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História Criminal Love - Second Season - Calm Sea... For Now.


Escrita por: limalimao

Notas do Autor


apareci, eu sei que demorei
leiam as notas finais amoras <33
boa leituraaaa

Capítulo 32 - Calm Sea... For Now.


Calm Sea... For Now. — Mar calmo... Por enquanto.

 

— C-como assim quem sou eu? — pergunto sem querer acreditar nisso — Por favor, me diz que isso é mais uma das suas brincadeiras de mau gosto — digo séria.

Ele pigarreia tentando limpar a garganta.

— Eu não sei quem você é — ele diz sério e percebo que não está brincando — Pode chamar alguém que eu conheço de verdade, por favor? — ele diz meio frio e sua voz rouca deliciosa me deixa ainda mais nervosa.

— Eu acho bom você parar com isso, Rafael, ou eu vou te bater muito — digo séria.

— Você é louca, eu nem te conheço e quer me bater?! — ele diz nervoso, com uma feição de escárnio.

 Eu vou matá-lo.

— Eu passei um mês da minha vida aqui do seu lado cuidando de você pra quando acordar você não me reconhecer? — digo nervosa — Eu vou fazer ele voltar pra aquele coma maldito — ele me olha como se eu fosse louca, e devo estar parecendo mesmo.

A porta se abre e Julia passa por ela, e quando o vê abre um sorriso enorme.

— Até que enfim acordou — ela diz entrando e vindo em nossa direção.

— Quem é você também? — ele pergunta franzindo a testa.

— Qual o seu nome? — Julia pergunta enquanto usa uma lanterna para olhar seus olhos.

— Eu não sei — ele diz e eu levo a mão à boca incrédula. Ele não se lembra de nada. Isso ta ficando muito sério.

Julia me olha sem saber direito o que fazer e eu estou pior.

— Eu irei ligar para sua mãe — ela diz se retirando e eu vou atrás dela e quando cruzo a porta o choro sai desesperado, alto e me escoro na parede com as duas mãos na cabeça. Julia me abraça e tenta me confortar.

Um tempo depois eu já tinha me acalmado e voltei para o quarto. Ainda não acredito que esse babaca não se lembra de mim. Helena acaba de chegar e já entra correndo no quarto indo em direção ao filho, que lhe abraça forte sorrindo.

— Que bom te ver acordado de novo, filho — ela diz ainda o abraçando.

— Ah você deve ser a minha mãe — ele sorri e Helena franze a testa sorrindo enquanto se aproxima — Já que você é minha mãe tem que cuidar de mim. A senhora pode favor, me dizer quem é essa louca aqui. Ela não sai do meu lado e já disse que vai me bater — ele diz a olhando e Helena gargalha jogando a cabeça para trás.

— Bom, eu vou ligar para seu médico e pedir para que ele venha aqui te examinar — ela diz levantando-se da cama.

Eu continuo em pé de braços cruzados o olhando. Ele me olha com a testa franzida e eu me seguro para não rir.

— Você é bonita — ele diz — Qual seu nome? — ele cruza os braços.

— Não vou te falar, vai ter que se lembrar — digo e ergo a sobrancelha.

— Nós já nos beijamos? Ou melhor, nós já transamos? — ele pergunta e eu não agüento e dou risada. Como ele não conhece ninguém, mas conhece essas coisas? É confuso demais para mim. Se não fosse trágico seria engraçado.

— Já. Bastante — digo segurando a risada.

— Puta merda — ele diz sorrindo olhando pro alto. — Mesmo louca você é muito bonita — ele diz me olhando com admiração e eu me seguro para não sorrir — Nós namoramos ou algo do tipo?

— Namoramos, eu acho, é meio complicado — digo me aproximando mais da cama.

— Uau — ele diz me olhando e parece meio bobo — Pra você não ter certeza eu devo fazer muita coisa errada, não é?

— É... — digo meio sem jeito e ele ri — Estou pensando seriamente em deixar você aí sozinho. Fica me chamando de louca.

— Se eu fosse você não me deixaria — ele diz dando de ombros — Não é todo dia que um homem como eu, lindo e ainda de olhos azuis bate na sua porta, não é? — ele foi dizendo e eu me acabei de dar risada da cara dele. Tão convencido.

— Cala a boca, amor — digo e coloco a mão em seu rosto.

— Nós nos chamamos de amor?! — ele diz me olhando surpreso — Uau — ele sorri, mas forma uma carranca no rosto — O que você fez pra me prender? Eu não namoro, eu acho que não — ele diz com a testa franzida.

— Digamos que você não resistiu aos meus encantos — digo sorrindo, fazendo carão, o que faz ele rir.

— Eu gosto de você. Eu sinto isso, mas é confuso por que eu nem te conheço — ele diz e eu sorrio.

— Seu médico já está a caminho para te examinar e céus, preciso que sua memória volte logo — Helena diz entrando no quarto e seus saltos fazem barulho no assoalho de madeira.

— Eu tenho consulta daqui a pouco — digo levantando — Irei me arrumar.

— Okay — Helena sorri me olhando — Deixa que dessa criança eu cuido — ela olha feito boba pro filho na cama. É muito amor. Queria tanto poder sentir esse amor de mãe.

— Até mais tarde então — lhe dou um beijo na bochecha e um abraço apertado.

— Minha namorada se dá bem com minha mãe. Um ponto pra você, namorada — ele diz de braços cruzados e eu o olho sorrindo. Por mais que ele não se lembre de mim eu estou incrivelmente feliz por ele estar acordado.

— Não diga meu nome a ele, okay? — digo baixinho a Helena e ela ergue as sobrancelhas entendendo meu joguinho com ele.

— Okay minha querida, boa consulta — ela me dá um beijo na testa e eu saio dali, logo indo para meu quarto me banhar e me arrumar.

Foi uma consulta tão boa. Eu estava afoita pelo Rafael, por ele ter acordado e visivelmente sem nenhum dano motor como o médico diria que era possível ele ter. Os braços se mexem, as pernas, ele fala, mas apenas a memória está afetada, mas céus, espero que seja temporário. Aproveitei e sai para almoçar com Tyler que deixou para ir mais tarde, o rapaz da recepção por quem peguei uma amizade rápida, graças ao jeito despojado dele e por todo quase todos os dias estar aqui.

— Diga, como está seu namorado? — ele pergunta e leva à boca uma garfada do macarrão ao molho branco maravilhoso do restaurante perto da clínica.

— Hm — digo terminando de mastigar — Ele acordou e olha que ótimo, não se lembra de mim — dou de ombros.

— Nossa que barra — ele faz careta e muda logo de assunto — Estava louco para tomar um Brunello di Montalcino, mas sozinho não bebo.

— Ah, por favor, vamos pedir uma garrafa — digo o olhando manhosa. Tyler tem um ótimo bom gosto para tudo, principalmente vinhos. Esse não chega a ser um dos melhores que já degustei, mas a casa tem e é bom.

— Não — ele diz sério me olhando — Você está tomando remédios e sabe muito bem que álcool não se dá bem com eles.

— Chato — digo revirando os olhos.

Nós terminamos de almoçar e eu o deixei na frente na clínica, logo indo para o mercado. Comprei algumas frutas, coisas para casa e algumas besteiras que eu e Julia gostamos de comer também. Voltei para casa e já se passavam das quatro da tarde. Normalmente eu volto mais tarde, mas hoje não tinha o grupo de apoio.

Após entrar e falar com os meninos entro em casa, jogo a bolsa sobre a cadeira da mesa de jantar e as chaves nela, logo indo para o quarto do chato. A cama está vazia, mas ouço risadas vindas de dentro do banheiro.

— Para Rafael! — Helena diz entre risos.

— Sai daqui, mãe! — ele diz e dá uma risada sem vergonha.

Dou risada e saio dali, logo indo para a cozinha segurando as sacolas. Encontro Julia preparando algumas coisas no fogão e o cheirinho de comida caseira incendeia o ambiente.

— Cheguei — digo cantarolando colocando as mesmas sobre o balcão — Trouxe algumas coisas — dou um beijo nela que não para de mexer numa panela.

— Como foi hoje?

— Ótimo — sorrio me sentando no banco do balcão — O médico falou o que dele? — pergunto curiosa.

— Ele está ótimo. Examinou tudo nele, fez testes, mas sobre a perca de memória ele prescreveu remédios e pediu que amanhã ele fosse ao hospital fazer ressonância e outros exames. Ele ta com uma leve insensibilidade da perna esquerda, então, quando o levantamos ele quase caiu, então vai usar muletas e precisa de ajuda para andar e fisioterapia.

— Achei que seriam mais graves os problemas — suspiro aliviada.

— Namorada. Na-na-na-namorada — ouço sua voz já bem melhor me chamar desse jeito, cantarolando um pouco e nós duas damos risada achando graça.

— Até que enfim chegou — ele diz chegando à cozinha com Helena o acompanhando — Estou prontinho pra você, tomei até banho. — ele diz sorrindo e com uma feição engraçada.

Cara de pau! Ele está muito engraçado sem a memória. Ele parece outra pessoa completamente diferente daquele Rafael que entrou na frente de um tiro direcionado a mim. Está brincalhão, contente mesmo sem conhecer ninguém ao seu redor.

— Ahhhh, agora sim — digo me levantando da banqueta e indo até ele que já se sentou na cadeira da mesa de jantar da cozinha.

— Não vou ganhar um beijo da minha namorada? — ele pergunta e nós três damos risada — Qual a vantagem de se ter uma namorada sendo que nem ganho beijos? — ele pergunta franzindo a testa com os braços cruzados.

— Só um — digo me aproximando sorrindo, mas completamente envergonhada por fazer isso na frente da Helena.

Curvo-me a sua frente e ele sorri entusiasmado, parece um garotinho perdendo a virgindade, céus. Levo minha mão até seu rosto e meu coração já bate descompassado. Junto nossos lábios num selinho que ele fez questão de aprofundar um pouco puxando com os seus, os meus lábios. Me afastei sorrindo e vi o mesmo extasiado, de olhos fechados e com a cabeça para trás enquanto um sorriso enorme estava em seu rosto. Eu não sei o que senti, foi tão rápido, mas tão bom!

— Mãe, acho que estou apaixonado — ele diz olhando Helena, que ri tanto que até seca as lágrimas.

Nós ficamos por ali na cozinha conversando e rindo. Como eu queria que Rafael fosse esse Rafael. Despreocupado, brincalhão, dá risada de tudo, não aquele homem frio, sem escrúpulos que maltrata pessoas. A vida seria muito mais fácil, mas nada é fácil nessa vida. Jantamos, e depois ficamos assistindo tv no quarto do Rafael até quando ele pegou no sono. Toda vez que ele me chamava, ele chama por ‘namorada’ e nem preciso dizer o quanto era engraçado. Despedi-me dele com um beijo e fui para minha cama.

 

03H42, MADRUGADA.

Acordei com gritos vindo do quarto ao lado. Uma voz me chamava. Ele gritava por namorada, namorada, mãe. Meu instinto foi levantar e correr e juro que não vi nada pela frente. Ele estava passando mal.

— Calma filho, calma — Helena tenta segurá-lo na cama junto de Julia.

Ele está completamente ensopado de suor, seu rosto está pálido, um pouco fraco, mas mesmo assim tenta com todas as forças levanta-se e o chão do quarto lavado de vômito.

— Eu estou aqui amor, calma, por favor — digo segurando seu peito o impedindo de fazer força no abdome, onde fez cirurgia e Helena se afastar já ligando para alguém.

— Está doendo, namorada, ta doendo muito — ele diz com a voz embargada e meu desespero já está à milhão vendo-o me olhando desse jeito e com essa feição de dor. Meu corpo treme ainda pelo susto e pela rapidez que levantei da cama.

— Já vai passar, okay, já vai passar — digo alisando seu rosto sentindo lágrimas molhando o meu. Pego um paninho na mesinha ao lado e passo em seu rosto, secando o suor enquanto meu homem tenta relaxar sobre a cama.

— A ambulância do hospital já está a caminho — Helena diz o olhando aflita.

 

TERÇA-FEIRA, 09H58

Foi uma longa noite. Ele foi trazido às pressas para o hospital particular perto da casa. Ele apenas dizia que estava com dor, com dor, mas não conseguia dizer onde, apenas apertava a cabeça com as duas mãos. Ele foi medicado, a dor passou, então fizeram um check-up completíssimo e acabaram de nos avisar que ele foi fazer a ressonância que já iria fazer. Nós três tomamos café na cafeteria do hospital e depois voltamos para a sala de espera. Não demorou muito e o médico do Rafael apareceu e disse que alguns resultados haviam chegado. Ele explicou tudo para Helena, mas eu estava apenas sentada vegetando lembrando a feição de dor dele, apavorado. Nunca mais quero vê-lo daquele jeito. Nunca.

Voltamos para casa já que o médico disse que ele apenas irá ter alta no final da tarde. Estávamos um trapo. Limpamos o quarto juntas e depois cada uma foi para um quarto tentar dormir um pouco.

21H39

Algumas pessoas ligaram para saber do que havia acontecido, principalmente os mais chegados e Helena explicou tudo a eles. Ele teve alta e acabou de chegar em casa. Médico disse que ele tomou alguns remédios fortes, então provavelmente ele só acorde amanhã cedo. Os enfermeiros ligaram um aparelho de monitoramente nele e continuaram dando soro e oxigênio.

— Para de me assustar, amor — digo e beijo sua mão a qual seguro firme. Ainda sentada confortavelmente coloco minha cabeça em sua coxa e fico observando seu rosto — Eu te amo muito — digo após bocejar e apenas sinto o sono chegando se juntando ao cansaço.

 

RAFAEL SALVITI POINT OF VIEW

Eu senti algo. Algo me mandando abrir os olhos e eu apenas obedeci enquanto enchia meus pulmões com a maior quantidade de ar que eles suportam. Uma leve dor de cabeça se instalou e eu apertei os olhos tentando acomodá-los a forte iluminação do ambiente. Onde estou? Abro os olhos novamente e olho para trás. Alguns aparelhos, meu braço direito com alguns fios. Olho para baixo e eu sorrio vendo minha garotinha dormindo meio torta, mas ainda segurando minha outra mão e com a cabeça junto do braço apoiada na cama. Eu estou vivo. Estou em casa. Suspiro aliviado e torno olhar para a mulher ao meu lado. Ela está aqui. Por mim, comigo. Eu não sei o que estou sentindo, estou tão feliz por Lola ser a minha primeira visão do dia. Ela é tão linda. Céus, como ela é bonita. Acho que me apaixonei de novo. Fico a observando atentamente enquanto ela dorme serena. Vejo-a se mexer e sua feição de dor levando a outra mão para as costas ainda com os olhos fechados. Aperto sua mão e ela franze a testa e me olha tirando uma mecha de seu cabelo do rosto.

— Bom dia — digo sorrindo e ela logo abre um sorriso lindo para mim. Eu preciso me casar com essa mulher, caramba ela é muito linda.

— Bom dia namorado — ela diz sorrindo coçando os olhos e eu acho engraçado ela me chamando de namorado. Lembrando que ela não aceitou meu pedido de namoro no carro antes de toda essa bagunça, mas sei que somos mais que amigos — E a dor?

— Que dor? — pergunto sem entender franzindo a testa.

— Você não se lembra do susto que nos fez passar ontem? — ela levanta-se me olhando desconfiada e vem para mais próximo de mim.

— Eu estava acordado ontem? — a olho sem entender nada. Ela respira fundo me olhando sorrindo sem mostrar os dentes.

— Como é o seu nome e quantos anos você tem?

— Rafael e eu tenho vinte e quatro anos — respondi meio estranho, mas sorri quando ela gritou e pulou no meu colo, me abraçando.

— Você está de volta — ela diz com o rosto enterrado em meu pescoço.

— Eu estava acordado ontem?

— Longa história — ela diz revirando os olhos após me soltar — Você perdeu a memória. Eu fiquei muito brava por que não me reconhecia e começou a me chamar de louca! — solto uma gargalhada verdadeira sem acreditar nisso e vejo seus olhos se encherem d’água enquanto sorri — Eu não falei meu nome pra você então você ficava me chamando de namorada, namorada pra lá, namorada pra cá — gargalho e limpo suas lágrimas — Ontem de madrugada você passou mal e eu nunca mais quero te ver daquele jeito — vejo uma certa dor em seus olhos, em sua feição, mas ela sorri.

— Quanto tempo? — pergunto com um pouco de receio.

— Um mês e acho que estamos fazendo a terceira semana.

Porra! Fiquei fora por todo esse tempo? Quem cuidou das minhas coisas, meus negócios? Preciso saber disso logo.

— T-tudo isso?! — pergunto indignado a olhando com os olhos arregalados.

— Digamos que você nos deu muito trabalho — ela sorri alisando meu rosto. Nossa, que saudade desse toque. Meu corpo se arrepiou por senti sua mãozinha quente me tocando.

— Mas o que aconteceu pra eu ficar esse tempo todo desacordado? Por que eu to sentindo dor no abdome? Eu sei que levei um tiro, mas não deveria doer por tanto tempo — a olho preocupado, curioso e sem entender, tudo misturado e ela baixa os ombros com uma feição triste.

— Muita coisa aconteceu e nós iremos conversar com você, mas não agora, okay? — ela diz calma passando os dedos pelo meu cabelo e me dá um beijo na testa.

Fiquei recebendo carinho da minha menina até quando minha mãe entrou no quarto e assim que me viu acordado sorrindo para ela, ela correu e se jogou em meus braços. Eu sou muito abençoado por ter pessoas assim que gostam de mim, que cuidam de mim. Julia logo se juntou à dupla ao meu lado e ali fiquei, recebendo carinho e atenção. Percebi que não sinto direito minha perna esquerda e mamãe explicou que está tudo bem com ela e que logo isso vai passar com o tratamento. Um bom banho depois parece que tirei uma carga das costas. Minha boca se encheu d’água quando vi a mesa de café da manhã.

Lola parece tão bem e não vejo a hora de ficar a sós com ela para que possamos conversar. Seus olhos não fogem mais dos meus, seus sorrisos são sinceros e ela não para de me fazer carinho.

— Você vai para a consulta hoje, Lola? — Minha mãe pergunta a olhando.

— Consulta só amanhã, mas hoje tenho o grupo — ela sorri.

— Quando que vocês vão me atualizarem das coisas? — pergunto cruzando os braços olhando as duas.

Quando minha mãe disse para nos sentarmos do lado de fora da casa, no jardim e Lola fechou o rosto, eu percebi que vinha coisa ruim por aí.

— Do que você lembra daquele dia?

— Ela... Sabe? — pergunto à Lola baixinho e ela balança a cabeça positivamente.

Suspiro fundo.

— Lembro que tinha descoberto que Lola foi abusada pelo Felipe — me dá raiva só de lembrar — E a gente conversou, depois alguém me ligou dizendo para ir atrás dela e quando eu vi ele atirou nela e minha primeira reação foi se jogar na frente — balanço a cabeça — Depois não lembro nada.

— A bala atingiu seu fígado, dilacerou metade dele e ficou alojada — PUTA QUE PARIU — Você perdeu muito sangue e ficou morto, seu coração parou de bater por cinco minutos, o médico até deu a hora — Eu deveria estar morto! — Você não ia sobreviver, filho — seus olhos se enchem de lágrimas e ela aperta minha mão — Gutierre e... — ela suspira franzindo a testa — Felipe que te salvaram.

— Felipe? — pergunto sem entender.

— Gutierre brigou com todo mundo e te deu mais um choque dos fortes e você voltou — ela sorri, mas logo desfaz parte do sorriso — E o Felipe te doou o fígado dele. — Inconscientemente eu toquei a cicatriz em meu abdome.

— O fígado inteiro, não metade, é isso que a senhora tá falando, mãe? — sinto meu coração acelerar.

— Sim — ela diz e baixa a cabeça.

Ele morreu. Felipe, meu melhor amigo de infância, meu companheiro, meu ombro e braço direito... Morreu. Suspiro fundo tentando ao máximo segurar as lágrimas. Ele merece e não merece ao mesmo tempo. Não quero chorar por ele na frente da Lola, na frente da mulher que tanto foi machucada e tanto chorou por causa dele.

— Não precisa segurar, amor — Lola diz segurando minha mão e as lágrimas vieram em silêncio sem que eu pudesse segurar mais.

Que merda, Felipe, que merda! Por que você tinha que fazer tanta besteira?! Por que tinha que se meter entre mim e Lola, por que tinha que ser tão cabeça dura, por que fez aquilo com a mulher que eu amo? Por que, Felipe, por quê?!

— Antes de ele ser sedado para cirurgia, ele pediu pra falar comigo — Lola começa e eu a olho com os olhos ainda cheios — Eu não queria, mas poderia ser a última vez, então eu tomei coragem e fui — ela olha para baixo e seca algumas lágrimas — Ele me pediu perdão, e eu o perdoei e fui perdoada também — ela me olha e eu me lembro de algumas coisas que conclui sozinho. Lola o torturou.

As duas me atualizaram de muitas coisas e começaram a falar coisas engraçadas que aconteceram no decorrer do mês. Contaram sobre Valentina e Lucas com o bebê, que estão preparando as coisas, Branco e Negão que estão cuidado das coisas lá no morro, Lola contou que começou a fazer o tratamento, acompanhamento psicológico, também tem um grupo de apoio e me contou sobre as pequenas, mas grandes vitórias dela. Estou tão feliz.

— Você vai voltar que horas? — pergunto fazendo manha segurando sua mão, a impedindo de sair.

— No final da tarde — ela sorri e acaricia meu rosto — Agora posso ganhar um beijo? Fiquei muito tempo sem um — ela morde o lábio me olhando e eu sorrio puxando sua mão.

Foi como uma noite de ano novo dentro de mim, não só no estômago, mas no corpo inteiro. Explosões de felicidade quando meus lábios se juntaram aos dela, quando nossas línguas se reencontraram, arrepios sem controle e de repente eu já estava ofegante.

— Nossa. — Sussurro ofegante e torno a beijá-la novamente — Que saudade, Lola, que saudade — digo após partirmos o beijo e a abraço forte, sentindo o calor do corpo dela que tanto me fez falta — Eu te amo.

— Eu te amo — ela repete baixinho.

— Eu te amo. 


Notas Finais


ehhhhhhhhhh, Rafadelicia acordooooooou!
ai gente, desculpa mesmo, sumi e me arrependo, mas meu notebook está uma porcaria e enfim vou levar ele na assistencia, enquanto isso vou tentar atualizar pelo celular. Para as leitoras de EHC, não irei conseguir atualizar hoje pelo note, pq, bem, ta uma bosta e to lutando até pra escrever esse texto.
ME DESCULPEEEEEEEEEEM
ESTOU COM SAUDADES ;(

muitos beijos <333
amo vocês


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