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História Crônicas de Aeon - Revelações


Escrita por: aeonkarst

Notas do Autor


Parece que o mundo não era como Lan acreditava ser. E muita coisa está se desenrolando.

Capítulo 5 - Revelações


Livro I - O Livro de Lan

Capítulo V – Revelações

Pelas lágrimas que Vovó Carmem viu Lan derramar durante aqueles cinco minutos que ele esteve desacordado. Ela já pôde entender o que aconteceu no instante que ele abriu os olhos. Lan estava cheio de tristeza nos olhos. E ela não sabia o que fazer para amenizar a sua dor naquele momento.

O olhar de Lan passou de tristeza para aterrorizado de um instante ao outro. “O que é isso?” Ele se perguntou. A atmosfera do lugar estava estranha. Tudo ao redor dele parecia diferente. E ele mesmo estava se sentindo diferente. Pensou naquela estranha criança de capuz, Stark. Não o estava vendo. Será que ele era só fruto da imaginação dele? Ele sentia no fundo que não. Que veria ele algum dia por aí.

– Querido, você está bem? – Perguntou vovó Carmem.

– Acho que sim Vovó. – Respondeu Lan ainda meio desnorteado. – Vovó, eu me lembrei de tudo que aconteceu quando era criança. Aquelas lembranças... Foi à senhora que apagou?

– Foi sim querido. A sua mãe veio aqui desesperada porque não sabia mais o que fazer para amenizar a dor de seu pobre filho. Ela estava sofrendo tanto quanto você. Para uma criança daquela idade, você havia visto algo muito ruim. As suas lembranças estavam comigo querido. Eu peguei os eu fardo e enterrei em mim o mais fundo que eu pude.

– Eu entendo. De alguma forma posso entender. É como se eu estivesse ligado à senhora. Posso saber que está sendo sincera. – Lan pegou nas mãos da Vó Carmem. – A senhora não precisa mais segurar esse fardo sozinha.

A mão de Lan brilhou um pouco e Vovó Carmem percebeu que não foram somente as lembranças dele que haviam voltado. Mas também a sua estranha habilidade. A habilidade de sentir o que as pessoas sentem.

– Querido, eu não suportei isso sozinha. Quem estava suportando sozinho era você. O que fiz foi somente para amenizar a dor que você não sabia controlar. Sendo tão pequenino você não poderia ter uma vida normal. Se é que podemos chamar a vida que teve de normal. E pelo visto, você já entendeu também que não é só a capacidade de ver demônios que você despertou. E sim sua real habilidade. Lan, a sua alma é especial meu querido.

Lan fazia caretas enquanto a vovó Carmem falava. Victoria sabia que ele não havia entendido muita coisa.

– Lan. – Disse Victoria. – Vou ser direta e creio que você vai entender mais fácil. Você não nasceu normal. Disso todos já sabemos. – Victoria deu uma olhadinha para Alek e continuou. – Até mais gente que eu achava acreditar que sabia. Mas o mais importante é que você é especial. A questão não é você poder ver espíritos e demônios. A questão é você criar vínculos com eles. Vínculos que nem mesmo você podia controlar, sendo assim, você agora tem que aprender a conviver com eles.

– Vínculos? – perguntou Lan.

– Sim querido. – Vovó Carmem respondeu. – Vínculos. Você de alguma forma liga a sua própria alma na alma das pessoas. E acaba compartilhando o que elas sentem. Você não fazia de forma voluntária. Simplesmente fazia. E mesmo com a habilidade suprimida, você estava começando a despertar aos poucos seus poderes.

– É tudo meio estranho vovó. – Lan olhou ao redor dele. – Têm vários bichinhos roxos de formas variadas, parecendo nuvens, em volta de nós.

– Isso é um pouco de “Ar Demoníaco”. Em outras palavras também são demônios. Mas esses aí não fazem mal a ninguém. Muito pelo contrário. São formados pelos sentimentos ruins das pessoas. Ódio, inveja, medo. Qualquer sentimento negativo gera essa Atmosfera. E é assim que demônios de classe baixa dão um jeito de aparecerem por aqui no nosso mundo.

– O que eu sou então? Digo. O que vocês são?

Lan olhou de um lado para o outro e viu Alek parado a porta da sala. Ele não estava mais vestindo a tal roupa preta e nem estava com uma espada na mão.

– Alek. – Chamou Lan enquanto se levantava. – Era você mesmo àquela hora? Foi você que saltou da janela e... matou aquele “grilão”?

Alek olhou para baixo tentando não ter contato visual com Lan. E respondeu com a voz baixa:

– Sim. Era eu. E fui eu.

– Então todos já sabiam sobre mim? Por que não me contaram? Teria sido mais fácil.

– Na verdade não sabíamos que mais alguém sabia de você. – Victoria falou olhando para Alek.

– Desculpe-me o inconveniente. – Disse Alek enquanto saía pela porta da sala.

– Alek espera. – Gritou Lan.

Mas Alek não voltou e quando Lan chegou à porta, não o viu mais. Nem sequer sinal dele.

Lan olhou para trás e disse que iria para sua casa.

– Preciso conversar com minha mãe. E também preciso por a cabeça no lugar.

Lan saiu da casa da vó Carmem.

– Victoria querida.

– Sim vovó.

– Vá atrás dele. E tenha certeza de que ele chegará bem em casa.

– Está bem vovó. Mas e a senhora, vai estar bem?

– Eu sei me virar menina. Apenas vá.

 

Victoria foi seguindo Lan de longe. Viu que o caminho que havia pegado era realmente o dele. De vez em quando ele dava uma parada. Provavelmente para ver as coisas novas que sua visão podia enxergar. Victoria nunca contou a ele. Mas não só enxergava os espíritos como ele. Mas também sempre enxergou os bichinhos endiabrados. A família de Victoria é descendente de bruxas. Não daquelas estranhas que vemos em filmes e desenhos animados. Mas sim de magia natural. Ela quase nunca via a própria mãe. Foi criada por sua vó. E tudo que sabe aprendeu com a velha.

Lan já havia chegado em casa. Victoria o viu entrar pela porta e pegou o rumo de volta para a sua casa.

De longe uma figura a seguiu até a casa de Lan. Uma figura pequenina e com um capuz verde. Mas ela não percebeu.

 

Do outro lado do bairro. Outro jovem estava chegando à sua residência. Alek sabia que não deveria ter se envolvido naquela história toda. Sua família era chata e cheia de burocracias. Ele já havia se preparado para ouvir o sermão de seu pai e de seu irmão. Ou até possivelmente dos dois.  Já que amam ficar no seu pé em relação a treinamentos e regras de sua família.

A casa de Alek era enorme. Umas das maiores da região. Ficava próxima ao centro do bairro e de fácil acesso. Porem era vigiada por câmeras e seguranças vinte quatro horas por dia. Ao lado dela havia uma igreja católica. Na verdade, uma catedral. Fieis viviam entrando e saindo da igreja o dia todo. Por isso o movimento do lado de fora da casa dele era alto. Tirando o fato de ter uma praça pública a frente de sua residência.

Alek entrou pelo portão principal. Subiu uma rampa a sua direita. Entrou em uma porta simples de ferro que deu acesso a um salão.

– Seja bem vindo jovem Mayon. – Disse um homem que estava parado no meio do salão.

– Lucas. Já falei para não me chamar assim.

– Eu sei jovem Mayon. Mas se alguém ouvir eu não seguindo as ordens, irei ser punido. E seu pai ultimamente tem estado sem paciência.

– Eu sei, eu sei. Mas só estamos nós dois aqui. Poderia pelo menos... ah... deixa para lá. Onde está meu pai?

– Creio que no escritório dele lá em cima.

– Hum, certo. E Maxwell?

– Seu irmão deve estar ou treinando na sala de treinamento lá embaixo ou na garagem mexendo naquela moto.

– Obrigado Lucas.

– Que nada jovem Mayon. Posso servi-lo em mais alguma coisa?

– Na verdade sim. Sabe me dizer se está tudo normal?

– Como assim meu jovem?

– Você sabe. – Alek fez como se estivesse tentando farejar algo com o nariz. – Se está tudo como deveria estar.

– Pelo visto aprontou algo. Mas seu pai não alarmou ninguém ainda. Então deve estar tudo bem. Eu acho.

– Se meu pai perguntar por mim, diga que estou lá em baixo na sala de treinamento.

– Sim, jovem Mayon.

Alek olhou para Lucas mostrando os dentes. Como se estivesse rosnando. Ele sorriu e ignorou.

A área de treino era constituída por pequena antessala e o salão principal que ficava no segundo subsolo. Alek entrou na antessala e viu algumas ferramentas de seu irmão por lá jogadas. Deduziu que ele realmente estaria por lá. Ele pegou uma ferramenta de treino. Um objeto que se parecia com o cabo de uma espada, mas sem lâmina. Pegou uma veste do seu tamanho e a vestiu. Olhou mais uma vez no painel e não viu sinal de ninguém dentro da sala de treinamento. E entrou.

 

Continua no próximo capítulo...


Notas Finais


Muito obrigado a todos que estão acompanhando essa joça. Estou muito feliz e empolgado com a minha própria história. Fico muito feliz por estar escrevendo e por ver que mesmo que sejam poucas, vocês estão lendo. E isso me incentiva. Obrigado mesmo.


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