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História Cristais de Sangue - Pecar


Escrita por: MarceFC

Capítulo 6 - Pecar


Capítulo 6 

E foi naquele momento que Naruto teve certeza que seu desejo era correspondido na mesma intensidade. Tão perto.

O comentário que Caesar fez sobre Naruto vaga pela cabeça de Hinata enquanto seus olhos se prendem nos lábios a poucos centímetros dos seus. A imagem da loira ao lado do marido veio em sua mente sem permissão. Por que ele podia e ela não? Porque se Sasori descobrisse que foi traído não hesitaria em matá-la e ela, mesmo sabendo que estava sendo traída, não poderia levantar uma arma para o marido. 

Afastou-se. 

- Sinto muito. - murmura - Podemos ir para outro lugar? 
- Como quiser. 

Hinata se abaixou para pegar os sapatos que deixou cair no chão enquanto dançava e se dirigi para a saída, passando as mãos no cabelo e respirando fundo. O ponto positivo era ela conseguia resistir a ele, mas não sabia até quando.

Na rua, ela parou e olhou para os lados, perdida em seus próprios pensamentos e envergonhada da pequena cena que protagonizou lá dentro. Talvez fosse melhor ir para o hotel e acabar a noite ali. 

- Podíamos ir para um cassino, jogar um pouco e ganhar dinheiro. - ele opina, pela primeira vez na noite. 
- Já foi ao Caesar's Palace? Ouvi dizer que lá eles têm a maior aposta no blackjack. - ela comenta, sem olhar para ele.
- Blackjack? - ele fica ao seu lado - Meu pai adora esse jogo. 
- Isso significa que você quer jogar? 
- Nunca é ruim ganhar dinheiro extra. - ele debocha.
- Já cantando vitória, russo? Nunca ouviu dizer que isso dá azar? - ela o encara de canto de olho e sorri. 
- Cantando vitória? - ele debocha - Estou sentindo as notas de dinheiro na minha mão.
- Então o que estamos fazendo parados aqui? - ela abaixa para calçar o sapato.

 

 

Não demora muito para eles encontrarem uma mesa de blackjack com um lugar vago para mais um jogador. Naruto completava a mesa e já buscava seus truques na manga. Hinata rodeava a mesa de madeira redonda, observando os jogadores enquanto eles faziam suas apostas pondo as fichas na mesa, ergueu os olhos e encontrou os de Naruto - a sensação do repentino encontro de olhares foi de perder o apoio das pernas. 

Após o fim das apostas, o croupier começa distribuir as cartas da esquerda para a direita, de modo que Naruto fosse o ultima a receber. As cartas ficavam voltadas para cima, apenas a do croupier não era revelada. Agora, a segunda carta era lançada e esta não tinha o valor revelado.

Naruto tinha um dez de ouro, só precisa ganhar um ás para fazer uma mão. Um sorriso de canto deu sinal de vida em seus labial e os olhos azuis brilharam, seu pai ficaria orgulhoso de vê-lo praticar seus ensinamentos no jogo. Do outro lado da mesa, Hinata se interessa pelo sorriso repentino o rosto do russo e tem quase certeza de que ele tinha boas cartas.

Ele completara uma mão, ganhando a aposta de 3:1 dos outros jogadores. Hinata sorriu ao vê-lo sorrir.

Uma nova rodada se iniciava e Naruto detinha certa vantagem sobre os demais pela sua vitória passada.

Desta vez, ele não completou uma mão, mas tinha boas cartas. Como nenhum jogador se pronunciou e o croupier também não havia feito uma mão, a compra de carta foi iniciada. 

- Hit. - disse o primeiro jogador. 
- Hit.
- Hit.
- Hit.
- Stand. 

Naruto parou para analisar o jogador ao lado e as suas possibilidades. Se o jogador não havia pedido uma carta, significava que estava perto da pontuação máxima, 21. O russo detinha em mãos a quantidade de 10 pontos, então a próxima carta não o estouraria, mas deveria ser um valor alto, entre 7 e 10, porém ainda havia a possibilidade do jogador do stand estar mais próximo do 21 e assim, Naruto poderia perder a jogada. 

Hinata, ao reparar se deparar com a seriedade e crítica nos olhos de Naruto, se aproximou sem levantar alarde, como se fosse pedir algo a uma garçonete e então, para atrás de Naruto.

- Você precisa fazer sua jogada. - ela aperta seus ombros - Não fique tão tenso.

Ela se inclina sobre seu corpo e aproxima a boca de seu ouvido. 

- 17. - sussurra quase como um ventrículo e volta a erguer o corpo. 

- Hit. - Naruto pronuncia, convicto e na esperança de ganhar uma carta com o valor alto para cobrir o oponente. 

Hinata continua atrás dele com as mãos repousadas em seus ombros, ansiosa para ver a próxima carta. 10.
Sorriu satisfeita, tudo indicava que ele ganharia a mesa novamente, mas dessa vez em 1:1. 

Croupier esperou todos os jogadores terminarem suas jogadas para revelar as cartas e Naruto havia vencido novamente. 

                               *** 
De todas as rodadas, Naruto havia ganhado a maior parte e se tornado o favorito dos observadores, além do pesadelo do croupier e dos outros jogadores a mesa. Hinata se divertia com a cara dos outros cada vez que Naruto revelava uma boa composição ou uma mão. 

A madrugada já avançava e eles não poderiam ficar ali até amanhecer, embora fosse suas vontades. 
- Minha última rodada. -Naruto anuncia. 
- Graças a Deus. - um jogador comenta e todos os outros riem. 
- Por favor, cavalheiros, vamos subir um pouco essas apostar para eu sair feliz. - Naruto comenta. 

Esta foi a rodada com os maiores valores de aposta, entre dez mil a 20 mil. Naruto não sairia perdendo essa nem se quisesse. 

Seus truques eram infalíveis e lhe renderam a vitória da mesa sob muita indignação dos demais. 

- Esta é minha deixa. - Naruto levanta e deixa uma gorjeta generosa para o croupier. 
- O senhor só precisa resolver a burocracia. - o croupier avisa - Tenha documentos em mãos. 

A parte mais chata do jogo era justificar ao governo a origem daquele dinheiro, mas para a sorte dele, que se encontrava na capital desse tipo de atendimento, a papelada foi rápida. 

- Minha nossa, nunca vi ninguém jogar como você. - Hinata ainda está extasiada - Ninguém ganhou de você sem ser o croupier. 
- Meu pai é um ótimo jogador - ele informa -, hereditariedade. 

Hinata ri. 

- Como você conseguia vencer tantas vezes? É quase matematicamente impossível. 
- Um mágico não revela seus segredos. - ele sorri de canto. 
- Nem para uma fã? - ela lhe lança seu típico olhar brilhante de súplica. 

O Uzumaki olha para os lados e encontra uma porta de saída de emergência, sem pensar outra vez, agarra o braço de Hinata e em três passadas já está dentro do estreito corredor afluente do principal. A porta vermelha bate e a luz fluorescente ascende. 

- O que estamos fazendo aqui? - Hinata ofega e encosta na porta.
- Vou te mostrar meu segredo. - ele diz, com os olhos opacos.

Hinata ergue uma sobrancelha e espera pela revelação. Naruto tomba o braço e derruba algumas cartas de dentro da manga da camisa social azul escura. Os valores da carta eram altos o suficiente para justificar todas as suas vitórias. Hinata o encara incrédula e então começa a rir. 

- E todos na mesa achavam que você era um mestre... Mestre em trapaça. - ela arruma o cabelo - Meu Deus, como você tinha isso na manga? 
- Antes de encontrar você na fonte eu estava jogando no meu hotel. 
- E eu toda inocente achando que você era um gênio. - ela solta um riso fraco. 
- Está decepcionada com a verdade? - ele se aproxima, em direção a porta.
- Pelo contrário. - ela encosta mais o corpo na parede - Estou achando você mais genial ainda. 

Naruto esboça um sorriso e empurra a porta. Os dois tentam sair ao mesmo tempo e acabam se esbarrando. Agora, Hinata está mais sóbria do que quando dançava e o pouco álcool em seu sangue não consegue mascarar o calor de tê-lo tão perto. 

O sorriso dos dois morre e o ambiente parece se fechar ao redor deles, induzindo-os a se aproximarem mais, fazendo o perfume dele ser presente de novo ao seu sensível olfato. Naruto desisti de empurrar a porta e fica de frente para ela, prendendo- a contra a parede e a porta. 

Ah, ele não estava sendo recepcionado pela cidade do pecado e, sim, pelo pecado em sua forma física. Aqueles lábios pareciam ser uma carga positiva para os seus lábios negativos, atraindo-o só de olhá-los. 

- Não podemos... - ela balbucia e espalma as mãos em seu peito, sem vontade de afastá-lo. 
- Olha, nós somos adultos e podemos resolver essa situação de uma maneira madura. - ele se aproxima mais e umedece os lábios. 
- Então não devemos fazer isso. - ela rebate, com dificuldade de respirar, mais ofegante do que o necessário.

Ele sobe a mão até o rosto dela, passando o polegar por seu lábio inferior. 

- Naruto, você sabe o que aconteceria. - ela segura seu pulso, porém não encontra forças o suficiente para afasta-lo de novo. 
- Você quer. Eu quero. Então não faz sentido ficar se evitando assim.  
- Mas Sasori... - a sua objeção vai sumindo, à medida que o rosto dele se aproxima sua mente não é capaz de processar uma ação para fugir. 

Enfim, os lábios trocaram o primeiro contato. A mão de Hinata corre do pulso de Naruto até os cabelos loiros macios, afagando-os. O corpo de Naruto a pressiona mais contra a porta e o choque dos corpos contra o objeto causa um ruído, tanto da porta quando das cordas vocais de Hinata. Este singelo e abafado ruído tem ligação direta com o corpo de Naruto, que queima de dentro para fora - acabara de quebrar sua palavra sobre não se aproximar. 

Mesmo que o vestido machucasse a palma de sua mão enquanto ele a levava para cada canto ao alcance do corpo de Hinata, Naruto não podia parar de toca-lá nem que quisesse. Ele tenta envolver mais o beijo e ela abre mais os lábios de bom grado. Com os olhos fechados ela podia sentir as sensações de um modo dobrado, era muito melhor do que em sua cabeça. 

Eles não se tocavam como pessoas desconhecidas conhecendo o corpo da outra, os toques eram de posse e desejo, como se eles já fossem amantes há muito tempo e tivessem se encontrando agora. A mão solta de Naruto alcança a carne das nádegas de Hinata e, sem pudor algum, apertava, chegando a ferir a pele com os espelhos. A mão de Hinata que afagava os cabelos dele, agora, fincava os dedos nos fios dourados e dava leves puxadas, provocando-o.

Os lábios dele deixam os lábios dela e descem por seu pescoço com leves toques. Hinata tem recuperar o fôlego, respirando rápido e ofegado. Naruto pega confiança e começa a marcar o pescoço dela com beijos e chupões, que deixariam marca. Mas Hinata não parecia se importar com marcas futuras e nem em como faria para esconde-las, não havia nada em sua cabeça. 

- Naruto... - ela buscou por seu rosto de novo e selou o beijo, puxando o corpo dele contra o seu, ficando as unhas na carne da cintura dele. Ele vacila nos lábios dela, ofegando, e retoma o beijo com ainda mais urgência. 

Eram dois corpos em combustão, que só apagaria com um sobre o outro, sem nenhuma interferências externa - nem mesmo essa interferência sendo Sasori, a vida deles, a honra dela para com a família, a máfia. 

- Coloque suas mãos em mim. - ela pede contra os lábios dele, pegando em sua mão e guiando- a até seus seios -  Por favor.

Ele estava a ponto de enlouquecer com aquele contato de tal modo que sua vontade era de improvisar uma cama com o chão e possui-la ali mesmo. 

A porta abre de repente e um casal embriago entra rindo e se beijando. Naruto se afasta tão rápido que ela só percebe de sua falta ao sentir o vácuo deixado por seu movimento. O casal para e os encara.
- Não sabíamos que vocês vinham aqui também. - a mulher comenta- Podem continuar, vamos para a escada. 

Nenhum dos dois pronuncia uma palavra até o casal se dirigir para onde a mulher havia falado.

- Preciso voltar para o meu hotel. - Hinata declara.
- Posso te levar até lá. - ele coloca as mãos no bolso. 
- Acho melhor não sermos vistos juntos. - ela pondera -Vou ficar bem. 
- Tem certeza? 

Na verdade, ela sentia medo de recomeçar isso em seu hotel e terminar em sua cama, além dos gaviões de Sasori que rondavam pelas ruas, prontos para cochichar o que viam e que seria de interessante ao dono. 

- Total. - ela sorri - Não volte ao cassino, deixe as crianças se divertirem. 

Naruto solta o ar dissonante. 

- Tenho que ir. - antes de sair, ela deposita um rápido beijo em seus lábios e tem o braço segurado. 
- Vamos nos ver amanhã? 

Ela parece pensar.

- Talvez. - ela desvencilha o braço do dele e abre a porta, saindo com passos apressados dali. 

Sim, ele a veria de novo, até porque quando se prova do pecado, nem perdões de padres em nome de Deus te faz mais puro ou menos tendencioso a pecar novamente. Ele pecaria de novo e mais vezes, se possível.



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