POV Katherine
Eu não sei por qual motivo eu estava tão nervosa, algo me dizia que alguma coisa havia dado errado. Havia algumas horas que os meninos e Justin haviam saído e eu já estava ficando preocupada, andava de um lado para outro pelo grande quarto com uma agonia entalada em minha garganta. O click da tranca da porta me fez olhar em sua direção rapidamente.
— Graças a Deus. — Falei assim que o vi passando pela a porta. Ele sorriu brevemente e colocou a sacola que segurava em cima da poltrona. — Eu já estava ficando preocupada. — Fui a sua direção e o abracei e ele gemeu baixinho. — O que aconteceu?
— Nada demais. — Ele forcou um sorriso e se sentou a beirada da cama.
— Justin... — Supliquei.
— É serio baby, foi apenas um tiro de raspão. — Ele retirou a jaqueta que vestia e a ferida estava vermelha. — E alias está ardendo pra caralho.
— Uma hora você vai me matar do coração. — Falei indo até a mesinha de bebidas que ficam no canto do quarto, enchi um copo de algum tipo de vodca e levei para ele. — Deixe que eu faço isso. — Falei tomando os gases que estavam em sua mão e colocando um pouco de iodo. – Não vai chorar. — Falei.
— Engraçadinha. — Ele disse e virou o copo na boca.
Olhei para cara dele e comecei a limpar o ferimento, sua expressão era contida, porem eu podia ver em seus olhos que ele estava prestes a me xingar por estar ardendo. Selei nossos lábios por alguns minutos e sentir sua mão em minha barriga, sorri para ele e continuei a limpar. Fiz um curativo e beijei seu ombro.
— Prontinho. — Falei e juntei as coisas.
— Vem aqui. — Ele me chamou e eu sentei em seu colo com as pernas em cada lado da sua cintura — Você sabe que é a minha vida?
— Eu sou? — Perguntei.
— Sim e eu prometo que vou fazer o certo para te manter protegida, você e nosso filho. — O sorriso que surgiu em seus lábios me desmontou.
Quem diria que estaríamos aqui, Justin se sujeitando a declarações e carinhos. São tão engraçadas as voltas que a vida dá, digo que até eu fico surpresa com isso tudo. Seus olhos estavam nos meus e eu podia jurar que estava vendo um brilho em seus olhos. Quando selamos nossos lábios, batidas apressadas foram dadas na porta.
— Justin. — A voz de Ryan foi falada sussurrada. — Abre aqui porra.
Justin levantou correndo e abriu a porta, Ryan logo apareceu no quarto.
— O que foi?
— Temos que sair daqui o mais rápido possível. — Ele disse e foi até a janela e olhou pelas as cortinas. — Pelo o que eu entendi Chaz falando, vão mandar fechar a cidade e quando eu digo fechar, é fechar os aeroportos, rodoviárias, tudo.
— Katherine pega as suas coisas. — Ele disse e vestiu uma camisa. — Avisa os caras para pegar as coisas, vamos sair daqui em um carro só, nada de check out, vamos sair pelo o estacionamento e vamos direto para o aeroporto. — Ele pegou o celular e começou a digitar algo e depois colocou no ouvido. — Vou tentar pegar um jatinho.
Enquanto ele ditava as coisas, eu corria pelo quarto para juntar as coisas. Ryan assentiu e saiu pela a porta. Justin calçou um tênis e puxou sua pequena mala enquanto falava com alguém, eu já estava pronta o esperando. Ele tirou da mala um malote de dinheiro e jogou em cima da cama, escreveu algo em um papel e deixou junto. Saímos do quarto e os garotos já nos esperavam.
— Pelo que eu consegui ver vão fechar os aeroportos em quinze minutos. — Chaz disse olhando no relógio. — O percurso até o aeroporto, acredito que seja uns treze minutos se tivemos com facilidade de locomoção pela a cidade.
— Porque vão fechar tudo? — Perguntei.
— Porque roubamos a casa de um governante importante daqui. — Chris falou baixinho.
Justin me puxou pela a mão quando saímos no estacionamento subterrâneo. Achamos a Land Rover, o maior carro alugado por eles. Justin me colocou na frente e ele tomou o volante, os meninos colocavam as malas no porta malas.
— Você está com seu cartão de Check In ai? — Justin me perguntou. Assenti. — Vou precisar dele para sair daqui.
Assim que os meninos se sentaram, Justin saiu com o carro. Chegamos à cancela e o senhor que estava na guarita sorriu para mim, já que era eu que estava na janela, Justin continuou olhando para frente. Passei o cartão e lhe dei boa noite. Assim que estávamos nas ruas Justin tentou o máximo para não correr e chamar a atenção para nós. A movimentação de policias nas ruas estava intensa e cada vez que uma viatura passava por nosso carro meu corpo gelava.
Passamos pelo a entrada clandestina do aeroporto, com uma boa quantia em dinheiro você era liberado para passar por ali. O nosso jatinho, que alias foi muito difícil de conseguir uma hora dessas, já estava posicionado e o piloto nos esperava.
— O que dinheiro não faz. — falei olhando para Justin. Ele riu e saiu do carro.
Quando o jatinho alcançou voo o suficiente para longe de Roma eu respirei aliviada, olhei para os rapazes que conversavam e resolvi dormi um pouco.
Frio, escuro e molhado. Um corredor, senti o frio contra meus pés e ao olhar para o chão me assustei pelo o sangue que cobria todo o chão, no fim do corredor uma porta.
“Kaity”
Era a voz da minha mãe, meu coração se apertou. Algo me puxava em direção àquela porta, aquele sangue todo do chão começou a subir pelas paredes.
“Kaity”
A voz ficava mais forte assim que eu me aproximava da porta, um barulho forte me fez olhar para trás e meu coração disparou quando uma silhueta de um homem começou a andar em minha direção, ele segurava uma faca, mas seu rosto não era possível ver.
“Achou que eu iria lhe deixar em paz?”
Eu tentei perguntar quem era, mas minha voz não saiu. Comecei a correr em direção da porta, mas agora quanto mais eu corria mais longe a porta ficava.
“Kaity”
Meu coração se quebrou quando o corpo de Justin apareceu na minha frente, ele segurava a barriga e se curvava para frente.
“Me desculpe meu amor, eu decepcionei você”
Eu tentava falar, era agoniante.
“Me desculpe” Ele disse novamente.
Acordei em um sobressalto e os olhos de Justin me olhavam preocupado. Ele limpou o suor do meu rosto e pegou um copo d’agua que Christian segurava.
— Quer conversar? — Ele me perguntou. — Você acordou gritando meu nome.
— Era frio e tinha sangue por todo lado, a voz da minha mãe me chamava e tinha um homem com uma faca. — Eu comecei a chorar. — Depois você chegou ferido me pedindo desculpas, eu não conseguia falar nada foi muito agoniante.
Meu corpo tremia e eu só queria ouvir a voz da minha mãe.
— Chaz vê se consegue rastrear o ultimo numero que a mãe da Kaity me ligou.
— Minha mãe tem te ligado? — eu perguntei surpresa por estar sabendo somente agora.
— Katherine isso não vem ao caso agora. — Ele disse.
— Claro que vem, estamos falando da minha mãe Justin, minha mãe que sumiu do mapa inexplicavelmente, minha mãe. — Eu disse apontando o dedo para ele já sentindo a raiva me consumido. — Você não poderia ter me escondido isso.
— Era para sua segurança e eu não iria por sua vida em risco. — Ele levantou e aumentou seu tom de voz. — Se acalma e depois nós vamos conversar sobre isso.
Ele saiu quando Chaz o chamou e eu fiquei remoendo aquele assunto descoberto.
— Está com fome? — Ele perguntou ao voltar e apenas neguei. — Quer alguma coisa. — Repeti o gesto. — Olha só Katherine eu não to com paciência para as suas infantilidades, se eu te escondo algo é para o seu bem, então é melhor você para de querer fazer drama.
— Você não tinha o direito de fazer isso comigo.
— Não tinha, mas eu fiz e isso não muda em nada. — Ele falou e Chaz o chamou novamente.
POV. Justin Bieber
Eu odiava o fato de Katherine ser tão teimosa e mimada. Ele deveria entender que as coisas que eu sei podem interferir na vida ela e leva-la para morte.
Quando a mãe dela me ligou aquela vez que estávamos em Las Vegas foi apenas o começo de tudo.
O local que Emily Evans marcou para me encontra foi um quarto de um motel na beira da estrada em Indiana. Depois de ela passar a semana toda me ligando e mesmo eu falando que não estava mais com Katherine, ela disse que não tinha nada haver com a sua filha.
A porta se abriu e a mulher a minha frente não se parecia nada com a mãe de Katherine que conheci algum dia. A mulher estava magra e pálida, as roupas que ela vestia eram largas e o capuz do moletom escondia seu rosto.
— Oi Justin. — Ela correu até a janela e olhou pela a cortina. — Olha não tenho muito tempo. — Ela disse.
— Cadê seu marido?
— Está morto. — Ela disse e tirou um pequeno tubo e me deu. — Aqui tem um documento caso eu morra, eu quero que você cuide de Katherine, a proteja como sua vida...
— Já faz meses que não estamos juntos. — Falei a interrompendo. Ela me olhou surpresa. — Oque? Sua filha é bastante mimada quando quer.
— Mas você está cuidando dela não está? — Ela me perguntou aflita.
— Eu não faço ideia de onde ela está, a ultima vez que a vi foi quando ela ainda estava em Atlanta.
— Você precisa localizar ela, antes que ele a localize.
— Ele quem?
— Só me promete que vai localizar ela e não deixar o N...
Fomos interrompidos pela a porta sendo aberta por dois homens grandes, eles nem olharam para mim, pegaram Emily a força e saíram a arrastando, quando fui atrás fui recebido por tiros...
Depois daquele dia ela nunca mais entrou em contato comigo e sumiu do mapa, já tentamos de tudo para tentar encontra-la, mas sem vestígio algum. Mês passado eu recebi uma mensagem de um numero qualquer. Era um endereço. Por curiosidade chamei Chaz e fui para onde me passaram, era um galpão no meio de uma rodovia quase abandonada, fizemos tocaia ali por horas e quando a primeira pessoa apareceu, eu só fiquei mais curioso para saber o que estava acontecendo.
— Como você confia em um numero desconhecido? — Chaz me perguntou. — Estamos aqui há horas e ninguém apareceu.
— Para de reclamar Charles. — Falei olhando para fora. Estávamos estacionados do outro lado da estrada bem atrás de uma grande moita de mato. — Seja lá quem me mandou esse endereço, me queria aqui.
Alguns minutos um carro apareceu e quem saiu de lá me surpreendeu.
— Caralho esse cara não...
— E aquele filho da puta mesmo. — Falei. Ele entrou no galpão e minutos depois um carro fechado apareceu. — O que essa vadia ta fazendo aqui? — Me curvei para ver melhor.
— É a Loren não é? — Chaz perguntou.
— Ta vendo aquela portinhola lá? — Apontei para Chaz a portinha no alto do galpão. — Provavelmente tem um segundo andar ali dentro.
— Você não está pensando em entrar lá.
—E você acha que eu vou ficar aqui esperando?
Sai do carro, mas quando dei os primeiros passos tiros foram disparados em minha direção, Chaz que estava saindo do carro voltou correndo e acabamos saindo de lá sem saber o que estava acontecendo.
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