Katherine
Alguns semanas depois
Lia atentamente o e-mail enviado pela a faculdade. Eu precisava confirmar minha matricula para o terceiro semestre, bom, eu não tinha certeza se queria voltar para a faculdade, não com tudo isso que estava acontecendo comigo. Eu estava grávida. Gravida do Justin. Se fosse uma pessoa comum, com um trabalho comum e uma vidinha monótona, eu poderia até fazer a sugestão de nos mudamos para Jacksonville, mas não. Justin era um traficante, trabalhava para um criminoso mais perigoso ainda e ainda assaltava bancos e sua vida deixou de ser monótona há muito tempo. A única saída que eu tinha no momento, era trancar a faculdade e esperar com que um milagre aconteça e ele resolva mudar de vida. Não que eu me importe dele ser assim, pois me apaixonei por ele assim, foi difícil o nosso relacionamento, passamos por varias coisas, mas hoje não é apenas ele e eu, e sim, ele, eu e o nosso filho ou filha.
Suas mãos passaram por minha cintura e se pousou em minha barriga, seu cheiro invadiu minhas narinas e seus lábios beijaram minha clavícula. Eu estava arrepiada.
— Oi. — Ele disse. Sentir sua cabeça apoiar em meu ombro e virei meu rosto.
— Oi. — Sorri. Sentir minhas bochechas corarem quando ele ficou me encarando, eu não entendia o porquê ele estar assim. — O que foi? — Ri sem graça.
— Só estou olhando como você está linda. — Ele sorriu. — O que esta fazendo?
— A faculdade me mandou um e-mail, preciso confirmar minha matrícula para o próximo semestre ou se vou querer continuar matriculada já que já faz um mês que as aulas começaram.
— Você pretende voltar?
— Não sei, oque você acha? — Girei na banqueta me virando para ele. Justin se enfiou em meio as minhas pernas.
— É uma péssima ideia. — Ele deslizou as grandes mãos pela a extensão da minha coxa. — Você iria me abandonar. — Ele disse com os lábios em meu pescoço. — E eu não sei mais viver sem você. — Ele olhou em meus olhos, que já estavam marejados. Suas mãos espalmaram minhas bochechas e seus lábios tocaram o meu com carinho. Eu cedi a ele. Quem não cederia a ele?
Minhas mãos subiram por seu pescoço e logo se embrenharam em meios aos fios castanhos. Justin se aproximou mais de mim, nossos lábios estavam tranquilos e desfrutando um do outro, suas mãos apertaram a minha cintura e eu abri mais a boca para soltar um pequeno suspiro, isso o incentivou a adentrar com sua língua em minha boca e todas minhas terminações nervosas se contraíram.
— Eu preciso de você. — Ele disse ofegante.
— O bebê. — Eu disse e Justin bufou, mas não desistiu. Eu estava meio que em quarentena depois que descobrir a gravidez.
— A Molly não disse que não machuca. — Ele disse.
— É, mas...
— Mas porra nenhuma. — Ele falou mais alto. — Caralho Kaity, eu juro que estou tentando ser o melhor, mas você acha que logo eu vou ficar nove meses sem sexo? O que não se encontra em casa...
— Eu não acredito que você falou isso. — O empurrei e desci da banqueta. — Você continua estúpido.
— Ah Kaity eu só quero transar, o bebê nem ta formado ainda.
— Cala a boca, Justin. — Gritei com ele e sai batendo o pé em direção ao quarto, mas eu parei assim que cheguei a porta do mesmo. — Se você não está satisfeito, pode ir procurar na rua, mas tenha certeza que dessa vez eu vou embora e não volto mais.
Bati a porta.
Dois dias depois
Jacksonville, eu adoro esse lugar. Olhei para o céu azul e tampei os olhos do sol. Olhei para Justin e ele continuava emburrado.
— Amor até quando você vai ficar emburrado? — Ele havia me pedido desculpas no dia seguinte por ter falado aquela baboseira, mas mesmo assim ele estava com uma cara de poucos amigos.
— Eu que pergunto até quanto? — Ele disse. Ele pegou a única mala que trouxemos e colocou no chão. Desviamos das pessoas e entramos em um local que dava saída da área de pouso sem precisar passar pelos detectores de metais. Justin estava armado.
— Me desculpe, eu fico com medo de você perder o controle e acabar machucando o bebê.
— Você sabe que eu nunca o machucaria. — Ele continuou a puxar a mala e saímos no estacionamento.
— Ta, hoje à noite. — Ele me olhou meio desconfiado. — Pelo menos na casa dos meus avós você se controlará.
Meus avós sorriam e acenaram para mim quando nos viram. Soltei a mão de Justin e corri em direção deles, os braços acolhedores deles me envolveram e quando vi estava chorando.
— Meu amor não chore. — Minha avó disse.
— Hormônios de gravida. — Disse rindo e limpado o rosto, logo em seguida beijei meu avô e depois vovó.
— Como vai rapaz? — Meu avô cumprimentou Justin e minha avó fez o mesmo lhe dando um beijo em seu rosto.
— Bem e os Senhores?
— Nada de senhores. — Minha avó disse e Justin sorriu.
Entramos no carro e fomos para casa. A cidade estava quente como sempre. Meu avô estacionou o carro e saímos.
— Querida você vai que horas na escolinha?
— Eu não sei, vou ligar para lá primeiro. — Disse colocando minha bolsa nos ombros. — Preciso saber se Celeste está lá primeiro.
— Então eu vou preparar um almoço.
— Não precisa, eu estava pensando em leva-los para comer em algum lugar. — Justin disse me fazendo olha-lo com surpresa e admiração. — Kaity disse que tem um ótimo restaurante na cidade.
— Não precisa se incomodar. — Minha avó disse.
— Não, eu faço questão.
— Oh meu rapaz, tudo bem então. — Minha avó disse feliz. — Meu amor vamos, temos que nos preparar.
Eles saíram abraçados enquanto vovó dizia que roupa usaria.
— Obrigada. — Falei abraçando Justin pela a cintura.
— Você é insuportavelmente chata, mas eu te amo. — Ele beijou o topo da minha cabeça.
Entramos e eu aproveitei para trocar de roupas. Eu senti saudades da calmaria que era aqui. Acabei dormindo por algumas horas, quando acordei com vovó me chamando era meio dia.
— Cadê o Justin?
— Ele disse que iria sair rapidinho e já voltava e era para você estar pronta.
Bom, não vou me preocupar, pois ele havia falado que tinha algumas coisas para resolver aqui e por isso veio junto comigo. Arrumei meu cabelo e joguei água no rosto.
— Estou pronta. — Falei para vovó e ela sorriu.
— Você está tão radiante. — Ela passou a mão no meu rosto. — Queria que sua mãe te visse assim.
— Eu também. — Falei abaixando a cabeça.
A buzina de um carro me fez olhar pela a janela e Justin estava do lado de uma Ranger Rover branca. Neguei com a cabeça e eu e vovó descemos.
— Pra que isso tudo? — Falei descendo as escadas.
— Não vou ficar andando de taxi né. — Ele tirou os óculos escuros e sorriu.
Depois do almoço meus avós voltaram para a casa e Justin me levou até a escolinha infantil que eu trabalhava. As aulas já haviam voltado há um mês e eu devo um pedido de desculpas a Celeste por não ter ligado ou vindo antes.
Justin estacionou e os alunos do período da manhã estavam na entrada esperando seus pais ou responsáveis. Meu coração disparou em saudade ao ver alguns rostinhos conhecidos. Desci do carro e acabei atraindo alguns olhares pequenos.
— Kaity. — Eu sorri e fui abraçada por vários bracinhos e a confusão começou, pois todos falavam ao mesmo tempo e queriam saber o que havia acontecido comigo.
— Crianças, tia Kaity não vai conseguir falar se vocês continuarem gritando e falando ao mesmo tempo. — Ana, uma das professoras disse.
— Obrigada Ana. — Lhe cumprimentei e disse que precisavam falar com Celeste, de rabo de olho vi Justin atrás de mim.
Ana se retirou e fiquei parada ali com varias crianças ao nosso redor.
— Tia Kaity você disse que ia voltar. — Ian disse com os olhos brilhando.
— E eu estou aqui, vim ver vocês. — Sorri para ele e beijei sua bochecha.
— Kaity você tem segurança? — Layla perguntou com os olhos assustados em direção do Justin. — Ele tem a cara de mau, igual o Rick. — Rick era o segurança da mãe dela.
— Não meu amor. — Falei rindo. As crianças agora olhavam para ele que estava fazendo cara de bravo para eles. — Ele só ta brincando com vocês. — Falei baixinho. — Ele é meu namorado.
— Eca. — As crianças disseram em uníssono e Justin e eu rimos.
— O nome dele é Justin.
Quando sai da sala de Celeste, Justin estava sentado em um dos banquinhos e uma menininha estava ao seu lado, eles estavam conversando e ele ria.
— Maggie sua mãe chegou. — Ana chamou a garotinha que logo pulou do banco, ela chamou Justin mais para baixo, ele abaixou o rosto e ela beijou sua bochecha.
— Pensa no que eu te falei, tem que ser muito lindo. — Ela sorriu e saiu correndo.
— O que foi isso? — Me aproximei dele.
— Nada. — Ele sorriu e me beijou.
— Nada, hum.— O olhei de esguelha. — Não me diga que agora você esta pedindo conselhos a uma criança de três anos.
— Seis. — Ele falou passando o braço em meus ombros e eu gargalhei.
Enquanto Justin dirigia em direção a minha faculdade, eu o olhava de soslaio. Ele batucava os dedos no volante e cantarolava uma musica que acredito que seja da Taylor Swift.
— Ta tudo bem com você? — Perguntei, ele me olhou através seus óculos escuros.
— Tudo ótimo. — Ele disse. — Por quê?
— Você está alegrinho demais. — Falei e ele continuou rindo.
Por ser começo de tarde o estacionamento estava cheio, por ser o horário do almoço e a troca de turno. Justin estacionou em uma das vagas e parecia que estávamos no colegial quando o carinha popular chegava com um carro novo dado pelos os pais e todo mundo olhava. Sorri nervosa.
— Odeio ser o centro das atenções. — Falei.
— Vamos logo, quanto mais rápido você entrar, mas logo sairemos.
Ele desligou o carro e abriu a porta do seu lado. Olhei para ele pela a janela. Justin estava lindo, ele era lindo. Ele vestia uma calça preta, um tênis branco e uma camisa de malha de mangas compridas e o óculos escuros escondia seus olhos. Quando ele olhou para trás e viu que eu não havia saído, ele bufou.
— Anda logo Madame. — Ele abriu a porta. Depois de rolar os olhos sai.
— Posso te fazer uma pergunta? — Ele assentiu e passou o braço em meu ombro. Ele estava fazendo isso muitas vezes.
— Claro.
— Você já foi dono de Atlanta, trabalha para um criminoso, assalta banco e faz um monte de coisas erradas. — Ele tirou os óculos. — Como você nunca foi preso ou não está sendo procurado pelo FBI?
Andávamos lado a lado, os alunos nos olhavam e até fui cumprimentada por alguns conhecidos.
— Somos profissionais, Kaity. Todas as nossas ações são planejadas e não deixamos rastros. —Ele dizia.
— Mas muitas pessoas aqui sabem quem você é, digo, criminoso. — A ultima palavra eu sussurrei e Justin gargalhou.
Entramos no corredor e mais cabeças se viravam para nós.
— Eles têm hipóteses e sabem o que o povo fala, mas as provas não existem. Tipo aquelas lendas urbanas.
— Você é tão confiante. — Disse e fomos parados abruptamente por três seguranças da universidade.
— Algum problema Senhores? — Justin disse. Silêncio. Os três homens seguravam as suas armas no coldre.
— Desculpe senhor, mas o Senhor não tem permissão de entrar nas dependências dessa universidade.
— Por quê? — Perguntei a Kurt. Ele me olhou com um pedido de desculpas.
— Ele está armado. — Ele sinalizou.
— Justin.
— Eu não ia sair por ai desarmado. — Ele disse como fosse obvio.
— Se ele deixar com vocês, ele pode entrar. — Kurt assentiu.
— Eu não vou entregar, estou apenas aqui para trazer minha mulher e não para arrumar confusão.
— Desculpas, mas não posso deixar o senhor entrar armado.
— Justin.
O pessoal que estava no corredor pararam tudo que estava fazendo e olhava tudo com atenção. Justin olhou em meus olhos e eu continuei olhando para ele suplicante.
Ele bufou.
Tirou a arma das costas e entregou nas mãos de Kurt.
— Cuida dela. — Justin disse. — E alias, eu tenho porte de arma autorizado.
Ele tirou da carteira um documento e deixou na mão de Kurt também.
— É falso. — Ele riu assim que tomamos distancia. Um dos seguranças nos seguia em uma pequena distancia. — E você conhece o segurança?
— Você não vai gostar da resposta. — Eu disse e ele me olhou de rabo de olho não perguntando mais nada.
to be continued...
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