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História Crônicas de Althunrain - Rei Lich - A Minha Vida


Escrita por: Tulyan

Notas do Autor


Hoje não tem O Caçador e a Raposa, estava dodoi o feriado todo e o cap dessa fic n ficou boa o bastante, logo eu posto ele, talvez venha duplicado! OwO

Capítulo 70 - A Minha Vida


O ar frio que respiro está cheio de poeira e um cheiro forte de metal queimado, os humanos a minha volta se alarmam... ouvimos algo pelo túnel que corta o nosso à direita por onde viemos a pouco. Todos nós recuamos ao limite da parede e alguns se preparam, pois, uma luz azulada vem clareando mais do que as lâmpadas podem iluminar, meu peito retumba com pura adrenalina e... pelos deuses...

O vi como se o tempo estivesse mais devagar, primeiro veio seus passos negros e em seguida, meu mestre virava para nosso rumo com o corpo incendiado por chamas espirituais que ardem sem calor, sua silhueta majestosa e imperadora realça os músculos nus do tronco e braço, pois o outro estava totalmente coberto por gelo negro. Sua foice linda fulgurava as chamas também e, apesar de exalar um frio intenso pela cor escura, não congelava nada. Os cabelos pálidos se agitavam suavemente em meio as chamas caóticas e semitransparentes que flamejavam dele com fúria e suavidade.

Os olhos azulados de meu mestre brilhavam enquanto seu alvo se aproximava por seus passos lentos que pareciam tremer o mundo.

Minha respiração cai, minhas pernas tremem junto a minha cauda, meus ombros enrijecem, desabo sobre mim mesmo, sorrio com uma felicidade sobrenatural queimando em meu peito, e... meus olhos marejam ao receber o mesmo de volta, fico sem reação ao tê-lo a minha frente, sim, deuses, ele está aqui... levo a mão direita até ele muito relutante, não pelo fogo, mas... suspiro quase sem fôlego, sinto seu corpo com os meus dedos e, isso me liberta dessa hesitação dolorosa.

Abraçá-lo me arrepia o corpo todo, as chamas me pegam também, mas, não me queimam, elas parecem até gentis, me envolvem assim como faço nele. Pressiono minha testa em seu peito nu e tenho o prazer de sentir e ouvir seu coração forte como um tambor de guerra.E para me tirar todo o ar que reatava, sinto seu braço direito me envolvendo com gentileza, minhas patas não param quietas no chão pela euforia e, sem querer, solto um chorinho fino enquanto a minha cauda balança de um lado a outro, eu amo tanto..

Ele me aperta junto a si e eu simplesmente desabo, quase venho a lagrimas quando sinto... seus lábios tocam a minha cabeça só por um segundo, mas, para esse humilde servo, foram séculos, meu queixo treme, queria chorar, queria gritar pelo tanto que o amo, por quanta saudade está sendo extravasada a cada batida do meu coração, no entanto, apenas soluço tentando ao máximo me conter, entretanto, sua voz gentil me acalma e domina de uma forma firme, apavorante e desejada.

— Estive com muita saudade Klyce... – graças aos deuses estava com o rosto pressionado nele, pois, meus olhos... lágrimas escorrem sozinhas, seria uma vergonha mostrar isso, um servo não... – Senti tanto a sua falta... – ele pousa o rosto sob a minha cabeça e, minhas pernas morrem.

Felizmente ele me segurava, pois, não conseguiria, a felicidade era imensa, única, apaixonada. – Eu também mestre... – digo de cabeça baixa, quase soluçando. – Eu tô tão feliz por te ver... – tento disfarçar a minha emoção passando o antebraço direito no rosto, mas, isso só traz mais lágrimas.

— Ohhn... Klyce... – ele me aperta um pouco mais enquanto suspira e eu faço isso também.  – Ei... – seu braço afrouxa e, me aperto mais nele o tirando o ar. – Klyce... – Aryn fala meio sem graça. – Olá pessoal... – notando a minha falta de educação eu infelizmente o solto, porém, para o meu devaneio pleno, meu mestre mantém-me ao seu lado deixando seu braço ao redor do meu pescoço. – Olá Mythix, Leona, Mospher... – seu tom fica cheio de curiosidade. – O que você... quem é esse ai?

É claro, meu mestre não conhece-o. – Meu amigo mestre... – tenho orgulho e ânimo na voz enquanto aponto a ele. – Mallf. – sorrio, mas, logo percebo a idiotice que fiz ao me intrometer e olho para outro canto, porém, Aryn fica tão empolgado.

— Amigos é?! – ele me aperta para junto a ele. – Que coisa boa Klyce, ora, é um prazer conhecê-lo. – volto a observar o meu mestre e me arrepio só por ver sua face linda e poderosa trocando de olhar comigo só por alguns segundos, eu engulo seco e volto a me apertar contra meu senhor, era, era tanta felicidade, tanta dor indo embora que, não me controlo...

— Vossa graça. – Mallf fica de joelho e logo, todos fazem o mesmo em sequência.

— Fiquem de pé pessoal, não se ajoelhem a mim... – com tal fala meus olhos correm diretamente para meu amigo que sorri de canto. – O que foi Klyce? – por perceber isso baixo as orelhas, mas, logo digo.

— Mallf também é um Carnahan como o senhor. – meu amigo confirma e bate o punho direito e fechado no peito esquerdo. Sem motivo aparente, meu mestre faz o mesmo, seria uma saudação?

— É muito bom ver mais um irmão. – suas chamas cessaram a muito tempo, porém, Mythix ainda fica extasiado com meu senhor.

— Vossa graça. – Mospher começa a falar. – O senhor Cixoam está lá fora sob ataque, ele trouxe-nos até aqui e...

— Eu sei... senti vocês chegando. – explica cordialmente. – Infelizmente não tenho tempo de explicar nada... temos uma batalha para vencer! – seu olhar vai direto a todos que rugem em um ânimo feroz, Aryn está conosco.

— Mas, mestre tem toneladas de rocha ali. – Mospher diz, espera? Ele é mestre dele também? Esse humano é escravo? Ele não tem coleira, e seu tom não é de quem serve, me parece incrédulo, nunca me pareceu confiar no meu senhor como seus amigos, eu e os meus fazem.

— Ah claro... – me deixando para trás entendo o que ele fará e por isso, recuo de costas.

Com um gesto igual a um tapa ele conjura uma mão de puro gelo que surge do chão e expulsa as pedras da frente erguendo poeira e recomeçando o desabamento, entretanto, sua atenção é tão perfeita que, enquanto caminha para fora, meu senhor cria pilares de gelo nas paredes e suportes para o teto.

Eu nem mesmo hesito, corro para ficar o seu lado e, como não são tolos, todos os nossos companheiros fazem o mesmo. Porém, mesmo com a saída a diante, ele se vira enchendo os pulmões de ar, eu paro na hora, algo errado? – Klyce. – minhas orelhas caem e baixo a cabeça.

— Sim mestre. – ouvi-lo se aproximando de novo faz o meu coração acelerar, meu estômago esfriar e minha coluna tremer.

— Thereza me lembrou de uma coisa... – diz mais baixo. – Aqueles pesos que te dei, ainda estão ai? – fico meio curioso, que... ahhh sim...

— Claro mestre, nunca tirei eles. – e relembro de sua ordem antiga que me faz engolir seco. – Fora nos dias de descanso claro. – completo, não olho para seu rosto, mas, sinto seus olhos em mim, é impossível não saber, são tão intensos.

— Se quiser pode tirar, vamos precisar de muita agilidade lá fora. – aponta para o fundo da fenda a sua direita com a magnífica foice na mesma mão.

— Com certeza mestre. – na verdade, nunca tinha tirado elas, era lembrança, nunca ousaria tirá-las, a chance de perde-las me assombrava o tempo todo, mas, agora, tenho o meu senhor aqui, não preciso delas mais.

Mesmo assim, tenho dificuldade em retirá-las, nunca soube como fazer isso, não existe fechaduras aparentes e, vendo isso, Aryn ri para si mesmo e faz um gesto como se me chamasse, porém, é o gelo que envolvia meus pulsos e tornozelos que se movem líquidos pelo ar gelado. – Melhor? – me pergunta e, movo as pernas e os braços, eram tão leves agora.

Meus olhos arregalam e sorriso. – Uhum, está bem melhor mestre.

— Muito bem, estamos curiosos para ver essa cimitarra em ação. – se virando e seguindo seu caminho, ele me congela de novo.

Essa é a minha chance de mostrar a ele porque quero ser dele, porque me ter ao seu lado será benéfico, mostrar o quão forte fiquei, mostrar as magias que aprendi a fazer! Abro a boca para falar com ele, mas, hesito, olho para o chão enquanto os outros passam ao meu lado, não devo distrai-lo com coisas banais, Aryn tem casos muito mais importantes para dar atenção do que me ouvir...

 

Eu fiquei simplesmente sem palavras quando vi ele, Aryn é o suprassumo em magia desta era e, mesmo assim, é uma pessoa ainda, achei que encontraria soberba ou arrogância, mas, tudo que achei foi um homem gentil e... não faço ideia do motivo, talvez seja a situação, porém, algo no meu coração me afirma, eu o seguiria para onde fosse.Ele passa por mim e, posso jurar que me olhou de relance, não, ele fez isso e... sorriu. Fiquei meio sem reação fora devolver a expressão desajeitada e tremer o corpo com este êxtase magnífico, foi tudo que consegui. Meus amigos e os recentes parceiros se movem para fora e, me acordando, Leona passa por mim puxando o meu pulso junto a ela.

Isso me traz de volta a realidade... assim como os rugidos que Cixoam solta lá fora. Minha coluna arrepia, meus braços se juntam a mim enquanto nos mantemos mais atrás, a nossa frente, o caos da batalha vez suas vítimas, espadas colidiam, flechas zuniam no ar vindas das alturas da parede da fenda, assim como magia e corpos que ao tocarem no chão se despedaçavam, mas ninguém aqui hesitava, nem um passo sequer, talvez, seja esse mais um dos poderes deste homem que sigo.

O enorme dragão dourado voava com maestria por entre as pontes suspensas, seus disparos ofuscantes que emite da boca acertam com uma precisão assombrosa. As luzes vindas das pedras daqui davam um clima ainda mais sombrio ao fundo da fenda, pois, o Sol já está impedido de nos banhar com sua luz. O que enfraquece Cixoam, mas, fortalece o verdadeiro trunfo...

— Aqueles da direita são aliados, os outros não, formem um perímetro e, ataque para matar ou eles o farão em vocês. – Aryn explica e olha para Klyce especialmente que reage como qualquer escravo comum, baixa a cabeça.

— Esse lobo já passou neste teste senhor. – Mallf fala com convicção e orgulho. – Ele salvou a nós uma vez.

O túnel atrás de nós desaba, não tinha saída, a direita, uma fábrica imensa e fechada, atrás, apenas um paredão imenso, e tanto afrente quanto à esquerda, um exército, isso, vencer isso é impossível.

Bom, eu pensaria assim, mas, estou perante duas lendas vivas... Três na verdade, Cixoam também se enquadra ai... O primeiro Grão-Mestre de Sina, All’ma, o Espadachim Fantasma e Aryn, o Aryn...

 

Giro minha foice com um arrepio sobre o corpo, estava na hora... o fogo azul se mostrou muito mais interessante do que pensava e por isso, o uso como uma boa defesa e ataque contra magos, porém, sinto uma barrira feita de luz invisível acima de nós, e sobrevoando ela, Cixoam... espera, ele está muito maior do que lembro.

E seu olho direito cintila toda vez que usa magia, é extremamente breve o tempo entre o olho disfarçado e a Joia da Luz, abaixo, infelizmente, soldados a pé não eram impedidos de atravessar a barreira arcana, mas, aqueles que via ali davam conta de muita gente ao mesmo tempo, porém, mesmo assim, não aguentariam muito mais. Caminho acelerando o passo enquanto as trevas vão me cobrindo, e quando estou todo revestido, desapareço no ar enquanto girava o corpo.

All’ma estava enroscado em três espadas que disputavam força contra a dele, porém, surjo acima dos três homens completando o meu giro corporal, Ehras vem e enterra no lado esquerdo do crânio dos três em sequência, a cabeça do primeiro explode, a do segundo racha ao meio, e o último mostra um buraco antes de cair. Os outros que nos atacavam recuam assim que meus pés tocam o chão, ergo a mão esquerda e comando as sombras da fenda, apesar das pedras luminosas e da lava, junto poder suficiente para golpear o ar com as costas desta mesma mão e expulsar as centenas que ali estavam para algumas dezenas de metros atrás. Viro-me trocando a foice de mãos e mal olho para All’ma, bom, creio que é ele pela espada, mas, espera... Há um rapaz junto, não me lembro de tê-lo visto alguma vez, mas, caminho entre os dois e ergo os braços trazendo as trevas consigo, cubro-os com o manto negro e levo-nos para junto de todos, porém.

— Aryn, o Enlay! – alguém grita para mim, era difícil distinguir pelo número de magias que explodiam contra a barreira.

Viro-me para ver mais homens se aglomerando, não tinham coragem de avançar, porém, dentre eles, ninguém distinguível se ergue, por isso, aprumo as costas, Ehras coberta de sombras se prepara, aperto a mão direita no cabo deixando a ponta curvada rumo a multidão caótica e furiosa. – ENLAY! – minha voz sai como um trovão e meus olhos atentos a cada rosto, percebem um único que me olha de forma diferente, não havia medo, nem fúria, somente, alívio.

Era ele, bom, tem que ser... Junto tanto poder que um som ruidoso como um grito visceral e agudo precede a minha investida, o meu alvo entende o que vai acontecer e por isso se abaixa cobrindo a cabeça com os braços e, arqueio a foice para trás de mim antes de saltar, ainda no ar, completo o giro lançando uma onda negra que separa troncos e pescoços do resto do corpo, metal ou magia nenhuma detêm tamanho poder. O estralo do ar que sucede a minha chegada força o humano a se encolher mais e tapar os ouvidos, porém, sem nem dar tempo de tocar o chão eu seguro sua cabeça, o envolvo em escuridão e desaparecemos.

O largo meio sem jeito mantendo os olhos na linha de inimigos que se mistura, o fato é, nossos aliados estão do outro lado do encontro das fendas. Aponto a foice para a direção e falo com os meus parceiros. – Do outro lado está um pessoal amigo, porém, Ryte e eu achamos uns filhos da puta fortes aqui, eles são de Ehiet! – informo, porém, o mesmo aparece entre todos os outros.

— Aqui Aryn! – ele levanta a mão e faço o mesmo.

Nisso, o enorme dragão dourado circula-nos e pousa abruptamente ao meu lado estranhamente não levantando poeira. Olho para ele, gostaria de sorrir, mas não, o dragão baixa a cabeça levemente, aceno para este amigo e o ouço rugir alto ecoando sua voz trovejante pelo fundo do abismo, a barreira de magia antes quase translúcida aos meus olhos fica intensa, o dourado opaco deixa os inimigos de fora e os poucos dentro que se desesperam ao notar a tola escolha, olho-os com descaso, eram homens enganados convictos de o que faziam era por algo bom, mas, é como dizem, quanto mais ao Sul mais fácil as pessoas são enganadas, e essa tola multidão, crê que um punhado de idiotas são seus salvadores, mas, no fim, serão suas desgraças. Felizmente, para mim ao menos, é muito fácil resolver...

Aponto a mão esquerda para os cinco que ficavam dentro, e de imediato, suas próprias sombras os traíram ao agarrar seus queixos e torcer seus pescoços até quebrar. – Aryn... - Cixoam retornara a forma humana e vinha até mim com uma roupa bonita e negra. – O que está havendo? – na hora olho para Upas, ele não falou nada?

— Chegamos aqui a algum tempo, o lugar estava uma bagunça inacreditável, pois, um filho da puta vinha dando falsos alardes sobre o cara que comanda esse lugar, Thereza e eu descobrimos que se tratava de uns tais generais de Ehiet, gente muito poderosa que, no mínimo, tem um elemento secundário extraordinário, ou seja, um elemento extremamente bem dominado... – retiro as sombras de mim e nosso grupo se acumula, nosso grupo de onze pessoas é diverso, porém, só três deles eu não conheço, mas, a forma com que Klyce se comporta, mesmo ao lado desses humanos de armadura, me diz que ele fez bem mais amigos do que esperava. – A questão é, quando capturaram o Bennely, os homens aqui agilizaram seus planos, pois, vocês devem ter visto Nostradam. – explico colocando a base de Ehras no chão. – Eu explodi um lugar por ali. – aponto a minha esquerda rumo a altíssima parede de pedra. – Do outro lado, na outra fenda, claro... Eu e Ryte conseguimos resgatar o Bennely e o trancamos naquela coisa ali. – miro o indicado esquerdo na estrutura gigantesca suspensa pelas correntes.

— Bennely está bem?! – Cixoam, muito preocupado, se aproxima mais.

— Sim, o plano era leva-lo até Ehiet, mas, quando viram nossa investida, mudaram de plano e iam matá-lo, mas, conseguimos intervir, e... – olho para a coisa suspensa a dezenas de metros de onde pulsa runas contra magia. – Conseguimos colocar muita gente de bem lá dentro, e felizmente, o Addad estava aqui. – ergo a voz para que Enaly e os outros percebam. – Ele veio pelo portal e... bom. – suspiro por relembrar o que houve. – Conversa não vai parar ninguém agora, mas... – suspiro pesado fechando os olhos para pensar junto a ela.

— Gostei desta companhia Aryn, Klyce não me parece medroso como antes... mas, acha uma boa ideia? – olho para o lobo que sorri enquanto pega a sua arma das costas e me mostra as runas verdes que nela brilham. Dou um aceno com a cabeça a fim de transmitir confiança ao Nanci.

— Espero que todos estejam prontos, uma vez que começarmos, não vamos parar, não haverá tempo para descanso, para planejar. – All’ma abre a boca, mas, prevendo a pergunta. – Sim, já tracei um, precisaremos do Cix nessa forma. Como eu não posso congelar tudo, ou... simplesmente extravasar o Fogo Espiritual, vamos ajudar aqueles que estão do nosso lado agora, certo? – não espero resposta. – All’ma, você fica a cabo do flanco direito, Cix fica a esquerda, quero os dois ai... – aponto para os humanos que não conheço. – Entre nós três, Ryte! – chamo o jovem que se destaca apenas com a cabeça livre de sombras. – Fica responsável por proteger os nossos magos e, o Klyce vai te ajudar nisso.

Os olhos azuis do lobo vêm a mim com a perda de esperança. – Entendido! – os humanos que não conheço bem se aprontam.

— Fique tranquilo, nada tocará neles. – Ryte baixa a cabeça levemente e...

— Klyce... – o lobo estava meio cabisbaixo, porém, ao chamar seu nome, ele ergue as orelhas e volta a me olhar diretamente. – Posso contar contigo? – nisso, uma chama se acende em seus olhos vibrantes, um sorriso vem junto a confirmação.

— Por toda a minha vida. – ele toca o punho direito no peito, mal sabe o que significa, mas... tinha saudade dele... esse Nanci é muito especial para mim, ele é a segunda chama que nos impede de cair em tentação e nos tornarmos iguais, ou piores que os irmãos de Thereza, bom, a primeira chama, somos nós mesmos, eu e ela estamos tão concentrados nessa coisa que nem é nossa que... sentimos um desvio de nosso propósito e... graças aos deuses que o fizemos.

 

Meu mestre precisa de mim, ele disse, ele precisa de mim, ele quer a minha ajuda e-eu... Fico repetindo sua pergunta na minha mente milhões de vezes, estava eufórico, Aryn quer a ajuda deste humilde servo, não tenho palavras, só um sorriso. Fico perto dos humanos ao qual fui incumbido de proteger, a moça estava atrás de mim e os homens, aglomerados a esquerda dela cochichando algo que nem quero saber... Meu mestre toma posição, sua postura imponente traz uma confiança estupenda para todos nós, sua foice negra gira em sua mão com extrema maestria e, fogo azul queima nela como o ódio daqueles que vamos enfrentar, eu não entendi bem porque vamos lutar aqui, mas, nunca vou contra uma ordem de meu senhor, nunca, não importa qual seja. Fico em posição de combate e, mesmo que não haja medo algum em mim, meu coração acelera sozinho, controlo a minha respiração assim como o senhor All’ma me ensinou, firmo as patas no chão arenoso e fico atento a tudo e...

Cixoam ergue o punho direito e sua barreira é desfeita somente na base, a fim de permitir a entrada de alguns, mas, apesar de ver sua proximidade, ninguém ousava. Mospher ri para si mesmo enquanto cria algo entre as suas mãos, era água... falando nisso, fiquei com um pouco de sede. – Covardes! – Mallf grita rindo, Aryn para a postura e diz algo para Cixoam que retira a barreira somente a uns três metros acima do chão, assim, nenhuma magia que venha das paredes ou do topo dessas fendas nos atingirá.

Convidando todos aqueles para entrar, em massa, eles o fazem, e assim, começa o caos de outra batalha. Os magos ao meu lado tremem de medo, mas, ainda assim, se mantêm concentrados o suficiente, não os conheço bem o bastante para saber o que se passa me suas mentes, mas, dos cinco a nossa frente, sei que não há medo algum, confio em todos eles, mas, amo apenas um...

Os primeiros chegam até eles e ouço as armas colidindo, com, apenas All’ma, Cixoam e Aryn que golpeavam e restava aos outros apenas serem trucidados por aqueles negros, azuis e brancos letais. Apesar do óbvio alvo no fronte, os inimigos que sobram chegam até nós e, aperto o cabo da minha cimitarra, e ai, sinto algo furando as minhas mãos, assusto com a dor breve, assim que olho, uma agulha muito fina vinha do cabo da minha arma... meu arredor fica desfocado, sinto uma dor de cabeça, entretanto, minha visão volta a tempo, já que cinco homens magros e barulhentos brandem armas rústicas feitas de diversos materiais, como madeira e ganchos, tacos de madeira cheios de pregos, coisas assim.

Por mais que seja assustado pelo que houve com a minha mão, não sinto nada diferente, e isso que realmente me preocupa... Todavia, tenho algo a fazer, é triste tirar a vida de alguém, mas, é pelo meu mestre! E por ele, faço tudo!

Coloco a cimitarra a minha frente e passo a mão por toda a sua lâmina linda e lustrada enquanto concentro-me a dizer. – Ferrum Confirma... – ao olhar, toda a arma fica estranha, metálica como se estivesse sido lustrada por centenas de horas, mas, mesmo assim, mantêm um aspecto fosco. O primeiro que avança era um senhor de idade que cuspia insultos, o antigo Klyce se abalaria, mas, este, melhor e mais forte, apenas aperta os dentes e golpeia sua clavícula com a vantagem da distância proporcionada pela minha cimitarra...

Abro ele até acabar as costelas, sangue espirra em mim, mas, me defendo apenas fechando os olhos por alguns segundos, quando os abro, havia uma espada enferrujada vindo na minha barriga, sou ágil nisso, mais do que o normal, baixo a cimitarra com tamanha força que parte a arma alaranjada ao meio, e com a mão direita paro o impulso da minha, avanço a pata direita enquanto levo-a minha palma esquerda aberta e ajudo-me a lançar a lâmina contra a garganta do humano que tolamente tenta colocar a mão afrente, mas, tanto seus dedos quanto seu pescoço são cortados, e enfim chega um pessoal mais bem armado, tinham armaduras completas e armas de metal, eram tantos tipos que nem tive tempo, apenas me preparei ao máximo, afinal, minha função é não morrer, e proteger esses magos atrás de mim.

Falando neles, dou uma breve olhada para trás e, quase ao mesmo tempo, um fato de água veloz passa afrente do meu focinho e faz um guerreiro cair de costas, mas, não posso ataca-lo, uma glaive corta o ar e bate contra a lâmina da minha cimitarra que a impede de me decapitar. O impacto é muito forte, mas, eu me sinto tão leve e... sei lá... talvez seja... Um breve olhar nos meus pulsos me lembra, não havia mais pesos em mim. Sorrio para a mulher de armadura de placas completa, seus olhos castanhos arregalam e, com o maior prazer do mundo, conjuro. – Caedem!


Notas Finais


Depois coloco uma imagem de capa... quando meu pc estiver 100% de novo...


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