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História Crônicas de Luz e Sangue - Um Passado Distante - Flashbacks: Explicando o passado para entender o presente


Escrita por: Dinny_Ives

Notas do Autor


oi oi gente, peço mil desculpas pela demora mas estou tendo dificuldades para escrever os capitulos pois estou estudando, trabalhando e não fico mais em casa to ficando na casa da minha avó, só hoje voltei pra casa. Tentarei o mais rápido possivel continuar a fanfic.

Ah sim desculpem-me por tantos flashbacks mas é que são partes essenciais na história contam muito dos personagens, prometo que o próximo capitul não terá mais flashbacks. desculpem tbm se tiver algum erro de ortografia que eu não tenha visto.
Nesse capitulo me esforcei muito, escrevi muito, espero que gostem dele e comentem por favor :D

Capítulo 6 - Flashbacks: Explicando o passado para entender o presente


Fanfic / Fanfiction Crônicas de Luz e Sangue - Um Passado Distante - Flashbacks: Explicando o passado para entender o presente

Enquanto Savannah resumia os fatos para Conrad, esta se aprofundava na própria memória onde relembrava os ultimos momentos em família. Depois de deixar seu pai, ela e Meredith haviam encontrado esse vilarejo, milhas longe da antiga casa. Ali recomeçaram do zero e continuaram a vida até os dias atuais.

Lembrava como sofrera ao receber a notícia de Nicolau que seu pai havia morrido em batalha, ela nunca soubera ao menos por qual razão essa batalha havia acontecido, o Alpha nunca contara os detalhes e quem havia matado Jan. Desde então o convivio com sua mãe havia piorado, ainda mais pelo fato de Nicolau ter sido seu padrasto por longos 7 anos. Não, ela não odiava sua mãe, afinal tradições são tradições. A cada 7 anos o Alpha trocava de parceira, escolhia a melhor loba reprodutora da década para si.

Ela simplesmente odiava a forma mesquinha que o Alpha governava, ela odiava não ter o pai, ela odiava ter que obedecer ordens, odiava a forma como sua mãe e os outros acatavam tudo do Alpha como se ele fosse um deus,  e principalmente, odiava o fato de estar na mira de Nicolau desde seus 10 anos.

Sim, ele sempre a desejou e não era só porque Savannah pertencia à uma linhagem de lobisomens alphas. Seu pai renunciara seu posto de Alpha para poder ficar permanentemente com Meredith. Nicolau apenas estava esperando os 19 anos da moça para sua parte sobrenatural manifestar-se e também faze-la sua nova parceira. Mas para ela se tornar uma loba pela primeira vez teria que matar alguém humano e comer da carne. O Alpha não via problemas nenhum na demora da parte loba dela manifestar-se, desde que Savannah fosse dele.

E Nicolau a esperou, só que... Savannah não estava disposta a ser dele. Ela via como Nicolau era frio com suas parceiras, o como era dominador, como as manipulava e quando finalmente se cansava de usá-las, as deixava como um papel amassado e inútil. A jovem loba sabia por experiencia, ele fez o mesmo com sua mãe.

Foi a sua decisão, o problema definitivo.

Savannah vinha fugindo de Nicolau, viajava longe para vender seus artesanatos quando ele vinha visitar o vilarejo, driblava todas as investidas do Alpha. Nicolau não era conhecido por sua paciência e Savannah muito menos por seus bons modos cultos de uma moça.

O último problema que causou havia sido no seu aniversário de 19 anos, que por um acaso havia sido a dois dias. Ela o enfureceu quando o rejeitou na frente de todos do clã, explodindo como uma granada de acusações e insultos.

Todos naquele mesmo instante se escandalisaram. Os homens acharam um insulto a conduta, as mulheres pensavam que Savannah era má educada e as garotas de sua idade pensavam que ela só podia estar louca por rejeitar Nicolau, qualquer uma daria seu braço ou perna para ser dele. Mas acima de tudo, todos lá temiam por ela, o Alpha era impiedoso quando se tratava das tradições. Sua mãe havia deixado claro que ela agora era o desgosto da família, ou do que sobrara dela.

Por essa razão Savannah fugiu pela madrugada, foi ameaçada e acabou ferida por Nicolau nas costas.

 - Savannah você está bem? – Perguntou Conrad percebendo a falta de atenção da moça.

- Estou bem. – Ela disse desperçando seus pensamentos. Ela o encarou na tentiva de intimida-lo. Precisava parar de pensar no ocorrido se não a raiva a consumiria.– Ok,  já contei toda minha história, quero saber a sua. – Seu tom era desafiador.

O caçador a olhou com vergonha ao perceber o quão sua história era curta e sem emoções, afinal recem havia descoberto a real origem de sua vida.

- Permita-me ajuda-lo Savannah? – Falou Ângela surgindo de uma porta, trazia nas mãos um livro de capa grossa, semelhante a um grimório. – Desculpe intrometer-me e por ouvir a conversa de vocês, mas sei que Conrad não teria assunto nem por 15 minutos, quem deve contar a história dessa família sou eu.

Savannah percebeu o quão Ângela era gentil e o quanto parecia ser ingenua, exatamente o que a velha não era. Ela tinha simpatia por Ângela.

- Se a senhora sabe mais que Conrad, está mais que convidada para contar. – Disse Savannah sorrindo confiante.

Ângela pegou uma cadeira juntou-se aos dois.

- O que irei contar agora, nunca mencionei a niguém. – Ela disse séria. – E antes de tudo... Perdoe-me Conrad se eu o desapontei.

- Mas vó você nunca me desapontou.

- Isso pode mudar depois do que eu contar e... Savannah.

- Sim?

- As desculpas servem para você também. – Ângela estava com o olhar ao chão.

- Não compreendo... – Savannah estava confusa.

Ângela encarou Savannah nos olhos. A garota sentiu um frio no estômago temendo o que estava para ser dito.

Enquanto começava narrar, Ângela se permitiu viajar de volta ao passado, lamentando ter começado uma richa que no futuro tiraria tantas vidas inclusive a de seu filho.

 

Flashback:

Ela olhava o horizonte mergulhada em seus pensamentos. Através da ampla janela via a lua,  estava cheia e enorme parecendo uma fruta suculenta.

Braços fortes e esguios abraçaram sua cintura.

- Sempre longe. Gostaria de saber o que passa por seus pensamentos. – Disse uma voz máscula próximo ao seu ouvido.

- Estou pensando na segurança de nosso filho Baldur. Gunnars é tão pequeno, vulnerável para os perigos que rondam nossa vida. Tenho medo que aquelas coisas acabem descobrindo ele. – Sua voz soava trêmula.

- Ângela por isso somos pais dele para protege-lo, aquelas coisas não se atreveriam vir até aqui. – Disse Baldur um dos feiticeiros mais temido pelas criaturas da noite. – Nossas proteções são fortes, eles não conseguiriam passar.

Um estrondo inrrompe a noite silenciosa, vinha do andar de cima. Ângela subiu as escadas correndo seguida de Baldur, então os dois ouviram o berro de uma criança ecoar pela casa, o sangue de Ângela esfriou.

- Não!!! – Ela gritou cheia de raiva, ela sabia que eles descobririam cedo ou tarde sobre seu filho, mas nunca passaria por sua cabeça que eles iriam ataca-lo.

Quando os dois chegaram no quarto de Gunnars, tudo estava quebrado, havia um enorme buraco no lugar da janela, ali se encontravam três enormes bestas das quais eles caçavam, a da frente segurava a criança de 4 anos em uma das garras, o menino estava desmaiado e havia muito sangue pelo corpo do pequeno. Todas as bestas os encaravam com fúria, os dentes a mostra, suas faces contorcidas em uma careta demoníaca.

- Demônios!! – Ângela berrou com raiva e repúdio. Ela sentiu sua magia passar pelo corpo em jorros de energia, a revitalizando. Ela começou a falar palavras em latim como um mantra. Seus olhos ficaram azuis claro se itensificando cada vez mais até ter luminosidade própria. Ângela ergueu seu braço esticado e gritou alto e claro : - Vos ardebit in inferno daemonem, incendemus te intestina, spiritum vestrum erit haesitaret, salva animam pueri.( Demônio você queimará no inferno, suas tripas arderão, seu espírito preso ficará, para a vida da criança poupar.)

As linhas da palma e digitais da mão de Ângela iluminaram-se de azul claro, intensificando-se até ela conseguir expulsar o jorro de luz no lobisomem. Tudo em segundos. A besta deixou a criança cair no chão e esquivou-se do jorro de magia, pulou pelo buraco da parede levando os outros consigo.

- Irei atrás dele. – Disse Baldur. Seus olhos brilhavam com uma luz dourada intensa. - Maleficis, et pythones, amici, inquam, nocte bestiis corruet. ( Bruxos e bruxas, amigos, eu os chamo, esta noite as bestas cairão.)

E não importava em qual lugar os bruxos e bruxas estivessem, eles sentiram o chamado de Baldur e se puseram em prontidão para partir imediatamente. Baldur saiu do quarto do filho dirigindo-se para a entrada de sua casa, deparando-se alí com vários vultos negros encapusados.

- Þeir tóku arf minn, son minn elskaði, líf hans það var fari... Komdu bræður, við skulum enda þetta. ( Eles tiraram minha única herança, meu filho amado, sua vida se foi... Vamos irmãos, vamos acabar com isso.) – Baldur disse no idioma da terra em que nascera para todos os vultos que estavam presentes.

Eles não perderam mais tempo, sairam em disparada na direção da floresta.

 

-Meu filhinho... Gunnars por favor... – Ângela chorava diante do pequeno corpo desfalecido. O pescoço do pequeno estava totalmente destroçado, ela conseguia ver suas extenções nervosas, os músculos e até mesmo o osso. Havia tanto sangue.– Hvers vegna, hvers vegna? ( Por que, por quê?) – Sussurrava consigo.

Então ela ouviu um barulho vindo direto da garganta de sua criança, estava engasgada. Ângela não podia acreditar, seu filho estava vivo. Pegou a criança para que consiguisse expelir fosse lá o que estivesse em sua garganta. Gunnars começou a tocir forte, gospindo sangue coagulado, a criança começou a tremer fortemente e a chorar. Ângela viu que os olhos do garotinho estavam cor de topázio, ele piscou e já estavam normais. Não havia nenhuma ferida no pescoço da criança, na verdade era até dificil de acreditar que algo tão horrivel e mortifero estivesse estado alí.

A criança novamente desmaiara. “Não, não... Meu pequeno... Ele consiguiu! Isso quer dizer que... Gunnars nunca será um de nós.” Ângela chorava por seu filho. Chorava pelo azar que o destino havia imposto em seu filho. O pequeno carregava apartir daquele momento a maldição das bestas. Claro que Ângela nunca deixaria nenhum mal o atingir, nunca deixaria alguém mata-lo ou feri-lo, mas isso significava que Gunnars nunca poderia ser um feiticeiro. O que Baldur acharia disso? Céus! Baldur odiava aquelas criaturas, será que odiaria o próprio filho agora? Ângela entendera porque o lobisomem não matara sua criança, a criatura odiava tanto ela e seu marido que se vingou assim, passando a maldição para seu filho, Ângela estava... arrasada.

 

Baldur já podia ver aqueles demônios desgraçados e sua colônia, ele não esperou mais. Suas veias coçavam de tanta magia que ele carregava no sangue, seus olhos já estavam com aquela luz dourada. Ele mirou um dos lobisomens e apenas pensou “Ignis” e então a enorme besta se incendiou, as labaredas de fogo o consumindo. A besta uivava e gania chorando de dor, até cair no chão e ficar imóvel.

O lobisomem Alpha, no qual havia mordido o filho de Baldur ficou furioso, começou a uivar chamando reforços. Logo os feiticeiros estavam cercados de lobisomens. Os lobos corriam furiosos na direção dos feiticeiros, que se defendiam e revidavam como podiam.

Um lobo enorme tentou pular em cima de Baldur, que o jogou longe fazendo um gesto brusco com o braço. Ao seu redor estavam acontecendo batalhas semelhantes. Um lobo arrancava a cabeça de um feiticeiro. Um feiticeiro fazendo estalactitis crescer do chão empalando um lobisomem. Outro feiticeiro eletrecutava um lobo com raios que cortavam o céu. Haviam muitas outras batalhas corpo a corpo entre lobisomens e feiticeiros. Mas mesmo vendo tudo aquilo, Baldur não conseguia parar de caminhar na direção do maior lobo presente naquela zona de guerra, o Alpha que ele acreditava ter matado seu filho.

- Dolor, mentis tormentis, dolor, mentis tormentis... ( Dor, tortura mental, dor, tortura mental...) – Baldur repetia sem parar colocando toda força que conseguia.

O Alpha caiu no chão se retorcendo e ganindo. Baldur se aproximou da besta e itensificou sua magia, até a besta se destransformar parecendo um homem qualquer nu.

- Agora você vai ter o que merece. – Disse Baldur gospindo no rosto do homem.

- Faça o que quiser, já tenho meu sucessor que nunca deixará essa guerra acabar. – O homem ria sem se importar com o frio cortante da floresta.

- Que seja, hoje estou vingando a morte de meu filho! – Baldur ia dizer as palavras finais em latim para mata-lo até então ouvir o que saiu da boca do homem.

- Morte? Que morte? Se eu lhe dei a vida eterna. – O homem ria loucamente. – Não me diga que achou mesmo por um instante que eu o matara? Baldur, Baldur ia ser tão fácil não é mesmo? – O lobisomem falava irônico, rindo de Baldur. – Você e a meretris da sua mulherzinha merecia coisa pior, então tive essa idéia, agora sofram por seu filho até suas mortes imundas! – Ele berrou com raiva transformando-se em uma besta novamente.

Baldur havia deixado o homem distrai-lo agora estava novamente como uma besta, uma besta que estaria igual a que estaria dentro de seu filho, e com esse pensamento, Baldur se revigorou.

- Vá para o inferno! – Berrou com raiva. – Bestia immundum erit devoravit per terram et inflammábit in gehennam! (Imunda besta seja engolida pela terra e arda no fogo do inferno!).

Então o chão começou a tremer até formar uma rachadura, a rachadura abriu-se em um enorme buraco em cores vivas, pois lá no fundo via-se o magma e a larva. O buraco engoliu o Alpha que caia sem parar até encontrar-se com o magma.

Baldur não importava-se com os lobos que fugiam dali, ele só tinha olhos para o desgraçado que morria queimando lá em baixo.

Naquela noite os feiticeiros ganharam, mas sabiam que muito estava por vir.

 

Flashback 2:

Era uma noite alegre como qualquer outra. O festivel de primavera consumia a noite e os moradores do vilarejo. Ângela observava a nora dançar com seu neto, Gunnars estava próximo dançando para fazer o filho rir.

Muito havia passado desde aquela horrivel noite em que o lobisomem mordera seu querido Gunnars. Demorou muito até que Baldur voltasse a tratar Gunnars como filho novamente, isso somente aconteceu quando os dois conseguiram criar um encantamento que segurava a fera interior do filho.

Quando se apaixonou ninguém conseguiu segura-lo, se encantara pela moça mais bela do vilarejo, logo a única coisa que restou foi uni-los. Baldur e Ângela na época, temiam pela criança que nasceria, a maldição poderia ser passada por geração. Mas após o nascimento do pequeno Conrad não pensaram mais em nada, a criança era perfeita, e roubou a atenção dos avós tão logo que estes pareciam dois bobões.

A esposa de Gunnars não sabia de sua maldição, isso o deixava desconfortavel por ter que esconder algo tão importante de sua amada, mas era para própria segurança dela.

Baldur estava ao lado de Ângela sorrindo para a família de seu filho.

Tudo seguia amigavelmente com o festival humano quando todos ouviram a badalada do sino e outra e mais outra, essa altura todos haviam parado, até mesmo a música cessara, os humanos rezavam para que não houvesse a quarta badalada, mas então todos a ouviram. Cada badalada significava um aviso. Uma badalada: visitantes. Duas badaladas: Saqueadores. Três badaladas: Homicidio. Quatro badaladas: Invasão selvagem.

Ninguém conseguia se mecher estavam perplexos, há muito tempo não viam uma invasão de feras selvagens, ainda mais pelas feras serem anormalmente grandes e demoníacas. Os humanos não entendiam que aquelas criaturas eram lobisomens, pensavam que era somente animais irracionais.

Um homem surgiu correndo aproximando-se da fogueira, gritava: - Lobos! Lobos! – Da escuridão pulou em cima do homem um lobisomem negro como a noite, o lobisomem arrancou a cabeça do homem e a cospiu longe, jorrando sangue pelo chão. A fera enrugou sua face em fúria mostrando todos dentes. Atrás de si, surgiram muitos olhos na escuridão, olhos reluzentes de lobo.

Nesse momento o caos se formou em todo vilarejo, pessoas corriam, gritavam, enquanto os lobisomens de uma forma quase zombadora escolhia sua presa  como se fosse uma fruta colhida da árvore.

- Leve Carmella para longe, para nossa cabana Ângela. – Baldur disse com os olhos completos de luz dourada se voltando para um lobisomem.

Ela não teve nem a oportunidade de dizer algo ao marido pois ele já combatia o demônio. Ângela correu para perto de sua nora, ela temia por sua família como nunca.

- Venha Carmella, precisamos sair daqui.

- Mas senhora eu não entendo... Onde esta Gunnars? – Carmella chorava agarrada no filho que repetia a frase, “mamãe estou com medo” e também chorava.

- Vamos Carmella, dê-me o menino, facilitará sua corrida. Calma querido não precisa ter medo só feche os olhos.

- Mas e a senhora... AAAHHH! – O grito estrindente de Carmella rasgou a noite, ela olhava para além de Ângela.

Ângela segurava Conrad com um braço, virou-se pra trás com o braço esticado, seus olhos tomados pela luz azul: - Ignis! – Disse alto e claro.

A criatura que estava no meio de um salto para aterrissar em cima de Ângela, caiu no chão pegando fogo e rugindo de agonia.

A bruxa lamentou por ter de revelar seus poderes assim para Carmella, a pobre jovem a observava com a boca suspensa num “o”. Não tinham tempo para explicações, ela pegou a jovem pelo braço e começaram a correr.

A praça central do vilarejo estava irreconhecivel, parecia uma arena de matança, o sangue no barro transformava-se em lama, haviam corpos em pedaços no chão, alguns braços aqui, algumas pernas ali e víceras por todo lado, havia muita coisa que não dava pra reconhecer. O pior de tudo era os gritos que penetravam a pele encharcando os ossos. Gritos de mulheres, crianças, velhos, homens.

Um lobisomem apareceu diante da visão de Ângela. Ela arregalou os olhos que brilharam com mais intensidade de luz liberando um escudo transparente, mas denso, levantando o lobisomem para o alto e o jogando e esmagando de volta ao chão de onde não se ergueu mais.

Ela retomou a corrida junto com sua nora, mas sua visão periférica revelou algo que a preocupou muito. Vários lobisomens se agrupavam a sua volta. Ângela olhou para o neto que continuava com os olhos fechados como ela dissera. A bruxa teria que se esforçar muito mais para mante-los a salvo.

- Carmella pegue seu filho e continue correndo até chegar a minha cabana, lá há um túnel subterrâneo, percorra-o, você encontrara pessoas confiaveis, diga a eles o que esta havendo. Seja o que estiver acontencendo não olhe para trás, entendeu?

- Sim. – Ângela viu a determinação tomar feições no rosto de Carmella e ficou grata pela força interior que a esposa de seu filho tinha.

- Querido olhe para a vóvó, você precisa ir com a mamãe entendeu? Seja bonzinho, vóvó te ama.

O menino apenas acenou com a cabeça.

- Agora vá Carmella.

Ela viu Carmella se afastar. Então Ângela já estava com a magia transbordando por seus dedos, em seus olhos habitavam a luz azul em grande intensidade e até seus cabelos estavam irradiando luz azul. Ela tirou a capa que usava com armação jogando-a no chão, deixando a mostra suas calças pretas de couro e sua blusa de mangas compridas também de couro preto. Ela sussurrou algumas palavras mais poderosas que as em latim, numa linguagem muito antiga e então uma espada de prata pura se materializou em sua mão já fechada.

O primeiro lobisomem corria com fúria, muita sede ao pote, Ângela sabia que era um novato por isso escolheu ele para morrer por primeiro. Ele pulou em sua direção como uma criança hávida. Ângela esperou pelo momento certo e pulou na sua direção e apenas com um golpe no ar, acertou a garganta da criatura que agoniava caída no chão gorgolejando e sufocando-se com o próprio sangue. Ela enfiou a espada bem no meio da cabeça para que morresse de uma vez.

O segundo lobisomem não era burro como o primeiro, ele se aproximou silencioso,  e tentou arranha-la com as garras, Ângela desviou das investidas da fera e quando houve brecha abriu o estômago da criatura que perdia muito sangue, o estomago e os intestinos.

O terceiro a pegou de surpresa pulando pelas costas da bruxa. Derrubou ela no chão, jogando a espada longe. Com o peso da criatura, ela não conseguia erguer-se, então a besta a mordeu bem no ombro. O grito de Ângela ecoou por todo vilarejo. Ângela jogou uma maldição tão forte devido ao seu ódio de receber a mordida da besta, que o lobisomem teve a cabeça explodida em mil pedacinhos.

Ângela pegou sua espada rapidamente e engoliu em seco quando viu várias bestas ao seu redor. Ela não perdeu tempo ergueu o braço e gritou “Ignis” com tanta força e autoridade que três dos lobisomens flamejaram. No outro instante ela ja lutava com outros dois. Em um rodopio ela arrancou a cabeça de um e enfiou a espada entre os olhos do outro.

Os movimentos de Ângela eram calculados, rápidos, precisos, dignos de uma espadachim. Ela lutou com vários, chegando a perder a conta, não paravam de surgir mais e mais. Ela já estava exausta e sua magia não funcionava sem energia, mas não poderia parar, se parasse estaria perdida, a mordida no ombro encomodava muito, ela também havia ganhado um arranhão profundo na perna.

Então do nada eles pararam com as investidas, só a observavam. Os lobisomens começaram a abrir caminho para alguém que caminhava entre eles para passar. Era um rapaz de vinte e poucos anos com os cabelos escuros pela nuca e de feições duras e másculas no rosto.

- Olá Ângela, sou Nicolau, o novo Alpha.

Ângela sentiu uma senção muito ruim vir do rapaz, ele tinha uma relação obscura com o mal, mesmo para um lobisomem.

- O que você quer? – Ela perguntou com raiva dele.

- Vejamos, além de vingar meu pai? Acabar com sua raça imunda? – Ele pausou observando Ângela zombando dela. – A minha vingança ja estou quase conseguindo, aniquilar sua raça é só questão de tempo.

- O que você fez?! – Perguntou ela enfurecida.

Nicolau fez um movimento com a mão para lhe trazerem algo. Um lobisomem se aproximou segurando com as garras uma cabeça pelos cabelos, era a cabeça de Baldur.

- Nãããão! – Ela estava com os olhos arregalados de espanto. – Seu desgraçado! Eu vou te matar! Seu corpo irá apodrecer cão do inferno!

- Eu apenas devolvi na mesma moeda. – Ele disse tranquilo, logo depois falou alto e claro: - VENHA!

 Um lobo acinzentado se aproximou, Ângela o conhecia muito bem, era Gunnars.

- Filho! – Ângela falou alto.

Gunnars a encarou, seus olhos estavam cheios de dor.

- Vamos lá Gunnars, mate-a. – Disse Nicolau normalmente como se fosse algo comum.

Mas o lobisomem não se moveu de seu lugar.

- Gunnars, mate-a. – Repetiu Nicolau o encarando.

Gunnars por não fazer o que Nicolau mandava, começou a tremer, ele recusava uma ordem do Alpha.

- EU MANDEI VOCÊ MATA-LA! – Nicolau gritou furioso diante do lobisomem.

Mas Gunnars não foi até Ângela, seu corpo tremia muito e então soltou ganidos um atrás do outro como se algo o estivesse machucando.

- Não, deixe ele seu monstro! Seu demônio, mate-me se quiser mas deixe-o ir!

- CALE A BOCA SUA BRUXA MALDITA! - Berrou Nicolau. – Já que este pedaço de escroto não respeita o Alpha, ele terá o que merece. Jan venha cá. – Nicolau disse calmo.

Um lobisomem preto e gigante aproximou-se de Nicolau, ele era ameaçador parecia um Alpha.

- Lute com esse aí até a morte.

- Não! Gunnars fuja! Seu maldito esterco de cavalo! – Berrou Ângela.

Nicolau se aproximou da bruxa e a esbofetiou no rosto. Ângela estava tão exaurida que não teve forças de se levantar.

- Agora sua vagabunda meretriz você irá calar essa maldita boca sim! – Nicolau falou cuspindo nela.

Gunnars estava furioso e rosnava para Nicolau, estava louco para arrancar sua cabeça fora.

Jan arregalou os olhos para Nicolau.

- Faça o que eu mando meu caro amigo. – Nicolau disse com o olhar gélido.

O lobisomem encarou Gunnars tornando-se totalmente feroz, selvagem e monstruoso. Gunnars não se intimidou, também preparou-se para lutar. E então finalmente se atacaram, não fazia nem 20 minutos que a luta começara quando Jan quebrou o pescoço de Gunnars.

Ângela chorava desesperadamente, ela não sabia o que fazer sua magia esgotara e até mesmo sua vida estava se esgotando. Naquela noite ela morrera duas vezes e se não fosse por seu Conrad e Carmella, teria aceitado a morte pela terceira vez. Falando nisso onde estava Carmella com a ajuda?

- Agora Jan, acabe com aquela maldita cadela de uma vez. – Nicolau ordenou.

Jan encarou Ângela pronto para ataca-lá e então a observou melhor. Estava jogada na lama acabada, antes uma mulher forte, agora derrotada pela morte do filho e do marido, sua dor era visivel e contagiante para quem tinha sentimentos. E Jan tinha sentimentos, e principalmente pensamentos que corriam em sua cabeça, “E se fosse ele no lugar dela? E se perdesse tudo?” Então outro pensamento lhe veio. “Se eu fosse o Alpha nada disso teria acontecido. Nicolau é frio e cruel, ele põe nosso povo em perigo por meros caprichos dele, isso não está certo. Essa guerra nunca deveria ter começado.”

- O que foi Jan? – Nicolau perguntou.

“Não farei isso. Se quiser faça você mesmo.” Jan projetou seus pensamentos na cabeça de Nicolau soando bestial.

- Você ousa me desafiar? Eu sou seu Alpha Jan! – Disse Nicolau perdendo a paciencia.

“Não vou fazer.” Ele repetiu acrescentando. “Essa guerra nunca deveria ter se iniciado.”

Nicolau ficou furioso com o que Jan disse.

- Não se esqueça Jan, sua família está em minhas mãos. – Disse Nicolau sorrindo sombriamente.

Jan sentiu a batida de seu coração parar e então voltou-se para Ângela que o encarava esperando por seu fim. Ele começou a andar em sua direção ameaçadoramente, no momento que ia ataca-la, Jan a agarrou e fugiu rapidamente. Ângela não entendia o que estava acontecendo. Será que era algum jogo psicopata deles?

O lobisomem corria na direção da Irmandade dos bruxos, então Ângela compreendeu, o tal lobisomem Jan estava a salvando, mas porque? Ele havia matado seu filho. Ângela estava confusa não sabia o que pensar.

Então quando estavam longe o bastante do vilarejo e próximo a Irmandade, Jan a soltou no chão. Ângela o observava. “Besta estúpida o que ira fazer agora!” Então ele começou a se destransformar até estar na forma humana.

- Não temos tempo, logo estarão aqui. Pode parecer loucura, mas eu quero que você fique segura e sinceramente bruxa, perdoe-me pela morte de seu filho. – Disse Jan o mais sinceramente possivel mostrando que era confiavel ou tentando parecer.

- O que você quer? Não me deixaria viver sem um propósito. – Ângela disse não demonstrando fraqueza.

- Você está certa, eu agora posso ver o que não via antes, Nicolau não é um Alpha bom para meu povo, bruxa. Entenda que me sinto culpado pelos fatos que se acarretaram nos desenrolar dos anos, se eu não tivesse renunciado meu posicionamento de Alpha... Essa guerra nunca teria acontecido... Quero um acordo, uma promessa, em troca de ter poupado sua vida, preciso que cuide de minha filha, que acompanhe seu crescimento. – Ele falava rápido, mas Ângela conseguia entender e estava desconfiada com aquele assunto.

- Quer que eu faça isso somente pelo fato de ter poupado minha vida? Esqueceu que matou meu filho?

- Não esqueci, e foi algo pelo qual já pedi desculpas. Se não fizer tudo bem, mas vou deixar bem claro que se eu quisesse poderia ter matado a mulher e o garoto que entraram na cabana. – Jan falava indiferente.

- O que você fez com eles? – Ângela endureceu o queixo.

- Nada, mas poderia ter feito. Sei que são importantes para você, não se engane Ângela nem todos nós queremos essa guerra. - Ele tinha razão. Nem os bruxos queriam isso.

- Ok eu prometo cuidá-la.

- Elas estão no vilarejo a leste da Terra Média, minha pequena se chama Savannah Valker e minha mulher Meredith, mas não se aproxime de minha mulher ela não entenderá minha titude, pensará que você está armando. Disfarce-se bem bruxa, para o Alpha não te achar.

- Nada que um feitiço não resolva.

- Ângela mais uma coisa, quando eu me distanciava vi que lobos entraram na cabana que a mulher e a criança entraram, sei que a criança sobreviveu, mas a mulher... Eu não pude fazer nada... Desculpe.

Ângela não queria acreditar nele, mas algo dizia que o lobo estava certo, no fim só ela e o neto sobreviveriam.

- Adeus Ângela. – E Jan voltou a correr na direção de onde tinham vindo, se transformando novamente numa besta.

Ângela corria rápido esquecendo as dores do corpo, logo estaria com os seus, uns metros a frente parou ao ver focos de luzes, havia alguém andando na floresta. Ela baixou-se ficando renta a vegetação e então percebeu que eram vultos encapuzados iguais aos que ela tinha, resolveu aparecer para eles. Os focos estavam iluminando todo seu corpo.

- Ângela? – Uma voz feminina conhecida falou com ela, era Lirian uma grande amiga. – O que faz aqui? Nesse estado? Onde esta Baldur? Encontramos uma criança nos túneis estava desmaiada com alguns ferimentos...

- Eles morreram Lirian, quase toda minha família, só me resta o Conrad.

Então Ângela se deixou ser abraçada pela amiga chorando desesperadamente.


Notas Finais


Comentem, seus comentários é o que mais me motiva a continuar :D
Usei linguagens como o latim e o finlândes.


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