História Crossed Destinies - Norminah - The Pain Of Loss.

NORMANI POV

Hamilton-Ray Mountain House. Peru — Lima. 4:56 P.M

                        21 de Dezembro de 2006

:- Amor! Eu consegui! — A porta da pequena cabana, na qual eu dividia com meu namorado, foi aberta e assim revelando um Arin animado.

:- Conseguiu o que? — Levantei-me com dificuldade do pequeno sofá, já que o barrigão de sete meses estava evidente e algumas tarefas estavam exigindo um pouco mais de esforço.

:- O dinheiro! Nós podemos ir para Miami! — Retirou o pequeno bolo de dinheiro do bolso da calça. — Tá aqui. — Estendeu a mão, e assim caminhei até parar na frente dele. Em sua mão havia um pequeno bolo de dinheiro. — A gente pode ir para Miami, criar nossa princesa em um local adequado e bem melhor que essa espelunca.

:- Estou orgulhosa de você. — Puxei-o pelo rosto para selar seus lábios no meu. — Mas como conseguiu arrumar essa grana depois de tanto tempo? — Arquiei as sombrancelhas desconfiada, ainda segurando em sua face.

:- Um amigo me emprestou. — Deu de ombros enquanto iniclinava em minha direção para alcançar meus lábio. Antes mesmo de sua boca encostar na minha, afastei minha cabeça para encarar seus olhos.

:- Como assim um amigo? Que amigo, Arin?

:- Um amigo. Você não conhece, ele mora em uma outra montanha. É aqui perto. — Pigarrou a garganta e posicionou a mão atrás da nuca. — Se quiser, eu te levo lá.

:- Não precisa. Eu acredito em você. — Dei-lhe um rápido selinho. Não que eu não estivesse acreditando, apenas esses hormônios da gravidez estão me dando alguns sentidos a mais, mas também estou um pouco desconfiada.

Oh, meu Deus! Eu foquei tanto nessa minha neurose e nem parei para pensar no que importa agora: a criação da minha princesa. Sim, uma menina. Arin e eu já havíamos arranjado um pouco de dinheiro trabalhando como vendedores em pequenas lojas, afinal, somos adultos e precisamos nos sustentar.

O dinheiro que conquistamos na época, não era suficiente para voltar para Miami, porém, conseguimos fazer um ultrassom mais barato com uma funcionária do National Hospital Of Miami que veio junto para o trabalho comunitário, mas ficou três meses a mais, já que cuidava de uma senhora de idade.

Eu ainda não tive contato com ninguém da minha família. Óbvio que eu ainda não tentaria conversar com meu pai, não depois do que aconteceu entre nós. Minha mãe não deve estar com vontade de falar comigo, já que na última vez em que conversamos, fui um pouco grosseira. O único que restou, foi Eric. Nós já conversamos por cartas e eu sinto muita falta daquele peste me atormentando, mas agora vou poder voltar para ele e o abraçar bem forte, para matar minha saudade.

É isso que eu quero. Pensar no meu futuro. 

DINAH JANE POV

Downtown. Miami. — 6:39 P.M

Aqui estou eu, no centro da cidade, com esse barrigão enorme e realizada por conseguir um emprego. Tudo bem que eu era sustentada por Siope, mas agora vamos ser em três pessoas na mesma casa, precisamos de um salário melhor. Nossa família é de uma classe média. Não que eu esteja reclamando, mas as vezes o dinheiro faz falta e precisa ser usado com consciência.

Voltando ao assunto emprego, eu passei a tarde a procura de um lugar do meu interesse e um me chamou mais atenção. Uma corretora de imóveis. Eles precisavam de alguém para substituir um senhor que irá se aposentar daqui a quatro meses e como estou grávida e de licença médica, vou começar a trabalhar assim que o meu garoto já estiver um pouco grandinho.

Estou tão empolgada para ver seu rostinho, e Siope que o diga. Eu fui muito paparicada durante esses meses e eu nem quero ver esse bebê quando nascer. Tenho certeza que ele será um pai perfeito. 

Durante meus pensamentos, decidi passar na lanchonete para contar a boa notícia aos meus pais. Eles ficaram tão feliz por mim e sou tão agradecida por isso. Eu estava de carro então chegeui no local em um pouco menos de dez minutos.

Estacionei o automóvel calmamente em frente ao estabelecimento. Desci do veículo e já na frente me esperavam os dois pirralhos. Os meus pirralhos. 

:- Dada! — Correram em minha direção e me abraçaram com uma certa força, fazendo-me dar pequenos passos para trás.

:- Os dois! Cuidado, sua irmã não pode fazer força. — Dona Milika apareceu secando as mãos em um pano de prato que estava no bolso de seu avental, provavelmente por estar cozinhando.

:- Tudo bem, mãe. Eu estava com saudades dos bracinhos deles. — Os dois riram e correram para voltar a lanchonete. — Oi. — Caminhei até a senhora antes de subir os dois pequenos degraus e parar em sua frente. — Tenho uma ótima notícia. — Beije-lhe a testa e sorri em seguida.

:- Que boa notícia é essa?! Para você estar com esse sorriso de rasgar a cara, é otima mesmo! — Ri sem um pingo de humor e sentei em uma das mesas mais próximas de mim e a vi fazer o mesmo em seguida. — Não, sério. Qual é essa notícia?

:- Eu consegui um emprego. Vou começar daqui a quatro meses! — Disse empolgadamente e a minha frente, surgiu um sorriso.

:- Isso é ótimo, minha filha. — Curvou-se para me abraçar. — Será ótimo para a criação do nosso meninimo. — Acariciou de leve minha barriga elevada. — Siope deve estar muito feliz.

:- Oh, não. Não contei para ele ainda. Quando sair daqui, vou direto para casa. Provavelmente ele já saiu do escritório e me espera em casa. — Minha mãe assentiu com a cabeça enquanto sorria docemente. — A senhora não deveria estar no hospital?

:- Deveria, mas como fiz plantão ontem, consegui uma folga hoje e vim ajudar seu pai a fazer algumas pizzas. Ele está levando isso a sério agora. — Revirou os olhos e eu ri.

Depois disso, fiquei um pouco na cozinha conversando com meus pais e meus irmãos. O fim do dia estava sendo bem leve e para completar, só faltava contar a novidade para o meu marido. Ele ficará tão feliz por mim!

Nesse momento, eu estava terminando de colocar o carro na garagem animadamente.

:- Amor? — Destranquei a porta e encontrei todas as luzes apagadas. — Siope? — Franzi o cenho ao apertar o botão do interruptor. — Amor, cadê você? — Olhei para os lados e sentei exausta no sofá.

Ao abrir minha bolsa, desbloquei o celular e pude ver seis ligações de Camila e mais de vinte mensagens, havia também dez ligações de Lauren. Certo, eu tô ficando proucupada. Vizualizei as mensagens e todas elas perguntavam impacientemente aonde eu estava. Enquanto as lia, meu toque do celular suou indicando mais uma chamada de Lauren.

:- Alô?

:- Pelo amor de Deus, Dinah! Aonde você estava que não atendia o celular. — Sua voz suou meio chorosa e em um tom de desespero.

:- Eu estava em uma entrevista de emprego e acabei deixando o celular no mudo, mas porque tanto drama?

:- Dinah. Eu preciso que você não entre em pânico, pelo bem do bebê. — Disse mais calma, porém aquele tom só me deixou mais nervosa.

:- Jauregui, fala logo!

:- O Siope.....

:- O que aconteceu com ele? — Arregalei os olhos começando a sentir dificuldade para respirar.

:- Dj, se acalme.

:- Não me venha com Dj, sua albina. — Apertei a almofada para descontar osnervosismo e o começo de uma raiva por minha melhor amiga me enrolar. — Lauren, por favor me fale logo!

:- Ele sofreu um acidente e está em estado grave. — Ao ouvir essa frase, meu mundo caiu e meus olhos marejarem. Tudo começou a girar e eu nem ao menos entendia o que Lauren falava. — Dj?! Dj?! Me responde!

Eu não poderia responde-la, tudo não fazia sentido e em poucos segundos tudo apagou.

[ ... ]

Abrir os olhos não foi uma tarefa muito fácil, já que minhas pálpebras pareciam estar coladas uma a outra. Quando minha visão de aperfeiçoou, pude perceber minhas melhores amigas me fitando com um olhar de piedade com os olhos e rostos vermelhos. Passei o olho pelo local em seguida percebi estar em um quarto de hospital, deitada em uma maca.

:- O que houve? — Cocei os olhos enquanto me sentava para encarar as duas mulheres.

:- Você teve uma queda de pressão. — Camila acareciuou meu pulso levemente. — Você ficou muito tempo sem comer?

:- Sim. O cheiro de pizza me deixou enjoada. — Massagei minhas temporas sentido uma forte dor de cabeça. Foi aí que lembrei o motivo do desmaio. Siope! Aquela notícia me deixou abalada, principalmente com esses hormônios. — O que aconteceu com ele?!

:- Ele havia saído do trabalho a pé, já que deixou o carro com você. — Lauren fungou e começou a mexer impaciente em suas pulseiras. Observei-a resirar fundo antes de voltar a falar. — Uma moto em alta velocidade ultrapassou o sinal vermelho enquanto ele  atravessava o sinal vermelho. — As lágrimas correram violentamente por meu rosto e eu já chorava alto. Camila abraçou meu tronco e encostou minha cabeça em seu peito enquanto chiava para que eu parasse de chorar. Isso era algo impossível naquele momento.  — Eu não sei como falar isso. Ele também era meu amigo! — Ouvi sua voz começar a falhar e minha cabeça molhar, provavelmente por Camila estar chorando. — Ele foi jogado para longe e ficou gravemente ferido. Siope foi trazido para cá e foi para a sala de cirurgia com a doutora Ally. Ela fez o possível, mas ele perdeu muito sangue e....... Camila, você é médica. Diga você!

:- Embora eu seja médica também tenho sentimentos. — Virou um pouco minha cabeça para que eu a olhasse. — Ele acabou tendo uma hemorragia e faleceu. — Nessa hora, eu tive certeza de que meu mundo havia acabado. Eu não tinha mais a minha razão de viver e um dos meus melhores motivos para sorrir. Deus me leve com ele, eu imploro.  — E tem mais uma coisa. — Elas se entre olharam brevemente e depois voltaram a atenção para mim. — Eu fiz um ultrassom em você. Dj, você não podia passar por esse tipo de emoção e.....

:- Não! Por favor! Me diz que não.... — Tampei a boca e o nariz para emitir menos som. .

:- Eu sinto muito, Dinah. Você perdeu o bebê. — Senti minha cabeça doer e tudo rodar. As duas correram até a mim e me abraçaram fortemente para espantar aquela sensação horrível.

Agora sim eu sábia o que é a dor da perda.