Seus braços envolvem minha cintura e me empurram contra a parede. O modo que ele me segura deveria doer, mas não é isso o que acontece. Nossos rostos estão perto demais, eu consigo ver cada poro de seu rosto; cada veia pulsante. É nesse momento que as coisas deveriam ficar em câmera lenta, como nos livros. Mas a adrenalina torna tudo mais rápido.
Seus cílios cobrem seus olhos como cortinas negras. Seus lábios encostam nos meus com delicadeza. Minha boca está cortada e sinto uma leve ardência ocasionada pela pasta dental sabor menta que ele usa. É agradável. Sinto como se estivesse leve demais para ficar em pé, mas ele me segura com força.
O homem cheira a suor e sabonete, uma combinação peculiar e eu gosto disso. Então, abro a boca, sem saber o que quero, mas quero mais. Desejo mais. Preciso de mais. Sua língua se entrelaça na minha em um abraço úmido. Ele umedece meus lábios cuidadosamente. Tão ritmado quanto uma dança.
Quando o ritmo acelera, meu coração acelera também suas mãos calejadas passam por debaixo da minha camiseta, acariciam minhas costas e pequenos impulsos elétricos percorrem meu corpo, meus pelos se arrepiam. Passo as mãos pelos seus cabelos cacheados, entrelaçando meus dedos neles.
Tudo em nós se encaixa: os corpos, as mãos, o beijo. Ao se afastar, ele sorri. O mundo gira e fecho meus olhos enquanto deitamo-nos na cama, ainda elétricos e hipnotizados um pelo outro.
Aos poucos, mais tarde, o cansaço me alcança e entro em um mundo de escuridão. Hoje, fui dormir sonhando.
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