História Criminal Love - New Job

P.O.V Jungkook ON

     06:00 da manhã de um domingo e eu acordado. Realmente não gostaria de ir trabalhar mas é preciso. Saio de casa por volta de 7:30 e sigo para o trabalho. Chegando no portão da penitenciária, me identifico, entro e vou para a parte de trás onde fica o estacionamento privado. Tranco o carro e ando até a porta. Sigo pelos corredores, paro em frente a porta da sala do Namjoon e bato.

        -Entre! -Ele disse do outro lado.

        Entrei e o reverenciei como sempre. Ele me entregou os papéis do dia e quando estava saindo da sala, fui chamado novamente.

        -Jungkook, quando você terminar todas as entrevistas volte aqui por favor.

        -Pode deixar.

     Saí da sala e andei pelos corredores da penitenciária. Todos os domingos eu dou uma volta por ela. Passei pelo consultório do Jin e ele já havia chegado, a porta estava aberta.

        -Oi Jin! -O cumprimentei -

        -Oi Jungkook! Você viu o Jimin e o Taehyung por aí?

         -Ainda não. Ontem eles beberam bastante, devem estar dormindo ainda. -Eu disse rindo.

          -Eles não têm juízo algum.

          -Bom, eu vou indo. Até mais tarde!

          -Até!

          P.O.V Jungkook OFF

          P.O.V Jimin ON

    Acordo com uma irritante dor de cabeça, me levanto, caminho até a sala para olhar as horas pelo relógio de parede e me surpreendo, 08:45 da manhã. Eu deveria estar no trabalho. Corro pelo apartamento até chegar ao banheiro e jogo as minhas roupas em qualquer lugar. Tomo um banho rápido e escovo os dentes. Enquanto enxaguava minha boca, escuto batidas na porta, corro novamente para ver quem é. Pelo olho mágico vejo Taehyung com o uniforme cinza e abro a porta. Volto para o banheiro, termino de escovar os dentes e vou para o quarto me vestir. Procuro pelas gavetas e encontro meu uniforme. Visto as calças juntamente com a blusa social branca, a coloco para dentro e pego a primeira gravata preta que vejo pela frente. Saio do quarto com a gravata em meu pescoço e Taehyung me chama.

       -Jimin me responde uma coisa, como nós vamos sair sem carro?

        -Pega um táxi.

        -Quem paga?

        -Você.

        -Por que?
 
        -Tá a gente divide. Agora vamos logo.

     Peguei minha pasta e tranquei a casa. Saímos correndo até o elevador e apertamos o botão. Chegando na recepção, fomos para a saída do prédio procurando o primeiro táxi que passasse. Demos sinal para o que mostrava a placa de desocupado e perguntamos ao taxista se ele nos levava até a penitenciária. Ele nos disse que só poderia ir até o fim do centro da cidade. Aceitamos mesmo assim e entramos.

       Andamos por cerca de 20 minutos e o taxista parou. Havíamos chegado na estrada onde acabava o centro da cidade, pagamos e saímos do carro. Eu e Taehyung olhamos em volta e percebemos que ainda faltavam cerca de 1 quilômetro para chegar à penitenciária. Nos olhamos silenciosamente decifrando o olhar um do outro e começamos a andar.

         -Me lembre de nunca mais beber no sábado. -Taehyung disse ao meu lado.

         -Igualmente.

     ~~~Quebra de tempo~~~

     Chegamos suados e ofegantes no trabalho. Havíamos começado a correr assim que percebemos que estava perto. Nos identificamos e entramos. Fomos até a sala de Namjoon para explicar o por que de termos chegado tão tarde. Batemos na porta e entramos.

        -Chefe? -O chamei.

        -Finalmente vocês chegaram! Onde estavam? -Namjoon exclamou.

        -Nós tivemos que vir correndo. Literalmente.

         -Sabem que vão ter que ficar até mais tarde né?

         -Sim...

         -Então vão ao trabalho.

         P.O.V Jimin Off

         P.O.V Jungkook On

     Terminei todas as entrevistas por volta de 14:00, eu seria liberado mas Namjoon me chamou para conversar. Eu sempre fico com um pouco de receio pois ele é muito imprevisível, nunca sei sei se é algo bom ou ruim. Entrei em sua sala como de costume e me sentei.

        -Então Jungkook, eu vou mudar a sua função aqui e quero que pense muito bem. -Ele disse.

        -Pode falar chefe.

        -Preciso que faça uma última entrevista hoje e volte para falar comigo. Aqui estão os papéis. -Ele me entregou uma pasta um pouco grossa.

      Leio as informações iniciais e logo percebo, a pasta se tratava de uma mulher. Seu nome, Min Sook.

        -Namjoon, é uma mulher.

        -Eu sei. Preciso que faça uma entrevista com ela.

        -Mas aqui é uma penitenciária masculina.

        -Ela foi extremamente violenta na prisão anterior. Feriu gravemente mais de 25 presidiárias, ela tem capacidade de ficar aqui.

         -O que ela fez para ser assim?

         -Segundo o que me disseram, ela sempre foi assim, matou os pais quando tinha apenas 11 anos de idade e viveu sozinha em uma casa com cadáveres de animais que ela mesma os decapitava. Nós precisamos aplicar um sedativo nela para a colocar na cadeira e colocar os dispositivos de segurança. Colocamos aparelhos mais fortes e por favor, tenha paciência.

          -Sim mas, que tipo de perguntas faço a ela?

          -As mesmas de sempre mas não se esqueça de voltar aqui quando terminar.

          -Pode deixar.

     Me levantei e saí em silêncio. Não faço idéia de como entrevistar uma mulher, nunca lidei com uma aqui na penitenciária. Cheguei na sala, me sentei e tomei coragem para olhar para frente. Uma menina com pele clara, cabelos lisos na altura dos ombros e totalmente coberta por aparelhos de segurança.
  
       -Qual seu nome? -Perguntei.

       - Min Sook

       -Como você está Min?

    Não obtive resposta.

        -Pode falar, não tenha medo.

        -Não sinto medo.

        -Claro que sente, você é humana. Humanos tem sentimentos bons e ruins.

        -E quem é você para ditar o que eu sinto?

        -Agora entendi...

        -O que?

        -Quem você é.

        -Você não me conhece.

        -Em partes, sim. Estou com a sua ficha.

        -Desgraçado...

        -Não fale assim. É um tanto irônico... Seu nome é Sook, significa pureza e inocência.

        -O que você quer para acabar logo com isso?

         -Seria grosseiro eu dizer que estou aqui por obrigação?

         -Não ligo.

         -Então encerramos por aqui. Você vai para uma cela isolada.

      Os seguranças a levaram e eu voltei para a sala de Namjoon.

         -Chefe?

         -Sente-se. -Ele ordenou e eu obedeci.-Então Jungkook, tenho um pedido. Você poderia ficar aqui até a noite?

          -Aconteceu alguma coisa?

          -Eu vou mudar o seu cargo.

          -Sério?

          -Sim, a partir de hoje você fica responsável pela Min Sook.

          -POR QUE? -Quase gritei.

          -Eu estou confiando em você, Jungkook. Ela precisa de acompanhamento.

          -Mas por que eu? O Jin é o médico.

          -Ou será isso, ou vou ter que demiti-lo.

          -Tudo bem chefe, eu fico. -Disse abaixando a cabeça.

          -Vá para a cela e fique a olhando , caso ela tente te agredir, me mande uma mensagem de voz pedindo reforço. -Ele me entregou um walkie-talkie.

        Uma das coisas mais irritantes de trabalhar como policial é obedecer seus superiores. Eu sei que eu precisaria fazer isso em qualquer profissão mas a tarefa que recebi já passou dos limites. Eu treinei para ser policial, não babá. Sem contar que vou ser obrigado a ficar aqui até a noite.

       Chego na porta da cela privada e pego as chaves com o segurança que estava no local. Entro e vejo Min Sook sem os aparelhos de segurança sentada na beira da cama olhando para os braços. Me aproximo e percebo que sua pele está com diversas cicatrizes de corte, roxos e arranhões.

         -O que é isso? -Me aproximei dela e a mesma se encolheu escondendo os braços.

          -Nada que te interesse. Por que está aqui?

          -Eu vou tomar conta de você olha que má notícia!

           -Fique quieto por favor.

           -Na verdade não, eu preciso conversar com você.

           -Mas eu não.

         -Olhando assim você parece uma pessoa normal. Essa ficha é sua mesmo?

         -Gostaria de dizer que não.

          -Como foi parar na prisão?

          -Fui denunciada.

          -Por que?

          -Um dia meu irmão bastardo foi me visitar e eu sem querer tentei matar ele.

          -Sem querer? Qual o nome dele?

          -Não sei, ele fugiu depois que eu matei o pai dele que era outro desgraçado.

            -Então vocês tinham o pai em comum?

            -Sim só que ele morava com a mãe que foi o primeiro casamento do pai dele.

            -Você não o considerava?

            -Eu não considerava ninguém.

            -O que ele fizeram?

            -Nada, esse é o motivo. Meus supostos pais estavam tão felizes com o novo casamento que esqueceram que tiveram uma filha gerada de uma traição.

            -Entendi... Está cansada?

            -Não, estou bem.

            -Mesmo estando em uma cela se sente bem?

            -Sim, aqui estou sozinha. Aquelas mulheres chatas se achando homem são ridículas.

            -Elas tentaram fazer algo com você?

            -Me falavam algumas coisas mas nada que me afetou, dei um jeito depois.

            -Que jeito?

            -O jeito que me fez estar aqui. Vai ficar aqui até que horas?

            -Já se cansou de mim? Vou ficar aqui até a noite.

            -Você é chato. Fica perguntando da vida dos outros.

            -É meu trabalho.

            -Que seja...

       Ela se deitou e começou a arranhar seus braços de forma bruta fazendo com que ficasse marcar vermelhas.

          -EI! Pare com isso! -Fui até ela e segurei seus braços.

          -NÃO! -Ela se debatia.

      Olhei para suas unhas e vi que estavam grandes. Precisaria de alguma forma corta-las para ela não se machucasse.

           -Eu não queria fazer isso mas vou ter que fazer. -Peguei minhas algemas e prendi suas mãos. -Me espere um pouco.

      Saí da cela, a tranquei por fora e corri até chegar ao consultório do Jin.

          -Jin, você tem um cortador de unha? -Perguntei ofegante.

          -Tenho mas... Você vai cortar a unha no trabalho?

          -A minha não. Você pode me emprestar?

          -Claro.

      Ele me entregou um pequeno cortador e eu voltei a correr até chegar na cela. Abri novamente e entrei. Min Sook estava sentada no chão desta vez com as pernas cruzadas.

         -Voltei. Por que está no chão?

         -Eu caí.

         -Eu trouxe um cortador para você não se arranhar mais. Vou te soltar, se você fizer alguma coisa eu prendo de novo.

      A soltei e a entreguei o cortador. Ela o olhou por alguns minutos e o pressionou sobre a pele, fazendo um corte na mão.

       -Esquece, vem aqui.

     Apontei para o topo da cama onde havia a cabeceira de ferro. Ela se sentou e prendi uma de suas mãos na cabeceira. Com a outra mão livre, a segurei com um pouco de força para que não se soltasse e comecei a cortar suas unhas.

         -Não se sente envergonhado de estar fazendo isso não? -Ela perguntou.

         -Se você se machucar enquanto eu estiver te olhando, vou ser demitido.

     Terminei de cortar as unhas da mão esquerda e a soltei para cortar as da mão direita. Nunca pensei que um dia eu estaria cortando as unhas de uma menina que aparentemente contém sérios problemas psicológicos. Depois de todas as unhas cortadas a soltei e sentei em uma cadeira que estava no local. Ela tentava se arranhar novamente mas com as unhas curtas não era possível. Desapontada, deitou na cama.

       -Estou com sono. -Indagou.

       -Pode dormir, vou ficar aqui mais um tempo. Só posso ir às sete.

      Ela se virou contra a parede e ficou quieta por cerca de meia hora. Não tinha certeza se estava realmente dormindo então resolvi olha-la. E sim, estava dormindo. Saí da cela tentando fazer o mínimo de barulho possível e pela quarta vez no dia, fui falar com Namjoon que disse que era para estar aqui amanhã cedo então, fui para casa descansar. Hoje foi um dia cansativo fazendo meu novo trabalho...