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História Crossed Histories - Teleportation


Escrita por: Gigi-do-Malik

Notas do Autor


• Hello! ~ eu sempre tento falar pouco porque sei que sou chata, mas não consigo, então me aguentem ~ Tudo bem com vocês? Estou ótima ✔ akjvhsa

Vou admitir que tentei fazer esse capítulo maior porque só agora a história vai realmente começar, então vamos deixar de enrolação: a fanfic não vai mais continuar aquela coisa parada (aliás, obrigada por chegarem até o capítulo 11, é um grande marco, ehh!) que estava antes. Vai ter mais ação, drama, suspense e vou tentar escrever cap's maiores. Vocês vão ficar mais ansiosas e surpresas, eu espero né, já avisando. Nesse capítulo, inclusive, vocês não irão entender algumas coisas pois estão meio implícitas, mas essa foi a ideia. Muito obrigada por todos os comentários e favoritos, vocês são o único motivo de eu continuar postando <3

O Google Tradutor está divando nesse capítulo, porque eu não sei falar latim kk Então, eu não tenho a minima ideia do que ele aprontou na tradução, o.k.? sjsa

Enfim, espero que gostem e boa leitura: ↓↓↓ ◠‿◠
Ps: já preparem seus corações para os próximos capítulos, pois serão fortes.

☂ ATENÇÃO: Este capítulo foi reescrito e alterado.

Capítulo 11 - Teleportation


Fanfic / Fanfiction Crossed Histories - Teleportation

                                     Lânia (Europa)

Os braços quentes e grossos de Rupert me soltam e ele me fita por um rápido segundo, mas que parece um longo minuto. Seus olhos ficam ainda mais cheios d’água e ele volta a me abraçar, com ainda mais força que anteriormente. Deito minha cabeça em seu peito e posso ouvir as batidas de seu coração, totalmente acelerado e desritmado.

— Você não deveria ficar abraçada comigo por muito tempo, marinheiros são sujos e fedem muito — diz com a voz abafada.

Ri, não podendo deixar de fazê-lo.

— Não me importo com isso.

— Ebe, eu realmente estou exalando fedor.

— Apenas cale a boca e me abrace — ordeno.

Ficamos assim por mais alguns instantes e nos soltamos. Continuo ao seu lado, temendo que ele possa desaparecer num piscar de olhos, que seja apenas um sonho no meio de uma longa e cansativa noite. 

Logo, Edward vem ao seu encontro. Ele e Rupert dão um forte abraço, uma mistura de sentimentos satisfatórios. Imagino por quanto tempo eles não se veem, e lembro-me do quanto sinto falta de Zach. Um pouco, não o bastante para chorar e lamentar a noite, mas sei que com ele é o contrário. Deve estar fazendo festas sem mim. 

Ed leva dois tapinhas nas costas vindo do irmão mais novo e, como sempre, estranho a forma dos homens se cumprimentarem. Eles sorriem para mim e Rup volta até nossos pais. Caminho até Ed meio sem jeito, olhando para o chão na maior parte dos passos. De repente, o fato de estar de roupas intimas e coberta apenas por um roupão me deixa intimidada pela primeira vez desde que saímos. Bem no meio de todos esses desconhecidos! O modo diferente que Christopher me fita também deve ter colaborado para ruborizar minhas bochechas.  

Paro em sua frente e cruzo os braços na altura do busto, tentando esconder o que há por trás do roupão fino de cetim.

— Está com frio? — ele pergunta e antes que eu tenha chance de responder, já está tirando seu casaco.

Olho em volta do píer e para o horizonte logo em seguida, envergonhada.

— Não precisa — nego com a cabeça, afastando seu casaco — Não é o frio. 

Sorri amarelo e o vejo sorrir também, confuso.

— Então o que é, querida? — Péssima hora para me chamar por apelidos amáveis, Edward.

— Você não precisava fazer isso — admito.

— Não compreendo, Phoebe. Fazer o quê, exatamente?

Olho para o horizonte novamente. A Lua está me desencorajando, a noite está perfeita e Ed foi paciente e adorável todo esse tempo. Vem à mente a vontade de perguntar sobre a carta, mas não consigo. Eu simplesmente não tenho senso suficiente para questioná-lo sobre isso. O que o faria mudar de ideia em um espaço de tempo tão veloz, afinal?

— Trazer-me aqui, não precisava fazer isso, Christopher.

— Por que está me chamando assim? — parece desapontado — Não gostou da surpresa? Fiz algo errado?

Droga, mil vezes droga!

— Olha Edward, não é isso — insisto em usar seu nome, sem cortes — Eu adorei a surpresa, mas tenho certeza que é um momento delicado em família, depois de tanto tempo sem vê-lo. Mesmo assim, agradeço sua gentileza e consideração por ter pensando em mim. Isso, na verdade, não é o que tem realmente me incomodado, que tem me deixado confusa.

— Eu não compreendo o que é que poderia ter te deixado assim, querida....

Engulo seco, pedindo mentalmente para que ele pare de me chamar de querida, para que enfim eu possa me concentrar no que quero dizer.

Nego, sem reação e tiro minhas mãos de seu peito.

— Ei — ele segura minhas mãos e leva-as novamente até seu peitoral. Percebo seu olhar por cima de mim rapidamente, um movimento quase imperceptível. Viro a cabeça para trás e vejo que meu pai nos encara e disfarçar ao notar que foi descoberto, fingindo analisar a caravela. Ed volta meu rosto em sua direção, tomando minha atenção — Se não falar o que incomoda, não vou poder ajudar. 

Seu olhar passa por cima de mim mais uma vez e parece nervoso.

— Não se preocupe com ele — faoi, recebendo um olhar confuso como resposta — Meu pai, não se preocupe com ele. É demasiado protetor na maioria das vezes, mas não se intimide.

Ele assente, sorrindo forçado.

— Olhe, eu não sei o que está havendo com você, mas desejo saber. Quero entender sua cabeça — aponta para minha cabeça e eu rio de forma leve — Almejo entrar em seu mundo particular. Mas para que aconteça, você precisa me deixar entrar. Se precisar de alguém, gostaria que soubesse que sempre estarei aqui. 

Sinto seus braços me envolverem, um movimento tão rápido e inesperado de minha parte que chego a ficar sem ar. Correspondo o abraço e Ed deita a cabeça em meu ombro direito.

— Eu te adoro — sussurra em meu ouvido — E você nem imagina o quanto, Phoebe. 

{...}

Após vários reencontros e cumprimentos, a noite se dá por vencida e o dia surge, com raios de Sol brilhantes e incialmente, frios e intocáveis. Por sorte, as carruagens já estão sendo preparadas para a volta ao castelo. Rupert se queixa cansaço a todo instante e não duvido, afinal uma caravela de navegação como a que estava deve ser imunda e desconfortável.

Caminho ao lado de papai, que me ajuda a subir na carruagem. Ao seu lado, não fico acanhada pelo fato de estar de camisola e roupão, já me envergonhei muitas vezes durante essa longa noite por este motivo.

— Pode partir — papai grita para o cocheiro pela janela e logo os cavalos são direcionados para o caminho de volta.

— Iremos somente nós dois? — pergunto, empurrando a pequena cortina verde clara para o lado e olhando a paisagem cheia de vida que estou prestes a abandonar para entrar novamente nos muros do castelo. Reparo que há mais carruagens atrás e ao lado, mas somente uma na frente. A do rei.

— Sim, querida. 

Hoje em dia, são raros os momentos em que vejo meu pai sorrir com tanta vontade como na noite anterior. Sua armadura pessoal é ser certo e rígido. Geralmente ele só fica assim perto do rei Charles e eu gostaria muito de entender o motivo. A verdade é que Baltazar Bailke não é espontâneo, não como na minha infância, onde coisas bobas eram capazes de arrancar ao menos um mínimo sorriso. A maior parte da personalidade que tenho foi herdade de mamãe.

Passam-se alguns minutos em completo silencio, a única coisa ouvida é o trote dos inúmeros cavalos e o zumbido gostoso do vento. O ar está puro e límpido – ótimo para inspirar até cansar, a temperatura agradável. E o clima na carruagem, apesar de estranho, não está pesado. Papai me encara por um longo minuto, o que me faz estranhá-lo ainda mais.

— O que houve, há algo errado?

— Não, querida. Fique tranquila — diz, sem muita convicção do que fala — Não tardaremos a chegar.

Como estou sentada no banco a sua frente, o encaro mais um pouco. Conhecendo bem seu lado reservado, posso imaginar que ele está procurando as palavras certas para chegar aonde quer e decido esperar pacientemente enquanto isso não acontece.

— Então... Como vai seu compromisso com Edward?

Arqueio as sobrancelhas, surpresa pelo assunto do qual ele quer falar.

— Não há compromisso algum, pai. 

Sinto como se fosse doloroso demais tocar nesse assunto. O interesse dos garotos não era recíproco vindo de minha parte, mas com Ed foi. Ele deixava-me confusa, sem reação, mesmo tão nova. Fazia com que todas as garotas fossem diferentes de mim, mas eu não me sentia um peixe fora d’água, sentia como se elas fossem os peixes. Mas aí fui embora e três longos anos se passaram. Nenhum contato, correspondência, nada. No fundo, parte de mim deseja que algo volte a existir entre nós, somente mais uma ilusão para uma garota na minha idade. Não que essa parte alimente o desejo de virar princesa, porque seria uma das últimas coisas que eu iria querer ao seu lado – a coroa.

Se é para querer alguma coisa vinda dele, não será o título. Será ele, embora eu não goste de admitir. 

— O senhor está bem? — pergunto preocupada ao ver sua expressão.

— Como assim não estão juntos? — assusto-me com seu tom de voz também.

— Pai — repreendo-o.

— Explique-me isso, por favor, querida. Está tudo no mais perfeito estado.

— Ed mandou-me uma carta, esclarecendo que suas intenções comigo não são românticas. Não esperava que ele fosse tão direto, e foi desapontador, mas não doloroso como imaginei. Afinal, ambos seguimos com nossas vidas depois da partida e da despedida.

Sinto extrema falta de Barbra e de mamãe nessa hora, para conversar. Meu coração racha de um extremo ao outro, pois enquanto elas estão no lugar onde eu gostaria de estar, na verdade, estou metida em uma situação embaraçosa com o futuro rei do país e presa em um castelo que mais parece uma prisão, privada de toda a natureza viva e ar fresco que eu podia respirar na vila onde moro. Longe de Barbra, da clareira que tanto prezamos, de meu irmão e minha mãe. E não vejo qual tipo de liberdade – total ou parcial – esse lugar pode oferecer a uma pessoa como eu. 

Vejo papai engolir seco e fechar a mão, como se estivesse pronto para socar alguém.

— Desgraçado! — esbraveja, batendo o punho em sua própria perna e sussurrando em seguida — Ele quebrou nosso trato!

Remexo-me no banco, inquieta e amedrontada. Levo a mão ao roupão e o ajeito, sentindo meu corpo ficar úmido de suor por conta do nervosismo.

— Quebrou o quê? — gaguejo, confusa e temendo a resposta. 

Ele me olha surpreso e juro, com toda certeza do mundo, que Baltazar Bailke amaldiçoou suas palavras pela primeira vez na vida.

— Nada, querida — tenta parecer calmo, mas não consegue surtir o efeito desejado — Apenas pedi para que ele não quebrasse seu coração. 

.........

Você e eu, dois de uma mente só
               Este amor é de um tipo
              Você e eu, nós estamos à deriva sobre o limite
             E eu vou me apaixonar por você
           E se eu me apaixonar por você, você se apaixonaria também?

Você e eu
               Aprendendo a falar com beijos na bochecha
              Nós estamos elevados sobre o limite
             E eu vou me apaixonar por você
             Fall – Ed Sheeran

.........

                                      Lavern (Europa)

Não acredito que vamos mesmo fazer isso — Barbra se manifesta.

— Mas preciso que se comunique com ela — Malena continua, fingindo não escutar as reclamações de certa loura no outro lado da sala.

— Tudo bem, eu consigo — digo sem medo.

— Então, neste caso, quando quiser.

 Respiro fundo e olho a adaga em minhas mãos. Preparo-me e recito as tão temidas palavras, pois não sei se funcionará. No entanto, preciso tentar invocar Jade de algum modo. 

— Ego te invitem, veniat ad me Ego te invitem, veniat ad me Magica Budim maleficis, oro coram te. (Eu lhe convoco, venha até mim. Eu lhe convoco, venha até mim. Pela magia das bruxas de Budim, solicito sua presença.)

Por nunca ter dito essas palavras em voz alta, tentando realmente chamar sua áurea, sinto certo receio. Receio de ter dito errado, pois está somente gravado em minha mente; receio de não dar certo ou de surtir um efeito contrário ao desejado. Inúmeras hipóteses sobre dar errado, muito mais do que as chances da vitória de mais um passo avançado. 

Em seguida, pego a adaga e corto a palma da mão, deixando que o sangue escorra livremente e pingue no fogo. Consigo sentir os olhos das pessoas presentes queimando sobre mim de forma incômoda. Queimando tão fortemente quanto o fogo que está em brasas abaixo de minha mão. E, mesmo relutante, preparo para fazer a parte mais assustadora. Fecho meus olhos, os apertando com força e ponho o lugar onde o corte está aberto nas chamas vermelhas.

Esperava que minha mão começasse a queimar, afinal, quem brinca com fogo sempre se queima. Mas o que acontece é diferente. Eu não senti absolutamente nada além da ardência desagradável causa pela lâmina. É como se minha mão não estivesse onde está e imediatamente lembro-me das palavras de Jade. 

“Se o fogo não te queimar, é porque funcionou. Não vai demorar para que eu receba sua mensagem. E quando receber, entrarei em contato o mais rápido possível”

Retiro a mão do fogo em um pulo, quando finalmente começa a queimar. Olho para o estado e ela está levemente avermelhada, ardendo tanto que comprimo os lábios e a sacudo de um lado para o outro, mas o contato com o ar só faz piorar. Rapidamente Malena intervém, colocando sua mão sobre a minha e sugando a dor com uma magia útil que me faz ficar agradecida.

— A pele continua queimando, isso apenas aliviará — avisa.

Assinto e ela me solta com calma, virando-se de costas.

— Muito bem, Alarcons — a voz de Norman soa grave e rouca — O que vem agora?

— Vamos esperar até que ela retorne o chamado.

— Mais alguma ideia genial, Emma? — Max pergunta sarcástico e ela apenas revira os olhos. 

— Apenas disse o óbvio, se nenhum de vocês havia percebido isso ainda.

É minha vez de revirar os olhos, apenas pensando no quanto eles vão dar trabalho se continuarem tão implicantes assim. Puxo uma cadeira e sento, bebericando um pouco de água e fechando a mão cortada para evitar contatos desnecessários. 

Após alguns minutos, sinto uma dor de cabeça inimaginável. Parece que meus neurônios estão sendo queimados e se autodestruindo um a um. Levo as mãos aos ouvidos quando começo a ouvir vozes e cochichos que não posso compreender. Então grito e não paro. A dor só piora e não imagino como comparar a pior das enxaquecas a isso. Consigo ouvir meu coração bater acelerado, mais veloz do que quando estou com medo e menos que quando estou calma. Isso não faz sentido... São dois corações.  Algo começa a pulsar em minha cabeça, não consigo pensar direito, mas acho que é o cérebro. Tudo à minha volta começa a girar de forma acelerada e a pele queima ardentemente

— Aaaaahhhhh — grito novamente, alto demais e é desastroso. Nunca ouvi nada assim. O som entra pelos ouvidos, mas sinto suas vibrações enquanto passam, sinto tudo. Eu sinto!

A voz de Barbra também grita, assim como a de Malena, mas parece tão longe e vago que não discirno. Soam como sussurros desesperados. A visão fica embaçada e o corpo dormente e mesmo quando alguém chacoalha-me fortemente, nada está em seu perfeito estado. O tato, a audição, minha boca parecia salgada e seca, desesperada por água... 

Mais sussurros. Até que tudo fica escuro por um segundo. Somente eu, o escuro e eu.

Uma luz aparece ao longe. Logo depois, começo a ver coisas, como se estivesse em uma viagem de memórias profundas. Vejo a vila do castelo, mas passo por ela como um furacão; as portas gigantescas do saguão de entrada, como da primeira vez em que pisei os pés lá, ainda muito pequena; o quarto de quando eu era apenas uma dama de passagem pelo castelo e o de casada também; vejo o quarto de Valentim, vejo-o no berço sorrindo para o teto e é a coisa mais marcante que observo durante meses. Ver seu sorriso significa um mundo inteiro. As atrocidades valem a pena, apenas pelo seu pequeno e lindo sorriso inocente na minha memória.  

Tudo fica preto novamente, só para recomeçar a sessão de tortura.

Desta vez, vejo um corredor com tochas e Jade. Ela olha de um lado para o outro, uma expressão preocupada, com o medo de ser pega no flagrante transbordando nos olhos. A dor passa de uma vez. E, logo, é como se eu realmente estivesse em sua presença, de carne e osso. Ela olha assustada ao me ver e eu também não estou com a melhor cara.

Consigo sentir meu corpo de novo, não está mais dormente. Meus pés tocam o chão e olho para baixo, pontuando as razões pelas quais ela realmente deve ficar assustada. Mesmo que tivesse a opção de usar um dos vestidos magníficos de Malena ou de Emma, apenas apanhei minhas roupas secas no varal dos fundos e as vesti, sentindo que as roupas de alto calão não combinavam mais com comigo, com minha nova personalidade e o que venho me tornando nos dois anos. Então, a calça bege e blusa verde que estou usando no momento devem tê-la assustado, assim como o ninho de passarinhos que um dia foi um cabelo bonito.

— Você está ótima — ela ri. Ah, Deus, será que essa garota nunca perderá o bom humor!?

Barbra Palvin point of view

Está feito. Phoebe cortou a palma da mão e colocou sobre o fogo, exatamente como Jade explicou. Afinal, eu estava lá. Ás vezes, pego-me pensando quais foram os momentos em que não estive com ela e notei que são poucos e raros. Sou sua madrinha de casamento, dama de honra, vi Valentim nascer de seu ventre e ainda por cima também sou madrinha do menino. Ou eu costumava ser tudo isso.

Ela continua em pé durante um tempo e pode fazer sem perceber, mas fita tão fixamente o fogo que é  possível ver o reflexo em sua íris. 

Sorri e caminho até Max, que espera pacientemente no canto da sala. Ele sempre foi paciente, até demais, eu diria. E sempre invejei-o por isso, manter a calma quando todos se apavoram com o perigo à espreita. Ele lida tão bem com o fato de estarmos fugindo feito condenados, não me deixa perder a cabeça e ainda não perde a sua. Max costuma dizer que é porque está comigo e que no final esse será seu prêmio. Infelizmente, coisas que não deveriam têm um porém... Alexander

Acho que a pior parte fica para ele: seus pais acham que está morto por nossa causa, assim como todo o resto do reino e alguns países vizinhos; quando achamos que Norman também havia morrido, todo o peso sobre segurança e refeições recaiu sobre Max e, no final, talvez nem poderemos ficar juntos! E ele não reclama de nada, sendo que até eu e Phoebe ousamos sair nos tapas com a sorte. Por dentro, sei que tudo isso acaba com ele.

Paro ao seu lado e os olhos curiosos pousam sobre mim. Reparo em seu jeito desengonçado, o corpo jogado para frente e a cabeça apoiada na parede – onde já havia batido algumas vezes de propósito. Parece fraco e sem esperanças, mas irá colocar aquele protetor horrível que mais me parecem os muros de uma fortaleza, deixando tudo o que preza e ama trancado lá dentro. Irá fingir que está tudo bem, que não está cansado, que não quer dormir e que cada dia não é desgastante o bastante para cair duro e exausto no chão, clamando por horas de sono. 

A verdade é que estamos todos ansiosos para o verdadeiro perigo, para que a ação comece... Tudo o que fizemos nos dois últimos anos é fugir, fugir e nos esconder até nos certificarmos de termos pegado a espada. E, agora que isso finalmente aconteceu, o que estamos fazendo? Onde viemos parar? Onde a profecia de Erliah começa e onde termina?

Phoebe costuma dizer que sou a cabeça de tudo, mas não se pode comparar a Max. Ou a Norman, que sempre sente o cheiro das enrascadas que nos meteremos. 

Max abraça-me de lado e coloca sua cabeça na curva de meu pescoço. Seus braços quentes rodieam minha cintura e é como se ele não quisesse mais soltar. São assim todas as vezes, um é o porto seguro do outro. Ebe diz que é amor e eu não discordo. Não vejo formas de abrir mão do amor de Max quando tudo acabar, se acabar.

Nem mesmo Alexander tinha todo esse poder sobre mim, sobre meus sentidos; não me fazia sentir como Max faz hoje. No começo, foi assustador demais para compreender, pois em minha mente todas as formas de amor estavam relacionadas a Alexander Robespierre, minha "alma gêmea". Mas não durou muito mais que dois anos, até a maldita fuga. Hoje agradeço por isso, se não, não teríamos nos conhecido. Mas Norman acredita no destino e disse que se isso não acontecesse, daria outro jeito de nos juntar. Lamento que tenha sido desse jeito, eu praticamente odiava ele!

Demasiado ódio que se converteu em amor – tão grande e profundo que mal cabe no peito.

Ele dá um beijo suave no pescoço e faz menção de me soltar, mas não permito. Somos o típico casal que não desgruda, mas ninguém pode me culpar por querê-lo perto, o trauma de sua possível morte foi tão grande que pensamos que eu entraria em depressão. A  impressão de que ele pode sumir persegue-me durante todo o dia e toda a noite, exatamente como naquele dia. De longe, o pior  da minha vida. 

Sua respiração bate em meu cabelo, fazendo leves cócegas e ficamos assim por mais alguns minutos. Meu pensamento se esvai de tal forma que posso até mesmo esquecer que há espectadores no porão.

E fica o clima de espera por algo que não sabemos exatamente o que, até ouvirmos um grito. Os braços de Max soltam-me bruscamente e olhamos para frente, assustados. É Phoebe.

O primeiro grito é rouco e seus olhos arregalam, parecendo duas bolinhas de gude, sua visão está fixa em mim e em Max. Depois de uma pausa em que todos ficam no mais absoluto silêncio para tentar absorver o que está acontecendo, ela grita de novo. Curva a barriga, abraçando seu próprio corpo. E outro grito. Leva as mãos à cabeça, puxando uma massa enorme de cabelos e apertando os olhos, como se a dor que sentisse fosse forte demais para ser aguentada. 

E eu... eu não sei o que fazer.

Isso é um efeito colateral do feitiço? Droga, por que Jade não nos falou sobre isso!?

Ela olha lentamente de um lado para outro, como se estivesse vendo algo paranormal. Talvez esteja. Meu corpo reage um pouco tarde, mesmo estando apavorada, consigo me mexer até lá. A adrenalina some pelas veias e não consigo pensar muito bem no que estou prestes a fazer. 

— Aaahhhhhhh.

Corro até ela e Malena também, fazemos várias perguntas, mas seu olhar está vazio.

— Você está bem? — Lógico que ela não está bem, que raios de pergunta foi essa? — O que está sentindo? 

— PHOEBE, RESPONDA-ME.

— O que está acontecendo?

— VOCÊ ESTÁ VENDO ALGO?

— Ei — Malena estala os dedos na frente dos olhos dela — Você ainda está aqui?

— AMIGA, FALE COMIGO. 

Não sei bem quando comecei a chorar, mas quando dou por mim, todo meu rosto está encharcado pelas lágrimas. É estranho ver alguém tão forte e corajosa quanto Phoebe nesse estado, à mercê de algo que não podemos controlar. Em poucos segundos, todos estamos ao seu redor fazendo coisas irracionais, Norman a sacude enquanto fala palavrões e Emma tenta acalmá-lo sem sucesso algum; Malena e eu fazemos as mesmas coisas. Tocamos o corpo de Phoebe, dou-lhe vários tapas em diversos lugares, mas ela simplesmente não reage. Está fria e suas mãos tremem.  Aos poucos, sua voz se esvai, mas a boca continua aberta, mexendo como se ela ainda falasse. A cabeça chacoalha de forma insana, feito louca. 

Max para ao meu lado, dizendo que tudo vai ficar bem, como ele sempre faz. Mas eu sei a verdade: nem sempre as coisas ficam bem. Tudo o que tivemos até agora foi sorte e é questão de tempo para que ela mude de lado.

De repente, ela para. Seu corpo volta a temperatura normal e eu engulo seco, nem um pouco aliviada. Afasto-me dela com alguns passos e trago Malena comigo, todos fazemos isso. Ouço o som de sua respiração, como se o ar voltasse a seus pulmões e sua pele volta a cor rosada, deixando de ser extremamente pálida.

Ela olha para todos nós curiosa, como se não entendesse o que está acontecendo. Deixo um sorriso escapar, mas que logo se desfaz. Tão rápida quanto ficou boa, Phoebe volta a seu estado anterior. Só que cinco vezes pior.

Abre os braços e fita o teto do porão como se olhasse para o céu mais lindo que já vira na vida, como se fosse sua libertação dos anos tortuosos. Como se estivesse clamando por algo e parece haver uma áurea muito forte em volta dela. Diferente e incompreensível. A ideia de que ela pode partir dessa para melhor desespera-me tanto que não consigo pensar. Não dá para viver sem ela. 

Tenho plena certeza de que Phoebe não está consciente quando solta uma quantidade enorme de ar preso no peito e cai no chão num baque seco. Dura como pedra, igual gente morta.

Os gritos recomeçam, mas não vindos dela. Emma fecha os olhos fortemente e posso ver que engole seco, como se não quisesse vomitar. Então, ela está mesmo morta?

— Nããão — berro e os braços de alguém envolvem minha cintura. Eu estou pronta para correr em sua direção, balançá-la até voltar à vida. Ou de onde quer que esteja.

E, assim que voltar a seu juízo perfeito, eu mesma a matarei. . 

Max aperta-me tanto que chega a doer. Não posso reclamar, quero matar ele também, além de chutar e arranhar seu braço repetidas vezes.

Se há uma coisa pior do que perder Max, é perder Phoebe. Não, isso eu não vou deixar acontecer. Jamais!

— Fique calma, está tudo bem. Ela não está morta — diz ao pé do meu ouvido. E quero acreditar, mas não consigo. Simplesmente não consigo.

— Não minta para mim — reclamo, mas tento não alterar muito o tom de voz.

Continuo me debatendo até sentir algo quente e com cheiro horrível no nariz. Perco o sentido e meu corpo fica mole. O que é isso? Como eu posso ficar com sono numa hora dessas?

Max Prontifer point of view

Na superfície dos olhos de todos, o pavor se mostra presente. Mas Barbra me deixa excepcionalmente preocupado, demonstra uma fraqueza em relação a Phoebe que a deixa no limite e quase a faz sair do controle. Sei que ela não gosta de quando pareço calmo em situações como essa, mas alguém precisa manter a cabeça no lugar e fazer o necessário. Norman tenta ser assim, mas é explosivo demais. E bom, a carga caí sobre mim, que preciso esconder todos os vestígios de sentimentos ruins e agir de forma racional. 

Se Phoebe morrer, todo o projeto de mais de séculos vai por água abaixo e isso com certeza não estava previsto no Oráculo quando ele nos mandou para cá. Não que eu considere isso o mais importante, pois todos perderíamos nossa amiga, líder, além uma peça inflamável em qualquer plano; mas Edward perderia sua “esposa”, Valentim sua mãe, Zach uma irmã dedicada e todo o reino a única chance de liberdade real que já existiu.

— Não minta para mim! — sua voz está ofegante e mesmo sem ter a intenção de rachar mus ouvidos, é o que ela faz. 

Olho para o lado, desesperado por reforço e vejo Emma com um pote na mão. Fico com medo de que ele possa ser arremessado na cabeça de Barbra – o que não duvido que Emma fará para fazê-la calar a boca, mas ela simplesmente enfia a mão lá e esfrega os dedos no que há dentro. Com tanta adrenalina nas veias e o esforço braçal para conter Barbra, sinto que mais um segundo e as coisas ficarão impossíveis de serem contidas. O ruim é que essa sensação nunca me abandona, a adrenalina está sempre voltando e as coisas sempre escorrendo pelos dedos como água.

Emma caminha lentamente por trás de mim, longe da vista de Barbra. Logo ela ataca, pondo a mão com pó no rosto da minha namorada, que vai perdendo as forças e cai mole ao lado de Phoebe. Aprecio que mesmo na hora errada, ela continua linda. 

Olho para Norman, que tem uma expressão neutra vendo a cena agora. Emma bate as mãos em cima do rosto de Barbra – para que o resto do pó caía – e depois as esfrega no próprio vestido. Ao ver que a encaramos, decide se manifestar.

— O que foi agora? É somente um sonífero natural, não há nada de mágico nisso — revira os olhos e olha para mim — Melhor do que ser morto pela própria namorada.

— Vai demorar um pouco para que ela acorde — Malena informa, dando de ombros e arrumando algum espaço mais confortável para colocar os corpos. Sei que todos estamos apavorados, mas depois de checar o pulso de Phoebe enquanto Barbra me atacava e ver que ela está viva, acho que pela primeira vez temos a chance de respirar. 

— Não tem problema — tento me acalmar, mas todas as tentativas são falhas ao olhar para Phoebe, com uma aparência horrenda até para nossos padrões limitados de vida.

— Alguém sabe o que aconteceu com ela?

— Cale a boca, Emma.

— Você não manda em mim, Malena.

— Não? Vamos ver quem manda aqui, então.

De novo não, penso, mas somos salvo por Norman que entra no meio e as afasta.

— Acho melhor mantermos a calma — sua voz sai baixa, mas o tom sugere que não é um pedido e sim uma ordem implícita.

— Cara, você está tremendo — caminho até ele e pego suas mãos, mas ele disfarça com um aceno de cabeça.

— Estou bem.

Assinto, desconfiado, porém não falo mais nada. Conversando com as bruxas nos últimos dois dias, percebi que ambas têm personalidades fortes e grande controle emocional, mas Emma é mais parecida comigo, já que possui o hábito de agir das horas em que todos travam. É uma das coisas – e únicas – que me fazem identificar com ela. Claramente, isso gerou um ciúme desnecessário na Srta. Palvin. 

— O que vamos fazer? — ele pergunta.

— Você precisa se sentar, antes de tudo — levo-o para as cadeiras mais próximas, sentando lá e obrigando ele a fazer a mesma coisa.

— Não consigo acreditar! — sussurra inconformado, mexendo descontroladamente nos cabelos sujos — Vocês são responsabilidade minha. Eu jurei e se acontecer alguma coisa....

— Tudo estará perdido — completo, não poupando palavras.

E só agora a consciência sobre o que acaba de acontecer  nos atinge. Céus!


Notas Finais


Playlist: https://www.youtube.com/watch?v=f_p4nd9vsWk&list=PLA-tSOmDx5ECxYzB0fMLCCwIQCA88KEmI&index=11

Espero que tenham gostado desse capítulo, foi o maior até agora kk E só tende a melhorar. O passado ficou pequeno, mas teve emoção de mais - ou não, vocês decidem.
DESCULPEM MESMO PELA QUANTIDADE DE POV'S, NOVAMENTE!!! É que como eu não costumo escrever em terceira pessoa e sim na primeira, fico com medo de arriscar ou sei lá. Mas espero que não seja um fato incômodo para vocês.

Só posso dizer uma coisa: FUDEU - no passado e no presente -
O que será que aconteceu com a querida Phoebe? Será que ela morre? Deem seus palpites e apostem suas fichas, vocês nunca vão entender totalmente CRH ksajh ^-^

Indicações do capítulo:

Sides, da @tearsdrops , com o Harry. Gente, a fofa da autora não atualiza há séculos, mas essa história é muitooo foda. Garanto, vocês irão adorar ler e quanto mais gente pegar no pé dela melhor kk É muito suspense, drama, um mundo totalmente diferente! Eu adoro ler fics assim, e lhes apresento Sides: a fanfic com a capa mais perfeita de todas:
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-one-direction-sides-3476525

E Like That, da @Bixasvato , com o Magcon. O que seria da sua vida se tivesse em um triângulo amoroso num famoso dilema entre Cameron e Jack?! Eu simplesmente pirava, mas estou curiosa pra saber a reação da Emily <3 Fanfic muito boa, escrita magnifica, dá suspiros! Super recomendo, então me façam um favor e leiam ok? kk
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-magcon-like-that-3891867

Já estou indo de novo. Muito obrigada por lerem até aqui s2 Amo vocês!
Ps: comentem kk
Kisses XxGigi


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