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História Crônicas de Luz e Sangue - Um Passado Distante - Passado


Escrita por: Dinny_Ives

Notas do Autor


Gente como eu havia prometido postar a imagem do Conrad está aí, esse da foto é ele.
O que acharam do nosso moço?? *--*

Capítulo 5 - Passado


Fanfic / Fanfiction Crônicas de Luz e Sangue - Um Passado Distante - Passado

Flashback:

         O vento soprava forte levando folhas e galhos do bosque, as árvores se curvavam tanto ao ponto de quase quebrar ao meio, somente as mais robustas aguentavam sem serem quase arrastadas. As goticulas que caiam do céu eram grandes e pesadas, acertando tudo que podia. A noite estava mais escura que o normal devido a tempestade.

         Havia uma cabana robusta, grande e aconchegante no meio do bosque, aguentando firmemente as investidas do vento. Era algo totalmente surreal uma cabana que passava tanta serenidade, estar no meio daquela loucura da natureza. Mas ao se aproximar melhor da cabana, ouvi-se vozes alteradas interrompendo o hambiente sereno daquele lar.

         - Meredith eu já disse, não posso ficar! – Gritou o homem andando nervosamente para lá e cá na sala de estar. A lareira crepitava, o fogo alto, fazendo com que a sombra deste parecesse esguia e magra. Ele era alto e forte, parecendo uma tora de tão saudável, os cabelos negros e curtos se grudavam em sua teste devido ao suor, os olhos castanhos escuros refletiam a preocupação de um homem de 43 anos, a barba estava por fazer deixando-o com a aparência selvagem, exatamente o que ele era, naquele exato momento, selvagem! Agora Jan Valker não era mais o rico ferreiro do vilarejo, não mesmo, Jan Valker nesse instante era selvagem!

         Sentada ao lado da lareira em uma poltrona estava uma mulher no auge dos seus 35 anos. Seus cabelos ruivos escuros, quase castanhos, estavam prezos em uma trança, seu comprimento ia até um palmo abaixo de sua cintura. Seus olhos azuis estavam contorcidos de preocupação e transbordavam lágrimas. Os lábios definidos comprimidos devido ao esforço dela tentar parar de chorar.

         - Mas Jan, se ir, morrerá! – Ela gritou com ele fazendo-o voltar de seus pensamentos.

         Jan apenas a observava tentando ao máximo decorar cada detalhe daquele rosto perfeito, Meredith não envelhecera nem sequer um pouco, continuava a mesma desde a época em que se conheceram. A mulher de sua vida, sua musa, sua deusa que tanto venerava, agora teria de deixa-la por um dever suícida que o Alpha mandara.

         Meredith ergueu-se da poltrona e correu até ele. Sua cabeça chegava a altura do peitoral de Jan, ela podia ser pequena, mas sua coragem e personalidade, eram de uma guerreira gigante e poderosa. Podia ser por muitas vezes fria, mas seu coração valia ouro. Ele mesmo nunca à vira chorar tanto como agora. Jan abraçou o pequeno corpo de Meredith, sentindo o espartilho do vestido que apertava a cintura dela.

Naquele momento Jan queria apenas aproveitar o momento antes de partir. Sentir ela firme em seus braços, sabendo que ficaria bem mesmo sem ele por perto para ajudá-la com a criação de sua princesa.

- Jan por favor não vá, podemos ir para bem longe onde não nos encontrarão. – Meredith disse encarando o rosto do homem.

- Meredith você como ninguém, sabe sobre o dever que temos para com nosso povo. Não posso deserda-los, não posso ignorar o comando do Alpha, nem você pode. A lealdade com a lei e o mandato do Alpha prevalece mais que nossa própria vontade. – Ele disse segurando o rosto minusculo de Meredith.

- Eu sei meu amor. – E ela sabia mesmo, ignorar o mandato de um Alpha era o mesmo que lutar contra a força gravitacional do planeta. Impossivel. O Alpha mandava, os lobos faziam, era de sua natureza. Meredith entristecia-se cada vez mais ao imaginar sua vida sem o homem que ama.

Estava quase na hora, Jan sentia, ele e Meredith precisavam agir com pressa. Ele encarou o índigo dos olhos de sua amada.

- Agora, precisamos ser rápidos.

Ela acenou com a cabeça, limpando as lágrimas e recompondo sua postura rígida. Os dois foram correndo para o andar de cima, onde a princesinha deles dormia tranquilamente. Meredith se aproximou da filha e a acordou gentilmente.

- O que foi mamãe? – Meredith observou aqueles olhos de felino que haviam herdado apenas a cor dos seus, pareciam reluzir nas sombras.

- Querida temos que ir chegou a hora de dar adeus a este lugar. – Meredith disse com ternura para a filha.

A criança tinha cabelos negros como os de seu pai que iam até sua cintura, vestia um vestido grosso por causa do frio e uma capa com capuz.

Jan havia pegado a bolsa com os pertences da menina e de sua mãe.

- Vamos meu amorzinho vá no colo da mamãe.

Então os três desceram para os fundos da casa, onde havia um cavalo pronto para galope. A tempestade estava acalmando, começara a virar garoa.

Jan organizou os pertences das duas, na sela do cavalo e então virou-se para Meredith e pegou a filha no colo a abraçando forte.

- Prometa que será obediente com a mamãe e a mais esperta das garotinhas. – Disse Jan beirando as lágrimas.

- Prometo papai, mas o senhor não vem com a gente? – A menina perguntou sentindo um aperto no peito, mas não, ela não choraria, ainda mais na frente de seu pai, ela não queria ver ele triste por sua causa.

- Não querida, papai vai ter que ficar aqui para protege-las.

Então Savannah, este era o nome da menina, o abraçou forte e o beijou na testa.

- Papai prometa que vai se cuidar. – A voz da criança estava trêmula.

- Claro meu amor. – Após despedir-se da filha, Jan a colocou em cima do cavalo e dirigiu-se para a esposa que novamente esforçava-se para não chorar.

- Meredith eu te amo e sempre a amarei. – Ele a abraça.

- Eu sempre o amarei Jan Valker, nunca o esquecerei.

E então os dois se beijam, um beijo doce e avassalador, essa era a despedida.

Meredith se desvencilia de Jan e monta o cavalo, segurando a pequena Savannah contra seu corpo, dá uma última olhada para o marido antes de esporar a barriga do cavalo e este começar a cavalgar com velocidade, deixando toda sua vida antiga para trás.

Jan continua a olha-las até sumirem de sua visão e então permite-se chorar, e enquanto as lágrimas caem, seus planos tomam forma em sua cabeça, a raiva surge, ele começa a lembrar das palavras de Nicolau, o Alpha de seu clã. Ele se foca nisso, no comando do Alpha.

Seus passos são decididos enquanto se dirige até o quarto dos empregados, ele abre a porta e os vê dormirem serenamente. Se fosse em outras circunstâncias, não faria o que estava prestes a fazer, mas como não havia outra solução, teria de ser feito.

Ele sentiu aquela força animal o preencher se espalhando por seu corpo, em suas veias, como adrenalina, mas algo bem mais selvagem, pedindo liberdade, sim como ele gostaria de liberta-lo, mas agora não podia completar a transformação e isso deixou sua parte selvagem com fúria, uma fúria que se misturava com a própria fúria de Jan por ter de deixar a família e a vida que levava. E foi essa fúria que alimentou a parte assassina de Jan, unindo homem e lobo em um só.

Ele não terminara a transformação, então caminhou até a primeira cama onde dormia a camareira, segurou-a firme, as unhas agora feito garras arranhavam a carne da mulher que acordara soltando um berro estrindente ao ver aquele par de olhos topázio e enormes. Jan a encarava deixando sua raiva a mostra, ele queria ve-la apavorada. Os dentes da criatura eram afiados e mortais.

O lobisomem não aguentava mais a espera, sua fera interior tinha fome, então avançou contra o pescoço da jovem, cortando sua carne vorazmente jorrando sangue por tudo, sim o belo sangue e quente que fazia sua fome amenizar por instantes, mas ainda assim ele queria mais, muito mais.

Ele observava a carne vermelha da moça, seu nervos e tendões a mostra, seu sangue escarlate jorrando como um suco de frutas pronto para ser bebido. Jan queria aquela carne, precisava possuí-la dentro de si, sentir a textura, o gosto... Seus dentes já estavam novamente na garganta da humana morta, rasgando pedaços e os devorando. Ah sim... Bem melhor, a sensação era quase extase, dentro de si havia agitação, ele sentia a excitação o tomar por completo, podia sentir sua libído tomar porpoções enormes, mas ela já estava morta e ele queria mais. Sua frustração aumentava então jogou sua cabeça para trás e uivou alto e forte.

O lobisomem voltou a enterrar seus dentes na garganta da camareira destroçando-a.

A essa altura os outros empregados se amontoavam no final do quarto, haviam quebrado cadeiras, pegando seus destroços para fazerem tochas, para afugentar a besta. Mas ao iluminarem melhor, descobriram que o demônio na verdade era seu patrão. Eles ficaram aterrorizados.

Jan fixou o olhar neles, ainda estava com a traqueia da camareira na boca, cuspiu-a fora, os outros precisavam morrer também. Ele avançou para os empregados, esmurrando vários, arrancando suas tochas das mãos e as jogando de lado, deixando o fogo impregnar as paredes. Os mordia, arrancava membros e os devorava, Jan estava no auge de sua ferocidade, ele amava aquele sangue todo e a carnificina. Sentia-se nas nuvens, no seu próprio paraíso.

Ele carregou o corpo de uma mulher e de um homem até a sala de sua casa e os jogou no chão, pegou uma tora de madeira da lareira e começou a colocar fogo em tudo, após a casa estar quase dominada pelas labaredas, Jan saiu e ficou observando sua casa ser destruída.

Não precisava se virar para saber que ele estava ali o observando. Nicolau ainda em sua forma humana se aproximou de Jan.

- Belo trabalho feito aqui Jan. – Ele disse sorrindo.

Jan virou-se para o Alpha. Era um garoto ainda, não passava de seus 25 anos, tinha muito o que viver. Era injusto que garotos tão novos fossem abençoados com o dom de ser Alpha, mas o que Jan podia fazer? Nada.

- Não há nada de belo nisso aqui. - Sua voz surgiu animalesca e feroz na cabeça de Nicolau.

Nicolau suspirou e acabou concordando.

- Nunca é fácil deixar o passado para trás, ainda mais desse jeito, posso compreender perfeitamente Jan.

- Quero que me prometa algo Nicolau. – Sussurrou a voz bestial de Jan na mente de Nicolau.

- Claro o que quiser meu amigo.

- Prometa-me que cuidará bem de Meredith e Savannah.

- Claro, cuidarei sim. – “E como cuidarei.” Pensou Nicolau. – Agora vamos, você já apagou sua vida, agora temos que mostrar a estes humanos vermes e estes bruxos malditos com quem estão lidando. – Nicolau tinha o rosto firme e seu olhar estava tão sombrio que o envelhecera alguns anos.

Jan sabia que Nicolau mesmo para um lobisomem era muito frio e ambicioso, mas nunca soubera dizer de onde vira tanta crueldade. E isso o temia por deixar sua família nas mãos de Nicolau. Jan questionava-se se havia feito a escolha certa.


Notas Finais


O que acharam meus amores?? *--*
Comentem ^ ^


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