DINAH JANE POV
National Hospital Of Miami. — Miami. — 10:30 P.M
21 de Dezembro de 2006
Por tantas vezes ouvi "Não deixe para amanhã, o que você pode fazer hoje" e esse foi um dos momentos em que essa frase se encaixava perfeitamente na minha vida. Sem chão, era esse o meu estado. Quero devolta todos os momentos, abraços, carinhos, risadas, brigas, proteção e conversas. Quero eles de volta.
Eu que geraria uma vida, acabei perdendo duas de uma vez e de um jeito tão trágico. Só quero acordar desse pesadelo com meu marido enxendo-me de beijos enquanto acaricia minha barriga dizendo que vai ficar tudo bem. Mas infelizmente esses são momentos deixados para trás; que jamais voltariam.
Olhei para as duas mulheres que estavam sentadas no quanto do quarto observando cada movimento feito por mim. Graças a Deus, ainda tenho essas pessoas maravilhosas na minha vida. Lauren que sempre esteve ao meu lado para tudo, me dando conselhos e me abraçando confortávelmente. Camila, minha eterna melhor amiga, sei que ela nunca sairá dá minha vida, pois isso é algo que eu nunca deixarei ser possível.
:- Está melhor? — A de olhos verdes sussurrou aproximando-se dá maca.
:- Não. — Soltei outro sussuro em resposta. — Acho que esse vai ser o meu estado durante um bom tempo, Laur. — Sequei as lágrimas que a nenhum momento paravam de cair. A todo minuto, eu sentia como se estivesse levando facadas em meu coração. Maldita dor!
:- Claro que vai. Pelo nosso príncipe que você carregava e que infelizmente não vai ter a oportunidade de estar aqui para conhecer a mãe maravilhosa que o mesmo teria e o pai guerreiro. Dj, você é forte e eu acredito nisso mesmo nesse momento de dor. — Lauren levou sua mão até meu cabelo e começou um leve carinho por alí. — Não é fácil, eu sei, mas saíba que estarei aqui, para te apoiar.
:- Obrigada, babe. — Sorri levemente. Foi um sorriso involuntário, já que sorrisos não vinham ao caso naquela hora. — Já falaram com meus pais?
:- Já. — Agora foi a vez de Camila se levantar e pronunciar-se. — Dj, se quiser passar alguns dias com a gente lá em casa, não tem problema. Já falei com o doutor que te atendeu e ele disse que sua alta saí ainda hoje. — Entrelaçou seus dedos aos meus.
:- Não. Só me levem para casa. Infelizmente, vou ter que acostumar com essa nova vida. — Suspirei e controlei um pouco das lágrimas que escorriam. — Qual foi a doutora que você disse que havia feito a cirurgia? — Direcionei-me a Lauren.
:- Doutora Ally Brooke.
:- Ela sabe que eu...... — Ia continuar, mas Cabello me interrompeu.
:- Sabe. Ela conhece sua mãe. — Iria perguntar se podia falar com essa tal doutora, mas a porta foi aberta revelando minha mãe estremamente proucupada.
:- Bebê. — Correu até a mim me envolvendo naquele abraço que só ela tem. — Você está bem? — Puxou meu rosto para encarar o seu. Assim como eu, minha mãe chorava.
:- Não, mamãe. Tá doendo muito! — Desabei com isso e novamente fui envolvida por seus braços. Ouvi seu chiado enquanto acaraciava meus cabelos.
:- Jane. — Ouvi uma voz mais grossa. Era meu pai. Aquele semblante forte que ele sempre carregava havia sumido. — Papai chegou. Agora está tudo bem. — Fez o mesmo que a mulher que ainda me abraçava.
:- Onde estão Seth e Gina? — Indaguei assim que fui solta por aqueles grandes braços.
:- Nós tivemos que explicar a eles o que houve. Tadinhos, os dois choraram até dormir. — Me martirizei por isso. Meus pequenos também estavam sofrendo. Isso me deixa mais triste ainda.
:- A senhora deixou os dois sozinhos? — Me ajeitei na cama para ficar em uma posição melhor, já que estara muito tempo daquele jeito.
:- Não. Eu pedi para a vizinha ficar de olho neles. — Fomos interrompidos por um senhor de cabelos brancos entrando na sala.
:- Senhorita Hansen. — Dirigiu-se a mim. — Estava verificando sua ficha, mas a senhorita terá que ficar por mais um dia aqui. Acho que ainda não tem condições de voltar para a casa. Você ainda ficará em observação.
:- Algo grave, doutor? — Perguntei com um pouco de insegurança.
:- Nada grave. Apenas por precauções. — Voltou a analisar minha ficha. — Dona Milika, está de plantão? Não te vi por aqui hoje. — Nem estranhei a puxão de assunto tão repentino, já que minha mãe conhece todos desse hospital.
:- Estou, mas saio do hospital e ele não saí de mim. — O dois senhores nos deixaram sozinhos no quarto. Eles pareciam empolgados com a conversa.
:- Mila e Laur, será que posso ficar um pouquinho com a Jane? — Meu pai perguntou para as duas que logo concordaram e antes de dirigissem a fora, deram-me um beijo na testa.
:- Sabe bebê, queria recolher toda essa dor que você está sentindo e transmitir para mim. É tão difícil te ver assim. — Suspirou fazendo um leve carinho em meu ombro. — Você cresceu, mas sempre será minha bebê, você sabe.
:- Eu sei. — Ri baixinho. — Você é o melhor, papai. — Aconcheguei-me melhor em seu braço que me abraçava de lado. — Obrigada por estar aqui. — Sussurrei.
:- Você parece cançada. Tire um cochilo. Ficarei contigo até adormecer. — Murmurei um huhum e fechei os olhos para tentar me livrar de todos os más pensamentos que me rodiavam. — Eu te amo, Jane.
:- Eu te amo, papai. — O mesmo soltou um riso baixo e começou um leve carinho em meu braço para que o sono chegasse logo.
NORMANI POV
Peru — Lima. 11:38 P.M
:- Espera! O seu plano é irmos com esse ônibus até Miami? — Arquiei as sombrancelhas quando meu olhos caíram sobre o veículo caindo aos pedaços em minha frente.
:- Você quer ou não voltar para casa? — Arin perguntou-me no mesmo tom. Não que eu esteja reclamando, apenas me arrependo por algumas escolhas. Por exemplo, à de me apaixonar por ele. Assenti à pergunta feita pelo o mesmo. — Então é agora ou nunca.
:- Isso tem alguma segurança? — Perguntei um pouco alto, já que o barulho feito pelo o ônibus era um tanto imcomodante.
:- Acredito que não. — Riu pegando as mochilas que havíamos feito com nossas roupas e em seguida entrando no automóvel.
:- Deus nos proteja, princesa. — Fitei minha barriga antes de suspirar de entrar no enorme ônibus, se é que podemos chamar isso de ônibus. Caminhei com um pouco de dificuldade pelo pequeno corredor lotado de malas e pessoas falando aquela língua que eu julgava ser irritante. Avistei o moreno sentado no último banco do lado esquerdo. Sentei ao seu lado e soltei um logo suspiro de relaxamento, já que está difícil andar com essa barrigona. Arin havia sentado na janela, o que prendeu grande parte da sua atenção.
Após alguns minutos em silêncio, as portas se fecharam e o silêncio foi vagando pelo espaço. O motorista deu a partida e o ônibus começou a andar numa velocidade média.
Foi nesse momento que deixe minha mente se invadir com pensamentos. Um pouco depois que minha família voltou para a casa original, foi dia do meu aniversário. Um dia que eu adoraria esquecer, por um motivo chamados Arin, que além de esquecer meu aniversário, chegou bêbado pela primeira vez em casa e me dando várias patadas. Não se deixe enganar ao pensar que conhece alguém, uma hora tudo pode se mostrar diferente. Naquele dia, desconsiderei o que aconteceu, já que foi a primeira vez.
No momento, fico pensando em como Eric está e se terei a oportunidade de passar o natal perto dele. Além do meu irmão, também sinto falta de meus pais, apesar de tudo o que fizeram, eu entendo em partes o lado deles. Só queriam me proteger. E também preciso lembrar que assim que a bebê nascer e tiver uns três meses poderei realizar meu sonho na medicina.Estou tão empolgada com essa criança, que estou pensando em me envolver com a área pediátrica
Outra coisa que ocupa minha mente é como será essa menininha que carrego em meu ventre. De uma coisa tenho certeza, que será bem agitada, pois essa princesa vive se mexendo, o que me deixa cada vez mais animada e também curiosa de como é ser mãe os vinte e cinco anos.
:- Amor, você está feliz? — Arin chamou minha atenção.
:- Claro. — Sorri docemente antes de dar um leve selinho em seus lábios. — E você?
:- Estou me sentindo como estivesse recomeçando — Virou a cabeça para o lado e encarou a janela.
:- Como assim recomeçando? — Franzi o cenho tentando entender algum sentido naquela frase.
:- É... Viver minha vida do começo novamente, só que agora com as duas mulheres da minha vida. — Falou tudo sem ao menos me encarar. Isso foi estranho!
:- E seus pais? Nunca me falou deles, apenas dos seus avós e só ouvi falar mesmo porque ver eu não vi. — Tombei a cabeça desconfiada.
:- Não lembro dos meus pais, segundo meus avós, eles não tiveram tempo de cuidar de mim. — Agora seus olhos encontraram o meu e eles pareciam despreocupados. — E meus avós morreram um pouco depois de começarmos a namorar. — Abri a boca indignada ao ouvir aquela frase.
:- E você nem para me contar! — Fingi estar brava e cruzei os braços emburrada.
:- Normani, não é para tanto. — Quando fui responder, senti uma leve tontura. Arin percebeu e proucupou-se. — Tá tudo bem? Aconteceu algo com você ou com o bebê? — Tocou minha barriga e tentou olhar-me nos olhos.
:- Apenas um mal estar. Esse ônibus balança muito e acabou me causando enjôo. — Levei a mão até a cabeça e fechei os olhos fortemente. — Não se proucupe.
:- Tudo bem, mas qualquer coisa me avise, estou aqui do seu lado. — Entralaçou nossas mãos e deu um leve aperto.
:- Ok. — Bejei sua bochecha e deite minha cabeça em seu ombro. Com o movimento rápido que fiz, acabei provocando outro mal estar. — Droga! — Sussurrei para mim mesma. Ouvi Arin mormourar um "Que foi?" e assim balancei a cabeça indicando que nada. Fechei os olhos ao sentir novamente um enjôo e suspirei. É, será uma longa viagem.
72 Horas depois.
E depois longas horas, muitas paradas em postos de gasolina e pouco descanso, finalmente em casa!
:- Arin. — Sussurrei enquanto cutucava seus ombros. — Arin, acorda. Chegamos. — O homem abriu os olhos aos poucos para acostumar-se com as luzes na janela do ônibus, já que eram em torno das seis horas dá tarde
Esperei o mesmo se recompor para que eu pudesse levantar com a intenção de tentar puxar as nossas pequenas mochilas no compartimento para malas, mas antes mesmo que isso fosse possível, Arin o fez por mim afirmando que não necessário ser feito esforço dá minha parte, já que o bebê pode nascer a qualquer momento. Ele foi na frente para que o mesmo pudesse me ajudar a descer os pequenos degraus. O clima daqui era agradável, nem frio, nem calor. A temperatura certa. Estávamos em uma rodoviária pequena que as paredes que contiam detalhes em preto e branco.
Meu namorado parou para conversar com algum peruano que ele havia feito amizade durante as entediantes horas de viagem. Ao observar aquela cena, recordei de que estávamos em Miami e que agora tenho sinal e posso falar com quem eu bem entender. Nessa hora tive a ótima ideia de ligar para o meu salvador irmãozinho mais novo. Disquei seu número e empolgadamente, posionei o telefone sobre meu ouvido.
Um toque.
Dois toques.
Três toques.
Quatro toques.
:- Alô? — Coloquei a mão no peito aliviada por ouvir aquela voz meio rouca por conta dá puberdade.
:- Oi irmãozinho. — Sorri e fixei meus olhos ao chão.
:- Mani? — Eric pronunciou empolgado. — Espera! Como você está com sinal?
:- Minha querida irmã, como você está? Estou bem, obrigado por se importar meu amado irmão. — Disse cínica soltando uma risada baixa em seguida por imaginar sua cara ao ouvir o diálogo feito por mim mesma.
:- Oh, me desculpe, Mani. Como você está minha maravilhosa irmã? Ah, você está bem? Que conhecida, eu também estou. — Pude ouvir um certo tom de tédio em sua voz. — Agora responde minha pergunta.
:- Eu tenho sinal, pois acabei de chegar em Miami!
:- Meu Deus, Mani. Isso é maravilhoso, preciso contar ao nossos pa..... — Meu irmão iria continuar a frase, porém eu o cortei.
:- Deixa que eu faço isso! — Exclamei afobada.
:- Tudo bem. — Eric bufou fazendo um barulho irritante no auto falante. — Como está o bebê e o mala do seu namorado.
:- Nós já conversamos sobre o cara que você chama de mala. — Rolei os olhos.
:- Tá, Tá. Tanto faz.
:- E é uma menina. — Disse empolgadamente. — Sei que você queria um garotinho para andar de skate com você, mas você pode ensina-lá.
:- É. — Ficamos em silêncio durante um tempo. — Mani, preciso ir. Mamãe está me mandando lavar a louça.
:- Ok. Vai lá.
:- Amo você.
:- Eu também te amo, Eric. — Rasguei o rosto com um enorme sorriso enquanto virava-me para ir até Arin e também guardava o celular na bolsa.
:- Nós vamos direto para a casa do seu pai ou....... — Torceu a boca.
:- Falo com meu pai depois, agora vou tentar ligar para Ally, talvez ela possa nos ajudar. — Desbloquiei o celular e fui para a lista de contatos, sabe, é meio difícil lembrar o número de alguém depois de alguns anos sem falar com ela por celular. Respirei fundo antes de precionar meu dedo contar a tela.
:- Ally quem? — Arqueou as sombrancelhas.
:- Minha melhor amiga. — Levei o aparelho até os ouvidos. Dessa vez eu estava um pouco mais animada e sentia frios na barriga. Uma mistura de saudades com ansiosidade. — Alô? — Pronunciei quando os toques foram interrompidos.
:- Aí meu Deus! — Ri com o desespero formado em sua voz. — Mani? É você mesmo?
:- Não idiota. Sou um robô. — Rolei os olhos. — Claro que sou eu, Allycat. — Ajustei a cintura do meu vestido florido.
:- Eu não consigo acreditar! — Senti meu coração apertar e meus olhos marejarem. — Você me deixou esperando quase cinco anos, sua filha dá p...
:- Olha!
:- Desculpa. — Ela riu tímida. — Senti tanta falta de você. Quando virá me visitar. — Arin assistia a conversa tediosamente. Limpei a garganta antes de responder aquela pergunta.
:- Pode ser hoje? — Me senti envergonhada com aquilo. Era extremamente folga dá minha parte mal chegar e já pedindo favores.
:- Como assim?
:- Tenho uma longa história para te contar, mas preciso de um lugar para ficar. — Ouvi o homem sussurar um "Eu também" e assim cocei a nuca nervosamente. — Eu e mas uma pessoa. — Até pensei em falar três pessoas, porém seria muita informação para processar de uma vez só.
:- Você me pegou desprevenida, mas acho que posso te fazer esse favor por você e sejá lá quem esteja junto. — Fiz um sinal de jóia pra ele. O mesmo ergueu as mãos em sinal de prece. — Onde vocês estão?
:- Acabamos de chegar em Miami, estamos em uma rodoviária que não conheço muito bem. Aqui tem bastante coisas em preto e branco.
:- Já sei onde estão. Pedirei para um táxi buscá-los.
:- Ally, eu não tenho din.....
:- Eu pago. Agora se prepare pois a senhorita terá que me explicar muito bem essa história de ficar mais tempo no Peru. — Abri a boca para lhe responder, mas aposto que ela sabia sobre essa minha atitude. — Depois nos falamos. Eu te amo. — Desligou na minha cara.
:- E aí?
:- Um táxi está vindo nos buscar, vamos passar a noite na casa dela. — Olhei para os lados a proucura de algum banco para sentar. — Por quê eles estão voltando para o ônibus. — Perguntei confusa ao ver aqueles peruanos voltando para o veículo. Meu namorado sentou ao meu lado, jogando as mochilas de encontro ao chão.
:- Eles deram uma parada. Pelo visto, fomos os únicos que parariam em Maimi. — Concordei soltando uma risada nasal. — Quero conhecer tudo daqui.
:- Posso te mostrar, mas antes, temos que resolver todos os problemas. — Relaxei os ombros enquanto massageava as têmporas. São tantas coisas para resolver. Conversar com meus pais, arrumar uma casa, o nascimento da bebê e ainda administrar meu estágio no hospital.
:- Mani?
:- Sim.
:- Já pensou em algum nome? — Suspirei fortemente percebendo mais um problema encaixando-se na lista.
:- Na verdade não. — Ri baixo.
:- Tem alguma idéia? — Parei um momento para pensar e cheguei à conclusão de que queria homenagear alguém. Alguém importante para mim.
:- Queria que o nome começasse com E. — Sorri animada. — Iria me lembrar sempre de como eu amo meu irmão. De como ele sempre foi bom para mim, mesmo não sendo de sangue, somos de amor e consideração.
:- É tão lindo ver você falando assim, sabia? — O moreno estava com a cabeça apoiada no cotovelo. Ele intercava a os olhares entre minha barriga e minha face. — Ele vai ser um bebê muito amado.
:- Disso eu tenho certeza. — Sussurrei as últimas palavras. Ficamos alí descutindo as coisas sobre a bebê e de como será as nossas vidas a partir de agora.
Passado um tempo, um táxi parou na linha especifica para esse tipo de transporte. Do carro amarelo saiu um senhor e ele parecia meio perdido. Olhava para os lados proucurando algo ou alguém , assim tirei minha conclusão de que talvez sejá esse o taxista chamado pela minha melhor amiga. Olhei para o lado vendo Arin dormindo, ele havia afirmado estar cansado da viagem, mesmo tendo dormido praticamente o caminho inteiro. Fitei novamente o senhor e resolvi ir tirar minha dúvida.
:- Com licença. — Cutuquei suas costas e sorri com o susto que o homem tomou. — Desculpa atrapalhar, mas o senhor veio buscar alguém?
:- Sim. — Levou suas mãos até os óculos que estavam pendurados na gola de sua camisa e em seguida tirou um papel do bolso. — A senhorita Ally Brooke pediu para que eu buscasse Normani Kordei e um acompanhante.
:- Sou eu. Espere um estante, vou acordar meu namorado. — Ele assentiu e assim fui chamar o mesmo que se estivesse sem as malas, alguém diria que ele bebeu e acabou dormindo em um banco qualquer. — Arin. O táxi chegou, vamos. — Peguei uma parte das bagagens no chão, apenas o que o peso me permitia pegar. O homem levantou coçando os olhos e em seguida curvou-se para pegar o resto dos nossos pertences no chão. Fui caminhando na frente ouvindo seus passos apressados atrás de mim. O motorista já estava dentro no veículo. Sentamos no banco de trás junto com as nossas tralhas que ficaram entre nossas pernas e em nosso colo. Quando nos ajeitamos, o barulho dá partida se fez presente antes do carro começar a andar.
A todo momento eu observava com recordações os lugares por onde passavamos. Restaurantes, lojas, praças, parques, um shopping e muitos bairros conhecidos por mim, já que quando criança adorava perambular por aí.
Reconechi um bairro onde morava na infância, era a mesma rua, o que me fez acreditar que seria aquele o endereço dá Ally, pois nos conhemos naquela rua. Eram tantas lembranças boas e divertidas que vinham em minha mente. Recordo-me exatamente do dia em que encontrei a garota de pijama brincando com uma boneca de cabelos para o alto. Com vergonha perguntei se aquela baixinha queria brincar comigo e ela concordou. A partir desse dia viviámos uma na casa da outra. Faz um bastante tempo, pois tínhamos em torno de cinco anos e agora temos vinte a mais. Como o tempo passa.
:- Senhorita este é o endereço de sua amiga. — Virou-se para trás me encarando. Era a mesma casa, mesma pintura porém mais escura por conta do tempo. — A corrida foi paga e obrigada por utilizar meus serviços. — Sorri docemente e saí do carro deslumbrada ao mirar aquela rua. Nossa família havia se mudado para um bairro maior quando papai apareceu com Eric em casa.
Arin saiu do carro com dificuldade já que puxava as bolsas. Quando o mesmo estava completamente para fora, fui ansiosamente até a escada de três degraus e toquei a campainha. Ouvi alguns passos enquanto sentia embrulhos no estômago. A porta foi aberta rapidamente mostrando a mulher baixa com uma feição animada.
:- Ahhhhhhhhhhh — Assustei quando a mesma me abraçou com força e dificuldade por conta dá barriga. — Que saudades, Bear.
:- Eu também estava, pequena. — Abracei-a de volta. O melhor abraço do mundo, era assim que chamávamos quando mais novas.
:- Você mentiu para mim! — Encarei-a confusa. — Disse que era apenas um acompanhante, mas trouxe dois! — Apontou para Arin e minha barriga. Meu namorado tinha as sombrancelhas arqueadas quando parou do meu lado. — E você quem é? — Ally cruzou os braços com um semblante sério feito para Arin.
:- Prazer, sou Arin Ray. — Estendeu a mão para que ela cumprimentasse, mas Ally apenas ficou olhando para seu braço esticado fazendo-o ficar sem graça. — Sou namorado de Normani e pai dá menina. — Apontou para minha barriga.
:- Sério? — A mais baixa me olhou com as sombrancelhas arqueadas. — Ok, né! — Deu espaço para que entressemos. Fiquei deslumbrada de como a decoração agora estava a cara de Ally, pois quando fui para o Peru, os seus pais ainda estavam saindo daqui. Quiseram deixar a casa para ela e foram morar com os avós no Texas.
Eu ainda lembrava do caminho dos cômodos, então fui direto para a sala, precisava me sentar, porque estava com uma dor nós pés horrível. Ouvi Ally guiar Arin através dá voz indicando onde deveria deixar as coisas. Poucos minutos depois os dois voltaram. Era nítido que eles não se deram.
:- Amor? — Me chamou um pouco sem graça. — Vou tomar um ar lá fora, podem se aproveitar. — Assenti e o mesmo foi para fora.
:- Quantas pessoas já te disseram que não vão com a cara dele? — Minha melhor amiga cruzou os braços e sentou no sofá preto em minha frente.
:- Agora são quatro! — Ri e suspirei. — Me conte das novidades!
:- Não me apego, só pego. — Sorriu maliciosa. Por que raios eu fui arrumar uma melhor amiga como essa?
:- Desde quando isso é novidade, Ally? — Desde quando tínhamos 15 anos, ela sempre foi dessas que saí com um homem, mas não gosta de compromisso.
:- É novidade pois ontem conheci um cara tudo de bom. — Suspirou alto e gargalhou gostosamente. — Ele sim me mostrou o que fazer alguém mulher. — Mordeu os lábios. Rolei os olhos com aquela atitude, e Ally fazia de propósito, já sabendo que odiava quando a mesma fazia isso.
:- Tô vendo mesmo o que ele fez em você. — Franziu o cenho. — Fez um ótimo chupão no seu pescoço. — Ela arregalou os olhos e em seguida cobriu a marca com uma mão. — Quem é o azarado? — Perguntei divertida e acabei levando uma almofadada na cara. Era desses momentos que eu sentia falta.
:- Engraçadinha! — Deu de língua. — Um loiro alto dos olhos azuis. O nome dele é Troy. — Suspirou novamente e acabei percebendo que algumas coisas haviam mudado por aqui. Ela parecia mais madura. — Agora me fale sobre esse bebê aí. — Sorriu empolgada.
:- É uma garotinha. Ainda não escolhemos um nome certo, mas queria algo que me lembrasse o Eric. Ele fez coisas maravilhosas por mim quando estávamos lá. — Ela mantia uma feição doce. — Como vai o hospital?
:- Está normal. Esses dias me senti muito mal. Um homem aparentemente novo sofreu um acidente envolvendo uma moto. Tentei recuperá-lo pois a mulher dele havia tido uma queda de pressão e estava grávida. Fiz de tudo, mas ele acabou perdendo muito sangue e a esposa perdeu o bebê quando acordou do desmaio. — Sua voz suava desanimada e desapontada.
:- Que coisa triste. Fico imaginando a dor dessa mulher, perder o filho e o marido tão repentinamente. — Fiquei triste, já que minha melhor amiga estava drepimida e por conta dessa família que foi destruída.
:- Eu tentei, Mani. Juro que tentei. — Percebi que ela havia começado a chorar e assim imediatamente fui até ela para envolve-lá em meus braços.
:- Calma, Allycat. Não foi culpa sua. — Afaguei seus cabelos enquanto chiava. Ficamos naquele abraço enquanto a mesma chorava em meu ombro. Quando consegui acalma-lá ficamos conversando sobre tudo o que havia acontecido em nossas vidas enquanto passamos esse tempo separadas. A horas foram passamos e nem tínhamos percebido.
:- Mani, esse seu namorado não está a muito tempo lá fofa? — Tanto eu quanto ela estávamos desconfiadas.
:- Tem razão. Vou lá. — Saí em direção ao pequeno corredor para abrir a porta. Como eu já esperava, ele não estava na varanda. — Que horas são? — Gritei para Ally que ainda estava na sala. Era óbvio que já era noite, mas não muito tarde.
:- Oito e Meia. — Gritou em resposta. — Sei onde ele pode estar. Não fica proucupada, tô levando o celular. — Sua voz gritou afobada quando bati a porta e em meio a escuridão, tive que proucurá-lo. Com certeza ele havia ido proucura algum bar, já que todas as vezes sumira, havia ido atrás da bebida.
Estava decepcionada. Bem que esse ótimo namorado que tenho podia ficar e tentar mudar a idéia de que era uma boa pessoa, mas em vez disso estava começando a provar o contrário.
Estava cansada. Minhas pernas estavam dormentes, minha cabeça doía. eu usava uma rasteirinha, vestido um pouco abaixo dos joelhos e não tinha mais fôlego. Meu celular a todo momento tocava, provavelmente era Ally. Eu já não aguentava mais. Precisava de um copo de água e respirar.
Como estava perdida, andei até achar um estabelecimento. Aparentemente era um bar. Nem tão grande, mas nem tão pequeno. Havia mesas de madeira algumas pessoas conversando e bebendo ou comendo porções.
:- Senhor, p-posso u-tilizar o b-banheiro. — Minha vista estava embaçada e a qualquer momento eu vomitaria alí. O senhor era um homem de cabelos brancos, julguei ser um garçom, já que carregava uma bandeja consigo.
:- Claro senhorita. É por alí. — Sorriu docemente apontando para duas portas no canto.
:- Obrigada. — Respondi com dificuldade e em um modo automático, fui para lá.
Quando cheguei lá, bati a porta com força e a tranquei, já que a chave estava pendurada na fechadura. Haviam três cabines, sendo que uma delas estava fechada. Era um banheiro considerávelmente pequeno.
Senti que iria colocar meu estômago para fora e assim tentei chegar até o primeira cabine, mas foi em vão, pois meu corpo se chocou contra o chão. Senti algo de errado em meu útero em seguida minhas pernas molharem. Tentei alcançar meu celular para ligar a Ally, mas ele havia caído longe e e não teria capacidade de pegá-lo. Comecei a chorar e tentar a gritar, mas estava sem forças. Achei que naquele momento eu morreria, porém a cabine fechada foi aberta e uma garota de cabelos morenos.
SHAY MITCHELL POV
:- Relaxa mãe. Tô na casa de uma amiga. — Rolei os olhos e fiz o sinal de mais uma dose para o garçom.
:- Deixa eu falar com ela, então. — Óbvio que eu não falaria a verdade, mas o treino das cheerleaders foi pesado e eu precisava ir esfriar a cabeça. — Shannon Ashley Mitchell, me fala onde está agora!
:- Que? Mãe, não estou te entendendo. Minha amiga voltou, depois te ligo. Beijos, te amo. — Ouvi ela resmungar ainda do outro lado.
:- Aqui está senhorita! — O garçom colocou o shot em cima do balcão. Virei de uma vez e já deixei o dinheiro em cima do mesmo lugar em que o pequeno copo e estava.
:- Obrigada. — Depois de beber uma quantidade média, precisava ultilizar o banheiro. Assim fiz.
No momento em que dei a descarga, a porta principal foi batida com força e o barulho dela sendo trancada se fez presente. Fiquei em silêncio; com medo do que podia vir a seguir.
Um barulho de como se algo tivesse caído e em seguida uma tentativa de choro, me fez ficar atenta do que podia estar acontecendo. Hesitei várias vezes, mas subi em cima do vaso sanitário e observei o lado de fora. Havia uma mulher caída no chão, ela estava grávida e sua bolsa com certeza tinha estourado. Arregalei os olhos e abri a porta depressa fazendo a mesma prestar atenção em mim.
:- Moça?! — Abaixei rapidamente até onde ela estava e tive certeza de que seu bebê estava prestes a nascer. — Aí meu Deus! Vou procurar a alguém. — Pedi afobada. Antes mesmo de me levantar, fui puxada pelo braço.
:- N-não vai dar tempo! — Ela disse rouca e com dificuldade. — P-preciso que você faça isso! Eu emploro! — A mulher negra havia começado a gemer de dor e isso não era coisa boa. — Q-qual é o seu n-nome? — Indagou com a respiração compassada.
:- Shay.
:- Shay, meu nome é N-normani e sou médica. C-confia em mim. — Assenti desesperadamente sem ao menos ouvi-lá. — Só salve meu b-bebê, por f-favor.
:- Tudo bem. — Entrei em pânico quando ela grunhiu mais alto. Tentei controlar minha respiração quando agachei no meio de suas pernas e puxei sua calcinha. Ergui um pouco seu vestido e vi uma quantidade de sangue.
:- Você consegue, S-shay. — Normani sussurrou. — Abri mais suas pernas e ela gritou em pânico.
:- Você precisa fazer força! — No mesmo momento, ela levantou um pouco a cabeça e tentou fazer força. A todo momento pedia para que ela fizesse sempre o que eu ordenei anteriormente. — Continue. O bebê está aqui. — O suor se misturava com suas lágrimas e com certeza ela está cheia de dores. Óbvio Shannon, ela está parindo um filho.
Saí do modo avião quando vi que a cabeça dá criança já estava completamente para fora. — Agora não interrompa sua força em momento algum. — Tirei essa frase de um livro que havia lido, ele informava que assim que a cabeça sair, a criança poderia morrer sufocada. Minhas mãos, o chão e o meio de suas pernas estavam encharcadas de sangue.
Segundos depois um choro se fez presente e assim revelando um bebê. Normani estava quase desmaiando. Pensei em um jeito fácil de separar os dois através do cordão umbilical. Por sorte eu andava com um um pequeno canivete em meu bolos, pois como andava na sua a noite, nunca se sabe quando vou precisar. Com um pouco de dó separei os dois.
:- Normani não feche os olhos. — Chaqualei a mulher e sem forças ela abriu os olhos. — Vou enrolar sua bebê em minha jaqueta e deixarei-a ao seu lado enquanto tento ligo para uma ambulância. Okay? — Com um pouco de dificuldade, ela assentiu.
Tentei equilibrar a garotinha que chorava em meus braços enquanto tirava a jaqueta escolar. Enrrolei-a para mante-lá aquecida e protege-lá. Como a mãe estava com os braços abertas, posionei a bebê de pele escura entre o corpo e o braço de Normani. A morena ainda estava acordada, mas dava para perceber que era com muito esforço. Peguei meu celular, já discando o número de emergência. A ambulância estaria aqui em alguns segundos.
:- Normani, consegue me ouvir? — Olhei para baixo e ela ainda estava no mesmo estado. — Vou abrir a porta e chamarei alguém para me ajudar, ok? Ficamos muito tempo aqui, provavelmente só haverá funcionários.
:- Okay. — Sussurou e com isso saí desesperadamente dalí para ir ao lado de fora.
NORMANI POV
Eu fazia forças que não eram minhas para tentar manter meus olhos abertos. Minha filha estava em meus braços e eu nem ao menos consegui abraça-lá. Era de cortar o coração. Meu bebê chorando. Alguns instantes depois, passos foram dados indicando que alguém acabara de entrar lá.
:- S-Shay? — Minha vista estava embaçada. Era alguém totalmente encapuzado de preto. Não conseguia identificar quem estava no mesmo local. O tal desconhecido tinha uma sexta em mãos, e ficava a todo tempo me olhando. Suas mãos cobertas com luvas chegaram perto da minha filha.
:- Não! Por favor! — Sussurrei sem forças e chorando. A pessoa pareceu não ligar e assim pegou a pegou de meus braços. Tentei a todo custo levantar as mãos, mas era algo impossível. Quando a menina já estava dentro da sexta, o estranho caminhou até a porta e antes de sair, acenou para mim. — V-volta aqui, s-seu filho d-da puta! — Saiu mais para mim mesma do que para ele. Tentei me mexer, mas não tinha mais controle do meu corpo.
:- S-shay. — Tentei dizer. Com rapidez, a garota apareceu no banheiro.
:- Normani, o que houve?! Cadê sua filha?! — Ela abaixou-se de frente e pegou em minha mão. — Normani! Me responde! Pelo amor de Deus! ALGUÉM ME AJUDA! — Gritou para alguém de fora.
:- L-levou... — Meus olhos se fechavam sozinhos.
: LEVOU O QUE? SENHOR! NÃO TEM NINGUÉM AÍ NÃO?
:- B-bebê.... — E derrepente tudo apagou e nada mais tinha som.
DINAH JANE POV
:- Tem certeza que não quer que nós dormimos com você, Chee? — Camila virou-se no banco para me olhar proucupada.
:- Tenho! Não precisam se preocupar. — Falei calmamente para que não restasse um pingo de desconfiança dá parte daquelas duas. Acabei ficando mais alguns dias no hospital por conta de algumas dores na cabeça e só voltei agora tarde dá noite. Lauren e Camila me trouxeram para casa, elas queriam se certificarem de que cheguei bem. — Vou tomar banho, fazer um lanche e antes de dormir mando mensagem para as duas.
:- Promete? — Lauren fitou-me através do retrovisor com aqueles olhos convencentes do gato de botas. Bufei e rolei os olhos.
:- Prometo! — As duas riram dá Minha cara. — Obrigada por me trazerem até aqui! — As duas assentiram. — Amo vocês.
:- Nós também te amamos, Dj. — Responderam ao mesmo tempo e riram. Isso era algo que elas chamavam de sintonia de casal. Vai entender!
:- Beijinhos. — Fiz um biquinho ao sair do carro.
:- Tchau. — Novamente responderam juntas. Bati a porta e ouvi Lauren resmungar algumas coisas enquanto saía pela rua com o automóvel.
Fiquei parada na minha calçada em frente à casa para proucurar por minhas chaves dentro da bolsa. Estou envitando ao máximo pensar em Siope ou no bebê, pois precisarei me acostumar agora.
Estava mais conformada, mas confesso que estou tendo algumas alucinações. Por exemplo estava ouvindo um bebê chorar perto de onde eu estava.
Dei a volta em meus calcanhares e encarei a rua atentamente. Avancei alguns passos. Cada vez que pisava mais para frente, percebia que o choro aumentava. Só podiam ser alucinações, porém era um choro tão real.
Passei por perto de um dos arbustos e barulho ficou mais alto. Apenas para não me chamar de louca, agachei e era como se um bebê chorasse ao meu lado. Por curiosidade olhei pelo meio e acabei encontrando um objeto estranho. Havia uma cesta de palha com uma jaqueta escolar cobrindo. Com cuidado, puxei-a e devagar tirei o tecido.
:- Meu Deus! — Levei minhas mãos até boca totalmente chocada. — É um recém nascido. — Sussurrei ao ve-lo mexer as perninhas e os braços cobertos de sangue, assim como a cesta e a jaqueta estavam.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.