Foi logo depois que ele falou “eu te amo”. Ela saiu da cidade tão rápido quanto uma bala sai de uma arma. A lua brilhava, seus cabelos eram como ondas e voavam ao vento. A menina era tão alta, mas tão pequena.
As palavras do menino ainda soavam em sua mente como sirenes de alerta: “eu te amo, às vezes é tudo o que consigo fazer”. Ela só queria esquecer, como marcas na areia apagando-se com o vento. Mas tudo a fazia lembrar.
As pessoas de lá encaravam a todos, procurando por um beijo ou por uma briga. A menina não queria saber dos caras dos bares, que bebiam com ela como amigos e no final da noite, queriam algo a mais. Ela dizia “se você compartilhar minha cama, compartilhará meu nome”.
A pobre garota construiu uma mansão só para vê-la em chamas. Construiu o amor, para depois destruí-lo. “Eu te amo, eu te amo...”.
E a frase circulava em sua mente, mantendo-a alerta e insone. Ela queria esquecer, seguir em frente, mas algo a prendia naquele amor, algo a prendia naquela pessoa.
Foi numa noite, ela estava quase esquecendo. Fazia dez graus negativos, talvez menos. Ela estava ao lado de uma loja de 1,99 e fechou os olhos, começou a se embalançar. Todos a encaravam, será que finalmente havia ficado louca? Era estranho dançar na cidade fria, sem música.
Mas na sua cabeça, havia um disco tocando uma música chamada “eu te amo”.
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