A sala de aula parecia uma prisão. Era um dia belíssimo lá fora e a menininha precisava ficar sentada, ouvindo a professora de português falar. Era dia de conjugar verbos e a garotinha odiava isso. Achava difícil. Principalmente porque a professora achava que a menina estava rindo dela, o que não era verdade.
-Eu odeio, tu odeias, ele odeia. –Falava a professora. –Nós odiamos, vós odiais e eles odeiam.
-Que triste! –Lamentou a aluna. A professora lhe lançou um olhar de ódio, compatível com o verbo que acabara de conjugar.
-Eu quero, tu queres, ele quer. Nós queremos, vós quereis e eles querem.
-Querer não é poder. –Sussurrou a aluna, muito séria. A professora pensou que ela estava brincando e pediu, então:
-Conjugue o verbo amar!
-Eu quero, tu desejas, ele odeia. Nós sonhamos, vós amais e eles destroem. –Na total inocência, falou. A professora, ainda mais furiosa, corrigiu:
-Eu amo, tu amas, ele ama. Nós amamos, vós amais e eles amam.
-Quem me dera... –O coração da menina sussurrou e todos ficaram em silêncio.
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