-Jared! Jared, levanta por favor! Vamos, acorde! - entrei na banheira e o puxei com dificuldade pra cima, o apoiei na borda e dei leves tapas em seu rosto pra tentar despertá-lo.
“Meu Deus, será que ele está aqui há muito tempo? Será que engoliu muita água?” –pensei.
Me esforcei pra pensar rápido em alguma coisa que pudesse despertá-lo. Continuei batendo em seu rosto, fiz respiração boca a boca, chequei sua respiração e seu pulso. Não sabia se ele realmente não tinha os sinais ou se eu é quem estava nervosa demais para percebê-los. Olhei ao redor do quarto procurando algo que pudesse me ajudar e vi uma toalha que me fez ter uma ideia: saí depressa da banheira e peguei a toalha e corri pra pegar um frasco de álcool, mas só havia no andar debaixo. Então joguei todo o meu perfume nela e coloquei sobre o nariz de Jared, na tentativa de despertá-lo.
-Pelo amor de Deus, Jared! Não faz isso comigo, meu amor! –implorei, já com lágrimas descendo por meu rosto enquanto imaginava o pior.
-Jared?! Acorda, vamos! Jared! -entrei na banheira e o puxei com dificuldade pra cima enquanto dava leves e firmes tapas em seu rosto.
O encostei na borda e puxei o tampão para que toda aquela água escorresse o mais depressa possível. Tentei puxá-lo pra fora, mas ele era mais pesado do que podia imaginar!
"Eu não posso fazer isso sozinha, vou acabar machucando ele." -pensei.
Olhei pra ele e coloquei o dorso da minha mão sobre seu nariz. Estava respirando. Chequei sua pulsação: fraca.
-Meu Deus, isso não pode estar acontecendo!!
Corri pra pegar o telefone e no instante em que ia discar um número, me bateu a dúvida: Shannon ou a emergência? Quem vai chegar primeiro? Shannon mora mais perto mas não vai saber o que fazer, mas ele pode morrer se a emergência demorar... disquei a emergência por fim, sem pensar demais e rezando pra que eles chegassem depressa.
- Você ligou para 911, Centro de Emergência de Los Angeles, Diana falando, qual a sua emergência?
-Meu marido aparentemente se afogou na banheira. Ele está com a pulsação fraca, mas continua respirando!
-Tudo bem, senhora. Onde exatamente ele está agora?
-Está recostado na banheira, eu não consigo tirá-lo! -o pânico me atingiu quando me deparei em meio à tudo aquilo e com Jared ficando cada vez mais pálido. Seus lábios mudando de cor.
-Tudo bem, mantenha a calma e tente com toda a sua força, tirá-lo da banheira. Não tem ninguém que possa te ajudar?
Meus filhos... mas eles não teriam forças e só me deixariam mais nervosa.
-Não...- minha voz saiu tremida, quase sem força.
-Me passe seu endereço, vou encaminhar uma ambulância agora.
Assim que passei o endereço tornei a puxá-lo pra fora. Puxei até perder o ar, mas consegui deitá-lo no chão.
-Eu o tirei! -gritei pra ela.
-Bom trabalho! Agora faça respiração boca a boca e intercale com massagem cardíaca no peito dele, com cuidado.
Fiz o que ela mandou. Dezena de vezes.
-O que está acontecendo? -ela perguntou quando eu fiquei quieta por tempo demais.
-Não está adiantando! -Eu tremia da cabeça aos pés.
-Mãe?!
Sofia havia acabado de entrar no banheiro.
-Mãe! -ela gritou em desespero ao ver o pai ali no chão, inconsciente.
-Senhora, continue tentando! A ambulância está quase chegando.
-O que que aconteceu, mãe?! O meu pai não tá respirando? Ele se afogou?
A campainha tocando naquele exato momento foi o meu momento de alívio.
-Corre, abre a porta pros paramédicos!
Ela saiu depressa e em poucos instantes eles estavam do meu lado. Eram quatro. Dois com uma maca e um com uma maleta de socorros.
-Senhora, afaste-se. Pode desligar, assumimos daqui. - um deles me disse, se agachando ao lado de Jared.
Ele e o outro paramédico fizeram a massagem cardíaca e respiração boca a boca enquanto me faziam perguntas sobre os momentos que antecederam a chegada deles.
Eles viraram Jared de lado, seus lábios já quase perdendo a cor.
Eu não queria pensar no pior, então rezava desesperadamente pra Deus não tirar ele de mim. Não agora, não daquela maneira. Não na frente da nossa filha. A gente ainda tinha muitos planos, ainda éramos jovens e depois de tanta coisa que fizemos pra ficarmos juntos, não era justo que tudo acabasse assim!
Eu comecei a rezar.
Sofia me abraçava com toda a sua força enquanto chorava de soluçar.
-Mais uma vez! -um deles falou.
O que veio depois, fez meu coração parar de bater.
-Cof, cof, cof!!
E voltar a bater de novo, aliviado.
Eles estava vivo! Graças à Deus!
-Vamos, coloquem ele na maca, vamos seguir pro hospital central! Peguem o que julgarem imprescindível pra diagnosticarmos a causa. - ele ordenou apressado.
-Ele está bem? -perguntei um tanto confusa. Ele cuspiu a água que havia ingerido mas ainda estava fora de si, seus olhos não conseguiam abrir.
-Vamos levá-lo para o hospital para examiná-lo e deixá-lo em observação. Se necessário, o medicaremos. A senhora pode vir conosco.
Olhei pra Sofia. Pensei rápido no que fazer com ela e Noah, os paramédicos não podiam esperar.
-Entra com eles, vou pegar seu irmão.
Ela assentiu e correu para a ambulância enquanto eu pegava... ainda sonolento. No meio do caminho liguei pra Shannon.
Ele atendeu no segundo toque.
-Shannon! Estou indo pro hospital central com Jared. Ele se afogou na banheira, por favor me encontre lá o mais rápido que puder! Avise Constance, por favor!
Eu não o deixei falar muito porque não tinha condições de dar mais explicações e mesmo parecendo confuso com uma notícia daquela aquela hora da noite, ele disse que estava indo para lá.
Assim que chegamos, eles o levaram direto para a ala emergencial e eu não pude mais acompanhá-lo. Me sentia tão perdida naquele hospital que me trazia tantas lembranças boas e ruins...
-Mãe, o que o papai tem? – Noah me perguntou com toda a sua inocência, sem ter a mínima ideia do que estava acontecendo.
-Ele passou mal, meu amor.
-Ele vai ficar bem, não vai?
-Vai. – o peguei no colo.
Sofia me olhou quieta, mas eu podia ver que seu olhar dizia o quão amedrontada ela estava.
-Venham, fiquem aqui sentados, eu vou até a recepção. Não saiam da minha vista, por favor!
Eu esperava que ninguém tivesse visto nada para que não alertassem os paparazzi que fariam daquela situação um verdadeiro inferno pra gente. Tudo o que não precisávamos era que nossa privacidade fosse invadida naquele momento.
Assim que registrei a entrada de Jared no hospital, Shannon chegou.
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