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História Criminal Love - Pain


Escrita por: limalimao

Notas do Autor


chegueeeeei
desculpem pela demora, ainda estou viajando haha
capítulo com alguns tiros, não me odeiem!
Amo vocês e boa leitura!

Capítulo 51 - Pain


Point of View Rafael Salviatti

Ouço um barulho, olho para o portão e então vejo o que jamais imaginei ver, mas desejei ao mesmo tempo.

Me desculpe, Lola.

Me levanto num pulo e caminho rápido até onde consigo enquanto ela entra em minha direção com a camiseta e o rosto sujos com respingos de sangue. Ela chora, mas sem dizer uma palavra, apenas mantém a boca entreaberta enquanto lágrimas e mais lágrimas tomam conta de seu rosto. Ela carrega a arma na mão direita, na esquerda as chaves e caminha com pequenos passos em minha direção me olhando. A olho e não consigo conter as lágrimas de felicidade, mas misturada com tristeza por ela ter feito o que não queria nunca que fizesse, por ela ter cruzado a linha. Elas tomam meu rosto enquanto a olho. Ela fecha os olhos, a arma cai de sua mão então suas pernas falham e ela tomba, mas antes que chegue ao chão eu a tomo em meus braços, e então me lembro da primeira que a segurei de verdade, aquele dia na livraria quando ela recebeu a caixa com a rosa podre de Hernandes.

— Eu... Eu matei um homem — ela diz baixinho com a cabeça em meu peito.

 — Lola — a olho e aperto seu rosto em minhas mãos com raiva — Nunca mais me assuste assim, está me ouvindo? — digo bravo, mas sem gritar com ela — Nunca mais.

Ela chora e eu a aperto em meus braços, sentindo o cheiro doce de seus cabelos inebriar meus pulmões enquanto tento regular minha respiração, grato por poder fazer isso e feliz por ela estar viva. Respiro fundo com os olhos fechados. Precisamos sair daqui o mais rápido possível.

— Era você ou ele, Lola — digo tentando acalmá-la.

— Eu não precisaria ter feito isso se você não tivesse vindo atrás de mim! — ela diz e se afasta de mim — Nada disso teria acontecido! — ela pega a arma e a aponta para mim já em pé.

Fico de joelhos e nos olhamos. Ela segura a arma apontada em minha direção com as duas mãos tremulas.

— Você acabou com a minha vida — ela diz chorando.

— Lola, não — digo a olhando — Você que se deixou levar.

— Não! Foi você que veio atrás de mim! Fingiu ser alguém que não é! — ela aperta os olhos enquanto soluça.

— Fui, mas você que me aceitou de volta depois de saber sobre tudo.

— Eu te odeio, Rafael — ela diz baixo com o rosto sendo tomado por lágrimas incessantes.

— Atira Lola — a olho bem próximo a mim — Atira! — grito enquanto pego no cano da arma e o trago para minha testa e ela não a larga — Vai, acaba logo com isso — digo baixo e solto o cano deixando as duas mãos para trás nas costas, fazendo um breve silêncio reinar entre nós.

— Não co... — ela diz algo de cabeça baixa que não entendo.

— O que disse? — digo nervoso.

— Eu não consigo.

— Repete — digo firme.

— Eu não consigo! — ela grita e vem para cima de mim me bater. Seguro suas mãos e ela se debate, caio sentado e ela por cima de mim chorando — Eu não consigo — diz em prantos.

Respiro fundo, encosto a cabeça no chão e ponho a mão em sua cabeça em meu peito. Ela me dá dois socos enquanto urra de raiva e eu sinto uma leve dor, não faço nada, apenas deixo ela me bater, eu mereço até mais que isso.

— Vamos embora? — digo e ela levanta a cabeça para me olhar.

Seca as lágrimas e levanta-se de cima de mim. Sento-me novamente e ela pega as chaves próximas ao portão, volta até mim e me entrega. Eu abro as fechaduras em meus tornozelos e me levanto. Vou até lá e pego sua blusa jogada longe dali.

— Eu... Preciso da minha camiseta — ela me olha por cima dos ombros e torna olhar para frente. Ela tira a camiseta, cobre os seios com um dos braços como se eu os nunca os tivesse visto e me entrega. Entrego a dela e ela a veste, logo saio de perto e calço meu tênis — Vamos? — digo e ela logo me acompanha para fora da cela.

Ela caminha para outro lado e eu vou até o banheiro, Nathan está jogado no chão entre o vaso e a parede com três tiros no peito, tudo em volta sujo de sangue. Bem feito otário, penso e dou uma gargalhada baixa. Encontro Lola mexendo em uma mesa com o rosto já lavado e ainda molhado. Vou até ela próxima da porta e abro a primeira gaveta, há outra arma. A pego e abro o pente, está carregada, o empurro novamente e como eu amo esse som. Lola pega a chave do carro. Ponho a arma na cintura dentro da calça, mantenho a outra em punho. Saímos dali. Estamos no meio do nada, a casa fica um pouco distante da estrada de terra no meio de colinas e morros verdes. Ela entra no carro no passageiro e eu no volante, ligo e saímos dali rápido, a poeira sobe conforme passamos.

Lola fuça o carro inteiro e ao abrir o porta luvas ela acha um bolo de dinheiro.

— Muito bom — ela diz passando o polegar pelas notas e depois bate o molho na palma da mão.

Continuo dirigindo e um bom tempo depois caímos em uma avenida asfaltada e eu paro em uma borracharia velha e simples. Tem um senhor sentado na frente.

— Para que lado fica a cidade, por favor?

Ele apenas aponta para frente, agradeço e continuo. Passamos pela cidadezinha, mais para uma vila e logo estávamos indo em direção a estrada pela rua de mão dupla, porém estreitas, vi umas placas indicando os lugares mais próximos, e mano, estamos dentro do estado de São Paulo, mas no interior.

— Estamos muito longe de casa — digo balançando a cabeça — Vou dirigir até a cidade mais próxima, descansamos e amanhã seguimos viagem.

— Acho melhor pegarmos outro carro, Alisson pode reconhecer caso ele passe por nós.

— Pensando como uma bandida — digo sorrindo e a olho. Ela revira os olhos.

— Não. Pensando como uma pessoa inteligente que está em fuga — vejo-a revirar os olhos.

Dou risada e apenas continuo dirigindo. Já está escurecendo e a porra da gasolina está na reserva, mas não há nenhum posto de combustível por aqui, nem uma casa, nada. Então, para melhorar ainda mais a situação o carro começa a falhar. Bato no volante nervoso e paro. Ela pega o bolo de dinheiro que achou no porta luvas, coloca no bolso e saímos do carro.

— Hey, tem um carro vindo ai atrás — ela diz.

— É esse mesmo.

Olho e é um carro preto grande, se parece uma Hillux. Volto os olhos a Lola que já está em minha frente, ela desce a mão pelo meu abdome enquanto me olha nos olhos e saca a arma da minha cintura e coloca nas costas dela dentro do cós da calça. Sorrio quando ela dá as costas a mim. Céus, que mulher é essa? 

Lola para no meio da avenida e abre, balança os braços, então o carro começa a reduzir e para ao lado dela, o vidro do motorista se abre e eu começo a me aproximar com a mão na arma das costas. Ela saca.

— Sai do carro — ela diz autoritária apontando a arma para a cabeça do velho ao volante.

Ele levanta as mãos assustado em rendição. Ela abre espaço e o homem abre a porta e sai com as mãos levantadas. Lola o olha atenta, e segura a arma perfeitamente bem, como se já soubesse fazer isso há anos. 

— Vai logo! — digo também lhe apontando a arma.

O velho sai, Lola mexe a arma pedindo que ele se afaste e ele a obedece. Ela entra e eu continuo com ele na mira enquanto dou a volta no carro. Ela sai dali rápido antes mesmo deu fechar a porta.

— Isso foi louco — ela diz com a testa franzida — Se ele tivesse reagido eu não teria atirado — comenta com os olhos na pista. 

— Eu teria — ela me olha sem expressão, digamos que assustada por causa das minhas palavras e volta os olhos a pista.

Ela dirige rápido. Um tempo depois caímos na rodovia e seguimos em direção a uma cidade próxima. Apenas mais alguns quilômetros e chegamos. Sinto que Lola está cansada, ela remexe os ombros e o pescoço a cada instante, balança a cabeça sempre e respira fundo.

— Quer trocar?

— Não, eu consigo mais um pouco.

— Troca logo, Lola — ela da seta para direita e troca de faixa, ela vai encostar, o que me faz revirar os olhos.

Meto a mão e desligo a seta. Ela me olha impaciente e eu tomo o volante de sua mão depois de tirar o cinto de segurança

— Passa, mas não tira o pé do acelerador.

— Ta louco?! — ela continua olhando para a pista e com as duas mãos no volante.

— Vai logo, não me irrita não — ela bufa e então respira fundo — Mantém a velocidade — passo a perna para o outro lado e ela faz o mesmo para o do passageiro e continua com o outro pé no acelerador enquanto eu seguro o volante reto, passa por cima de mim e eu sento no banco do motorista, tomo o pedal e ela senta no do passageiro.

— Você é louco mesmo — solto uma gargalhada e puxo o cinto, ela logo faz o mesmo.

Não viu nada ainda.

[...]

Continuo dirigindo e as horas não passam. Olho o relógio no painel e ainda são 19h25. Olho para a mulher ao meu lado e ela dorme toda largada no banco. Vejo uma placa indicando a cidade e sigo para lá. Até que enfim civilização. É uma cidade grande até. Vamos passando pelas ruas, barzinhos com música, pessoas nas calçadas, nos bancos na praça, próximas ao lago enorme entre as duas avenidas principais da cidade. Lola acorda e olha em volta.

— Vamos comer alguma coisa? To com muita fome — ela diz quase implorando.

Gorda mesmo. Mal acordou, mal abriu os olhos direito e já está pedindo comida. Também estou com muita fome.

— Vai naquela loja ali comprar uma camiseta para mim.

Paro o carro frente à loja e ela desce com o dinheiro no bolso.

[...]

— Coube direitinho. Já pode me ajudar nas compras — digo terminando de vestir.

Ela tira a blusa que usa também já suja e veste outra tentando ao máximo se cobrir de mim ou de quem passa do lado de fora do carro e veste uma camiseta preta básica. Ela passa desodorante aerosol e me entrega, que também passo. Ela ajeita o cabelo, o prende num rabo de cavalo alto e veste um casaquinho fino azul claro de manga comprida que comprou também. Coloco uma das armas no cós das calças atrás e cubro com a camiseta. Pego a chave do carro, ela o dinheiro e saímos. Tranco o carro e entramos no barzinho ao lado onde tem uma bandinha composta de homens mais velhos tocando rastapé. Entramos e vamos para o fundo. Sentamos, fazemos nossos pedidos e logo eles chegam. Que fome. Depois de um tempo já tínhamos devorado tudo.

— Nunca comi tanto na minha vida — ela diz rindo jogada para trás na cadeira com as mãos na barriga e de olhos fechados.

Eu dou risada a olhando quase do mesmo jeito, morto de tanto comer. Sorrimos nos olhando, mas ela murcha o sorriso e eu escondo de vez o meu.

— Acho melhor procurarmos um lugar para dormir — ela diz.

Nos levantamos e vamos para o caixa. Ela paga a conta com o dinheiro que achou no carro do capanga do Alisson e saímos de lá. A banda começa a tocar Falamansa.

A lua quando brilha, falo de amor, No gingado desse xote, sinto teu calor, À noite acordado sonho com você, iê, iê, ê, ê, O som ligado e fico perturbado, Sem ter o que fazer...

— Não vão não — um senhor diz e a toma pela mão rapidamente antes mesmo que pudéssemos protestar. Ela me olha sem entender querendo rir quando o homem começa a dançar com ela. Lola ri e começa acompanhando o senhor.

E tento sair dessa rotina, Não quero, não, colo de mamãe, Só quero colo de menina, E pouco a pouco conquistar seu coração...

Uma moça morena, muito bonita que por sinal aparece também e me chama para dançar com ela. A tomo em meus braços e começamos a dançar o xote, dois para cada lado.

— Não levo jeito para isso — digo e ela ri.

— Leva jeito sim — ela diz e continua dançando me fazendo a acompanhar, me apertando mais contra seu corpo, se enlaçando em mim quase como uma cobra.

Continuamos dançando. Olho para o lado e Lola dá muita risada dançando com o senhor, que a joga para frente, a puxa e se colam novamente e continuam. Ela me olha envergonhada e sorri sem mostrar os dentes. Logo a música acaba, me separo da moça e outra começa.

Escrevi seu nome na areia, O sangue que corre em mim sai da tua veia, Veja só você é a única que não me dá valor...

— Posso pegar ele emprestado? — Lola diz para a moça, que se afasta após sorrir para mim e vai dançar com outro.

Nos olhamos e a tomo nos braços e começamos a dançar juntinhos. Minha mão em sua cintura, a dela em meu ombro e eu segurando sua outra no alto. Dançamos no compasso da música e acabo me soltando um pouco mais, vendo outros casais dançando conosco, uns até mais desajeitados que nós.

Então por que será que este valor é o que eu ainda quero ter, Tenho tudo nas mãos, mas não tenho nada. Então melhor ter nada e lutar pelo que eu quiser...

Ela sorri de olhos fechados e apenas se deixa se levar pela música. Ao vê-la assim também acabo sorrindo. Só de pensar que quase fiquei sem ver esse sorriso me dá um aperto no coração. Ela abaixa a cabeça e passa a mão que estava em meu ombro no rosto sem parar de dançar.

Ê, mas péra aê. Ouça o forró tocando e muita gente aê...

— Não é hora pra chorar — levanto seu queixo e canto junto com a música a olhando nos olhos. Ela ri e me abraça forte, enlaçando os braços em meu pescoço.

Porem não é pecado se eu falar de amor, Se eu canto sentimento seja ele qual for. Me leva onde eu quero ir, Se quiser também pode vir, Escuta o meu coração, Que bate no compasso da zabumba de paixão...

Demoro um pouco para assimilar, para entender o abraço e então apenas retribuo. Ela continua se mexendo enquanto enlaçada a mim ficando na pontinha dos dedos, ouço sua risada e sorrio de olhos fechados apenas sentindo e vivendo esse momento tão diferente que nunca tive em toda minha vida.

Ê pra surdo ouvir, pra cego ver que este xote faz milagre acontecer. Ê pra surdo ouvir, pra cego ver que este xote faz milagre acontecer...

É, esse xote realmente está fazendo milagres acontecerem. Sinto a mão de Lola me fazer cafuné na nuca, enquanto a seguro e nos mexemos no ritmo da música. Nunca dancei assim antes, tão calmamente com alguém e não nego que está sendo ótimo. A música termina e nos soltamos.

— Vamos? — digo a olhando e ela assente sorrindo sem mostrar os dentes.

Vamos caminhando para fora da pista de dança e depois saímos do bar e vamos a procura de algum lugar para passar a noite. Vejo um motel numa esquina não tão longe dali. A olho, ela me olha e dá de ombros.

[...]

— Amanda? — ela diz e dá risada.

Sigo para o número oitenta. Estaciono na vaga da suíte, fecho o portão e subimos a escadinha. Lola abre a porta e entra. É grande e bonita, mas menor das quais costumo ir. Cama, na frente uma televisão, ao lado uma hidromassagem, ao lado um box de vidro da ducha, na frente uma mesa com duas cadeiras, um pufe erótico e no canto escondido o banheiro, do lado de fora um balcão com cuba, algumas coisas e espelho grande. Do outro lado da cama na parede há um sofá e um pole dance.

Lola corre e se joga na cama. Entro, fecho a porta e jogo a chave do carro, arma, tudo na mesinha. Tiro o tênis e a camiseta. Ligo a hidro e deixo encher. Vou até a cama e me jogo ao seu lado podre de cansado. 

 

Point of View Lola Thompson

Minha transa com Rafael foi do caralho, de longe a melhor de todas as outras, nunca senti tanto prazer na minha vida, nunca ninguém me deixou tão excitada, tão atiçada, tão cheia de tesão como ele me deixou. Eu matei um homem, era ele ou eu como Rafa disse, e preferi que fosse ele. Roubar aquele carro, me impor, mandar, foi louco, eu não nego que tremi e fiquei com medo. Dançar com Rafael foi muito estranho, mas estranhamente bom. As mãos dele me segurando, me guiando, os sorrisos, as risadas, parece que ali só havia nós dois. Tudo que vem acontecendo desde que ficamos presos naquele lugar foi estranho. Agora estou com ele num quarto de um motel.

Ele está jogado de qualquer jeito na cama com os olhos fechados enquanto a hidromassagem enche. Tiro minha calça e jogo no sofá e caminho até o pole. Ponho a mão na barra e dou uma volta nele o olhando. Num pulo eu grudo meus joelhos nele e desço girando me segurando com as duas mãos. Rafael mantém os olhos fechados. Chego ao chão, me agacho e subo empinando a bunda. Dou outra volta, grudo a parte de dentro do joelho na barra e desço girando. É muito bom dançar. Subo novamente e quando giro olho para a cama, Rafael está a me olhar. Levo um susto e abaixo a mão da barra.

— Continue, você dança bem — ele diz com a cara no colchão.

— Não, eu tenho vergonha — me afasto dali e vou até a hidro.

Fecho o registro por que ela já está cheia. Jogo sabonete e aperto o botão que faz com que os tubinhos que sugam e devolvem a água em forma de massagem liguem. Logo a espuma se forma. Mecho nas luzes do quarto e deixo apenas acesa uma azulada sobre a cama, que deixa o ambiente claro, mas nem tanto. Tiro minha roupa e entro na hidro. Solto um suspiro com os olhos fechados ao sentir a água quente tomar conta do meu corpo, que relaxa e afunda.

— Eu enchi para mim né, mas alguém resolveu tomar conta, terei que me juntar a ti.

Balanço a cabeça com os olhos fechados e apenas ouço o barulho da água se mexer ao meu lado. Olho para a frente e ele já está deitado sorrindo.

— Que saudade — diz afundando e me olha com a cabeça encostada na borda.

— Nem fale. Tudo que eu precisava.

Estamos um de frente e ao lado para o outro, próximos. Sinto sua mão na minha canela, ela sobe pela minha panturrilha e torna a descer. Fico quieta apenas relaxando então a criançona se remexe na banheira e vem para cima de mim rindo, eu o empurro e ele deita ao meu lado e eu começo a rir e jogar água nele, ele revida e começa a jogar também. Parecemos duas crianças bagunceiras. Ele joga mais água, eu cubro o rosto com a mão então sinto a sua puxar meu rosto para perto dele, é muito rápido e inesperado, ele me beija. O olho com os olhos arregalados enquanto ele mantém os dele fechados. Um beijo calmo, nossa línguas se enlaçam, se tocam num beijo quente e excitante. Meu coração já bate fora do compasso normal. Minha mão vai para seu cabelo, uma dele está em meu rosto, outra desce pelas minhas costas e para em minha cintura, onde ele a puxa para mais perto, desce e puxa minha coxa me fazendo sentar-se em seu colo, e assim faço, ele continua a me beijar então separa nossos lábios e me olha um pouco mais alta que ele.

Você é o meu milagre, Lola — ele diz me olhando sem entender e agora eu o olho da mesma forma e então me lembro do que ele disse hoje mais cedo quando Nathan chegou — Você foi muito corajosa — ele diz calmo me olhando.

Não consigo dizer nada, sim, eu fui muito corajosa, fui tomada por uma força extraordinária, fora do comum, uma vontade súbita de viver mais um dia e vontade de lutar por esse dia a mais. E eu lutei, e matei um homem. Franzo a testa ao lembrar-se do primeiro tiro, a arma chicoteando na minha mão e depois mais duas vezes seguidas. Eu segurava tão forte aquilo nas mãos, como se fosse a minha única chance de viver, e foi.

Suspiro fundo com a cabeça baixa. Sinto a mão de Rafael adentrar meu cabelo e ele se senta direito, a sua outra mão sobe minha cintura, ele puxa meu cabelo para trás e eu solto um gemido da garganta. Porra, o que ele vai fazer? Fecho os olhos, minha respiração fica mais descompassada ainda, meu coração bater tão rápido que sinto que mais um pouco ele vai pular do meu peito. Sinto seus lábios no meu pescoço enquanto sua outra mão alisa minhas costas. Estou entregue a ele, totalmente, mas não, não deixarei me levar pelo seu charme. Sua mão sai das minhas costas e depois sinto seu pênis passar pelo meu sexo. Suspiro fundo ainda com a cabeça para trás por que ele me puxa. Ele passa novamente, está tão duro, e então o sinto na entrada e ele põe a cabeça, porra, é tão bom, aperto seus ombros ao sentir. Ele torce a mão no meu cabelo e a outra passa para minha bunda e ele me puxa para mais perto dele e assim o sinto entrar em mim. Eu gemo, dor misturada com prazer. Ele me solta o cabelo e segura meu quadril. Rafael mantém os olhos em mim, em meus seios cobertos pela espuma da banheira. Não posso fazer isso.

— Rafa, eu não quero — digo um pouco ofegante. Ele não para de me fazer se mexer, o sinto entrar e sair de mim, é gostoso para caralho, mas estou cansada e não estou afim — Não quero.

Eu estou tão cansada, meu corpo parece que foi pisoteado por uma cambada de bois fugindo do abate, parece que um trem enorme passou por cima de mim. Rafael me empurra para trás e vem sobre mim. Tento me levantar apoiando nas bordas, mas ele segura meus dois pulsos atrás da minha cabeça usando apenas uma das mãos e meu coração já bate fora do normal enquanto ele beija meu pescoço e alisa meu corpo usando a mão livre. Lola, não se deixe levar por todo esse charme, por tudo isso na sua frente! Minha cabeça grita comigo. Ele segura meu joelho para baixo abrindo minhas pernas e me penetra sem cerimônia e sem delicadeza alguma. Dói, dói muito, e eu cerro os dentes apertando os olhos. Ele beija meu pescoço enquanto começa a se movimentar, e é maravilhoso, mas dói muito. Ouço seus suspiros ofegantes ao pé do meu ouvido, e são gostosos. Ele não para, continua se movimentando entrando e saindo de dentro de mim, só que ele é grande, e porra, está doendo! Gemo de dor, e ela não passa, apenas aumenta.

— Rafael, para — digo baixo cerrando os dentes já sentindo a dor ficar insuportável, mas ele não para, e enfim entendo o que está acontecendo, o que infelizmente está acontecendo! — Rafael, para, por favor — digo baixo com a voz embargada.

Meu desespero toma conta de mim, e faz com que meu corpo fique rígido. Lola, reaja! Reaja! Minha cabeça grita comigo, mas eu não consigo. Ele não vai me usar para ter prazer. Um filme passa pela minha memória de quando aquele homem podre me tocou dentro daquele banheiro e é um clique, que me faz voltar à realidade. Eu nem me dei conta de quando comecei a chorar, mas sinto lágrimas correrem pelo meu rosto, que doem tanto quanto a dor no meio das minhas pernas. Mexo minhas mãos freneticamente e consigo fazer com que ele me solte, e imediatamente o empurro para longe de mim, e lhe acerto um chute no peito com raiva e sem dó alguma, logo me levantando e ele fica de joelhos me olhando. Num momento de pura raiva eu levanto minha mão e lhe acerto um tapa na cara que fez até barulho.

— Eu não sou suas putas! — digo alto lhe apontando o dedo com raiva, a voz embargada, o rosto molhado pelas lágrimas e ele me olha ainda de joelhos, mas agora sentado nos pés com a respiração descompassada e com uma feição de arrependimento, misturada com outra como se não entendesse o que fez e que o aconteceu.

O olho nervosa e saio da banheira, pego uma das toalhas e me enrolo nela. Abro a porta da suíte e desço as escadas rapidamente. Chego ao fim dela, longe da porta e encosto-me à parede já em prantos altos. Ele estava me estuprando! Eu falei que não queria e ele simplesmente continuou com brutalidade, eu pedi por favor que parasse e ele não me obedeceu. Levo uma das mãos até meu sexo, dói muito. Ele não é o homem que fez amor comigo, não é aquele que dançou comigo e agora eu percebo quem ele realmente é, esse homem petulante, ríspido, grotesco, babaca, incapaz de sentir alguma coisa por alguém.

Respiro fundo tentando parar de chorar e fazer minha respiração voltar ao normal. Abro a porta do carro no banco de trás, entro, fecho, deito e continuo chorando. Não é possível que estou apaixonada por esse monstro, sim, é isso que ele é. Ele parece ser dois homens diferentes, um é o que me amou noite passada, dançou comigo, chorou feliz quando me viu entrar naquela cela, e outro é o que mata pessoas, o ignorante, frio, o que estava a me estuprar, era isso mesmo que ele estava fazendo, não quero saber!

Eu voltarei, vou tratar de esquecer tudo isso que aconteceu, e me mudarei para o exterior, quem sabe eu não aproveito para dar a volta ao mundo como sempre quis fazer desde criança, conhecer os lugares que sempre sonhei, outros ares, outros sabores, outras culturas. É isso que irei fazer, e simplesmente com o tempo essa doença de amar um criminoso passa. 


Notas Finais


uhhhhhhhhhhhhhhhhhhh chegueeeeeei!
Cara, muitos babados! Lola assassina, Rafael sem comentários...
Calma gente, a fic ainda não acabou! Ainda, mas está hahah
ansiosa para segunda temporada, muitas tretas, mil tretas, milhões de tretas. Sério, são muitas!
Como disse lá em cima, desculpem pela demora para postar, mas obrigada pela compreensão de todas, por não me abandonarem e todos os comentários! <3333
Cara, vocês são demais, amo todas! e comentem sobre esses babados ai em cima! hahaha o que acham que vai acontecer com esses dois loucos?

beeeeeeeeeeajos <33


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