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História Crônicas e poesias de um aluno entediado - Depois da prova


Escrita por: kakashikyuubi

Capítulo 1 - Depois da prova


Dever cumprido. Com esse sentimento eu encontro o frio e úmido mundo fora da sala. Silêncio e cansaço são percebidos sando da boca das pessoas ao falar. Demorei tanto tempo sentado que cansei.

O desejo de voltar ao meu lar me faz aumentar o passo e, passando pelo segurança que guardava a entrada, ouço o som dos carros que passam na minha frente. Devo virar a direita.

Com o som dos carros como minha companheira, cada passo aumenta levemente minha respiração e meus batimentos cardíacos. Começo a ofegar. Assim, diminuo o ritmo da caminhada até que consigo estabilizar cada bafo que saía das narinas. Acho que foram 500 metros para isso.

Choveu. Lembro-me do som das gotas de chuva caindo nas telhas da sala ao sentir o cheiro de terra molhada. Que sensação boa! Meu tempo de escola em que eu corria pelas matas depois de chuvas e percebia o mesmo cheiro característico que me deixava mais calmo. Pena que durou até um carro passar e a fumaça do seu motor à gasolina invadir meus pulmões e destruir o encanto daquele chão abençoado. Logo em seguida, outro veículo passa ao meu lado e, ao expelir água e álcool da descarga, deixa meu corpo mais relaxado. Mas o frio trata de endurece-lo novamente.

Cada passo me fazia perceber que o vazio de pessoas naquele lugar era tópico do fim da tarde, além disso, o som dos pneus no chão traz lembranças do tempo em que andava naquela região para as aulas de capoeira e ao maternal. Em seguida, passo num lugar onde o cheiro do pão me lembra os meus 5 anos quando eu ia àquele lugar para comprar do melhor. Bons tempos.

Frio. Essa coisa chata me lembra a cada passo de que estou vivo, mas minha busca inconsciente por algum entorpecente chegou ao calor que emanava de eu carro parado ao meu lado. Estou chegando numa região movimentada.

O som de pessoas em um restaurante ao ar livre ouvindo a televisão combinou muito com o cheiro de pizza de frango que misturava com os das árvores. O cheiro de uma fruta que não me lembro. Carambola, pêra, cajá? Não sei. Só sei que o perfume masculino da pessoa que passava por mim reforçou minha vida. Cheiro gostoso.

Um leve reflexo de olhar para trás mesmo percebendo que não haviam carros pelo ouvido fez meu punho esquerdo fechar por meio segundo, o suficiente para perceber que tinha unhas.

Uma pessoa conversando enquanto andava na mesma direção que eu não me atenta a ponto de prestar atenção no que ela falava. A ultrapasso facilmente e caminho até sentir uma colônia feminina invadir meu corpo. Sinto-me vivo novamente.

O ambiente está tão cheio de pessoas. Muita conversa num ambiente que fica próxima à rua em que ando até agora. Longa rua. Foram precisos vinte passos para ouvir o som da missa logo depois das conversas, mas precisei de apenas cinco para parar.

Virei a frente do meu corpo para a rua, que deveria ser chamada de avenida pela seu extensão, e passo a admirar o fluxo intenso de carros que passam em minha frente. A sirene da polícia era algo tão presente agora que cheguei a me acostumar com ela. Chegou a minha hora de andar.

Novamente andando e agora percebendo uma bozina vinda da minha direita, percebo que é apenas um homem reclamando de um engarrafamento de veículos a entrar num condomínio, ele nem entraria neste estabelecimento.

A fumaça dos carros era proporcional à quantidade deles, mas, o ônibus que bloqueava tal cheiro e som dessas latas ambulantes era o mesmo que jogava o resultado da queima do diesel no ar. Odeio esse cheiro.

Prova. A garota que passou rapidamente ao meu lado falava sobre isso. Quero apenas voltar de onde eu vim.

Algo me chama a atenção. O os motores ligados próximos de mim fazem os carros mais distantes mais velozes. Acho que é apenas uma impressão.

O cheiro de grama junto com o leve silêncio dos carros me leva a perceber que terminei de atravessar um muro, um buraco para os moradores passarem sem precisar usar o caminho mais longo. Silêncio. Estou chegando.

Um click na minha frente confirma a porta aberta ligo após o porteiro reconhecer minha figura. Um timbre conhecido veio junto com o segundo click. Falei rapidamente com a pessoa, não gosto de conversar enquanto ando, e volto à minha rota original.

Bicicleta com rodinhas. Um garoto brinca na minha frente com um objeto desses. A diversão daquele garoto por não ter provas, trabalhos ou trabalho no dia seguinte. Felicidade.

Sinto o ambiente fechado que entro por quase não ouvir o som de fora. Giro a maçaneta. O eco dos meus passos subindo as escadas me incentivaram a pular os degraus e chegar mais rápido ao andar superior. Giro a maçaneta novamente.

O rádio ligado era sobre um jogo de futebol, o jogo, que me confirmava a presença do meu pai na cozinha. Toco a campainha.

A porta abre.



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