História Criminal Love - Second Season - She's Come Undone

She's Come Undone — Ela se desfez. 

TRÊS DIAS DEPOIS

SEXTA-FEIRA — 21H35

Jack me arrastou para um coquetel onde pessoas ligadas ao crime do alto escalão estarão, não entendi bem o motivo de uma festa assim, mas ele disse apenas para não arrumar confusão.

O local está cheio, pessoas bem vestidas escondendo quem realmente são por detrás de roupas caras. Homens com mulheres e mais mulheres ao lado, todas trajadas em vestidos caros. Taças de champagne e petiscos finos e frescos rondando o salão. É uma festa de luxo, e eu com certeza estou acostumada com isso.

Meus olhos rondam o espaço, e eles param em Rafael completamente bem vestido num smoking caro conversando com duas lindas mulheres. Vê-lo sorrindo para elas, e elas completamente derretidas por ele me embrulha o estômago.

A noite será longa.

Jack me apresentou a homens importantes, de todas as idades. Depois me afastei e fui ao bar tomar uma bela dose do melhor uísque escocês. Giro o copo sobre o balcão enquanto observo de longe Rafael subir as escadas com uma mulher. Filho da puta.

Fiquei um tempo ali no bar, mas não estava me sentindo bem, não parava de pensar no que vi. Fui ao toilet. Finalmente adentrei e bati a porta com força, suspirando fundo. O lugar estava completamente vazio, afinal, as mulheres estavam ocupadas exibindo-se lá fora umas as outras.

Apoiei as mãos no tampo de mármore e encarei meu reflexo no espelho respirando fundo. Soltei um choro da garganta com a cabeça baixa. Por que eu sempre me ferro quando o assunto é amor? Por que eu tive que me apaixonar justamente por aquele homem? Tantos outros, por que justo ele? Não é destino uma desgraça dessas, não pode ser!

Funguei limpando as lágrimas que já desciam pelas minhas bochechas. A porta do banheiro se abre, torno a abaixar a cabeça rapidamente para esconder o choro repentino.

— Sabia que estaria aqui.

Ergui o olhar e o encarei pelo espelho.

— Por que está chorando, Lola? — Rafael indagou aproximando-se de mim.

Virei o corpo bruscamente.

— Saia daqui, volte para a droga de festa e para suas malditas amigas lá fora, eu quero ficar sozinha — cuspi as palavras em sua cara de forma rude, enquanto sentia a ira percorrer minhas veias. Meu rosto está quente, e tenho certeza que estou vermelha. 

Rafael franziu o cenho me olhando, mas abriu um sorriso largo de canto apertando os olhos azuis.

— Você ficou com ciúmes — ele disse com convicção.

— V-você é um... Idiota, Rafael — gaguejei me sentindo fraca perto dele.

— Vamos, admita — ele falou seriamente me encarando se aproximando ainda mais de mim — Admita que está morrendo de ódio porque está com ciúmes.

Ele alisa meu rosto e eu abaixo os olhos. É incrível o poder que ele tem sobre mim.

— Quer falar sobre ciúmes, Rafael? — o olho séria — Eu vi sua cara de ódio vendo Jack comigo naquele galpão. Não se preocupe, não sou igual a você que se joga nos braços da primeira que vê. Não sou tão fácil quanto pensa.

— Ah, não? — sua risada sínica me faz querer batê-lo — Pois não é o que parece, visto que você pediu que eu transasse com você naquele cativeiro — diz baixo olhando minha boca — Depois se entregou para mim alguns dias atrás.

Levantei a mão para lhe acertar um tapa na cara, mas fui impedida por ele, que me encara friamente enquanto aperta meu pulso.

— Você não é santa, Lola. Você gosta de foder comigo e ficou fora de si ao imaginar que eu posso estar indo para a cama com outras, não é?

Ele lê mentes e agora quero morrer.

— Saia da minha frente, Rafael — digo com a voz embargada — Me deixe ir embora.

— Você não quer que eu saia, sabe por quê? — diz sorrindo de canto e alisa meu rosto — Por que você quer que eu te foda bem aqui, agora.

Respiro fundo o olhando. Ele tem razão. Sinto-me tão impotente perto dele, me sinto aquela Lola frágil e ingênua novamente e isso me deixa feliz.

Uma de suas mãos adentra meu cabelo enquanto nos olhamos fixamente um nos olhos do outro. Deus, como eu amo esses olhos. Ele cola nossos lábios e eu ridiculamente me entrego. É um beijo calmo, mas com pegada forte. Ouço e sinto o vibrar de seu celular. Ele separa nossos lábios abruptamente.

— Eu preciso ir. Não chore mais, okay? — diz me olhando alisando meu queixo — Jamais quero lhe arrancar lágrimas.

— N-não te entendo — balanço a cabeça o olhando confusa. Uma hora é um babaca, outrora diz isso?

Ele beija minha testa e se afasta, logo saindo dali batendo a porta e com seu celular caro já na mão. Mais uma vez eu estou sozinha. Olho-me novamente no espelho passando as mãos no cabelo ainda tentando regularizar minha respiração e sem entender o que aconteceu aqui.

A porta se abre novamente.

— Quer saber? Danem-se os negócios — ele diz suspirando fundo me olhando.

Então o vejo pelo reflexo caminhar até mim. Sinto suas mãos me virar brutamente e me beijar com intensidade. Entramos em um dos cubículos e continuamos aos beijos. Já estou explodindo de tanta vontade. Abro seu terno. Minhas mãos apressadas abrem seu cinto e desabotoa sua calça enquanto nos beijamos, pouco tempo depois já libertando seu sexo lindo, duro e grosso, pronto para dar prazer. Eu o olho totalmente excitado por mim e abro um sorriso vitorioso. Sua mão adentra a fenda do meu vestido e alisa minha coxa, sinto sua mão no coldre, ele me olha bem de perto e sorrimos um para o outro. Rafael me tira o fôlego quando me encara com esses olhos azuis. Ele o tira, a arma e ele deslizam pela minha perna e caem no chão, logo minha calcinha faz o mesmo. Ele me beija o pescoço enquanto levanta uma de minhas pernas, e então entra em mim devagar. Coloco a cabeça na parede com os olhos fechados apenas o sentindo. É tão bom. Um frio percorre meu ventre. Ele beija meu queixo e continua me penetrando lentamente para que me acostume, eu suspiro com os lábios entreabertos e ele me beija os lábios, minhas mãos percorrem seu cabelo, apertam sua a bunda e trazem seu quadril para que entre mais fundo em mim, e assim ele faz, solto um gemido abafado apertando os dentes. Ouvimos alguém entrar, duas mulheres tagarelando. Ele continua entrando e saindo devagar de mim, aperto sua nuca segurando gemidos da garganta enquanto a apoio a cabeça em seu ombro. Ele aperta minha bunda, minha mão adentra seu terno e sinto por debaixo dele um coldre com uma pistola debaixo do braço. Sexy. O aperto e ele continua metendo em mim, mas agora mais rápido, sem se importar se seremos vistos.

— Vamos sair daqui — sussurro em seu ouvido.

Nós paramos, já estava quase chegando lá de tanto prazer, tanta adrenalina. Ele sai de dentro de mim enquanto me beija calmamente, ajeita a calça encostado à outra parede. Subo minha calcinha e coloco o coldre de volta, o ajeitando dentro das coxas. Não sei por que Jack me obriga a portar isso.

Ele sai do cubículo após me dar um beijo na testa e eu vou atrás. As duas mulheres o olham, e ele passa direto para a porta ajeitando o paletó. Posiciono-me frente ao espelho propositalmente, passo o polegar no canto da boca limpando um pouco do batom borrado, ajeito o cabelo enquanto as duas me olham, devolvo com um olhar de superioridade e saio dali. Rafael me espera do lado de fora e caminho a sua frente.

Vejo Jack conversando com alguns homens, ele me olha e eu não paro de caminhar, apenas faço para ele um sinal de telefone e continuo saindo com Rafael.

[...]

Já estamos deitados na cama dele, ele sobre mim beijando meu corpo calmamente, depositando beijos molhados em cada pedaço de minha pele. Acabei de receber um oral maravilhoso, ele também não ficou sem, o caminho inteiro veio recebendo um. Estou tão entregue a ele, tão devota, uma verdadeira submissa em suas mãos.

— Você me deixa louco, Lola — ele diz depositando um beijo estalado entre meus seios — Estou morrendo de tesão por você — beija meu seio, o chupa com força, fazendo-me delirar — Quero te foder em todas as posições possíveis — diz em meu ouvido, a voz rouca carregada de luxuria e desejo.

Por que essas vulgaridades parecem deliciosas quando saem da boca do Rafael? Eu sorrio alisando sua nuca. Não me importo com mais nada, aqui, agora somos apenas duas pessoas normais sem problemas, apenas o quero dentro de mim. Agora.

— Então faça — digo o olhando nos olhos bem de perto.

Seus olhos azuis me queimando, seu cheiro inebriando meus pulmões. Ahrg, como eu o amo.

Ele me fode gloriosamente bem, rodamos a cama inteira, e já fizemos umas quatro posições. Agora, mais cansados, eu fico por cima, cavalgando rapidamente sobre ele enquanto nossos gemidos e suspiros se misturam e ecoam pelo quarto. Eu jogo a cabeça para trás enquanto ele me aperta o quadril com as duas mãos.

— Geme Rafael. Eu quero que goze para mim — repito suas palavras que ouvi quando transamos da última vez num sussurro manhoso o olhando arranhando seu abdome perfeito.

Ele sorri com a cabeça para trás, totalmente fervoroso, entregue a mim. Ele joga o quadril para cima, franze a testa e geme. Ele me aperta, e então sua boca se forma num perfeito ‘o’, ele aperta os olhos, cerra os dentes, e respira fundo tudo isso enquanto me aperta e me alisa, que continua rebolando sobre ele. O vendo atingir seu próprio ápice eu atinjo o meu. Rujo grosseiramente pela garganta, jogando a cabeça para trás, Rafael me toma nos braços rapidamente e segura minha nuca. Continuo quicando devagar enquanto sinto minhas pernas tremerem e falharem. Seus braços envoltos em mim, meus seios tão próximos de seu rosto. E então rebolo um pouco, amoleço e caio em seus braços. Apoio a cabeça em seu ombro e ficamos ali sentados tentando regularizar nossa respiração.

Ele coloca uma mecha do meu cabelo curto atrás da minha orelha e eu o olho.

— Eu te amo, Lola — ele diz quase como um sussurro me olhando nos olhos e alisando meu rosto.

Meu coração para enquanto o olho assustada.

Rafael é meu.

— Amo como nunca achei que amaria de novo. Eu tentei te esquecer, Lola — ele segura meu rosto com as duas mãos e diz entre os dentes quase nervoso — Eu tentei, mas quando te vi novamente foi como se tudo nascesse de novo dentro de mim. Me sinto um adolescente estúpido apaixonado — revira os olhos e ri — Eu te amo, e eu te quero para mim, apenas para mim e espero que também sinta e queira o mesmo.

Eu fico sem saber o que dizer. Abro meus lábios, mas nenhum som sai.

— Babaca — passo a mão em seu cabelo sorrindo — Eu também te amo. Muito — digo olhando em seus olhos e um sorriso enorme capaz de rasgar seu roso se forma — Tentei te odiar, mas não consegui.

Dou uma leve gargalhada e ele me olha sorrindo de orelha a orelha, como não o tinha visto sorrir ainda.

Nos beijamos calmamente, serenamente, como se estivéssemos selando um compromisso ali. Ele me deita na cama enquanto me abraça e continua me beijando.

— Quando foi que percebeu? — o olho e ele sorri.

— Percebi depois que fiquei uma semana inteira pensando em você depois que te beijei no meu escritório — diz tirando meu cabelo do meu rosto — Lucas me disse o que você fez lá no apartamento da Valentina — ele diz rindo — Que disse que gostou do beijo de um bandidinho — diz de um jeito engraçado lembrando que o chamei de bandidinho naquele mesmo dia.

Não acredito! Vou matar o Lucas!

— E aí na mesma semana teve o sítio, a roda gigante — ele sorri — Aí você descobriu sobre mim, descobriu tudo. Te ver com medo de mim... — ele franze o cenho — Foi doloroso. Eu fiquei com muita raiva de você, de mim mesmo, por que você chorou! De medo de mim! — ele diz quase nervoso — Tem noção disso? Eu estava furioso pelo que já estava sentindo por você. Quando desmaiou na minha mão, eu tive certeza que precisava me afastar de você.

— É, e foi isso que fez.

— Mas não consegui por muito tempo. Com o Rodrigo eu ficava do seu lado sempre, éramos grandes amigos, e ficar duas semanas sem falar com você foi osso — ele diz fazendo careta e eu dou risada — Aquele dia voltando do sítio eu ouvi toda a conversa de vocês no carro.

— Que filho da mãe! — bato em seu peito nu sem acreditar.

— Você disse que eu te fiz bem, te levei as alturas e depois te derrubei lá de cima. Você teve pesadelos comigo e depois rondei seus pensamentos por que te beijei — ele sorri de canto — Depois nós fomos sequestrados, ter que te apagar, te ver quase morrer enforcada e depois... Nós transamos.

— Foi tão bom — fecho meus olhos lembrando — Nossa Rafael, como foi bom. Foi a melhor transa da minha vida. Digamos que todas com você também — reviro os olhos admitindo.

Ele dá uma gargalhada e alisa minha cintura. Tenho minha cabeça apoiada em meus braços dobrados sobre seu peito, o olhando bem de pertinho.

— Nunca tinha feito amor antes. É bom. — diz e dá de ombros.

— Você é um homem muito peculiar. Nunca fez um sexo com carinho, com amor? — pergunto sem entender.

— Antes de você não — dou uma gargalhada pasma, sem acreditar — Eu fodo, amor... Com força — diz olhando minha boca, terminando de acabar com minha sanidade.

Suas palavras me fizeram arrepiar. Me fode, Rafael. Com força. Certeza que estou corada agora. Vê-lo esbanjando luxúria, é tão formidável, excitante. Eu fico envergonhada, abaixo a cabeça e ele deita-se atrás de mim. Ficamos ali abraçados até pegarmos no sono.

É um sonho para mim, uma coisa que quis tanto que se realizasse e que enfim aconteceu. Só espero que o encanto não acabe quando o relógio bater meia noite.