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História Criminal Love - Second Season - Redemption


Escrita por: limalimao

Notas do Autor


chegueeeeeeei

boa leitura e leiam as notas finais
amo vocês <3

Capítulo 30 - Redemption


Fanfic / Fanfiction Criminal Love - Second Season - Redemption

Redemption — Redenção

 

ANA GUTIERRE POINT OF VIEW

SÁBADO, 23H15 — GALPÃO

A hora em que nós, médicos, precisamos dar a hora da morte de um paciente, é sem dúvidas, a maior dificuldade que passamos numa profissão como essa. É você dar o atestado de que não pode fazer nada para salvar aquela vida, é uma vida que se esvai bem diante dos seus olhos, escorrendo a cada segundo pelos seus dedos. É horrível perder o pulso de alguém, ver seu último suspiro e seu último batimento cardíaco. Igualmente ruim, depois é você ter que ir contar a família da vítima que não foi capaz de salvar aquela pessoa, ou fez de tudo que pode, mas não obteve êxito. Eu já perdi pessoas, ainda mais no que fazemos, crime, é comum perder pessoas diariamente, mas perder um dos seus, bem diante dos seus olhos, nas suas mãos... Acho que sem dúvidas eu nunca irei me perdoar, nunca irei esquecer nenhum detalhe.

Aquele maldito som negativo continua, quebrando o silêncio que se formou ao redor do corpo sem vida do Rafael. Eu não aceito isso, ele tem tanta coisa para viver, tanta coisa para fazer, tanto sonho para realizar. Eu não aceito, eu não vou perder o Rafael.

— Gutierre, entregue as pás — Carlos diz me olhando, se aproximando com as duas mãos ensaguentadas levantadas.

— Afastar! — digo e levo as duas pás carregadas para o peito do homem a minha frente. Uma carga muito grande, ou ele volta, ou termina de morrer — Por favor — digo baixinho quando seu corpo se choca com a cama e eu o olho esperando por algo.

Eu não sei se estou ouvindo direito, não sei se estou ansiando tanto por esse barulho que ele começou a se reproduzir em minha cabeça, mas estou o ouvindo! Meus olhos se arregalam e solto o ar que estava preso em meus pulmões quando ouço um bipe, e mais outro, e mais outro.

— Pulso aumentando — uma moça diz sorrindo sem acreditar.

— Vamos pessoal, precisamos trabalhar nesse ferimento — Carlos diz — Gutierre, por favor, se retire, eu disse que suas emoções não podem interferir no seu trabalho — ele me desfere um olhar sério.

— Cuida bem dele. Se ele morrer eu te mato — digo fria o olhando. Abaixo-me na altura do ouvido de Rafael e sorrio chorando de felicidade, mas ainda com medo — Obrigada, Rafa. Apenas agüente, okay? Tem muita gente torcendo por você — digo entre lágrimas — Você ainda precisa me dar um sobrinho, seu babaca — sorrio e beijo sua bochecha corada, logo saindo dali de perto secando minhas lágrimas.

Retiro as luvas cheias de sangue e descarto tudo que me cobria dentro daquela sala que não quero voltar mais.

— Ana! — ouço alguém me chamar e após olhar para o lado vejo Felipe em outra sala, na cama, já medicado e com os ferimentos sendo tratados. Caminho até ele calada — Eu ouvi que ele precisa de um transplante — ele diz fazendo careta por causa da dor onde levou o tiro — Eu quero ajudar, eu dou metade do meu pra ele, se precisar dou inteiro.

— Você não pode dar inteiro — digo rindo revirando os olhos.

— Eu não me importo — ele diz e vejo que não estava brincando — Eu fiz coisas horríveis, Ana, vocês provavelmente ainda não sabem, mas não vou conseguir lidar com o que vai acontecer após saberem — ele resmunga de dor e eu fico me perguntando o que ele fez — Eu não estava bem, não estava — ele começa a chorar — Eu quero fazer pelo menos uma coisa boa pra ela, e-eu sei que se eu salvar a vida do Rafael ela vai ficar feliz, eu quero ver ela feliz — ele diz um pouco desesperado — Por favor — ele segura meu braço me olhando.

— Carlos, temos um doador — digo alto ainda com os olhos fixos nele.

— Eu preciso falar com a Lola e com a minha mãe — ele diz me olhando quase como uma súplica.

Afirmo com a cabeça e saio dali para chamar Márcia e a Lola, que estão sentadas juntas, com todo mundo ao redor.

— Márcia, o Felipe quer falar com você — digo a olhando e ela levanta-se logo indo para a caixa — Lola, com você também — ela me olha, mas abaixa a cabeça novamente enquanto seca algumas lágrimas.

— Eu não tenho nada para falar com ele — ela diz baixinho e Valentina alisa suas costas. Eu não sei o que aconteceu, e, por favor, céus, por favor, não seja o que estou pensando.

— Ele... — abaixo-me a sua frente e ela me olha — O Rafael precisa de um transplante de fígado ou ele vai morrer e o Felipe vai doar. Existem complicações que podem acontecer e ele quer falar com você antes de entrar em cirurgia. Por favor... Ouça o que quer que seja que ele tem para falar — digo tentando convencer Lola a realizar o pedido de Felipe.

— Eu não estou fazendo isso por ele — ela diz levantando respirando fundo e começa a caminhar até a caixa — Fica comigo, Ana — ela me olha com os olhos marejados e eu apenas seguro sua mão e caminhamos juntas para dentro.

Felipe já está na maca com a roupa apropriada e Márcia ao seu lado chora descontroladamente enquanto o abraça.

— O que quer que tenha para me falar, eu quero que fale rápido, por que eu não quero ter que te olhar por muito tempo — ela diz fria e Felipe abaixa a cabeça, muito abatido.

Ele leva os olhos marejados para ela e suspira procurando por palavras.

— Me perdoa — ele diz e ela abaixa a cabeça a balançando negativamente — Ana, você pode, por...

— Não. Ela vai ficar aqui. Afinal todos vão saber o que você fez — ela o interrompe.

— Gutierre, precisamos do rapaz — Ouço a voz de Carlos dizer e vejo o medo nos olhos de Felipe.

— Eu errei muito com você, eu nem sei como começar a pedir perdão, mas eu preciso dele. Eu disse que se tiverem que escolher um dos dois, será o Rafael, se meu coração parar de bater, eu não quero que me reanimem — seguro o choro o olhando — Eu quero te ver feliz de novo, mesmo que seja de outro lugar. Eu abro mão da minha vida pra tentar dar a sua de volta, tudo que eu roubei de você naquela noite. Eu estava fora de mim quando fiz aquilo, eu não sei! — ele chora a olhando e as lágrimas dela descem em silencio — Eu não quero viver sabendo que fiz todo aquele mal a você, outra que eu não vou agüentar viver sendo rejeitado por você. Eu errei, e o que você fez comigo ainda foi pouco... Eu só preciso do seu perdão pra morrer em paz, Lola.

Carlos e mais dois vem e movem a cama de Felipe para ser preparado para a cirurgia e ele mantém os olhos em Lola, que continua estática. É tudo muito complicado, e acabei de perceber que a mulher que o Rafael ama foi estuprada pelo melhor amigo dele.

Isso é bizarro.

— Por favor, Lola, eu imploro, me perdoa! — ele grita e chora desesperado, fazendo-a chorar ao meu lado e apertar forte minha mão.

— Eu não consigo perdoá-lo — ela murmura baixinho.

— Se ele morrer e você não perdoá-lo, essa coisa vai seguir com você pelo resto da sua vida, vai ser um fardo... Eu sei o que é isso, e é horrível — digo lembrando-me do meu pai. 

Olho para o lado e Felipe ainda a olha com esperança enquanto é preparado para começar a cirurgia.

— Iremos sedá-lo, Ana — Carlos diz.

Vejo a coragem e a determinação de Lola se apoderar dela quando ela larga minha mão, estufa o peito erguendo a cabeça e caminha até Felipe. Isso Lola, mostra que você é maior que isso. Eu choro desesperada por dentro, mas por fora estou impassível.

 

LOLA THOMPSON POINT OF VIEW

Já ouvi algumas pessoas dizerem que quando uma pessoa está prestes a morrer, ela fica lúcida, com uma visão diferente da vida e parece se tornar outra pessoa em relação aos pensamentos, e após ouvir aquelas coisas vindo de Felipe, eu passei a acreditar no que me disseram. Ele se transformou da água para o vinho em menos de uma hora e isso me assusta de certa forma, sem bem que sua bipolaridade ajuda. Caminho determinada, mas hesitante em direção a Felipe. Parte de mim diz para perdoá-lo, mas a outra parte me lembra o que ele me fez. Chego ao seu lado e os médicos se preparam para aplicar o sedativo nele. Ele me olha com os olhos vermelhos, inundados por lágrimas incessantes.

— Eu te perdôo — digo o olhando nos olhos e com muita coragem pego em sua mão já com fios. O médico aplica a anestesia geral — Eu te perdôo, mas me perdoa também por ter feito tudo aquilo com você — digo com mais força entre um choro enquanto aperto sua mão e vejo um sorriso fraco se formar em seus lábios.

— Obrigado... Eu te perdôo irmãzinha — ele diz de olhos fechados, com o corpo mais relaxado por conta do sedativo — Seja feliz, Lola — ele diz me olhando nos olhos, eu vejo a sinceridade neles então sua mão se afrouxa da minha e eu sou puxada para fora dali, sei lá por quem, eu apenas estou num estado de choque, mas me sentindo liberta.

A absolvição é a mais poderosa forma de perdão. É um perdão total da responsabilização. É uma libertação de um futuro roubado. Parece que um pequeno peso foi tirado das minhas costas, mas que já fez alguma diferença.

Eu te perdôo — murmuro para mim mesma e simplesmente perco a força nas pernas com a visão completamente turva.

 

. . . . . . .

A morte nos coloca diante da mais simples verdade, a única certeza absoluta que nem mesmo o cético mais obstinado pode duvidar. É uma dor que nos dilacera da forma mais bruta possível, e apenas nos resta senti-la, suportá-la e manifestá-la. Ela não tem data nem hora marcada, ela vem como um ladrão, sem avisar, te pega de surpresa e quando menos espera ela lhe passa a foice, lhe cortando, colhendo num jardim, onde posteriormente todas as outras flores murcharão e morrerão também. Ela é uma professora, nos ensina, nos mostra o quanto somos frágeis e explica a efemeridade da vida. Não se pode confiar no amanhã. Não confie no amanhã.

Após ouvir que Felipe não suportou e veio a óbito, eu tive plena certeza de que fiz a melhor escolha. Eu o perdoei. O perdoei e ele foi em paz, deixando-me assim também. Ele deu a vida dele para salvar a do homem que eu amo, deu a vida dele para me ver feliz, existe declaração de amor mais profunda que essa?

Os gritos de Márcia ecoam por todo o galpão quebrando o silêncio juntos dos soluços que agora todos nós soltamos. Morrer é uma coisa que nem quem vai, e nem quem fica estão preparados para compreender, mas precisam. Apesar de tudo, Felipe era um homem amado por essa família, por esses caras durões que agora não se importam em expressar sua tristeza chorando e abraçando uns aos outros, tentando confortassem. Apesar de tudo que ele me fez, tudo de bom que vivemos sempre vai se manter vivo em minha memória, e espero que mais vívida que aquela lembrança podre, que após eu perdoá-lo, parece que sumiu um pouco da minha cabeça. Muitos dizem que o perdão é libertador, e eu realmente estou começando a acreditar nisto. Talvez isso torne mais fácil a minha difícil recuperação que virá aí pela frente. Tudo ainda é uma incógnita.

Foi uma noite muito difícil. Márcia entendeu a decisão do filho, mas não quis aceitar. Quando a equipe chegou para retirar o corpo do Felipe, eu não aguentei e tornei a chorar assim como a maioria que ainda estava sem acreditar, vendo-o sendo carregado dentro de um saco preto coberto com um lençol branco, mas ainda dentro de um saco!

Já se passava das seis da manhã e os primeiros raios de sol apontavam no céu quando um dos médicos avisou que estavam na fase final da cirurgia e que Rafael estava estável. Suspiramos todos aliviados. Eu fiquei impressionada com essa equipe médica, com tudo que foi mobilizado pra salvar a vida do Rafael. Eram correria de aparelhos e mais aparelhos chegando, bolsas de sangue, tudo e muito mais que foi necessário para a cirurgia de urgência. Fico imaginando a nota preta que eles gastaram com isso, eu chuto em média, desde para pagarem os médicos, alugueis de todas essas maquinas, remédios, tudo, um milhão de reais, mas o que é um milhão de reais para Rafael Salviatti? Troco de bala.

Rafael irá receber tudo que precisa aqui mesmo, nessa UTI móvel montada especialmente para ele. Helena disse que quando ele melhorar um pouco e apenas ficar internado ele será transferido para a casa e ela se sentirá melhor também.

Alguns já tinham ido acompanhar Márcia e Felipe. Eu, Fernanda, Helena, Gutierre e seu marido ficaram para acompanhar o Rafael. Valentina não estava passando bem e preferiu ir para casa com Lucas. Liguei para minha mãe e contei o que aconteceu e disse que eu ficaria longe de casa até ver o que vai acontecer. 

No meio da tarde Mike me ligou e disse que Márcia foi até lá em casa conversar com ele, o pai e a mamãe. Ela abriu o jogo e disse que Felipe era sim filho do meu pai, e que ele faleceu. Mike disse que foram dois choques de uma só vez e nenhum dos três soube lidar direito com as noticias. Meu pai desconfiava por algumas semelhanças em Felipe, mas nunca perguntou nem foi atrás saber. Mamãe ficou calada a todo instante e quando Márcia terminou, ela apenas saiu de lá sem conseguir dizer nada.

Claro, além de trair a esposa com a secretária, ele tinha um filho com ela!

Ele sempre a traiu, e se Felipe tinha vinte e dois anos... Não foi por pouco tempo. A cada dia que passa uma coisa nova é descoberta sobre a família Thompson, e ela parece cada vez mais uma mentira. Eu não sei mais o que é verdade, o que é uma farsa. 


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
ACHARAM MESMO QUE EU IRIA MATAR MEU RAFACONDA? ATÉ PARECE HSUAHSUASUA
COMO ESTÁ O CORAÇÃO DEPOIS DISSO TUDO?
Joseph safado, traíra. Felipe era mesmo irmão da Lola e para quem duvidava, lá na primeira temporada ainda, aí está a mais pura verdade.
O que acharam disso tudo? Lola fez bem em perdoar? E o que Felipe de dar a vida pro Rafael? Ele iria morrer mesmo, ta SUAHSUAUSA BRINCS tem muita treta pra rolar ainda, acham que vai ficar tudo bem? Por enquanto. SEMSPOILERS
ME DIGAM TUDO, PELO AMOR, NÃO TO POSTANDO PRAS PAREDE NÃO

Lembrando que estou com outra fic maravilhosa e linda, ficarei feliz da vida em ter vocês látambém. Leiam o prólogo pelo menos antes de julgar pela capinha feia KKKKKKKKKKKKK já estou providenciando outraKKKKK
https://spiritfanfics.com/historia/everything-has-changed-8946180

UM BEEEEEAJO


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