- 6:00 PM -
- Você já está se arrumando? - Lysandre me pergunta surpreso enquanto conversamos pela ligação.
- Eu tenho que está no mínimo apresentável e parecendo a adorável Mia Black.
Suspiro por saber que terei que comparecer em mais um evento beneficente do meu pai, não que eu odiasse a causa e não apoiasse, mas toda a falsidade me enjoava. Como a pessoa se torna tão ridícula a esse ponto? Um grande político corrupto fazendo campanhas beneficentes em prol aos mais prejudicados com seu governo, chega a ser hilariante ao ver os sorrisos e promessas disparados em frente a uma câmera e quando os flashes finalmente cessam o monstro retorna ao corpo, realmente, um lobo em pele de cordeiro.
- Seu pai disse que um motorista virá nos buscar. - Lysandre comenta quando mantenho-me em silêncio.
- O mínimo. Esteja pronto antes das 19h, por mas que o evento seja as 20h quero estar lá antes, você sabe que odeio fazê-lo esperar e quanto mais cedo chegarmos no evento...
- Mais cedo vamos embora. - Ele me interrompe rapidamente. - Eu te conheço.
Então finaliza a chamada e eu fecho os olhos enquanto a cabeleireira mexe em meu cabelo e fazem minhas unhas, o salão estava em repleto silêncio e vazio, nada menos que esperado quando mandei meu querido pai reservá-lo só para mim, o dinheiro e suas vantagens.
[...]
Quando me posiciono ao lado do Lysandre para os fotógrafos tirarem suas fotos, obrigo-me a formar um sorriso em meu rosto e Lysandre coloca a mão em minha cintura, projetando um sorriso tão teatral quanto o meu. Sempre me surpreendi com a naturalidade dele para mentir e não estampar tudo em sua face, no final, ele sempre esteve ao meu nível e por isso o mantenho ao meu lado.
- Pare de me olhar assim. - Ele comenta quando saímos de perto de toda aquela euforia. - Parece a boba apaixonada que as manchetes tanto insistem em falar, estou cansado do seu pai perguntando quando formaríamos um casal.
- Ele só quer lucrar com isso, todos os jornais correndo aos seus pés para saber sobre o casamento de sua amada filha, fotos exclusivas, seu IBOPE altíssimo e...
- E o que tem de errado em lucrar, minha amada filha? - O homem impecável em seu terno e seu rosto rejuvenescido por suas plásticas aparece ao meu lado, o sorriso puramente falso direcionado a mim enquanto me questiona.
- Pai. - Forço um sorriso por saber que todos os olhares estarão sempre em nossas costas e abraço-o. - Não há nada de errado, só não gostamos de expor tanto nossa imagem como o senhor almeja.
Ele revira os olhos e cumprimenta o Lysandre, ignorando qualquer palavra minha como de costume, nos diz nossos lugares e some sendo engolido pela multidão de seus admiradores que só enxergam o homem bonzinho que ele demonstra ser para eles. A noite passa rápida, monótona como todos os eventos que compareci, eu e Lysandre nos mexíamos incomodados na cadeira pela vontade de desaparecer daquele local, o ódio por toda esse fingimento era mútuo.
Quando finalmente o discurso do meu pai foi feito e ele permitiu que fôssemos embora, entrei na limousine que nos esperava na frente do local e fiz o que esperava a noite toda, retirei meus saltos e o vestido, ficando só de roupa íntima e subindo a divisa do motorista e passageiro. Lysandre entrou logo em seguida e não demonstrou surpresa para o que lhe esperava. Seus olhos escureceram e o desejo tomou conta das suas emoções.
Sua boca estava colada a minha, sua mão explorando todos os meus locais e minhas súplicas levemente mais altas, ele finalmente tirou a roupa e transamos o resto do caminho. Recuperei meu fôlego com a cabeça encostada na dele, suas mãos se mantinham na minha cintura e ele se manteve dentro de mim, o carro estava parado já fazia um bom tempo em frente a minha casa, mas simplesmente não sai do carro e continuei a cavalgar no Lysandre.
- Já estamos aqui a bons minutos. - Ele fala com sua voz rouca balançando a cabeça em negação para a nossa situação, distribuo beijos em seu pescoço e sinto um aperto na cintura. - Tenho pena do motorista.
Abro um sorriso malicioso e finalmente saio de cima do Lysandre, vestimos nossas roupas e ele me diz que avisaria quando chegasse em casa, saio do carro sem me despedir e quando finalmente estou no conforto do meu quarto, dou o direito de me sentir relaxada. Tiro o vestido, toda a merda de maquiagem que ainda estava em meu rosto e tomo um banho demorado. Sentada em meu escritório confiro todos os papéis que ignorei por um tempo, conferi meus investimentos e minhas contas.
E comecei a focar em meu trabalho com o detetive, tudo sobre ele seria importante.
- Manhã, outro dia -
Acordo sobressaltada em minha cadeira com um barulho e agarro minha arma embaixo da mesa, deixando-a apontada para a porta.
- Sou eu porra, abaixa essa arma. - Lysandre fala alto e entra no escritório enquanto eu escondia minha arma de novo. - Você dormiu aqui? Que merda você tava fazendo?
- Trabalhando, preciso de algumas informações sobre Castiel Adams. - Jogo um envelope em sua direção e ele agarra-o. - Tudo que eu consegui está ai, mas ainda falta algumas coisas e você pode fazer essa parte para mim.
Saio da sala escutando-o resmungar um "Bom dia para você também", ignoro-o e subo as escadas para entrar em meu banheiro. Quando saio, o cheiro de café está em toda a casa e quase sinto vontade de beijar Lysandre, ele estava sentado em um dos banquinhos da cozinha com duas canecas de café em seu alcance e mais algumas coisas para comer.
- Temos que sair hoje, observa a rotina do alvo e os melhores horários para ataque. - Sento-me ao seu lado pegando minha caneca e murmurando um agradecimento para ele.
- Certo.
A animação corrói meu interior, finalmente a morte desse filho da puta.
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