Na cidade grande, mil e um homens vão para o bar. No início da noite, felicidade e gritos. No meio da noite, cansaço e confissões. No fim da noite, embriaguez e depressão.
Na cidade grande, nuvens pesadas preenchem o céu. No início da madrugada, mil e um homens saem para se limpar com a água corrente. No meio da tarde, dor de cabeça e analgésicos. No início da noite, o ciclo se repete.
No interior da cidade, a chuva cai na janela, causando um barulho entristecido. O coque frouxo deixa fios dourados cair nos ombros da pequena mulher. Está frio, mas ela se sente quente.
No interior da cidade, a mulher segura o café quente nas mãos para aquecê-las. A colcha cor de rosa aquece seus pés frios. O livro está na mão esquerda, as palavras aquecendo seu coração.
Lá na fazenda, a chuva cai finalmente. A terra é lama, pedras deslizarão e dificultarão quem passar pela estrada. A criança pequena lambuza as mãos na lama, onde estão seus pais? A criança nem se importa.
Lá na fazenda, o velho homem sorri ao olhar para a neta. Já o homem mais novo, fica feliz com a chuva, que hidrata sua plantação. A mulher também está feliz, terão comida neste verão.
E a chuva é cruel. A chuva é confortável. A chuva é alívio no verão.
-É apenas uma questão de percepção. –Lê a mulher loira, com o livro na mão.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.