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História Crônicas de Ghost River - Despedida


Escrita por: _Astronautaa

Capítulo 5 - Despedida


Embora eu tenha perdido a aposta, eu comecei a pensar sobre as “coisas estranhas” que aconteciam por lá. Talvez eu conseguisse alguma resposta, talvez.

Quando eu aceitei a vaga para sub-xerife, minha avó resolveu fazer uma festa de despedida na mini chácara onde a gente morava.

- Ouvi dizer que você ia fazer uma festa. – Disse uma voz conhecia, quando eu resolvi ficar sozinha no portão de entrada. Quando me virei, vi Lizzie, muito bem arrumada, com um presente na mão e um sorriso enorme.

Meu rosto não conseguiu esconder o espanto e a surpresa. Abri o portão em câmera lenta, tentando fazer meu cérebro entender que aquilo realmente estava acontecendo.

- Não queria que você deixasse tudo pra trás sem uma conversa. – Avisou, andando até o portão, mas não entrou. – A não ser que você queria que eu vá embora.

- Com certeza eu quero que você fique. – Eu estava muito surpresa para me lembrar como respirava naquele momento, consegui sorrir de volta. Esperei ela entrar e fechei o portão. – Eu senti muito sua falta. – Olhei para ela, enquanto tentava voltar a respirar normalmente.

- Eu não esqueci você em nenhum minuto. – Abriu os braços lentamente, com medo que eu a rejeitasse, dei três passos a frente e a abracei. – Desculpa ter sido uma péssima pessoa com você! – Começou a chorar enquanto falava e me abraçava. – Eu nunca consegui demonstrar o quanto você era importante para mim e ainda é. Sem você eu não seria quem eu sou. – Me abraçou mais forte – Por favor, me desculpe.

- Claro que eu te desculpo. – Nos afastamos um pouco – E me desculpa por ter partido seu coração. – Sorri olhando para baixo.

- Você não tinha como saber que estava fazendo isso e eu não tinha o direito de tratar você como se fosse responsável pela minha falta de atitude. – Fez uma pausa para pensar no que falar – Eu… a gente nunca vai saber o que teria acontecido se eu tivesse me declarado naquela época. – Deu de ombros e me entregou o presente. Segurei o embrulho franzindo a testa e sorrindo ao mesmo tempo. – O que foi?

- A gente tem 48 horas para descobrir. - Segurei a mão dela e fomos até meu quarto. Deixei o presente em cima da mesa do computador, esperei ela entrar e fechei a porta. Ela ficou me encarando, sem mover um músculo. Apaguei a luz. A música da parte de trás de casa estava muito alta, mas eu não sabia dizer exatamente o que eles estavam ouvindo.

- Você tem certeza que a gente deveria estar aqui? – Ela parecia um pouco nervosa com a pergunta. Caminhei lentamente até ela e encontrei minha testa na dela.

- Você quer descer? – Eu conseguia vê-la encarando minha boca. A iluminação da parte de fora era suficiente para iluminar meu quarto. Ela balançou a cabeça negativamente. Inclinei meu queixo um pouco para frente, ficando milímetros de distância da boca dela. Nossa respiração começou a ficar acelerada. – Tudo bem? – Passei meu nariz no dela lentamente. Ela sorriu em resposta e colocou as mãos em minha nuca. Encostei os lábios nos dela. Ela foi abrindo a boca, dando passando para nossas línguas se encontrarem. Enquanto a gente se beijava, ela passava os dedos levemente pelo meu pescoço. Segurei sua cintura, forçando mais o contato dela com a parede.

Lizzie começou me empurrar para trás, logo senti a cama e me sentei. Ela sentou em meu colo, com cada perna de um lado do meu corpo. Meu celular começou a vibrar. Lizzie apoiou a cabeça em meu ombro e esperou eu ver a mensagem. Era o Chris avisando que tinha acabado de chegar com a Olivia e o pai.

- Eu tenho que descer. – Avisei, enquanto passava os dedos devagar pelas costas dela. Ela me abraçou e me deu um último beijo.

Minha mãe, minha avó, a Sra. Clanton, a Clarissa e a Olivia nos viram voltando para a festa de mãos dadas, cada um com uma expressão diferente sobre o assunto. Cumprimentei os recém chegados e apresentei Lizzie como colega da escola. Clarissa esperou um pouco antes de me puxar para um canto e perguntar o que eu fazia com ela.

- Não foi ela que parou de fazer com você do nada? Ai ela vem aqui em seu último dia na cidade para pedir desculpas? Isso é muito clichê. – Colocou as mãos na cintura. – Se fosse pra ficar com alguém do passado que fosse com a Olivia, ela tá supergata e super te querendo. – Apontou para Olivia que tentou disfarçar que olhava para gente.

- Clarissa, não importa se é clichê ou não. Eu não vou ficar chateada com ela para o resto da minha vida. – Respondi, sincera. Foi uma situação que já tinha acontecido há tanto tempo, que não fazia o menor sentido continuar remoendo.

- O problema não é você ter perdoado e sim ter dado uns amassos em alguém que era tão apaixonada por você que teve que se afastar. Você vai embora domingo e ela vai ficar aqui com todas as lembranças. – Cruzou os braços.

- Você está tentando me deixar mal por ter beijado alguém? Não faz sentido. Ela é maior de idade, não é mais uma garotinha indefesa que eu tenho que ter cuidado para não partir o coração. Eu não forcei ela vir. Eu não forcei ela entrar em meu quarto. Ela veio porque ela quis. – Voltei para a mesa onde estava a família Lorenzo.

- Está animada para morar nessa nova cidade? – Perguntou Olívia, claramente tentando puxar um assunto neutro na frente do pai.

- Animada não seria a melhor palavra. – Ri – Talvez ansiosa.

Algumas pessoas que trabalhavam na delegacia estavam comendo churrasco com minha mãe e contando sobre alguns casos que eles tinham resolvido recentemente. Minha avó tentava acalmar os cavalos que estavam mais agitados do que o normal. Aadya estava na cozinha, arrumando algumas coisas para repor de comida. Liz encostou a mão em meu ombro e me chamou para conversar. Olivia me acompanhou os olhos.

- Acho que é melhor eu ir embora.

- Aconteceu alguma coisa? Quer dizer, além do óbvio.

- Não quero que você se sinta obrigada a me dar atenção, tem tanta gente aqui que veio se despedir, não é justo eu ficar aqui e cobrar por isso. E sua amiguinha ali de chapéu vermelho, não parece gostar muito da idéia de ter que te dividir. – Clarissa estava de chapéu, conversando com um dos detetives.

- Eu não posso te obrigar ficar, mas também não posso fingir que fico feliz com a idéia de você ir embora. – Segurei a mão dela discretamente

- Você está dificultando as coisas. – Afastou um pouco a mão da minha – Melhor eu ir embora, antes que eu me arrependa e fique. – Me deu um beijo rápido nos lábios, passou a mão em meu rosto enquanto me olhava e foi embora.

Logo depois recebi um SMS dela “Não esquece de abrir o presente”.

Fui até o andar de cima abrir o presente. Era um livro que a gente tinha lido na escola, o livro era dela, mas tinham várias anotações que eu tinha feito. Na última página tinha um bilhete. “Quantas cores tem seu paraíso se sua vida é em P&B?”

Peguei o celular e mandei um SMS para ela “Depende de que horas você volta”. Quando eu enviei a mensagem, percebi que aquilo parecia um flerte. Eu flertava com a Lizzie sem perceber por diálogos literários. Mandei outra mensagem “Mas você volta?” Ela respondeu de volta “Algumas pessoas nunca voltam”. Em seguida mandou outra “Te ajudo com as malas no domingo.”

- Amor da minha vida! – Gritou Clarissa entrando em meu quarto sem anunciar. – Vim avisar que você terá a honra da minha companhia em sua viagem. – Ela já estava um pouco alterada pelo álcool e falava de forma engraçada, estendendo as sílabas. – Não precisa me agradecer. Agora vem dançar e sai desse celular. – Jogou meu celular na cama e puxou meu pulso, mas sem força.

Quando a festa terminou, Olívia tentou arrumar um jeito de ficar lá para dormir, eu não ia reclamar se ela quisesse me ajudar de terminar de empacotar minhas coisas, mas era mais do que certo.que ela não estava ali para isso.

- Eu e minha mãe vamos terminar de embalar minhas coisas. - Respondi e fui me despedir do Chris.

Alguns amigos da escola ainda estavam bebendo e dançando. Aadya estava empolgada conversando com um deles. deles, avisei que ia subir, mas que ela não precisava mandá-los embora. Quando eu acordei alguns deles estavam jogados na sala dormindo de qualquer jeito. Aadya estava abraçada com o mais alto.

Arrumei a mesa e deixei algumas coisas para eles comerem, subi com uma caneca cheia de café. Quando eles acordaram, fizeram outro churrasco.

No dia seguinte, Clarissa parou o carro em minha porta e começamos a encher o carro com as minhas coisas. Realmente aquilo estava acontecendo. Eu estava deixando a cidade que passei minha adolescência. Um pouco antes da gente terminar, Lizzie apareceu para se despedir. Clarissa revirou os olhos e foi para o estábulo onde minha avó estava arrumando um dos cavalos para montar.

-Só vim dizer que fiquei feliz que você tenha me desculpado. Espero que faça uma boa viagem. - Me abraçou - Quer ajuda com a Bagagem?.

-Por que você nunca me contou que gostava de mim? - perguntei arrumando uma das caixas no carro.

-Acho que eu não esperava que você fosse me corresponder ou que talvez pudesse parar de falar comigo. - Ela não sabia muito bem se olhava para mim ou para qualquer outro lugar para não me encarar.

-Então você resolveu a situação parando de falar comigo. Muito esperta. - Respondi tentando parecer irônica, mas eu estava um tanto chateada.

-Eu sei que foi estúpido e eu não parei de pensar em você em nenhum minuto. - Fez uma pausa quando eu cruzei os braços e comecei encará-la. - Quer saber? Acho que eu não deveria ter vindo. - virou as costas e começou a andar.

-Ei, está tudo bem. -Corri até ela.- Se você quiser ir, pode ir, mas não ache que eu tenho alguma mágoa. Vem cá! - A abracei de novo.

-Acho que ninguém consegue te esquecer de fato, né? -Sorriu e foi embora.

 

Terminei de arrumar as malas sozinha, já que a Clarissa resolveu apostar corrida com minha avó, nos cavalos.

-Eu nunca mais te desafio, dona Clementine. Sério! Pior burrada da.minha vida. É a terceira vez que eu perco para você e eu não perco, nunca! - Comentou Clari revoltada fazendo sinal para eu entrar no carro.

 

Quando a gente começou a viagem, recebi uma mensagem do Nedley dizendo que todos estavam aguardando a gente para jogar Pôquer espetacular.

-Que porra é pôquer espetacular? -gritou Clarissa, porque a música estava muito alta. Sybil se encolheu no banco de trás de susto.

-Eu não faço ideia.

-Espero que não seja algo que envolva montaria, porque eu vi no shorty’s um touro mecânico e estou fugindo dele.

-Você vai ser a nova modelo dos calendários de Purgatory se ganhar no touro mecânico. - Comecei a rir e Clarissa fez uma careta em.desaprovação.

Chegamos em Ghost River mais rápido que da outra vez, o frio era ainda maior. Entramos na casa que eu tinha alugado e deixamos as malas e a Sybil.

Depois de almoçarmos em uma lanchonete, fomos encontrar o Nedley no Shorty’s.

-Parece que sua namoradinha descansa aos domingos. -Comentou Clarissa ao ver que eu estava procurando pela Earp

-Não sei de quem você está falando. - Disse pouco antes de me sentar onde estava o Nedley com outros homens da mesma idade dele.

-Que bom que você chegou, Oficial Haught. - Deram espaço para a gente colocar as duas cadeiras e nos apresentaram.

 

Quando eles começaram explicar como funcionava o Pôquer espetacular, o Champs Hardy, namorado da Waverly começou uma briga próxima a mesa de sinuca, com o Dickenson, um dos guardas da delegacia que estava ali para o happy hour.

Nedley se levantou e separou a briga. Foi interessante ver como ele trabalhava. O Dickenson estava com um corte leve na bochecha e Champs estava intacto.

-Waves é a garota mais incrível dessa cidade, você deveria ter mais cuidado com o que você anda fazendo por aí. - Gritou Dickenson enquanto Nedley o tirava do bar.

-A cidade toda sabe que ele trai a.namoradinha dele? -Perguntou Clarissa, achando que era disso que o segurança se referia.

-Acho que o Dickenson se referia ao chopp gratuito diário, quando ela não estava olhando, saindo da conta dela. -Comentou um dos oficiais na mesa.

Clarissa ia tentar desconversar e deixar a situação pior, então eu segurei a mão dela com força e avisei que a gente ia voltar para casa e arrumar as coisas, mas antes que eu saísse, Nedley me deu uma bolsa com meu uniforme.

A primeira coisa que ela fez quando chegamos foi pedir para eu vestir o uniforme, incluindo um chapéu.

-Nic, se eu não te conhecesse, me apaixonaria imediatamente por você. - Pegou o celular e começou a tirar várias fotos. - Dona Clementine vai adorar esse uniforme. O sonho dela era usar esse chapéu na rua.

-Minha avó é uma senhora com grandes sonhos que não cabem em cidades pequenas. - Me olhei no espelho e achei aquela calça cáqui um horror. - Posso tirar?

-Segundo sua avó, estou encarregada de te fazer usar esse chapéu toda vez que eu puder. - Leu a mensagem que minha avó tinha enviado em resposta a foto.

-Só porque foi minha avó que pediu.

Clari passou a semana lá me ajudando com a casa. Sybil estranhou um pouco estar sozinha, mas logo fez amizade com o poodle da vizinha. Mal vi os dias passarem, quando ia completar uma semana, a cidade ficou em alarde. O tio da Waverly, Curtis Earp foi assassinado. Causa: ataque de coiote. Testemunha: Champs, Hardy. 

 

 

--

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado do capítulo!

Sobre o próximo, vou deixar na mão de vocês. Quando esse cap chegar em 20 comentários (De pessoas diferentes) eu posto o próximo. Isso quer dizer que eu posso postar amanhã o cap 6.

Só essa semana, depois do próximo capítulo mantenho uma vez por semana.

E é isso, não esqueçam de comentar.
Twitter: @_astronautaa


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