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História Crônicas de Heróis - Torreal


Escrita por: UchihaAika

Notas do Autor


Olá <3
Todos assistindo Game of Thrones? :D hahaha
Hinata voltando depois de mil anos!

Capítulo 86 - Torreal


Hinata

 

 

 

–  Torreal é logo ali.  –  Naruto apontou, e Hinata pôde até mesmo perceber certo orgulho em sua voz. Por mais que Naruto e Sasuke teimassem em admitir, era ali a casa de ambos, o local onde haviam crescido e vivido tantas experiências.

Ela enxergou a cidade sem muita dificuldade. Espalhava-se ao redor de três colinas com um castelo colossal sobre elas, vigiando a cidade do alto; e logo atrás, o mar, tão azul e infinito como nada mais no mundo poderia ser. Mal consigo ter memórias claras da última vez em que vi o mar. Havia sido em sua primeira e única visita à Capital Konoha, poucos meses após Tsunade Senju assumir como rainha. Hinata era ainda muito pequena, mas cuidava de Hanabi, entretanto o pai dela não autorizara que a bebê fosse levada na viagem, e Kurenai ficara tomando conta dela. Talvez se Kurenai ainda estivesse viva, eu não precisaria ter vindo até aqui para resgatar Hanabi, pois Hanabi estaria a salvo… Kurenai sempre foi muito boa em cuidar, e eu falhei miseravelmente.

Enquanto sua irmã estava sob as garras do rei Uchiha, Hinata enfrentava inúmeros contratempos em seu caminho, e até mesmo dava-se o luxo de manter um caso amoroso com um rapaz que sequer era seu esposo. Neji… o que você estará fazendo agora? Não sabia se a pior parte de seus dias e noites era quando pensava sobre Hanabi, ou quando pensava sobre Neji. Quando retornasse para Hyunin, como poderia ter coragem de ao menos olhar na direção dele?

–  Bem, chegamos na capital de Austerin, após tanto tempo. Mas ainda não chegamos a um consenso sobre o que faremos a partir de agora.  –  Hinata falou.

Eles haviam discutido durante todo o caminho sobre o que fariam a partir daquele ponto, e Hinata sentira uma falta imensa de Kakashi Hatake para fazer com que chegassem a um consenso. O seu grupo, que outrora havia sido tão grande, agora reduzia-se a quatro pessoas que pensavam de forma diferentes entre si sobre o melhor método. Se Ino ainda estivesse aqui, certamente teríamos uma opinião a mais, mas Kakashi que sempre teve o espírito de liderança saberia como unir todos em um, e seguir em frente.

–  Nós não temos muito tempo agora para discutir, então nesse momento, vamos apenas decidir.  –  Sasuke disse.  –  Nós jamais conseguiremos entrar na cidade em segredo como eu havia sugerido no começo. Embora a cidade não tenha muralhas, eles fizeram um fosso bastante profundo, e rodearam-na por uma extensa barricada de estacas. Há apenas as entradas onde eles pretendem erguer portões, e nessas entradas, além de a fila estar bastante grande, existe uma fiscalização pesada.

Isso significa que existe um plano de ação a menos, então.  

Havia, de fato, uma fila de pessoas, não tão grande, mas única, para entrar na cidade. Nos outros lugares havia homens com armaduras e mantos coloridos, de diferentes Casas, defendendo aquilo que eles haviam conquistado. No Oeste da cidade, até onde Hinata conseguia enxergar do Norte e do Leste, e em mais uma parte do Sul, havia uma base para uma muralha, e inúmeros trabalhadores maltrapilhos dando duro para começar a erguer um bocado da muralha no Oeste. Aparentemente, seria uma muralha bastante espessa.

Naruto e Sasuke haviam sugerido a entrada em segredo, mas ambos defendiam o resgate de maneiras diferentes. Hinata e Sakura, pelo contrário, acreditavam que eles deviam se identificar, e que aquilo facilitaria as coisas. Sakura ainda demonstrara a ingenuidade de acreditar que um diálogo com Madara poderia ser possível, mas felizmente aquele era um curso de ação que nenhum dos outros três aparentara desejar seguir. O único integrante do grupo que parecia capaz de aceitar qualquer alternativa, era Kirin. Ela apenas olhava para eles enquanto falavam, e parecia estar satisfeita com todas as alternativas.

–  Então, vocês se identificarão, e provavelmente entraremos logo. Mas e depois? O que Madara achará de seu retorno? E principalmente, o que ele achará de mim e de Sakura? Sakura possui características que podem ser atribuídas a qualquer lugar de nosso reino, mas meus olhos pertencem apenas ao Norte de Konoha. Isso se ele não resolver palpitar que sou Hinata Hyuuga…

–  Não, ele não fará isso. Seu nome agora será Ino, e não mais Hinata, não esqueçam disso.  –  Sasuke determinou.  –  Você é uma garota que conhecemos há três anos em Hyunin, e pela qual Naruto se apaixonou, e desde então seguiu conosco pelo mundo.

Hinata assentiu, embora desconfortável com seu papel de amante de Naruto. Mas isso é o de menos. E também, é o que estou sendo, afinal.

–  E você Sakura…

Sasuke pareceu não saber o que dizer daquele momento em diante. Por mais que conhecesse Sasuke menos que os outros dois integrantes de seu grupo, ela tinha certeza de que ele jamais ofereceria a Sakura o papel de sua amante.

–  Podemos dizer que nos conhecemos na infância. Que vocês me encontraram abandonada em algum vilarejo e resolveram tomar conta de mim… assim como Kirin.

Então, Sakura olhou para a cadelinha que, até aquele ponto, estava muito silenciosa.

–  Isso mesmo! Vocês me encontraram juntamente com Kirin. Ambas fomos abandonadas nas Ruínas das Bruxas, e estávamos passando fome.

–  Você é dramaticamente criativa.  –  Naruto falou, rindo.  –  Ninguém ousará desacreditar essa história, ainda mais se você se permitir umas lágrimas nos olhos.

–  Irei me esforçar para isso.

–  Bem, já sabemos como entraremos lá então. Mas essa é a parte mais fácil.  –  Naruto disse. E ele tinha total razão sobre aquilo. A pior parte era o que fariam a seguir.

–  Nós teremos que fazer esse resgate durante a noite, não tem outro jeito. Mas… Como poderemos nós resgatar a todas essas pessoas, com toda essa segurança? Como poderemos sair?...

Hinata começou a sentir um desespero crescente quando percebeu que, da mesma forma que eles fiscalizavam quem entrava, deviam fiscalizar quem saía. E caso Madara Uchiha soubesse quem Hanabi era de fato, a segurança sobre ela devia estar redobrada.

–  Eu tenho um plano. Arriscado, mas ainda um plano. Entretanto, para que isso funcione, poderemos resgatar apenas Hanabi e Sasori. Não será possível resgatar todas as pessoas.

Havia sido seu plano inicial, mas agora soava de forma tão egoísta que não descia pela sua garganta, ficava incomodamente preso ali.

–  E se dermos armas para eles?

–  Armas para camponeses lutarem contra cavaleiros e guardas treinados?  –  Sasuke perguntou em seu usual tom sarcástico, que deu um banho frio de realidade em Hinata. Não havia nenhuma possibilidade viável para tirar todas aquelas pessoas dali. Teriam que salvar Hanabi e Sasori, e contentar-se em depositar sua fé sobre a rainha Tsunade.

–  Não consigo aceitar que chegamos aqui para abandonar a todos…  –  Sakura disse, e a dor em sua voz fez Hinata sentir-se terrivelmente mal por aquela situação.

–  Precisamos escolher, Sakura. Não podemos esquecer que somos apenas quatro pessoas, e que corremos o risco de acabarmos todos mortos. Talvez, esse risco seja mais fácil do que resgatar Hanabi e Sasori, diga-se de passagem.  –  Naruto respondeu. Sakura então, tinha lágrimas em seus olhos, mas parecia esforçar-se para não chorar.

–  Está bem, faremos isso. Mas logo que sairmos dessa cidade, procuraremos alguma maneira para salvar os demais!  –  Ela exclamou, sem evitar que lágrimas escapassem por seu rosto. Hinata apertou o ombro dela em apoio.

–  Faremos isso, Sakura. Eu juro. Agora, diga seu plano, Sasuke.

Sasuke então expôs o plano, que parecia até tornar as coisas mais simples do que de fato eram, e acabou por encher Hinata de esperanças. Ele conhecia algumas entradas e saídas secretas nas entranhas do castelo, embora não se recordasse delas com precisão. Mas, acreditava que em um dia ou dois, poderia conseguir acessar novamente aquelas informações, e então utilizar de tais saídas para escapar com Hanabi e Sasori.

–  Posso perguntar ao mestre sábio, que deve ter acesso a isso também, ou então… preciso ver se posso confiar no meu irmão para perguntar isso a ele. Como eu ainda era muito novo quando meu pai me apresentou essas informações, não tenho como me recordar com precisão, e andar por lá sem o conhecimento adequado pode ser até mesmo mais perigoso que sair pelos portões, com um plano diferente.

Ainda assim, continua sendo apenas uma possibilidade de dar certo.

–  Isso pode levar mais de um dia, não é mesmo?  

–  Sim, mas qualquer coisa que façamos, precisa ser com cuidado, e isso demanda tempo. Não queremos acabar todos mortos após tudo o que fizemos para chegar até aqui.

–  É verdade. Mas caso esse plano não funcione, o que faremos?  –  Sakura perguntou.

– Bem, nesse caso, eu tenho um segundo plano. Eu e Sasuke passamos nossos últimos dias na fortaleza planejando como poderíamos conseguir sair sem ser notados, e acabamos percebendo que todas as noites saíam carregamentos de barris de vinho e cerveja vazios, que voltavam cheios durante a madrugada, vindos de fora da cidade, de uma fazenda que abastece o castelo. Essa será nossa chance, caso as entradas secretas não funcionem. Podemos encontrar um carroceiro subornável, o que não é nada difícil por aqui, e tirar Hanabi e Sasori da cidade dentro de barris, sem que ninguém note. Vocês acham que eles cabem em barris?

–  Hanabi é pequena, certamente cabe.  –  Hinata disse.

–  E Sasori é tão magro quanto eu, e pouca coisa mais alto. Acredito que cabe, sim.

–  Então, dessa forma eles serão tirados do castelo caso nossa primeira tentativa não funcione.

Hinata sentiu um certo nervosismo começar a crescer em seu peito. Sabia que aquele era o ponto crucial de sua missão, ao qual finalmente haviam chegado. Naquele ponto, ou tudo daria certo e ela poderia voltar a viver da forma que sempre havia vivido, ou tudo daria errado, e ela morreria, levando Hanabi consigo. Caso isso aconteça eu espero que você, mãe, e que Kurenai sejam capazes de me perdoar. E minha Deusa, Anarya, olhe por mim dessa vez como em todas as outras vezes. Olhe por Hanabi, permita que ela esteja viva e esperando por mim… que consigamos voltar para casa.

Então percebeu que Naruto olhava para ela enquanto ela pensava aquilo e, de alguma forma, sentiu-se terrivelmente culpada. Daquela vez, nada tinha a ver com seu marido. Sentiu-se culpada por estar pensando em ir para casa e abandoná-lo, após tudo o que tinham vivido. Pois agora, devido ao sentimento que havia criado e nutrido por Naruto, sentia que tinha um compromisso com ele também, de no mínimo, não desapontá-lo. Mas como poderei fazer isso? Como poderei não desapontar Naruto e não desapontar Neji ao mesmo tempo?

–  Então, vamos. Podemos entrar na cidade agora. Sem esquecer que Hinata deixa de ser Hinata, e passa a ser Ino.

E com aquele pensamento, e com todos os seus planos em mente, eles montaram em seus cavalos e seguiram para Torreal, aproximando-se cada vez mais daquela cidade que, embora fosse pouco protegida, era imensa, muito maior que Hyunin. As casas e edifícios eram quase colados uns nos outros, e havia apenas algumas ruas principais que levavam até os portões das três fortalezas, ruas espaçosas, pelas quais mais de seis pessoas poderiam caminhar lado a lado, de mãos dadas. As demais ruas eram estreitas e ramificavam-se entre as casas e prédios feito teias de aranha, mas sem qualquer lógica, e em algumas delas apenas uma pessoa conseguiria passar.

–  Não esqueçam de um ponto importante: mesmo que aconteça de verem Sasori ou Hanabi nas ruas, tentem não esboçar reações, ou os guardas saberão por que estamos aqui, e teremos sérios problemas.  –  Disse Naruto. Hinata não havia pensado naquele ponto, mas comprometia-se a não reagir. Entretanto, não sabia que reação poderia esperar de Hanabi ou de Sasori caso um dos dois enxergasse a ela ou a Sakura. Toda a nossa missão poderia ir por água abaixo em um único momento… espero que não nos encontremos antes da hora certa.

Conforme aproximavam-se, o cheiro de cidade ficava mais intenso. Misturavam-se os cheiros de comidas com os cheiros de dejetos, e de muitas pessoas juntas em um único lugar. Mas o que mais chamava a atenção em sua aproximação da cidade, era a grande fortaleza, chamada de Latíbulo da Fênix. Suas muralhas imensas giravam ao redor das colinas, fortificadas por grandes portões e baluartes em todos os cantos. Nas duas fortalezas laterais, grandes torres de vigia erguiam-se imponentes, da altura da maior torre de Hyunin, além de castelos pequenos que acompanhavam essas torres. Na colina do centro, entretanto, erguia-se o maior castelo que Hinata alguma vez já tinha visto, era maior que o castelo dos Senju, e suas torres mais baixas eram pelo menos cinco metros mais altas que as torres mais baixas de Hyunin. Além disso, outra coisa chamava a atenção de Hinata: as cores de suas muralhas e paredes, eram em sua maioria de pedras alaranjadas. Um alaranjado fraco, quase puxado para o salmão, mas ainda assim mandavam sua mensagem com clareza: aquele era o Latíbulo da Fênix, e apenas dela. Ninguém poderia ousar chegar ali sem sua autorização.

A fila para a entrada na cidade estendia-se por mais ou menos sete metros, com muitos camponeses, entregadores com suas carroças, mas acima de tudo, pessoas buscando abrigo da guerra que aproximava-se cada vez mais deles. E que eu espero que tenhamos sido capazes de ir embora a tempo de escapar. Eu e Sakura, ao menos, já passamos por confrontos suficientes nessa jornada.

Havia dois guardas guardando a entrada da fila, sendo que eles aparentemente não permitiam que qualquer pessoa ficasse aguardando.  

–  E vocês são quem?  –  Perguntou um dos guardas. Ele era jovem demais para que conhecesse a Sasuke e a Naruto e, além disso, o símbolo bordado em seu sobretudo pertencia aos Uzumaki, vassalos dos Namikaze, e também Casa da mãe de Naruto. Hinata pôde perceber como ele se moveu desconfortavelmente na sela, e tentou evitar o olhar dos guardas.

Pode ser que você encontre hoje mesmo com seu pai, Naruto. Pode ser que os próximos dias sejam decisivos para todos nós, e não apenas para mim e para Sakura.

–  Sou Sasuke Uchiha, príncipe de Austerin. Esse é Naruto da casa Uzumaki, protegido do rei, e as moças são nossas companheiras de viagem.

Os guardas se entreolharam, com certa dúvida.

–  Não conhecemos nenhum dos dois, e não parecem ser quem dizem…

Hinata pôde escutar claramente o suspiro de Sasuke.

–  Sou quem digo, e se não acreditam, tragam meu irmão ou meu tio até mim.

Os guardas entreolharam-se, mas de qualquer forma, não desafiaram as ordens de Sasuke, que soavam bastante reais. Um deles foi enviado a cavalo, com toda a pressa, para o castelo, que de onde estavam parecia ser relativamente distante.

–  Parece que eles não duvidaram.  –  Sakura comentou.

–  Talvez não tenham duvidado mesmo, essa cara de Uchiha do Sasuke ninguém pode negar. Todos eles se parecem, vocês duas vão notar isso logo que entrarem lá.  –  Disse Naruto, entre gargalhadas. Hinata tinha certeza de que deveriam falar o mesmo de sua Casa, pois quase todos tinham aqueles mesmos olhos. Mas aqueles olhos não eram tão raros em Hyunin.

Dividiram um odre de água e um pedaço de pão duro com queijo velho enquanto esperavam exaustivamente pelo Uchiha que viria até o portão, e deram um resto de carne com osso que guardavam para Kirin da noite anterior.

Devia ter se passado uma meia hora, e a fila já tinha reduzido e crescido outra vez, quando o Uchiha finalmente chegou. Hinata não pôde evitar prestar atenção no que viria a seguir. O rapaz que tinha vindo até eles tinha cabelos pretos finos e lisos que caíam até quase a metade das costas em um rabo de cavalo, e seus olhos eram tão negros quanto os de Sasuke, embora suas olheiras denunciassem que, ou ele dormia pouco, ou lia demais, ou ainda ambas as coisas. Enquanto Sasuke tinha músculos mais definidos e a pele mais queimada pelo sol, aquele rapaz era magricela e pálido, e uma testa mais alto que Sasuke.

–  Então são vocês mesmo… eu pensei que nunca retornariam, Naruto, Sasuke.

O rapaz estava visivelmente emocionado, mas Sasuke não aparentava compartilhar de sua emoção. Naruto, contudo, já tinha lágrimas nos olhos.

–  Itachi!  –  Disse ele, e abraçou aquele que chamou de Itachi.

Itachi Uchiha, irmão mais velho de Sasuke, o herdeiro do rei que renunciou à coroa… conheço muito bem essa história. Você é metade responsável por tudo que estamos passando agora.

Hinata detestou ter que entrar em contato com uma pessoa com tamanha irresponsabilidade, especialmente precisando fingir que nenhum dos seus atos havia afetado tão profundamente a vida dela. Ele renunciou pois é conivente. As coisas não poderiam ser muito diferentes caso ele não tivesse renunciado, afinal.

–  Então, vocês retornaram?  –  Itachi perguntou, segurando Naruto pelos ombros.

–  Estamos de passagem, e isso é tudo.  –  Sasuke respondeu antes de Naruto. Itachi foi até ele, para abraçá-lo, mas Sasuke não foi nada caloroso. Hinata pôde ver com clareza a decepção no rosto do irmão mais velho de Sasuke, e aquilo a deixou bastante satisfeita.

–  Já é algo, ao menos. Sasuke… você está muito parecido com nossa mãe. Inevitável não lembrar dela quando olho em sua direção.

Pela primeira vez, as palavras de Itachi pareceram causar algum impacto em Sasuke, que acabou sorrindo. Mas Itachi ainda não notou a mim e a Sakura. Quando notar, como reagirá?

–  E você, Naruto, continua a mesma coisa… senti falta de vocês durante todos esses anos, e mal posso conter a felicidade em tê-los de volta. Onde está o cavaleiro que vos acompanhava?

Somente naquele instante, procurando por Kakashi, Itachi correu seus olhos por Sakura e Hinata e, estranhamente perplexo, parou em Sakura, como se a conhecesse. Hinata revezou o olhar entre ambos, e percebeu que, embora Sakura tivesse certa maestria em disfarçar, a perplexidade era mútua.

–  Essas são Sakura e Hin… Ino. Nossas companheiras de viagem. Elas entrarão conosco para a cidade.  –  Disse Naruto, aparentemente sem notar nada de estranho na reação de Itachi e Sakura.

–  Está bem… é um prazer conhecê-las, senhoritas.

Itachi prestou, educadamente uma breve reverência, e Hinata viu-se na obrigação de devolver a educação. Mas pela primeira vez pensou que precisaria curvar-se diante de todas aquelas pessoas horríveis, e sentiu-se internamente ultrajada. Mas serão apenas alguns dias… nada além disso.

–  Igualmente, vossa alteza.  –  Hinata respondeu. Sakura ainda parecia incapaz de dizer qualquer coisa.

–  E está é Kirin, nossa outra fiel acompanhante. –  Naruto apresentou a cadelinha, e o príncipe ofereceu um pequeno afago no pelo dela, que logo se alegrou.

–  Venham, entrem.

Itachi fez apenas um sinal para que os guardas abrissem a passagem sobre o imenso fosso. Havia uma ponte improvisada de madeira, sobre a qual os cavalos passaram levemente receosos, e no outro lado um portão, também improvisado, de madeira, estava aberto para sua passagem. Entraram na cidade pela ampla rua principal que levava até um dos portões da fortaleza principal. Hinata permitiu-se olhar para os lados, e então, viu os primeiros escravizados, trabalhando na construção das muralhas. Eram pessoas com o rosto negro pela infelicidade, vestidos com trapos e extremamente sujos, descuidados e machucados. Aquelas pessoas não olhavam para os lados, elas apenas olhavam para as pedras em suas mãos, ou quaisquer que fossem os materiais que utilizavam, focados em seu trabalho como se não houvesse qualquer coisa no mundo além daquilo. 

E realmente não existe. Para vocês, não existe… E para mim, que devia estar zelando por vocês em meu papel de herdeira do Norte de Konoha, existiu tanto além disso…

Naruto tinha existido. Parte do foco inicial em sua missão havia desaparecido quando passara a viver aquela situação com ele, traindo seu marido, traindo os interesses de seu povo, que tanto precisava dela. E agora estou aqui, mas ainda assim, não poderei fazer nada para tirá-los dessa situação. Talvez se tivesse passado mais tempo fazendo algo útil ao invés de transar com Naruto, pudesse resgatá-los agora. 

Era extremamente amargo pensar naquilo. Tentou, em sua cabeça, criar opções para mudar aqueles planos que tinha criado com Naruto, Sasuke, e Sakura, alguma forma de tirar todos dali, mas naquele momento não conseguia pensar em nada. Entretanto, teria um dia inteiro, ou até mais do que isso, para pensar sobre aquilo. Eu tenho uma obrigação com vocês, e procurarei fazer jus ao meu título. Perdoem-me… perdoem-me por ter estado fazendo coisas dispensáveis enquanto todos sofriam… perdoe-me, Hanabi.

A pobre Hanabi. Hinata agora esperava, mais do que nunca, que ela tivesse se assumido como uma Hyuuga. Dessa forma, ao menos, ela estaria segura da pior parte de tudo aquilo.

Quando finalmente alcançaram o pé da colina sobre a qual se erguia a fortaleza, ela viu uma estrutura, montada próxima da muralha, no lado de fora, que era um lugar assustador. Havia cobertura para o tempo ruim, mas uma cobertura porca, que poderia desabar com uma tempestade mais forte. O outono está chegando, e com ele, vêm as chuvas fortes… esse lugar não deve resistir muito.

–  É nesse lugar que Madara mantém seus… escravos.  –  Hinata escutou, ocasionalmente, Itachi Uchiha explicando para Naruto. Ela estivera tão distraída com as condições daquelas pessoas, que não dera atenção nenhuma ao que o príncipe Uchiha tinha para dizer sobre a cidade. Agora, entretanto, sua perplexidade tornava-se ainda mais intensa.

Se não resgatarmos eles antes do outono, eles morrerão. Se não de exaustão morrerão esmagados pela estrutura sob a qual vivem.

Sentiu-se desesperada e, mais ainda, na obrigação de salvá-los. Era a herdeira de Hyunin, e a obrigação era apenas sua. Tenho um dia, talvez dois. Terá de ser suficiente para que eu possa pensar em algo.


Notas Finais


O que acharam?
Galera, eu acho muito surreal a desproporcionalidade do número de favoritos e de comentários dessa fic. Às vezes me pergunto se só existem três pessoas entre 1.171 que de fato leem essa porra HSUIAHASUI Não é difícil deixar um comentário uma vez ou outra, e motiva (:
E outra, essa história de Biblioteca enche o saco para nós, autoras. Porque é um número que eu nem sabia que existia até mais ou menos um mês atrás. Descobri por acaso, e não é que o número de bibliotecas é MUITO maior que o número de favoritos mesmo? Essa informação fica EXTREMAMENTE escondidinha lá nas estatísticas e eu fiquei, literalmente, DOIS ANOS escrevendo essa fic sem nem saber dessa parada.
Duplamente surreal...

Fica aqui meu desabafo e também: o próximo capítulo será do Itachi :D


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