimo, maravilhoso comigo, e acho que se não fosse por ele, sei lá o que já teria acontecido comigo. Olho para a janela e juro que vi Rafael, mas olho firme novamente e ele não está mais lá.

[...]

— Mas então senhor Carter, quando iremos poder conhecer onde vocês moram — mamãe pergunta.

— Ainda não sei, é complicado, por que envolve muitas coisas — diz me olhando.

— Mas aquele rapaz, o Rafael, ele sabe onde vocês moram? Você acha que ele é algum perigo para ela?

— Sabe sim. Mas eu sei que ele não seria capaz de machucar a Lola, vejo que ele a ama, mas como a senhorita já sabe, ele, assim como eu mesmo estamos envolvidos em coisas ruins. Tudo que aconteceu com Lola foi consequência disso.

Mamãe sabe de tudo. Eu cheguei a contar um pouco sobre o Rafael para ela, eu contei dos dois sequestros, e me arrependi de não ter contado que estava de volta, por que sei que ela teria me apoiado. Vejo que ela se preocupa muito comigo, mas sente que estou mais segura com Jack.

— Quantos meses você estava, filha? — ainda não tivemos tempo de conversar sobre isso.

— Seria quatro no dia seguinte — digo triste e sorrio murcha.

Mamãe pega minha mão e a alisa sobre a mesa. Nossos pedidos chegam e então almoçamos juntos.

[...]

UMA SEMANA DEPOIS

Já estou bem melhor das pernas graças a Jack com sua insistência e belíssimas massagens e exercícios. Rafael não me procurou a semana inteira, visitei Valentina na loja e a acompanhei no médico, dói muito ver a barriga dela, mas estou tão feliz que acabo esquecendo a minha dor. Meu pai também não me procurou, mas o aniversário dele está chegando.

Hoje é sábado, e resolvi ir atrás do Rafael, por que não aguento mais ficar longe dele, ele me faz muita falta, mas nós somos dois filhos da puta, somos muito orgulhosos, ele ainda mais que eu. Por mais que tenha dito que não iria o perdoar, algo maior do que eu diz que preciso fazer isso.

Subo as escadas com o coração na mão e as pernas completamente bambas. Coloco a mão na maçaneta e giro, logo colocando a cabeça na porta. Aqui dentro o barulho é nulo, então ouço gemidos, que logo são uma facada no coração. Bem funda. Entro e vejo sua poltrona virada para o outro lado, com as costas para mim. O rádio dele toca.

“Portuga, ela está aqui.” — ouço um homem dizer.

Os leves gemidos misturados com suspiros são dele. A faca se retorce em meu peito. Meu coração já dói tanto e sinto um nó gigante se formar na minha garganta enquanto seguro ao máximo as lágrimas. Então Pietra aparece após levantar-se limpando a boca, e me olha, sorri vitoriosa e começa a rir. A cadeira se vira e Rafael arregala os olhos a me ver e não diz nada.

Começo a me arrepender amargamente de ter voltado aqui. Não sei o que estou sentindo agora, é muito confuso. Uma lágrima cai em meu rosto e sinto uma vale se formar entre mim e Rafael, um maior ainda do que já existia. Eu não sei mais de nada, apenas sei que não quero vê-lo nunca mais. Saio dali sem conseguir dizer nada e desço correndo como consigo. Esbarro em diversas pessoas e já choro, apenas continuo indo em direção a porta.

— Ele pediu para não deixar você sair — um homem diz segurando um rádio me barrando na porta.

Pego rapidamente o rádio de sua mão.

— Vai pro inferno! — e sem pestanejar despejo minha ira no rádio sabendo que ele está ouvindo. Talvez de uma forma infantil, mas precisava.

Saio dali e vou para meu carro estacionado ali perto enquanto seco as lágrimas que saíram e recuso derramar mais por ele. Destravo o carro e corro para o lado do motorista, onde vejo um cara encostado enquanto mexe em seu celular.

— Virou o que aqui agora?! — grito soltando fogo pelo nariz enquanto caminho em sua direção — Vai, sai daí!

— Uou uou uou, calma aí nervosinha — ele responde e vejo um sorriso presunçoso em seu rosto.

— Sai daí... Por favor — digo passando a mão no rosto, me controlando para não socar esse cara.

— Sabe que dirigir nervosa assim não é bom, né? — ele responde sem nem se mexer um centímetro para longe da porta do meu carro.

— E quem é você para me dizer o que é bom e o que não é? — tento puxá-lo, mas ele é bem mais forte do que eu — Vai logo, por favor.

— Deixo você ir se me der uma carona — ele diz de braços cruzados me olhando.

— Lola! — ouço uma voz me gritando e sei que é ele.

— Entra logo nessa porra! — digo após abrir a porta de trás. Ele entra e eu pulo no banco do motorista, logo arrancando dali cantando pneu.

Solto um suspiro e percebo que tenho um desconhecido no banco de trás do meu carro. Ah mas que legal ein Lola...

— Aonde quer ir? — pergunto a ele.

— Aonde você vai? — como eu odeio que me respondam com outra pergunta.

— Espairecer.

— Então vou espairecer com você — ele responde e quando olho para o lado ele está passando para o banco da frente.

Ele se joga no banco e puxa o cinto de segurança. Desvio os olhos da pista para ele. Olhos escuros, pele branca e um cabelo rebelde, completando o visual de jeans, camisa branca e jaqueta de couro. Ele parece relaxado, bem em estar em um carro com uma completa estranha, e sóbrio, por mais que estivesse na porta de uma balada.

— Você estava indo para aquela festa?

— Han... Sim, mas a idéia de entrar no carro uma garota linda e enfurecida me pareceu melhor — ele diz sorrindo de canto e vejo as covinhas em sua bochecha. Reviro os olhos enquanto rio fraco voltando os olhos para a pista. 

— Você não quer carona para lugar algum — digo o olhando.

— Não exatamente, mas aceito ir para qualquer lugar com você, se quiser minha companhia — ele diz e eu o avalio rapidamente.

Já sei para onde iremos.

[...]

Ele me beija com veracidade enquanto me mantém presa em seu colo me segurando pela bunda apertada em meu jeans. Caímos em minha cama e ele continua a me beijar com vontade, sua língua me tomando, se encontrando com a minha de uma forma delicada, mas cheia de desejo. Suas mãos são rápidas quando abrem meu zíper e puxam minha calça para baixo. Fico de joelhos e arranco a camiseta dele, dando-me a visão de um belo corpo esculpido minuciosamente, cada músculo de seu abdome definido, seu peito forte. Céus... Que homem!

Puxo-o para beijá-lo novamente e ele arranca minha blusa e desata o fecho do meu sutiã, libertando meus seios, onde ele logo parte para o ataque, beijando um deles e acariciando o outro. Gemo quando sua língua faz meu corpo estremecer. É tão erótica a sensação de ter um homem desconhecido e tão gostoso na sua cama, que nem me importo com mais nada. Sua mão desce pela minha barriga e ele parte o beijo abruptamente.

— O que é isso? — ele pergunta com tranquilidade, enquanto passa o polegar sobre meu curativo na virilha.

— Ah... — digo olhando na mesma direção que ele — Foi um acidente, e por causa disto, não posso ter relação com penetração — digo um pouco sem graça.

— Por mim sem problemas. Podemos ter prazer sem te penetrar — ele diz e beija meu pescoço.

Quando me dou conta minhas pernas já estão abertas e meu coração bate descontrolado. Seus lábios desenham o interior de minha coxa direita e eu descaradamente abro ainda mais as pernas para ele, que ri baixinho em aprovação. Perco os sentidos quando ele mergulha o polegar em meus lábios, tocando-me bem ali, onde adoraria senti-lo. Minha respiração se interrompe quando ele desliza o dedo ali e pego meu lábio inferior entre os dentes, mas sou obrigada a soltá-lo para libertar um gemido quando lábios quentes são postos em meu clitóris.

Porra.

Porra mil vezes.

Sentia tanta falta disto. Mais de uma semana sem receber nada do Rafael, e pelo contrário, recebi a visão da noiva dele pagando um boquete.

Isso, pegue o que era dele, pegue... 

A imagem me faz agarrar o cabelo do homem e gemer ainda mais, sentindo as sensações arrebatadoras. Perco-me de vez quando o vejo acariciando seu pênis por dentro da cueca. Ele não é um pervertido, devasso e escroto, senão já teria feito coisas terríveis comigo. Sinto meu orgasmo sendo construído dentro de mim e os gemidos saem sem que eu possa segurar conforme sua boca se intercala entre chupada, lambida, beijo e gemido. Porra, ele realmente sabe usar bem essa boca.

Caímos exaustos na cama após um masturbar o outro e gozarmos juntos, em sintonia, gemendo e dizendo coisas um no ouvido do outro.

— Como é o seu nome? — pergunto ainda fraca e ofegante.

Dante — ele sorri me olhando — E o seu? — ele tira uma mecha do meu cabelo do meu rosto.

— Lola.

DOMINGO, 11H45

Sexo pode ser bom, principalmente aquele vingativo, mas não ameniza nada, já que depois do ápice, você volta à realidade. Estou triste pelo que aconteceu, mas não vou ficar me martirizando, muito pelo contrário, tive um orgasmo delicioso com um homem delicioso, então, ponto para mim.

Quando acordei Dante não estava mais ao meu lado, mas havia um bilhete com um número de telefone. Estou tomando café e Madalena está aqui. Vejo Tom chegando. Ele me dá um beijo, senta-se a minha frente e começamos a conversar um pouco.

— Você estava com alguém ontem? — emenda em outro assunto.

— Sim, por quê?

— Eu não sei, eu acho que vi um homem entrar no seu quarto a noite. Eu fiquei com a arma na mão esperando ouvir algum barulho, mas nada, depois que ele saiu, eu vi que era aquele cara, o tal de Rafael.

Porra. Engasguei-me com o suco.

— M-mas você viu que horas eram? — digo e tusso novamente.

— Não, mas já era bem tarde e Lola... Desculpe, mas seu quarto agora é aqui em baixo, a casa faz um pouco de eco — ele diz um pouco estranho — Eu ouvi seus gemidos, então acho que ele também — diz fazendo careta.

Eu paraliso. Abaixo a cabeça e a balanço sem acreditar. Uau. Eu não sei o que fazer, não sei o que pensar mais. Mas bom, devolvi na mesma moeda, e sinto um leve gostinho de vingança.

 

Já estou na casa da Valentina, por que preciso contar isso para ela. Estamos jogadas na cama de casal dela enquanto comemos batatas.

— Preciso te contar uma coisa — digo animada a olhando e jogo uma batata na boca.

Contei a ela sobre o que eu vi lá no escritório do Rafael e ela quis ir atrás dele para torturá-lo e matá-lo. Depois, contei sobre o bofe escândalo da noite passada.

— O QUE?! — ela grita alto — Bicha, a senhora é destruidora mesmo! — ela diz completamente eufórica e batemos uma nas mãos da outra — Como ele é? Ele é gostoso? Lola sua loca!

— Quem é gostoso, Valentina? — a voz de Lucas invade o quarto e ele está parado na porta com as mãos nos quadris.

Uma olhou para a outra, e aposto que estou tão vermelha quanto Valentina. Lucas entra, fala comigo e dá um beijo em Valentina. Ele pega algumas coisas, avisa que está saindo e depois sai dali, nos deixando a sós novamente. Apenas esperamos ouvir o barulho da porta batendo para voltarmos a fofocar.

Depois  da noite chuvosa, o sol parece que está voltando a aparecer. 


Notas Finais


Muitas coisas, eu sei, mas vamos recapitular.
- Lola pé de cana (KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK)
- Jack versão fofa feat lindo <3 (meu coração para você meu gatão)
- Rafaconda rei do vacilo
- LOLA DEXXXXXTRUIDORAAA DE CORAÇÕES! isso aí mona, bora devolver na mesma moeda e com troco ainda
- DANTEEEEEEEEEEEEE TE QUERO MOZAO

AIIIIIIIIIIIIIIIII, QUANTA COISA!
ai gente, eu sei que demorei, mas estou me dedicando em um novo projeto que vou postar no wattpad e acho que aqui também.
Desculpas pelo atraso, sei que vacilei muito e muito obrigada pelo apoio de sempre, pelos comentários e por tudo.
Amo cada uma de vocês, por tudo!
<333333


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