NORMANI POV
Hamilton's Mountain House. Peru. — Lima. — 11:30 A.M
21 de Maio de 2006
:- Mani! — Ouvi batidas na porta e em seguida a voz de meu pai.
:- Me deixa em paz! — Respondi com a cabeça precionada contra o travesseiro e a voz embargada de tanto chorar pela manhã.
:- Nós precisamos conversar!
:- Não precisamos não! — Prontamente lhe respondi.
:- Bom, eu tinha uma notícia para te dar, mas já que não quer ouvir...... — Bufei com a tentativa de insistir em que eu abrisse a porta. — Vai abrir ou não?
Relutei alguns segundos, mas a curiosidade foi maior, fazendo-me levantar e ir até a porta para girar a maçaneta.
:- O que quer? — Entre abri a porta, dando a visão parcial de meu pai.
:- Vai me deixar entrar? — Perguntou receoso. Derrick pode ser até severo, mas quando a história está voltada a mim, ele muda da água para o vinho. Não lhe respondi nada, apenas abri completamente a porta para que ele entrasse, direcionando a atenção para a cama de solteiro encostada na parede do pequeno quarto.
:- Não era para estar fazendo suas malas? — Me pronunciei pela primeira vez desde da cena lá embaixo.
:- É sobre isso que queria conversar. — Caminhei até a cama e sentei em sua frente. — Você ama esse home....
:- Arin. Arin é o nome desse homem. — Lhe interrompi.
:- Arin. Que seja! — Balançou a cabeça. — Você ama esse Arin?
:- Mas do que tudo. — Afirmei.
:- E a sua família? Você ama sua família?
:- O senhor sabe que sim.
:- Então me escuta. Ele não quem você pensa que é! — Gesticulou com as mãos. — Ele já provou para mim de todas as formas, que é um cafajeste, sem vergonha!
:- E qual são os motivos, para o senhor acusá-lo de tal forma? — Indaguei.
:- Err..... — Pude perceber seu tom de nervosismo. — Apenas não vou com a cara dele!
:- Hum... Acredito — Cruzei meus braços desconfiada.
:- Enfim! Não era isso sobre o que vim falar. — Desviou o assunto, fazendo minha desconfiança aumentar.
:- Pois bem?! — Arquiei as sobrancelhas.
:- O ônibus que pegariamos hoje para o aeroporto mais próximo, só sai amanhã a tarde. — Coçou a sobrancelha em nervosismo.
:- Isso quer dizer que..... — Sorri abertamente e por muito custo, ele concordou. Abracei-o e o mesmo correspondeu, um tanto quanto fraco.
:- Eu preciso falar com ele agora! — Levantei indo até a porta, mas fortes braços me puxaram impedindo minha saída.
:- Nada disso. Você está de castigo até amanhã de manhã. — Cruzou os braços seriamente.
:- Qual é pai?! Eu já tenho vinte anos!
:- Mas ainda mora debaixo do meu teto! Enquanto isso estiver acontecendo, obedecerá minhas regras!
:- Eu só vou ter a manhã para arrumar um jeito de levá-lo. — Falei desesperadamente, enquanto andava de um lado para o outro.
:- Essa é a intenção. — Sorriu cínico, me fazendo parar meus passos bruscamente, e encará-lo incrédula.
:- As vezes você é tão chato! — Me sentei emburrada na cama.
:- Eu também te amo! — Beijo-me a testa rapidamente e saiu rindo do quarto.
:- Fecha a porta! — Gritei, mas não tive resposta. — Que saco!
Bufei e me levantei muito rápido, para caminhar até a porta e fechá-la. Senti minha cabeça girar e meu corpo trombar com o pequeno guarda roupa, ao lado da porta. Pousei a mão na cabeça sentindo aquela forte tontura novamente, talvez por ter levantado tão rápido em um movimento brusco. Meu estômago borbulhou, como se algo estivesse querendo sair. E eu estava certa!
Abri a porta do quarto e caminhei ao banheiro que ficava no corredor, entre o meu quarto e o quarto do meu irmão. Bufei frustrada ao encontrar a porta do pequeno cômodo trancada.
:- Eric! Sai logo! Eu preciso usar o banheiro! — Gritei batendo impacientemente na madeira.
:- Ah Mani! Eu acabei de entrar! — Ouvi a voz do garoto em resposta.
:- Você está aí desde o café! — Em resposta, o barulho da descarga se fez presente e em seguida o da tornera.
A porta foi aberta, dando-me a visão do garoto loiro com os cabelos meio raspados e a pele extremamente branca. Sua face esboçava tédio.
:- Tampe o nariz se quiser sobreviver. — O empurrei para o corredor, sem lhe dar ouvidos.
:- Porra, Eric! — Um forte cheiro invadiu minhas narinas, fazendo meu estômago embrulhar ainda mais.
Corri ao vaso sanitário, com uma mão sobre o nariz e a outra segurando os cachos escuros de meu cabelo. Limpei a boca com as costas da mão, enquanto apertava o botão espelhado da descarga.
Voltei ao quarto e deitei olhando para o teto, tentando lidar com todos os acontecimentos. Enjôo, tontura..... Tudo isso por talvez algo que comi no café da manhã,ou o movimento brusco que fiz ao levantar. Ou.... Não! Não pode ser isso! Vou excluir essa possib......
:- Merda! — Dei um tapa em minha testa ao lembrar que Arin e eu não usamos camisinha da última vez.
Fudeu!
(...)
:- Grávida? — O homem em minha frente perguntou colocando as mãos na cintura. — Tem certeza?
Eu havia conseguido escapar de casa pela madrugada. Obviamente tive que subornar Eric; mais uma vez. E agora estou na casa de Arin. Explicando tudo o que aconteceu. Ou pelo menos, tentando explicar.
:- Tenho! — Abaixei a cabeça mexendo as mãos sob meu colo.
:- Mas como você tem certeza?
:- Arin, eu me formei em medicina! Acho que você não tá lembrado — Respondi irritada.
:- E você vai embora assim que a tarde chegar? — Concordei um pouco hesitante. — E eu? Como fico?
:- Arin, eu nem seu o que vou fazer com a minha vida. Principalmente agora que tem um bebê crescendo dentro de mim.
:- Mas você prometeu! — Deu um tapa frustrado em sua coxa direita e em seguida posicionou a mão da cabeça. — Eu não quero mais ficar aqui. Eu não posso mais ficar aqui. Você não está entendendo!
:- Não vai acontecer nada! — Levantei com a intenção de acalmá-lo. — Eu estou aqui. Nada de ruim vai acontecer com você. — Coloquei as mãos em cada lado de sua face, trazendo seu olhar, agora mais calmo, ao meu.
:- Promete que independente do que acontecer, você nunca vai me deixar? Mesmo que se o que acontecer for uma grande burrada? — Ele estava nervoso. Era como se tivesse aprontado algo. Seu rosto e suas mãos estavam suando, sua face esboçava preocupação e seu tom de voz soava desespero.
:- Eu vou estar sempre aqui! Agora nós temos algo, que nos ligará para sempre e fará nosso relacionamento ficar ainda mais forte. — Acaricie meu abdômen ainda definido.
:- Eu vou estar sempre ao seu lado sempre! E também vou estar presente na vida do nosso menino ou da nossa menina. — Envolveu seus braços ao meu redor, me confortando em um abraço aconchegante.
:- Fico tão feliz de te ouvir falar assim. — Acaricie sua nuca um pouco molhada, por conta do suor. — Eu te amo.
:- Eu também te amo! Eu te amo muito, muito, muito. Eu te amo mais do que tudo! — Desesperadamente me puxou para que nossos corpos se tocarem em mais um abraço.
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