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História Criminal Love - Second Season - Remember me, please


Escrita por: limalimao

Notas do Autor


Olha só quem reapareceu, sim eu mesmaaa! hahaha
Gente do céu, me perdoem, fiquei toda enrolada com último mês do semestre na faculdade e atolada em trabalho e provas, (rezei dez ave maria, dez pai nosso e abri o boletim e ufa, passei sem pegar exame, o que foi um milagre já que tem um professor que é graduado, phd em f*** os alunos, enfim) então, não foi a toa meu desaparecimento. O que importa é que aqui estou!
Ai gente, eu estava relendo tudo que escrevi depois disso e nossa...babadeira. Dá uma tristezinha em pensar que daqui a pouco acaba, mas enquanto isso tem capítulo novooooo!
ehhhhhhh!
Vamos que vamos e leiam as notas finais <3

Capítulo 31 - Remember me, please


SEGUNDA-FEIRA, 10H23 — CEMITÉRIO DA PAZ

Foi uma cerimônia bonita. O padre disse algumas palavras, e depois fomos seguindo o caixão até a sepultura. Márcia passou mal e teve de ser amparada pelo seu marido e outros parentes quando ele começou a descer sobre uma salva de palmas enorme. Muitas pessoas vieram se despedir, darem um ultimo adeus a Felipe. Vi pessoas, amigos dele da faculdade que eu não via há tempos. Joseph Thompson e minha mãe também estavam presentes, mas em lados opostos, distantes um do outro. Fiquei sentida por que Rafael não está aqui para se despedir do amigo. Eu hesitei em bater palmas, ele não mereceu, mas eu o perdoei e bati com força pelo homem que ele foi antes. Houve muito choro, muito mesmo. Ninguém esperava por uma morte tão prematura, todos acham que foi acidente e nem imaginam o que realmente aconteceu. Foi difícil. O que aconteceu naquela casa, ficou naquela casa.

Depois do funeral meus pais quiseram conversar comigo e Mike. Eu não sei como, mas os três ficaram sabendo do que Felipe me fez e pela primeira vez em todo esse tempo eu tive apoio e ombros para chorar. Eu tive, mesmo que por apenas algumas horas, a minha família de volta. Papai liberou parte do dinheiro da minha conta que ele havia bloqueado e eles pediram para que eu iniciasse um tratamento.

18h45 — HOTEL

Estou fazendo minhas malas, já que enfim estou indo embora daqui depois de uma longa estadia. Meu celular sobre a cama começa a tocar e logo vejo se tratar de Alisson.

— O que você quer? — digo cansada jogando mais coisas dentro da mala.

Eu sinto muito pelo que aconteceu... Mas estou feliz por você, que Rafael está vivo — dá ênfase no ‘por você’, declarando que odiou saber que Rafael ainda respira — E, devemos comemorar que Felipe morreu?

— Não há nada a comemorar — digo passando a mão no rosto — Eu sei por que me ligou... — respiro fundo — Precisamos conversar.

 

19h25 — BAIRRO DESATIVADO

Uma noite um pouco fria. Cada carro virado para uma direção na rua do bairro abandonado apenas com os faróis ligados para iluminar.

— Tínhamos um trato — digo chegando a sua frente — Aqui está minha parte — digo lhe entregando a pasta.

— Espero ter cumprido bem com a minha — ele me olha.

— Eu não ganhei nada torturando Felipe, e só hoje percebi isso. Sei lá.

Ele pega e logo a abre. Ele respira fundo arregalando os olhos enquanto alisa o queixo, impressionado e sem entender o que seus olhos vêem e eu sorrio de sua expressão.

— O-oque é isso, Lola? — ele me olha sério.

Sua filha — sorrio de braços cruzados — O nome dela é Sofia, tem oito anos. Eu achei o gênio dela bem parecido com o seu. Teimosa, personalidade forte, decidida.

Ele sorri olhando as outras fotos da garotinha.

— Eu tenho uma filha... Com a Pietra? — ele diz sorrindo e parece não acreditar — Se ela tem oito anos, foi antes do Rafael... Como ela conseguiu esconder isso de mim?

— Já isso você resolve com ela — digo arqueando a sobrancelha — Se quiser ver Sofia aí junto tem o endereço da escola dela, e tem também de onde ela faz balé às terças e quintas.

— Ela é tão linda — ele diz meio bobo.

— Ela tem seus olhos.

— Nossa Lola, eu... — ele me olha sem palavras — Obrigado — recebo um abraço inesperado e eu retribuo — Se não fosse por você eu nunca iria saber disso. Valeu a pena confiar em você — sorrio ainda o abraçando.

— De nada... Agora, vê se não faz besteira — digo o soltando.

— Pode deixar — ele sorri — E Lola... Eu nunca pensei que diria isso, mas... Quando o Rafael acordar diga a ele que temos muito que conversar — ele diz estreitando os olhos.

— Você vai matá-lo? — pergunto séria o olhando.

— Por você, não irei fazer isso. Eu vi o quanto o ama e seria egoísmo da minha parte acabar com isso. Apenas peço que continue com aquela outra parte do trato, sobre não matar a Pietra — ele diz e eu dou risada o olhando.

— Por mais que eu a odeie, ela é mãe e não quero que Sofia cresça sem ela — ele sorri — O que quer falar com ele? — pergunto curiosa.

— Coisas do passado que ficaram mal entendidas — ele diz alisando meu queixo, olhando minha boca — Você seria uma bela esposa pra mim — ele diz baixinho — Desde que me deu aquele beijo não parei de pensar em você, garota — diz se aproximando ainda mais de mim.

— Estava fora de mim, descontrolada — digo franzindo a testa o olhando — Mas não nego que foi bom — digo e vejo um sorriso de canto se formar em seus lábios — Apenas não vai se repetir — coloco o dedo indicador sobre seus lábios e ele resmunga triste — Preciso ir, amanhã cedo darei inicio ao meu tratamento — sorrio contente e ele sorri também.

— Que bom, Lola! — diz alegre — Espero que se recupere logo.

— Também espero — digo sorrindo — Bom, até logo? — o olho curiosa sorrindo.

— Até logo, Lola — ele diz e nos abraçamos. Sua mão segura minha nuca e quando eu fui para lhe dar um beijo na bochecha, Alisson fez questão de virar mais o rosto e demos um selinho, qual ele tentou aprofundar puxando meu lábio, mas me controlei e apenas cessei o beijo.

Nos afastamos sorrindo e eu entro em meu carro e saio dali rápido, e logo vi seu carro crescer em meu retrovisor. Depois de um tempo cheguei no apartamento da mamãe, onde Mike também já estava. Tomei um banho relaxante para descansar, liguei para Nanda e depois fui jantar. Nos deitamos na cama da mamãe, cada filho de um lado e ficamos ali até pegarmos no sono.

 

TERÇA-FEIRA, 11H45

Já resolvi tudo com o meu psicólogo e como contei toda a situação para ele, ele me indicou uma clinica muito boa que um amigo dele trabalha, lá na cidade onde Rafael está, assim posso me tratar e ficar próxima do meu amor. Ele disse que enviaria minha ficha para esse amigo dele e até já me passou o contato e endereço da clínica. Fui até a empresa do meu pai para me despedir dele por um tempo e acabei descobrindo que Márcia pediu demissão. Joseph me desejou boa sorte no tratamento e nem tocou no nome do Rafael. Ele ainda está bem distante de mim. Passei em casa para pegar outras coisas e acabei me encontrando com Gustavo e ficamos conversando um pouco, mas depois segui minha viagem.

17h43

Enfim cheguei à casa de Helena e encontrei a casa cheia. Algumas pessoas limpando, outras preparando o jantar. Falei com todos ali presentes, Gutierre, Nanda, Helena, Vitor, Branco, Negão, Pedro e até mesmo Jack, que foi para sópara me ver. Logo ajudei a terminar de tirar o pó de alguns móveis e pouco tempo depois estava tudo pronto para ser habitado por tempo indeterminado. Por Pedro ser psicólogo e tal, ele acabou ajudando muito a Helena e todos os outros que precisaram conversar. Já tinha conversado com Helena sobre eu ficar aqui e cuidar do Rafael, e ela claro, adorou a idéia.

 

DOIS DIAS DEPOIS

A cirurgia do Rafael correu tudo bem, ele só precisa se recuperar do pós-operatório e como Rafael ficou morto, sem oxigenação no cérebro por cerca de cinco minutos, apenas quando ele acordar vai ser possível ver se isso causou algum dano motor nele, só que parece que meu bonitão não quer acordar, por que ele contraiu uma bactéria e vai precisar ficar mais um tempo por aqui para tratar e como ninguém ainda sabe a gravidade dela, nada de visitas até os resultados ficarem prontos e os médicos irão o manter sedado.

Não agüento mais apenas vê-lo através do plástico que nos separa, eu preciso pegar nele, preciso sentir o calor do seu corpo, preciso ouvir sua voz, ver seus olhos e principalmente seu sorriso.

Ontem mesmo eu comecei meu tratamento lá na clínica. Tenho acompanhamento psicológico, além de um grupo de mulheres que passaram pela mesma situação. Meu médico, o doutor Stuart — um gato de olhos verdes — disse que esse grupo vai me fazer bem e nós esperamos que faça mesmo. Eu cheguei a conversar um pouco com Pedro e acabei me sentindo um pouco melhor. Ele usou as palavras certas, na hora certa. Eu não sei, é difícil passar por isso, mas acho que depois do que aconteceu naquele galpão naquela noite, do Felipe abrir mão da vida dele pra me fazer bem... Eu sei, nada vai apagar o que ele me fez, mas, estou me sentindo melhor por ele ter feito isso.

 

GALPÃO SALVIATTI — QUINTA-FEIRA, 14H23

Saí da consulta hoje e vim direto para cá ficar com meu amor.

— Você precisa acordar logo — digo baixinho o olhando pelo plástico — Você gosta de complicar as coisas né, tinha mesmo que pegar essa bactéria pra tornar tudo mais difícil? — digo meio brava observando meu homem coberto direitinho na cama, com um tubo na boca, aparelhos dos lados e fios pelos braços. Suas bochechas possuem uma coloração rosada e seu cabelo está todo desgrenhado. Lindo até mesmo nessas situações.

Ouço um barulho das portas de ferro sendo abertas e vejo Vitor, Lucas e Valentina passando por elas. Saio de perto do cubo e caminho até eles, logo abraçando Tina, que pelo barrigão que já possui não conseguimos nos aproximar muito. Cumprimento os meninos e nos sentamos nos sofás bem no centro do galpão.

— Como ele está? — Vitor pergunta.

— Na mesma — dou de ombros — Os resultados ainda não chegaram e cada hora eles colhem amostras dele e levam pra capital pra analise. Enquanto isso ele está em observação.

— Ele aceitou bem o fígado? — Tina pergunta.

— Até agora não deu problema e estou torcendo para que isso não aconteça, senão ele vai ter que ficar mais dias por aqui.

Nós passamos o resto da tarde conversando. Nanda depois chegou da capital com Tom e Jack, que também vieram dar uma força e Jack, claro, conversar comigo. Acabei contando a ele o que Felipe fez comigo e Jack conversou a respeito e disse que se eu precisasse de algo era para falar com ele. Ele foi um amor como sempre e nossa, como senti saudade de seu abraço. Estava precisando muito de um e acabei soltando todas minhas frustrações, meus medos em seu colo. Chorei feito uma criança, pelo fato ocorrido com Felipe, por ter descoberto que ele era meu irmão, pela sua morte, por todo o medo que senti de perder o Rafael, pelo medo que ainda tenho disso acontecer, por tudo! E depois de um tempo eu nem sabia mais por que eu chorava.

Já se passavam das nove horas quando eles retornaram para casa, afinal a cidade aqui não é tão longe assim da capital. Fiquei apenas com os quatro homens da segurança e mais três médicos. Esse galpão tem de tudo. Além de uma base de comandos com computadores de ultima geração e uma oficina mecânica, possui também um espaço onde nos últimos dois dias foram montados quartos para os médicos, uma cozinha, tudo muito bem arrumado e organizado. Helena cuidou de tudo nos mínimos detalhes.

Me acolhi no sofá ao lado de uma enfermeira enquanto assistíamos um programa qualquer na televisão enorme do Rafael e conversávamos. Nem notei quando comecei a cochilar e peguei no sono.

 

SEXTA-FEIRA, 09H15

Acordei sentindo dor nas costas por ter dormido no sofá e de mau jeito, ainda mais atordoada ouvindo algumas vozes altas pelo galpão e quando olhei para o cubo havia um grande movimento de pessoas de branco. Levantei-me num pulo com o coração na mão de desespero enquanto as pernas ainda fracas pelo susto se movimentavam rapidamente em direção a ela. Médicos ao redor do Rafael, aplicando coisas em seu braço e conversando entre si, outros checando aparelhos.

— O que aconteceu? — pergunto assustada para a enfermeira de ontem, que dormiu no sofá comigo.

— O organismo dele está rejeitando o fígado — ela diz enquanto caminha rapidamente para sei lá onde e eu levo as mãos à cabeça sem saber o que fazer.

Me digam que isso não está acontecendo, me digam que tudo não se passa de uma brincadeira, digam por favor, que eu homem que eu amo não está em cima daquela cama lutando pela vida dele e eu aqui sem poder fazer nada.

Duas horas depois Helena via telefone e eu ao lado do médico chefe, fomos informadas que os dias do Rafael na UTI aumentaram para uma quantidade ainda sem estimativa, depende completamente do Rafael a partir de agora em aceitar a medicação imunossupressora para aceitar o órgão transplantado. Ele disse que isso acontece em alguns casos, que alguns chegam a levar a morte, e tentando evitar isso, Rafa irá continuar sedado para evitar esforços que seu corpo faria acordado, já que a bala dilacerou metade de seu órgão e agora ele precisa se recuperar junto da outra parte que foi doada.

 

UM MÊS DEPOIS

Hoje faz exatamente um mês desde que tivemos a notícia que Rafael estava rejeitando o órgão transplantado. Foi um mês muito complicado, Rafael nos deu vários sustos e eu juro que irei bater nele por causa de cada um deles. A dosagem dos remédios imunossupressores para que ele não rejeite o fígado foram aumentadas, ele aceitou e enfim, graças aos céus, ele pode sair da UTI e ser levado para internação em casa, que Helena preferiu.

Além de um mês complicado por Rafael, foi um mês ótimo. Eu jamais imaginei que minha recuperação fosse ser tão rápida, eu já vejo os resultados e sei que os remédios que estou tomando estão ajudando. Sofro de estresse pós-traumático. Remédios controlados me ajudam com o distúrbio do sono e a irritabilidade e outro ajuda a diminuir todos os outros sintomas, que consistem na ridícula re-experiência traumática, que me faz voltar lá naquela noite involuntariamente, a fuga e esquiva que me faz afastar de qualquer estímulo que possa desencadear as lembranças traumáticas, distanciamento emocional, e outros se é que pode piorar. Quando fui diagnosticada, já na primeira semana de tratamento, eu entendi as noites que passei em claro sem um pingo de sono.

12H18

Foi montado um quarto para receber ele em casa. Cama hospitalar bem confortável, uma poltrona grande para quem quiser ficar com ele, os remédios e utensílios já chegaram. Ouço o barulho de carro chegando, corro para o portão e vejo a ambulância. Meus olhos se enchem quando enfim meu homem sai na maca sendo seguido por Helena. Ele foi colocado na cama e um tempo depois os poucos aparelhos que ele precisa já haviam sido ligados a ele. Como Rafael é muito preguiçoso, ele não estava respirando direito, então está recebendo oxigênio por um tubinho que passa por detrás das orelhas e vai até o nariz. Ele continua lindo, céus, como o amo. Seu corpo apenas está um pouquinho menos malhado, afinal ele ficou um mês em cima de uma cama sem fazer exercício algum, apenas os que as médicas fisioterapeutas faziam nele para as articulações. Suas bochechas rosadas e a barba por fazer, já que eu mesma fiz três dias atrás. Ajudo a cuidar dele, mas o meu tratamento, os remédios estão sugando minhas energias e meu tempo. Saio pela manhã, e retorno apenas no meio da tarde, todos os dias.

— Nem estou acreditando que ele está aqui — digo com as mãos na boca o olhando enquanto sinto meus olhos se encherem de lágrimas.

— É — Helena diz me abraçando de lado — Até que enfim nosso menino que só dá trabalho está em casa — nós rimos juntas. — Obrigada por ter ficado do lado dele esse tempo todo — ela diz me olhando nos olhos e esse azul me conforta, acho que pelo fato de ser iguais aos do meu homem.

— Apenas fiz o que sei que ele também faria por mim — digo e sorrio contente, logo desviando os olhos a ele dormindo sereno.

Saímos do quarto e juntas fizemos algo para comermos enquanto conversávamos sobre meu tratamento. Helena está feliz que estou indo bem e me recuperando cada vez mais. Conversamos sobre muitas coisas e depois Julia, a enfermeira amiga de Gutierre que cuidará de tudo para ele chega e se junta a nós. Os dois garotos da segurança, Paulo e Vinicius também já estão aqui.

A casa foi ficando cheia ao decorrer do dia, todos muito felizes pelo Rafael ter saído da UTI e todos estão ansiosos esperando o dia em que o médico o tirará do sedativo.

Saí de casa para ir à consulta, deixando todos cuidando do brutamonte indefeso na cama. Passo na recepção, falo com Tyler e pouco depois estou sentada no recamier da sala do doutor Stuart.

— Como está se sentindo hoje Lola? — ele pergunta sorrindo ao ver minha feição contente.

— Estranhamente feliz — digo sorrindo e franzo levemente a testa — O Rafael saiu da UTI e já está em casa. Quero logo que ele acorde para eu poder puxar a orelha dele e depois abraçá-lo — sorrio pensando nisso.

— Mais uma vez me mostrando o quanto gosta desse cara — ele diz me olhando apoiado nos cotovelos nos joelhos e as duas mãos juntas — Percebi que desde que começamos as sessões, até hoje você teve uma melhora muito significativa no humor, na sua forma de pensar e se relacionar. Você mal me olhava, mal sorria e quando entrou recebi um abraço! — ele diz sorrindo tão impressionado quanto eu — Esse Rafael pode te ajudar muito na sua recuperação.

— É, eu acho que sim — sorrio o olhando — Mas e o seu dia, como foi?

— Estamos aqui para falar sobre você, Lola, não sobre mim — ele retruca arqueando as sobrancelhas.

— Você é tão chato — cruzo os braços olhando para a janela — Não sei por que eu te pago — digo o olhando de volta e ele dá uma risada jogando a cabeça para trás.

— Não tente mudar de assunto. Sabe que precisamos tocar em assuntos sérios hoje — ele muda sua feição — Quero que conte sobre aquela noite, okay? — ele diz e então meu ânimo escorre pelo ralo.

Foi uma consulta longa, mas, de novo, eu não consegui contar com os detalhes que ele me pediu. Ele quer que eu faça, que eu me exponha, que eu deixe meus medos saírem pela boca, mas simplesmente ainda não consegui.

Voltei para casa já era meio tarde e encontrei algumas pessoas na casa. Nós jantamos juntos e assistimos a um filme na sala. Por volta de uma da manhã eu resolvi ir para meu quarto dormir, mas antes passei pelo quarto do Rafa para dar-lhe boa noite.

— Acorda logo, okay? — digo roçando meu nariz em sua bochecha e sinto o cheiro de sua pele. Sorrio e passo os dedos por seu cabelo enquanto observo atenta a cada detalhe de seu rosto. Quero tanto ver esses olhos azuis de novo — Boa noite meu amor — beijo sua bochecha quente e corada — Te amo demais.

 

DOIS DIAS DEPOIS

DOMINGO — 20H23

— E aí, ele acordou? — nem ao menos disse oi a Julia ao passar pela porta da sala, que apenas virou-se para mim um pouco espantada e riu.

— Ainda não — ela sorri — Calma, iremos tirá-lo do sedativo amanhã cedo.

Achei que seria hoje. Bufo irritada baixando os ombros e jogando a bolsa no sofá, a mesma coisa com as chaves na mesinha de vidro próxima da porta.

— Você está bem? — digo indo até ela e lhe dou um beijo na bochecha, que é retribuído por ela.

— Oh, sim, achei que não perguntaria isso — ela diz debochada e eu dou risada dela. Estou tão ansiosa para que ele acorde.

Nós fomos juntas para a cozinha e preparamos o que comer. Paulo, o cara da segurança também acabou ajudando e descascou as cenouras. Jantamos nós quatro juntos e depois eu fui para meu quarto tomar um banho para relaxar após um dia bem cansativo. Peguei meu livro e fui para o quarto do Rafa. Julia mexia em algumas coisas dele quando cheguei. Sentei-me na poltrona ao seu lado e ali fiquei lendo calmamente, enquanto a outra mão segurava a sua. Julia retirou-se e ficamos apenas eu e o meu brutamonte. Senti o sono pesar quando os bocejos tornaram-se mais freqüentes.

— Oh — digo olhando o livro a minha frente — Essa eu preciso ler para você — digo sorrindo como se Rafael estivesse me ouvindo — Nas horas de luto e sofrimento eu vou abraçar e embalar você, e farei da sua tristeza a minha tristeza. Quando você chorar, eu vou chorar, e quando você sofrer, eu vou sofrer. E juntos tentaremos estancar a maré de lágrimas e desespero e juntos vamos superar os obstáculos das esburacadas ruas da vida — termino de ler e arqueio a sobrancelha impressionada pelas profundas palavras de Nicholas Sparks. Levanto e dou em Rafael um beijo em sua testa. Sento-me novamente colocando o livro ao lado — Faço das palavras dele as minhas, meu amor.  

 

SEGUNDA-FEIRA — 10H45

Acordei sentindo algo se mexer e eu levantei minha cabeça aos poucos acordando sentindo minha mão mexer, a mesma que segura a do Rafael. Meus olhos se arregalam e um sorriso instantaneamente se forma em meus lábios ao ver os seus olhos azuis me olhando.

— Você acordou — digo sorrindo me colocando de pé ao seu lado num pulo só — Até que enfim — levo as duas mãos à boca sem acreditar e quando me dou conta minha visão fica turva por conta das lágrimas.

Ele continua me olhando, mas agora vejo sua testa se franzir, seus olhos se estreitarem e seus lábios se entreabrirem. Diz algo amor, por favor, eu preciso ouvir sua voz.

Quem é você? — ele pergunta com a voz rouca por falta de uso das cordas vocais, com uma confusão em sua feição e eu simplesmente travo. As possíveis complicações que o médico disse. Não, isso não pode estar acontecendo.

Rafael não me reconhece.


Notas Finais


Capítulo meio chatinho mas necessário. E esse Alisson querendo bis com Lola? (HÁAA!) Eu ein. E RAFAEL NÃO LEMBRANDO DE NADA GENTY? O QUE ACHAM QUE VAI ACONTECER? quero só ver a teorias. Ele vai virar do bem agora? vai lembrar? não vai? Digammmmm!
Ai eu sei que preciso responder todas vocês, agora estou de férias e com tempo irei organizar tudinho pra fazer dar certo meus planos. HSUAHSA Gente do céu, to escrevendo outra história. (não sei como pq não tenho tempo) Não consigo me segurar quando tenho uma ideia boa que daria uma ótima história e posso dizer que esse casal é tipo Lola e Rafael, mas Amber não tem muito de Lola não viu, só a parte foda da Lola HSUAHSUAHUSAs Já tenho até shipper. DAmber Amve HUASUA enfim gente, só para ficar claro o motivo do sumiço, mas aqui estou eu de volta.

OBRIGADAAAAAAAAAAAAA POR TUDO MINHAS LEITORAS FIÉIS!
AMO VOCÊS DEMAIS!
❤❤❤❤❤

MANO
quero deixar aqui o meu super hiper mega master blaster beijo e agradecimento para minha super leitora @missatenas desculpaaaaaa pela demora pra responder! hahaha jájá irei, calma kkk ❤


É ISSO GENTE, ATÉ O PRÓXIMO


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