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História Criminal Love - Strange Way of Loving


Escrita por: limalimao

Notas do Autor


chegueeeeei meus amores!
Uhhh, voltei de viagem e agora irei focar na reta final de criminal love! ehhhhhhhh ~palmas~
Bom, aqui vai o penúltimo capítulo da primeira temporada, e bem, desde já digo que espero agradar a todas com o final e posteriormente com o começo da segunda temporada. Neste capítulo eu tentei deixar claro os sentimentos confusos do Rafael e esse estranho jeito de amar dele por estar afastando a mulher que ele ama.
Bom, espero que gostem e boa leitura! <3

Capítulo 52 - Strange Way of Loving


Fanfic / Fanfiction Criminal Love - Strange Way of Loving

Strange Way of Loving — Estranho jeito de amar.

 

Point of View Rafael Salviatti

O rosto de Lolla apavorada, assustada, chorando olhando-me fez voltar a realidade e perceber o que acabei de fazer. Ela saiu do quarto e desceu com passos apressados e medrosos. Demorei um pouco para raciocinar, então me sento dentro da banheira e passo as mãos no cabelo, depois bato a mão na água enquanto urro de raiva de mim mesmo. Caralho, mas que porra aconteceu comigo?! Já transei com muita mulher na vida, e antes que gere uma dúvida, sim, sempre me protegi do jeitinho que papai ensinou desde moleque e sim, meus exames estão em dia. Lola foi a única em anos que transei sem preservativo, acredite. E puta merda, ela deve ter pensado que eu estava abusando dela! Céus, eu jamais faria isso a uma mulher, muito menos a Lola, mas eu simplesmente não sei o que aconteceu, eu estava com tanta vontade dela, estava me sentindo no céu, extasiado ouvindo seus gemidos que juro que não ouvi quando ela murmurou para que eu parasse. Deus, eu sou tão estúpido! Por que fiz isso?! Eu sou um babaca mesmo! Eu a machuquei, ela não é mulher para mim, na verdade, corrigindo, eu não sou o homem certo para ela, nem nunca serei. Melhor coisa que Lola faz da vida dela, e o melhor que posso fazer é me afastar. Não aguento vê-la sofrer, chorar, e bem, isso é tudo que acontece quando pessoas entram no meu círculo e principalmente na minha vida.

Levanto-me, saio dali, desligo e pego uma toalha, me seco, amarro a toalha na cintura e me sento na cama enquanto passo as mãos na cabeça resmungando ainda sem acreditar na desgraça que acabara de acontecer. Eu sou um otário mesmo.

Olho as horas no relógio, 23h35. Levanto-me impaciente, visto minha cueca, calça e saio em busca de Lola. Desço, vejo um vulto branco dentro do carro deitada no banco de trás e eu abro a porta. Ela se assustada, se senta, e se afasta até a outra porta para longe de mim. Isso dói, ela tem medo de mim.

— Vamos subir — digo calmo e lhe estendo a mão.

— Não, eu vou ficar aqui — ela cruza os braços, apertando ainda mais a toalha que a cobre seu corpo.

— Lola, vamos logo — digo um pouco impaciente, cansado, mas tentando me conter — Está frio aqui.

— Não quero, eu não vou subir — disse firme me olhando. Suspiro fundo tentando conter minha raiva. Preciso aprender a aceitar um 'não' de vez em quando.

— Fica ai então — digo e bato forte a porta, logo virando meus olhos e calcanhares em direção a escada.

Se acha que vou ficar correndo atrás ela esta muito enganada! Eu, Rafael Salviati, correndo atrás de mulher? Não, não mesmo.

Saio dali pisando firme e subo as escadas de volta para o quarto. Jogo-me na cama e ligo a TV. Pornô, pornô, pornô, e acho um canal que está passando filme qualquer, onde deixo ali e fecho os olhos, tentando pegar no sono logo, mas não consigo. Reviro-me na cama querendo dormir, e depois de muito tentar esquecer pelo menos por esta noite o que aconteceu, começo a sentir o sono chegando se juntando ao arrependimento por ter sido tão bruto e ignorante com minha pequena.

Acordo e olho em volta um pouco assustado não sei por que, devo ter sonhado com alguma coisa, mas não me lembro. Olho em volta, Lola não está no quarto. Estalo a língua passando a mão na cabeça revirando os olhos. Levanto-me e saio do quarto novamente, desço as escadas e já sinto o vento frio bater em meu corpo. Passo as mãos nos braços e cerro os dentes reclamando mentalmente do vento gelado da madrugada. Vou até o carro onde a dondoca emburrada está, a olho pela janela do passageiro aberta e ela está dormindo toda encolhida no banco de trás. Subo novamente, pego uma das mantas que estavam guardadas ao lado da cama, a chave do carro e desço novamente. Abro a porta de trás sem fazer barulho, estendo a manta, cubro-a direitinho com cuidado e ela nem se mexe. Fecho o vidro do passageiro para que o frio não entre e fecho a porta. Torno a subir para o quarto, e são 3h15 da manhã então volto a dormir. Com dificuldade, mas dormi.

 

 Point of View Lola Thompson

Acordo um pouco dolorida por conta da posição torta em que adormeci, mas quentinha enrolada na toalha e percebo que tem uma manta sobre mim. Babaca. Sento-me e me espreguiço. Amarro o cabelo direito, coço os olhos, bocejo e resolvo subir para o quarto para vestir minha roupa, mas antes mesmo que eu saia ouço o barulho da porta da suíte bater e os passos de Rafael descendo as escadas. Logo o vejo apenas de calça jeans, cabelo molhado todo bagunçado, lindo como sempre foi. Ele vem até mim e abre a porta de trás.

— Bom dia — diz tão calmo que parece um anjo, me olhando e nem aparenta o ignorante da noite passada, que faltou desmontar esse carro com uma batida na porta — Vamos tomar café? — ele me olha com essas drogas de olhos azuis brilhantes que me deixam sem chão.

Não digo nada, apenas abro a porta do outro lado, me enrolo na manta e saio caminhando em direção as escadas. Ele vem atrás e nós subimos. Vou para a mesa onde deixei minhas roupas, deixo a manta ali e apenas fico de toalha, que já secou no meu corpo.

— Você pode... Sair do quarto um minuto, por favor — digo um pouco sem jeito, Rafael me olha e logo sai do quarto. Vou até lá e tranco passando a chave. Respiro fundo com os olhos fechados. Que droga. Ainda não acredito em tudo isso que aconteceu, é difícil entender e aceitar todos os sentimentos, sensações, principalmente esse amor estúpido por esse homem grosso e babaca.

Pego algumas coisinhas no balcão da pia, como sabonete, escova de dentes, pasta, e dois pacotinhos com shampoo e condicionador. Entro no box completamente transparente e ligo a ducha. A água quente logo me banha, percorrendo meu corpo ocasionando um relaxamento instantâneo, mas não fazendo o que queria que fizesse, que é levar para o ralo tudo de ruim das minhas costas, que pesam e pesarão para o resto da minha vida. Escovo os dentes, lavo o cabelo, e um tempo depois eu saio e me visto. Vou até a porta e a abro, logo vendo o babaca encostado na parede em baixo com os olhos fechados e a cabeça encostada.

Posiciono-me diante do espelho e assim fico por alguns instantes, apenas me olhando sem pensar em nada, sem me conhecer mais, sem entender o que sinto.

Ouço Rafael no telefone da suíte. Penteio meu cabelo bagunçado e o deixo solto até que seque. Sento-me em uma das cadeiras da mesinha e passo a ponta dos dedos no cabo texturizado da arma que usei para matar aquele homem, e aí sou levada para lá novamente.

FLASHBACK ON

Ele me empurra em direção ao banheiro enquanto caminha trás de mim com a arma apontada para minha cabeça. Entro, pelo menos o banheiro é usável. Fecho a porta de madeira, a única luz vem de um buraco no teto. Uso e sinto um alivio imediato, me seco, levanto e puxo a cordinha da descarga, e então sinto o cano gelado da arma na minha nuca. Meu coração para, meu corpo congela e não consigo fazer nada. Apenas ouço o barulho de seu zíper sendo abaixado com pressa. Não, por favor, não. Um nó se forma na minha garganta e sinto lágrimas desesperadas se formarem em meus olhos já arregalados. Ele passa a mão pela minha barriga.

— Não, me solta! — eu grito já chorando — Não!

— Cala a boca! — ele grita de volta enquanto passa a mão pela minha bunda. Que nojo, me sinto suja, imunda, me sinto mal.

— Lola! — ouço Rafael me gritar.

Ele põe a mão no meu pescoço e o aperta com força, respiro fundo algumas vezes. Não, ele não vai fazer isso comigo, não vai mesmo. Me dê forças. Se ele fizer isso comigo eu não querei mais viver e aí sim eu me matarei, por que eu consigo viver com tudo que está acontecendo comigo, todas essas mudanças, toda essa dor, mas ser estatística de estupro eu não consigo, viver com essa marca para sempre até o fim da minha vida eu simplesmente não consigo.

— Me solta! — eu grito de novo com voz de choro.

— Vai ser bom — diz baixinho perto do meu ouvido.

Ele tira a arma do meu pescoço e leva as mãos até o quadril dele para abaixar as calças, é a minha deixa, e aí eu sinto uma onda, um tsunami de coragem e me viro rapidamente, ponho a mão na arma, o empurro para a parede enquanto tento tomar a arma de sua mão, dou-lhe um chute na canela, ele puxa meu cabelo, eu grito de dor, e lhe dou um chute com o joelho no saco o fazendo urrar de dor e então fica mais fraco, com as duas mãos livres tomo a arma de sua mão, me afasto ficando na porta sentido meu corpo entrar em colapso. Ele me olha e sorri, duvidando de mim. Minhas mãos tremem, eu não consigo fazer isso. Eu lhe chuto o peito, ele segura minha perna e me puxa, e então no susto aperto o gatilho, três vezes seguidas e os três atingem seu peito. Eu seguro tão forte a arma na minha mão, tão forte e agora sinto as duas tremerem rapidamente que é muito perceptível. Ele cai entre a parede e o vaso e me lança um último olhar e sorriso antes de tombar a cabeça.

Meu rosto ferve, formiga e minhas pernas tremem feita vara verde. Olho para mim mesma cheia de sangue. Eu matei um homem. Eu matei um homem.

FLASHBACK OFF

Sinto a mão de Rafa em meu ombro e saio do transe em que eu me encontrava com um susto tão forte que me deu uma dor no coração, soltei um suspiro assustado que até fez barulho e meu corpo tremeu.

— Ei, calma! — ele se abaixa próximo a mim, me olhando um tanto assustado, com os belos olhos azuis levemente arregalados.

— Não me toca! — empurro sua mão que estava em minha coxa para longe.

— Me desculpa pelo que fiz ontem, eu... — o olho e ele procura palavras — Eu jamais seria capaz de fazer o que deve estar pensando que fiz — ele me olha e diz firme — Eu te queria tanto, mas tanto que estava cego e surdo! Eu não sei o que aconteceu, eu não queria te machucar! — ele diz com um pouco de desespero na voz, os olhos arregalados me olhando.

— Você é um monstro, Rafael — digo baixo com os olhos nos dele me lembrando da dor que tive noite passada. Rafael a me ouvir baixa os ombros e engole em seco.

— Me perdoa, Lola, por favor — ele pega minha mão, e eu mexo os dedos tentando me livrar dela.

— Por favor — digo gargalhando sentindo meus olhos se encherem d’água enquanto olho para cima — Eu pedi por favor, e você simplesmente me ignorou — dei de ombros o olhando — Então, você será ignorado também — digo dando de ombros.

Ele continua me olhando ainda abaixado na minha frente, os olhos murchos e sem brilho algum neles, então abaixa a cabeça, parece que por fim entender, e então levanta-se. A campainha toca. Seco minhas lágrimas sem que ele veja. Rafael abre a portinha e lá está a bandeja de café da manhã. Ele a pega, a traz até a mesa onde estou, afasto as coisas e ele a coloca ali e sai do quarto. Passo a mão no rosto e respiro fundo tentando me acalmar.

[...]

É tarde e já estamos na rodovia de novo, agora direto para casa. Há horas a fio, o caminho inteiro em silêncio, cortado apenas pela música baixinha do rádio, e não sei o que me irrita mais, esse silêncio chato entre duas pessoas que não paravam um segundo de se falar, ou essa música. Eu sou tão estúpida por amar esse cara. Porra, tantos homens no mundo inteiro, por que justamente ele? Não precisava ser perfeito, até por que não existem coisas muito menos pessoas perfeitas, mas por que um bandido?! Por que ele com tantos problemas, tantas sombras o perseguindo, tantos erros comedidos? Por quê?! Eu o odeio tanto, tanto que minha vontade é bater nele até esfolar meus dedos por tudo que ele me fez passar até agora, por todas as mentiras, por tudo! Mas simplesmente ao olhá-lo aqui ao meu lado, batucando os polegares no volante no ritmo do horrível e empolgante forró local tocando no rádio, os olhos azuis atentos na pista à frente, a mania excitante e atraente que ele tem de morder o lábio... Eu não consigo odiá-lo, e me sinto uma tola por isso.

— Me conta um pouco sobre você — pergunto olhando para fora deixando nossas diferenças de lado por um instante. Ele respira fundo.

— Senhorita curiosa Thompson — lembro de como me chamava nas cartas e preciso morder o lábio para esconder um sorriso involuntário — Meu pai comandava o morro, faz dois anos que ele foi assassinado e eu jurei vingar a morte dele. Ele sempre pediu que eu cuidasse de tudo e assim eu fiz. Já fazia ao lado dele, mas não sabia o quão difícil era cuidar de tudo mesmo. Minha mãe é portuguesa, rica, os dois se conheceram jovens ainda e se apaixonaram. Negão e Felipe são meus braços direitos, tenho dois braços direitos — ele ri — Felipe é meu amigo de infância e Negão conheci por causa do meu pai — ele respira fundo — Desde cedo eu tenho contato com esse mundo, mas nunca quis. É bom, é muito bom, mas... — ele balança a cabeça — Ver amigos morrerem em confronto, pessoas que você gosta pagarem pelos seus erros... Não vale a pena.

— Esse tempo todo que “nos conhecemos” — fiz aspas com as mãos e ele revira os olhos — Você nunca tinha contado nada sobre você.

— Não tinha muito o que contar. Não queria que tivesse descoberto daquela forma, num tiroteio armado para me matarem. Eu iria te contar aquele dia lá na colina, mas você foi embora e não me deixou falar — ele suspira — Você queria mesmo que tivessem me matado? — sinto uma dor e uma curiosidade em sua voz, na entonação dela. Olhamos-nos, mas eu desvio os olhos, vendo as árvores e a paisagem passando como borrões lá fora.

— Sempre vi Felipe alterado ao telefone, acho que sempre era você do outro lado — mudo de assunto.

Ele respira fundo levemente irritado percebendo bem o que fiz.

— Ele gosta de fazer parte disso, mas tenta conciliar com faculdade, trabalho. Depois que ele saiu do morro com a mãe por que um cara a quis tirar de lá, ele procurou viver a vida dele, mas nunca conseguiu.

— Por que ele saiu de lá?

Lola, as pessoas não são sempre o que aparentam ser. — diz com a testa franzida olhando para a frente.

— Por que está me dizendo isso? — pergunto curiosa e sem entender.

— Besteira — ele balança a cabeça — Me conta um pouco sobre você.

— Você sabe tudo sobre minha vida — digo revirando os olhos. Pura verdade.

— Nem tudo. O que se passa nesse coração e nessa cabecinha ai?

— Bagunça. Muita.

— Meu pai iria amar te conhecer. Ele sempre me disse: Filho, no dia em uma mulher apontar uma arma para você, case-se com ela! Se ela não teve medo de apontar a arma para você, ela não terá medo de mais nada. — ele disse com uma voz rouca, grave, provavelmente imitando a voz do pai dele, e sorriu ao terminar. Lembro-me que eu lhe apontei uma arma mesmo sabendo que ele era um bandido. Bem louca — Ela vai ser sua companheira, seu porto seguro, seu forte — ele já diz com sua voz normal tendo um leve sorriso nos lábios, como se estivesse ouvindo seu pai dizer ao pé de seu ouvido — Será onde você encontrará sua paz, e se você sentir aquele negócio estranho no estomago, se sorrir apenas por pensar nela, se a vontade de ficar perto dela for maior que qualquer coisa... Não a deixe ir embora.

Ele termina de dizer, estreita os olhos engolindo seco, e o vejo impando uma lágrima discretamente. Rafael 

— Nunca me chamaram de tantas coisas de uma só vez. Brutamonte, ignorante, arrogante, ríspido, petulante, grosso — ele diz contando nos dedos e eu lembro que escrevi isso em uma das cartas — E sem falar que eu tinha uma arma maior que você nas costas — escrevi exatamente isso e ele se lembra de todas as palavras.

Nós fomos o caminho todo conversando e dando risada, como se nada tivesse acontecido e eu vi Rodrigo no Rafael, eu vi o meu amigo através da armadura pesada que Rafael usa e que só percebi depois do que aconteceu no sítio.

Paramos para almoçar e algumas horas depois, já escuro chegamos a São Paulo. Nós entramos numa comunidade, e Rafael parecia político, era só buzinando para as pessoas mesmo com o vidro fechado. Todos ali pareciam conhecê-lo mesmo sem precisar vê-lo dentro do carro.

— Rafa, por que disse que pessoas não são sempre o que aparentam ser? — digo curiosa e sem entender o olhando, que estreita os olhos e apenas continua dirigindo.

— Acho que você tem que saber, mas não por mim.

— Fala logo, Rafael — digo impaciente.

Ele resmunga e respira fundo se dando por vencido.

Um homem milionário tirou a Márcia e Felipe do morro. Há um bom tempo, eu o vi uma vez, todo no terno, carro fodido de caro, os dois trocando carícias saindo de um restaurante, e então eu o vi mais uma vez depois quando fui te levar em casa depois do racha — eu o olho sem entender.

— Você está louco — digo desacreditando.

— Quando o vi na porta da sua casa eu o reconheci na hora.

— Não, não, é mentira, meu pai nunca faria isso com a minha mãe — digo sentindo lágrimas brotarem em meus olhos e com as mãos na cabeça — Não.

Meu pai trai a minha mãe, e pelo que Rafa disse é há muito tempo. Isso não vai ficar assim. Seguro as lágrimas sentindo um ódio crescer dentro de mim. Ele começa a subir um morro, uma favela e então vejo que ali é o morro dele. Chegamos a uma rua sem saída, uns homens armados aparecem e descemos do carro.

— Dá um fim nesse carro aí — ele diz e então caminha para um beco um pouco escuro.

Sinto uma mão forte agarrar meu braço e levo um pequeno susto quando minhas costas batem na parede, seu corpo forte me presa e lábios são postos sobre os meus num beijo rápido. Eu retribuo seguindo seu ritmo enquanto cravo minhas unhas em sua nuca e a outra mão passeia pelos seus fios de cabelo, as dele seguram meu rosto como se fosse algo precioso, que ele não quer deixar escapar. Rafael parte o beijo mordendo meu lábio e me deixando um pouco ofegante querendo mais.

— Espero que um dia você me perdoe — ele diz quase como um sussurro e beija minha testa alisando minha bochecha com o polegar, logo me deixando arfando procurando por ar. Respiro fundo e o sigo. Saímos em outra rua e então vejo uma casa grande, meio escondida na frente de uma colina e pelas casas frente à casa dele. Bem protegida.

— Rafael — eu seguro seu braço e ele me olha — Você iria me estuprar aquele dia que me achou dentro do seu cofre e todos aqueles dias que apareci na boate? — pergunto o olhando, lembrando do que ele disse aquele dia no sítio, deslizando a mão pelo seu braço até chegar em sua mão, e ele pega a minha me olhando, começando a brincar com meus dedos e meu coração falta saltar do meu peito esperando pela resposta.

Eu disse aquilo por que estava fora de mim, tão nervoso que não conseguia me conter e você piorou dizendo que me passei por uma pessoa que não eu era. Você consegue me levar no céu e no inferno, Lola, é a mão que me ajuda e a mesma que me empurra para baixo de novo, eu não sei o que é isso! — ele diz me olhando nos olhos — Mas eu nunca... Nunca teria te machucado, tanto que quando te beijei aquele dia no meu escritório e você disse que não queria mais eu te deixei ir embora. E eu odeio seu choro sim, ainda mais quando ele é por minha causa, e te ver chorando naquele quarto de motel por que eu te machuquei acabou comigo, e de novo, me desculpa por aquilo — eu já estou chorando em silêncio o olhando apenas absorvendo suas palavras — E respondendo aquilo que disse na lanchonete antes de sermos sequestrados sobre ser só mais uma, não, você não foi só mais uma, jamais será mais uma na minha lista — ele diz me olhando bem no fundo dos olhos — E, por favor, Lola, quando sair daqui, não volte mais, não me procure mais.

Eu o amo! Como posso não procurá-lo mais?

— Não faz isso, não me pede isso — digo o olhando sentindo o desespero começar a percorrer minhas veias.

— Lola, me obedeça, teimosa, pelo menos uma vez na sua vida! — ele segura meu rosto com as mãos — Eu — dá ênfase — Eu não quero te ver mais, não quero ter mais nenhum contato com você, não quero nem saber se está bem, não quero — ele diz firme, e parece que aquele brilho típico de seus olhos se foi.

— Rafael, não — eu choro segurando seu braço completamente desesperada.

— Engole o choro — ele diz sério, firme e eu tento parar apenas para vê-lo deixar de ser grosso comigo.

— Mas eu am... — digo me aproximando mais e colocando a mão em seu rosto, que está tenso, com a mandíbula cerrada. Ele fecha os olhos como se quisesse guardar a sensação do meu toque em sua pele, respira fundo, os abre já me olhando sério e pega meu pulso, o tirando de seu corpo.

Some daqui, Lola! — ele me interrompe imediatamente, com uma voz alta, raivosa que me fez tremer um pouco de susto, com medo de aquele Rafael aparecer, o mesmo que conheci no sítio.

Sinto uma dor no coração, uma dor tão forte que parece que vai me matar. Eu não o entendo, uma hora é uma pessoa boa, outrora uma pessoa ruim. Não vou mendigar amor de ninguém, uma hora o que sinto vai passar, e agora, depois dele me expulsar daqui a minha vontade é de fugir, de sumir e realmente fazer o que ele me pede.

Eu me afasto ainda o olhando e uma lágrima solitária enfim cai, eu a limpo abaixando a cabeça e dou as costas para ele, mas ouço vozes e torno olhar para trás no meio da rua. É Fernanda, que tenta segurar Felipe, que caminha em nossa direção furioso.

— Ah, chegaram — ele diz e caminha até Rafael — Toma aqui ó, você ganhou sua aposta — ele joga uma bolsa aos pés do Rafael — Conseguiu levar ela pra cama — ele diz furioso o peitando.

Oi? Eles apostaram entre os dois quem me levaria pra cama primeiro? É sério isso? Não, não pode ter sido verdade. Dou uma gargalhada baixa e triste, todos me olham e eu vou me afastando andando para trás. Nem mesmo o amor que fizemos foi de verdade. Eu seguro o choro e corro dali, ouço alguém me gritar, mas eu continuo correndo descendo a rua, fazendo o mesmo caminho que fizemos. Estou tão confusa, tão abalada, que apenas sigo o instinto de fugir o mais rápido possível dali, desse inferno.

 

Point of View Rafael Salviati

As palavras a Lola saíram rasgando meu ser por inteiro, me destruindo por dentro a cada palavra que saia da minha boca, e ver sua reação a ouvir cada uma delas foi pior ainda. Acho que foi uma das coisas mais difíceis que tive que dizer na minha vida.

— Ah, chegaram — Felipe diz furioso caminhando até mim — Toma aqui ó, você ganhou sua aposta — ele joga uma bolsa aos meus pés — Conseguiu levar ela pra cama — ele diz nervoso me peitando, que continuo sério, apenas o olhando ainda tentando assimilar tudo.

Vejo Lola me olhando com desgosto, desprezo, com o rosto tomado por lágrimas, e como eu odeio vê-la chorar. Então ela vira-se e vai embora, terminando de destruir meu coração apertado. Fernanda a chama, mas ela não retorna e eu não tive coragem de ir atrás por que eu desmentiria tudo que disse e nunca mais a deixaria ir embora, nem que eu acabasse com a vida dela, Lola seria apenas minha, mas não posso, ela tem tanto para viver, e eu seria apenas um atraso.

Lembro-me da estúpida aposta que fizemos um bom tempo atrás.

— Quer fazer uma aposta? — digo a Felipe.

— O que? — ele pergunta e respira fundo.

— Quem a leva pro abate primeiro — dou risada.

— O que eu vou ganhar com isso? — ele pergunta curioso.

— Não sei, o que quiser. — dou de ombros.

— Seu brinquedo de furar moletom de ouro — sou obrigado a rir desse pedido. Até parece.

— Nem fudendo — digo ainda rindo — 20 conto?

— Fechado. Ganhar 20 mil nunca foi tão fácil — Felipe diz gargalhando.

Sou acordado dos meus devaneios quando levo um empurrão no peito que me faz dar um passo para trás, logo fazendo meu outro lado acordar e olhar Felipe já furioso, quase fora de mim.

— Ah qual é, Felipe — digo gargalhando o olhando — Nós dois sabemos que ela estava afim de mim — vejo-o cerrar os dentes e apertar os punhos, se controlando para não avançar em mim.

Odeio perfilá-lo, mas sinto que agora ele quer me matar. Deus, tomara que ele não esteja armado. 

— Você sabia que eu gostava dela, eu falei para você deixá-la em paz! Ela era minha! — ele diz me fuzilando com o olhar e eu apenas o olho sem expressão alguma no rosto, mas querendo rir.

— Sua?! — digo rindo sem mais conseguir segurar enquanto viro o rosto para o lado, tentando me controlar — Ai ai... — gargalho de leve — Se tem uma coisa que Lola não é, é sua — digo sorrindo cruzando os braços.

Se ela não for minha, ela não será sua. É uma promessa — ele diz me olhando saindo, deixando essa promessa, as palavras pairando pelo ar. O que ele quis dizer com isso? Não me importo muito agora, preciso esfriar a cabeça. Ele sai pelo beco onde Lola passou agora a pouco. Enfim olho para as outras pessoas ao redor. Fernanda, Vitor, Lucas e Aline, que chora, mas tenta esconder os soluços. Passo por eles e encontro um dos homens no portão de casa.

— Vá atrás do Felipe. Certifique-se que ele não chegue perto da Lola — digo e ele assente, logo saindo dali. Atravesso o enorme portão, logo indo em direção a porta de casa.

— Onde vocês estavam, Rafael? Quem prendeu vocês lá? — Fernanda diz pelas minhas costas e nem me dou o trabalho de olhar para trás enquanto atravesso a grande sala em direção a escada — Estou falando com você! — sinto uma mão pequena, mas forte puxar meu ombro e me seguro muito para não ser ignorante com minha própria irmã, virando-me para olhá-la.

— Podemos conversar amanhã? — digo calmo a olhando, mas toda minha calma vai embora quando Aline entra na minha casa parecendo um furacão, e começa a caminhar em minha direção com passos firmes e rápidos.

— Por que ela, Rafael? Han? Por quê? — ela para na minha frente com as mãos na cintura, com os olhos inchados e logo vejo os outros adentrando a sala também.

— Preciso saber se aprova com quem transo ou deixo de transar? hun? — a olho estreitando os olhos já completamente irritado — Por favor, né Aline, você diz como se fosse algo minha — digo ríspido com deboche e reviro os olhos.

— Por que tinha que transar justo com aquela... Vagabunda miserável?! — ela diz nervosa, quase soltando fogo pelo nariz, e ao ouvir essas palavras de baixo calão sobre Lola... Eu respiro fundo a olhando, cerrando os punhos, me controlando dez vezes mais.

— Dobre sua língua para falar dela — digo sério lhe apontando o dedo e quando eu abri minha boca para dizer mais, despejar todo meu ódio aqui agora, Nanda segura meu peito me olhando.

— Para — ela diz baixo, calma e eu respiro fundo com os olhos fechados.

Viro-me sem mais querer ficar um minuto ali e subo rápido, logo entrando no meu quarto e trancando o mesmo. Resmungo passando as duas mãos no cabelo. Tiro a roupa conforme caminho para o banheiro e vou jogando-as pelos cantos sem me importar e logo entro debaixo da ducha quente na tentativa de me acalmar. Apoio as duas mão na parede e abaixo a cabeça com os olhos fechados, apenas sentindo a água percorrer minhas costas, então instantaneamente penso nela.

Poderia muito bem tê-la deixado em sua casa, ou em qualquer outro lugar, mas mesmo já pensando no que eu tinha que fazer, afastá-la de mim, eu quis que ela soubesse onde me encontrar caso precise ou sinta saudade, por isso a trouxe até o morro, mostrei onde minha casa fica.

Tudo que aconteceu nos últimos dias voltam em minha mente como em uma avalanche, mas o nosso sexo é a lembrança mais intensa. O tom angelical da sua voz gemendo meu nome, a forma como seu corpo se arrepiava com meus toques em sua pele quente, seus lábios deliciosos, molhados, suaves e macios me beijando com destreza, sua língua explorando habilmente minha boca, suas pequenas e ágeis mãos me alisando, me arranhando conforme a possuía com fortes estocadas naquele sexo maravilhoso, quente e apertado que desejei conhecer há tempos. Ela se tornou em tão pouco tempo a droga que eu mais viciei, que não quero e não consigo ficar sem. Eu viciei nela, no seu sorriso, em ouvir sua voz, sua risada, me perdi nas suas curvas suntuosas dignas de uma majestade que Lola é. Eu a veneraria todos os dias, me colocaria de joelhos aos seus pés se preciso apenas para ouvi-la dizer que me perdoa, que me ama e que não me deixará nunca mais. Mas apesar de tudo isso, eu sei o quanto se envolver comigo pode ser perigoso, sei o quanto eu posso fazer mal a alguém, e sei mais ainda o quanto meus inimigos amam fazer isso com quem me importo. Não posso deixar que nem um mal venha acontecer a Lola por puro capricho meu, por querê-la, por desejá-la, e ficarmos longe, no momento é a melhor opção.


Notas Finais


Como eu disse, eu volteeeeeeeei! ~ehhhhhhhh~
Amo o jeito como Rafael consegue ser fofo, grosso, gostoso, carinhoso, bacada, doce, tudo ao mesmo tempo! hahaha Espero que tenham entendido os sentimentos dele, e gente, Rafael jamais abusaria da Lola, não o odeiem, por mais que ele tenha sido um babaca! kk
Achei a cara dos dois aquilo que o Rafa lembrou que o pai dele dizia a ele, achei fofo hahahah GENTE E ESSE BABADO DO JOSEPH E DA MÁRCIA? TO ROSA!
Lembram daquela aposta maravilhosa? Era o Rafaaa! hahahaha
FELIPE BOTANDO AS ASAS PARA FORA CAUSANDO COM ESSA PROMESSA PARA RAFAEL. QUE QUE ISSO VAI DAR? HAN? segunda temporada, monamour hahahahah
Bom, digam o que acharam desse capítulo babadeira e falem comigoooo suas lindas!
Amo vocês! <33


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