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História Crônicas de Heróis - Um Dom


Escrita por: UchihaAika

Notas do Autor


Olá <3

Capítulo 90 - Um Dom


Hanabi

 

 

 

Aparentemente o outono havia chegado, pois ela sentia o sol queimar sua pele de maneira mais branda, e o calor havia diminuído consideravelmente. Na mata próxima à cidade, as folhas tomavam colorações vermelhas e amareladas, e caíam dos galhos colorindo o chão da mesma forma. Hanabi olhava para lá, e tudo o que desejava era poder correr entre aquelas folhas e desaparecer, nunca mais voltar àquele lugar maldito em que estava vivendo.

Entretanto, havia um grande fosso e um princípio de muralha entre ela e a mata, além de muitos guardas que fariam tudo o que estivesse em seu alcance para que ela continuasse ali e sofresse o máximo possível. Além de, é claro, Obito Uchiha. Aquele homem nutria por ela o ódio mais profundo, e jamais permitiria que ela escapasse entre seus dedos, embora Hanabi fosse incapaz de entender sua obsessão.

“Você desafiou ele, e essa é sua recompensa”, Sasori fazia questão de lembrá-la. Mas aquela explicação apenas era suficiente para que Hanabi odiasse ainda mais o príncipe horrendo.

–  Continue seu trabalho, Hyuuga. –  O príncipe gritou. Hanabi limitou-se a revirar os olhos, sem que ele enxergasse. Desejava desafiá-lo, mas todas as vezes em que fizera aquilo havia sido punida, talvez até de maneira desproporcional ao seu ato.

Então, acabou voltando ao seu maldito trabalho de carregar pedras de um lado para o outro. Haviam fabricado uma mini carroça de madeira, e Hanabi tinha o papel apenas de empurrá-la de um lado da cidade para o outro, carregada de pedras pesadas. Nos primeiros dias não conseguia encontrar uma posição confortável para dormir no chão devido às dores nos braços, mas agora, já tinha se adaptado, e não doía mais. Na verdade, até mesmo conseguia fazer tudo muito rápido, sobrando algum tempo para descanso em algum momento que Obito não estivesse olhando.

Sasori tinha ficado responsável de trabalhar na construção, de forma que ele e Hanabi tinham tempo para conversar apenas à noite, ou quando ela rapidamente passava pelo setor de construção dele e deixava algumas pedras, e eles podiam trocar umas poucas palavras. Mas ele continuava sendo a pessoa mais próxima que ela possuía. De todos os males que tinham acometido sua vida no fatídico dia do ataque a Hyunin, ao menos uma coisa boa tinha acontecido: seu amigo Sasori estava ao seu lado, e ela sabia que podia contar com ele sempre que precisasse. Mesmo que eu tenha arriscado sua vida tantas vezes fazendo isso. Mesmo que eu tenha feito com que sua orelha fosse arrancada.

Sasori podia dizer que não, mas Hanabi sabia que tudo aquilo havia sido culpa dela, por ela ser incapaz de controlar a língua. Mas agora eu aprendi a controlá-la, e sempre farei o possível para manter a segurança de Sasori tal como ele mantém a minha.

Hanabi continuou seu trabalho pelo resto daquele dia, até que o sol tivesse desaparecido por completo. Era assim que seu trabalho funcionava: quando o sol nascia eles deviam estar começando, e quando o sol se punha eles deviam estar terminando. Por punição, às vezes, alguns não tinham direito de parar durante a noite, trabalhavam dois dias seguidos sem nenhum descanso. Não era raro que essas pessoas acabassem desmaiando, e Hanabi já tinha perdido a conta de quantos haviam morrido após receber algum tipo de punição de Obito Uchiha. Ela mesma já tinha recebido algumas punições pesadas, que costumavam ser brandas em comparação às punições dos demais, já que ela era a “protegida do rei”.

Após o sol se pôr, Sasori caminhou ao seu lado a caminho do albergue.

–  Não reaja de maneira precipitada ao que tenho para dizer, finja que não foi nada demais. –  Ele sussurrou. Hanabi aquiesceu com a cabeça. –  Eu tenho quase total certeza de que vi sua irmã hoje.

–  Hinata?! –  Perguntou, com certa dificuldade em parecer neutra diante daquela informação.

–  Sim! Ela estava passando a cavalo, acompanhada por alguns homens… ela estava procurando por você, tenho certeza. Acredito que ela veio em seu resgate, Hanabi.

Aquela informação parecia tão boa que Hanabi simplesmente não acreditava nela.

–  O tempo em cativeiro está fazendo você alucinar, Sasori. Minha irmã é a herdeira de Hyunin, ela nunca conseguiria entrar nesse lugar tão cheio de segurança contra konohanos.

–  Mas era ela!

–  Deve ser alguém parecida, ou qualquer coisa do tipo. É impossível ser ela de verdade. Agora para de falar nisso antes que o estúpido Obito encontre motivo para punir a um de nós.

Ambos já estavam saturados das punições, portanto procuravam evitá-las ao máximo. Hanabi tinha acumulado mais cicatrizes naquele período de tempo sob cativeiro do que em todo o restante de sua vida. Obito sempre utilizava aquele seu maldito chicote, o qual ela sonhava um dia poder utilizar na cara dele.

Quando alcançaram o albergue, o rei Madara Uchiha esperava por eles, algo totalmente inusitado já que desde sua chegada à capital ele nunca mais tinha vindo até os “escravos”, como ele adorava se referir.

Obito acelerou o passo de seu cavalo até onde o pai estava, montado sobre o corcel negro real. Eles trocaram algumas palavras, e então olharam na direção de Hanabi. Ela não foi capaz de evitar que seu coração sentisse medo naquele momento, especialmente quando Obito começou a vir em sua direção.

Eu não fiz nada de errado hoje, não tem por que ele vir até mim…

Tamanha foi sua surpresa quando percebeu que o olhar de Obito estava dirigido, na verdade, a Sasori, e não a ela. Mas de forma alguma aquela surpresa foi algo positivo. Sasori já havia sofrido demais por sua culpa, e Hanabi não aceitaria que ele sofresse ainda mais.

–  Você, –  Obito apontou para ele. –  O rei solicita seu auxílio.

Havia muitas coisas que Hanabi gostaria de dizer para impedir que Sasori desse um mísero passo em direção àquele monstro, mas todas desapareceram de sua cabeça, e ela sentiu como se repentinamente estivesse congelada.

Sasori também demorou para dar qualquer tipo de resposta à solicitação de Obito.

–  O que você está esperando, inútil? Mexa-se! –  O maldito príncipe gritou.

Sasori deu dois passos, e Hanabi pareceu subitamente capaz de reagir. Não sentia que qualquer coisa boa poderia vir daquela solicitação.

–  Por quê?! –  Gritou, segurando a mão de Sasori antes que ele desse mais um passo. Obito olhou em sua direção com o mais puro ódio, tão característico de sua existência perversa.

Com o chicote, ele acertou o rosto de Hanabi. Ela acabou caindo ao chão enquanto sua bochecha esquerda queimava e doía, mas nada era pior que, novamente, precisar suportar aquela situação de impotência enquanto Obito levava seu amigo para longe.

–  Isso não é da sua conta, imprestável. E você, –  Ele apontou para Sasori. –  Siga-me, sem reclamar.

Sasori olhou em sua direção, e Hanabi viu seus lábios se moverem para sussurrar alguma coisa que ela não foi capaz de entender.

Conforme a silhueta de Sasori se afastava, ela pôde sentir as lágrimas que tinham se acumulado em seus olhos escaparem, rastejando por sua pele e fazendo arder o ferimento causado pelo maldito príncipe. Tinha uma sensação extremamente desconfortável, já que nunca nenhum deles tinha sido levado pelo rei da mesma forma que Sasori estava sendo. Por que você, Sasori?

Era terrivelmente angustiante ver seu amigo partindo sem sequer poder saber se ele retornaria.

–  Minha Senhora, você está bem? –  Questionou Rory, um dos rapazes que costumava viver no vilarejo mas que agora sofria o mesmo cruel destino de Hanabi.

–  Não me chame assim. Eu estou bem.

–  Perdoe-me.

–  Não há o que perdoar. Apenas… me chame de Hanabi. É melhor para mim, e mais seguro para você.

Laria já havia sido açoitada por chamá-la de “minha Senhora” na frente de Obito Uchiha. Ele inclusive havia prometido morte a ela caso aquilo voltasse a acontecer, e Hanabi não duvidava nada de alguém que tinha tamanha facilidade para matar. Uma vida não valia absolutamente nada para o príncipe de Austerin. Palavras vazias tinham um significado muito maior.

Seguiram para o albergue, e quando lá chegaram, a noite já havia caído. Os guardas começaram a distribuir as tigelas de madeira velha com a comida nojenta que sempre ofereciam a eles, uma grande mistura dos restos das comidas vindas do castelo, gosmenta e com um sabor questionável.

Sasori não estará aqui na hora da comida… será que ele conseguirá fazer alguma refeição?

Geralmente, quando algum dos “escravos” do rei não estivesse presente no albergue na hora da refeição, ele ficava sem comer. Como eram maltrapilhos sem qualquer ouro, prata, ou ao menos bronze, não podiam comprar qualquer comida, dependiam daquela gororoba para sobreviver. Não podiam nem mesmo roubar, pois aquilo significaria sua morte. Hanabi tinha se acostumado a não sentir mais nojo da gosma que chamavam de comida, afinal, por pior que fosse, ainda matava sua fome e mantinha alguma vida no seu corpo.

Por incontáveis vezes ela havia cogitado a possibilidade de não manter qualquer vida, afinal, tudo aquilo estava uma grande desgraça. Mas nunca conseguia deixar de pensar em sua mãe, que nunca havia conhecido, e em Kurenai, quem jamais esqueceria. Sempre acabava lembrando a si mesma que elas tinham dado suas vidas para mantê-la viva, e que aquilo precisava significar alguma coisa. Precisava significar que ainda havia algo bom a acontecer, e que Sasori voltaria em breve, a salvo e seguro, para o lado dela. A única pessoa que ela ainda tinha por perto e que oferecia a ela um sentimento verdadeiro.

Quando terminou sua refeição, Hanabi saiu para o lado de fora do albergue, com o objetivo de observar as estrelas, porém, encontrando nuvens pesadas de chuva que passeavam lentamente sobre sua cabeça, e que em breve deveriam virar uma tempestade.

Lembrou-se do que Sasori havia falado sobre Hinata estar ali. Obviamente, não fazia nenhum sentido lógico sua irmã estar ali e em segurança. Caso Hinata tivesse chegado naquele lugar, ela no mínimo seria uma escrava, tal como Hanabi. Hinata deve estar a salvo, no castelo, sem que o pai e Neji permitam a ela deixar a segurança. Inicialmente, sonhara com a possibilidade de a irmã estar vindo ao seu encontro, como sempre fazia quando Hanabi escapava da segurança das muralhas. Agora, entretanto, muito tempo havia se passado, coisas suficientes tinham acontecido para que Hanabi pudesse perceber o quão surreal era aquela ideia.

Pensando em sua irmã, de alguma forma, acabou sentindo o ar ficar mais suave, e o mundo parecer mais tranquilo. Era como se a luz tênue da lua, impedida pelas nuvens de alcançá-la com plenitude, estivesse sussurrando para ela que as coisas ficariam bem, emanando energias suaves contra ela para que se lembrasse de tudo que muitas pessoas tinham feito para que ela fosse capaz de sobreviver até ali. Sasori voltará, e nós seremos capazes de fugir. Não tenho dúvidas de que encontraremos um jeito.

A lua já havia se movido um bocado ao Oeste, e muitas pessoas já dormiam quando Obito Uchiha chegou, andando, para a oração obrigatória ao único deus que ele obrigava os “escravos” a realizarem todas as noites. Hanabi viu ele entrando e correu para dentro do albergue antes que ele chegasse, esperando por Sasori no canto que ambos sempre ocupavam. Uma coragem insana tomava conta dela, sem que ela fosse capaz de entender o porquê. Nós vamos conseguir encontrar um jeito, Sasori, eu tenho certeza. Já chega desse maldito Obito Uchiha.

–  Vamos começar a oração a Vhitrian, o único deus verdadeiro. –  Iniciou ele. Ansiosamente, Hanabi olhava para trás dele, esperando que Sasori chegasse. Mas a oração começou, e Sasori não chegou.

–  Meu amado deus, olhe sobre nós nesse momento. Perdoe nossos pecados, perdoe nossas dúvidas, coloque-nos novamente na trilha. Permita nossa redenção por meio do trabalho árduo para ajudar aqueles irmãos por nós tão injustiçados. Permita-nos a capacidade de obedecer e de sermos fiéis àqueles que você olha com especiais olhos…

Hanabi não estava repetindo a maldita oração que eles obrigavam a todos repetir, todas as noites. Uma oração que culpabilizava eles por algo que nunca haviam feito. Ela estava ansiosa e inquieta, pois Sasori ainda não havia retornado. Se Obito tivesse trazido ele de volta, teria colocado ele para dentro do albergue para que iniciasse a oração, Hanabi não tinha qualquer dúvida.

Caminhou até a frente, onde Obito finalizava a oração.

–  Tenha piedade de nossas almas infiéis, oh Vhitrian! –  Ele gritou. Entretanto, como seus olhos sempre estavam sobre Hanabi, ele percebeu instantaneamente que ela não estava rezando. –  Por que não está fazendo o que eu ordenei?

Hanabi estava com a coragem viva como há muito tempo não ficava. Ela tinha a estranha e falsa certeza de que podia questionar a Obito, que nada de mal a aconteceria.

–  Onde está Sasori? –  Questionou.

O sorriso horrendo que surgiu no rosto do príncipe de Austerin foi a parte mais difícil para Hanabi.

–  O garoto que sempre anda com você? –  Ele deu de ombros, com toda a sua perversão evidente em um único sorriso. –  A essa hora já está morto, não tenho dúvidas.

Sentiu seu corpo inteiro congelar, ficar completamente inerte. “A essa hora já está morto”, repetiu na própria mente, sem desejar acreditar naquilo que ouvia. Mas ela conhecia Obito Uchiha mais do que gostaria, e sabia que ele não tinha qualquer motivo para mentir, especialmente quando o assunto envolvia assassinato e tortura.

–  Morto? –  Ainda assim questionou.

–  Ele viveu esse tempo todo apenas para morrer na hora certa, Hyuuga. Por que mais acha que eu teria mantido alguém tão inútil vivo esse tempo todo? E seu destino não será tão diferente.  

Seu coração bateu e falhou uma vez, e foi invadido por uma dor excruciante combinada com todo o ódio que sentia, naquele instante mais do que nunca, pelo monstruoso Obito Uchiha, aquela criatura vil e cruel. Ele tinha matado Sasori, ela não duvidava, mas Sasori não merecia morrer. Ela, e qualquer outra pessoa, mereciam morrer antes de Sasori. Ele era a pessoa mais amável, mais doce que Hanabi conhecia, era o seu melhor amigo e companheiro. Eu o amo tanto…

A fúria que sentiu era tão intensa que seu corpo inteiro doía, a dor de pensar que não veria mais Sasori e que não faria planos de fuga com ele não se limitava ao coração. Mas quando Obito Uchiha riu de suas lágrimas, ela sentiu apenas o fogo da ira tomar conta de seu corpo por completo, e por fim chegar aos seus olhos.

Nos olhos o fogo permaneceu, e então começou a se intensificar. Hanabi sentia o interior de seus olhos pegando fogo, ardendo, como se fossem virar cinzas em breve. Gritou de dor e contorceu-se contra o chão, em alguma vã tentativa de fazer com que aquela dor diminuísse, mas não parava. Seus olhos queimavam, e queimavam cada vez mais.

Ela pôde ouvir seu nome ser chamado, e sentiu mãos tocarem seu corpo, talvez para ajudá-la, mas tudo o que faziam era em vão. Parecia que quanto mais ela lutava, mais a dor se intensificava. Eu vou ficar cega! E eles matarão a mim também!

Quando Obito Uchiha ousou tocar nela, entretanto, a dor desapareceu, e a fúria permaneceu.

–  Não! –  Hanabi gritou. Quando passou a mão pelo rosto, percebeu que havia sangue nele. Tinha medo de abrir os olhos e enxergar tudo negro, percebendo que nunca mais em sua vida seria capaz de enxergar.

Por favor, não. Tudo, menos isso.

Quando abriu os olhos, Hanabi então enxergou, mas enxergou tudo de uma maneira diferente. Sua visão estava turva por lágrimas vermelhas de sangue, mas ela podia ver. Podia ver através das pessoas, enxergar seus ossos, suas entranhas se quisesse.

–  O que houve com seus olhos, sua louca?! –  Obito gritou. Hanabi desejou acertar seu rosto com um soco e, no mesmo momento em que desejou, Obito foi acertado por algo, e caiu ao chão. Hanabi ouviu murmúrios ao seu redor, e quando Obito Uchiha, caído ao chão, ergueu os olhos em sua direção, Hanabi viu o terror puro em seu olhar. Não era capaz de descrever o quão satisfatório era ver o medo naqueles olhos imprestáveis. Uma gargalhada irrompeu sua garganta.

–  Você está com medo, príncipe?

–  O que é isso?! –  Ele gritou. –  Sua bruxa!

Quando ele estava levantando, Hanabi olhou para o osso mais grosso de sua perna, e desejou que ele quebrasse. Observou com júbilo o osso se partir ao meio, e o grito que ele soltou, repleto de agonia e dor, fez com que ela gargalhasse, deleitando-se. A pele rompeu-se sobre o osso, e sangue jorrou de sua carne para fora, em uma fratura exposta.

–  Eu não sei o que é isso, mas parece que você está com problemas.

Escutou claramente quando arqueiros prepararam seus arcos, mas olhou em direção ao coração de cada um, fazendo com que explodissem. E quando homens de espadas vieram em sua direção, ela olhou para seus braços e pernas, fazendo com que se quebrassem.

–  Vamos embora! –  Gritou a todos os “escravos” do rei. –  Nós vamos fugir!

Mas antes de partir, ela observou o quanto Obito Uchiha chorava, agarrado à perna dilacerada. Dirigiu a ele um sorriso.

–  Eu sempre desejei matá-lo, mas nunca tinha ideia de como poderia fazer isso… quem diria, não é mesmo? Parece que seu tão idolatrado deus me ofereceu um dom, para que eu acabe com a sua imunda existência nesse mundo.

–  Não! Por favor, não! –  Ele gritou. –  Hyuuga, eu prometo que não faço mais nada…

–  Tarde demais. Eu quero que você morra, mas não quero que seja fácil. Você vai morrer aos poucos, sofrendo…

Abaixou-se, pegando o chicote dele preso ao cinto, e acertou seu rosto duas vezes, com fúria, ouvindo o som dos gritos dele com tanto prazer como se fossem gotas de chuva em um dia quente.

Hanabi olhou para vários dos ossos do corpo de Obito Uchiha, fazendo com que quebrassem um por um, de uma maneira impossível de serem consertados. Manteve apenas sua coluna intacta, para que ele ainda vivesse, sofrendo.

Quando acabou, Obito gritava em puro desespero, e ela estava em êxtase puro, amando estar naquela situação. Havia mais duas fraturas expostas, e o sangue de Obito Uchiha tinha sujado os seus pés. Tal como você fez com que meu sangue te sujasse, e o sangue de meu melhor amigo… o sangue de Sasori.

Lembrar de Sasori fazia com que desejasse chorar, mas não podia chorar naquele momento. Tinha algo muito importante a fazer, não apenas por ela, mas também por Sasori e por todos os outros.

Saiu do albergue, e percebeu que todos os seus companheiros, que antes eram escravos, agora seguiam-na, como se ela fosse sua Senhora.

Os deuses me deram esse dom, e eu guiarei vocês para fora daqui.

Qualquer cavaleiro, ou qualquer pessoa que aparecia em seu caminho, Hanabi exterminava. Não parecia muito difícil, ela quebrava seus ossos, estourava seus órgãos, e seu caminho ficava livre. Seu desejo real era destruir o pedaço de muralha que tinham construído, mas para aquilo, percebeu que não tinha forças suficientes.

Logo, depois de muito tempo em uma prisão, Hanabi e todos aqueles que a seguiam estavam no lado de fora das muralhas, livres do rei Madara Uchiha e do seu filho desgraçado, que morreria pouco a pouco, por meio das mãos de Hanabi Hyuuga. Ele nunca esquecerá de quem eu fui. Os soldados que outrora haviam maltratado a todos, agora tinham ficado para trás, gritando no mais puro desespero, melodia para seus ouvidos naquela noite única. Um trovão soou no ar da noite, misturando-se aos berros de forma gratificante.

–  Hanabi!

Quando seu nome foi chamado por aquela voz, Hanabi quase acreditou que estivesse, de fato, sonhando. Mas no momento em que Hinata a abraçou, ela percebeu que tudo havia sido muito real. O mundo caiu sobre sua cabeça como um balde de água gelada que desabava ininterruptamente, continuando a cair e cair, pressionando-a, tirando suas forças. Despencou nos braços de Hinata, sem capacidade para se manter em pé.

–  Hinata… Ele matou Sasori. –  Falou, mas o mundo ficou negro diante de seus olhos, e então tudo desapareceu.


Notas Finais


E então, o que acharam? (:
Sei que as coisas podem ter ficado meio confusas, mas elas serão melhor esclarecidas nos capítulos futuros. O próximo será da Sakura.
Chegamos aos noventa capítulos, uhuuuu! Cada vez se aproximando mais do fim hahahaha


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