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História Crossed Histories - Dangerous


Escrita por: Gigi-do-Malik

Notas do Autor


Malena é interpretada pela Katerina Graham e a Emma pela Nina Dobrev (ou Katherine Pierce)

☂ ATENÇÃO: Este capítulo foi reescrito e alterado.

Capítulo 5 - Dangerous


Fanfic / Fanfiction Crossed Histories - Dangerous

                                    Lânia (Europa)

— Droga, Phoebe. Fique tranquila — e este é Edward: uma pessoa tão desesperada quanto eu, tentando me tranquilizar. A tentativa não funciona muito, pois a expressão de desespero é tão nítida em seu rosto quanto os cabelos avermelhados. “O príncipe está em apuros! ”, quase tenho um ataque de risos ao pensar nisso, mas mas as circunstâncias me lembram de que eu também estou em apuros.  

Depois de passarmos no que me parece ser um labirinto infinito de corredores confusos, entramos em um sem saída. Edward está com a expressão severa, mas não sei se foi por estar preocupado ou zangado. Há uma única porta ali e quando ele menciona voltar, seguro seu braço e aponto com a cabeça para ela. Fazendo uma carranca engraçada e contrariada, Ed concorda e vamos até lá, uma porta de madeira simples e com fechadura de ferro circular. Aos nos aproximarmos, sinto o cheiro de comida. Seja o que for ali atrás, tem um aroma muito gostoso.

Edward não bate à porta, simplesmente a empurra vagarosamente, como se o que pudéssemos achar ali fosse um dragão tão vermelho quanto seus cabelos que cuspiria fogo até nos torrar vivos.  Mas seu semblante muda completamente para aliviado quando vê o que há lá dentro. Ele sorri, um belo sorriso. E como a boa curiosa que sou, vou chegando mais perto até conseguir colocar a cabeça entre a barriga de Edward e a porta, um espaço pequeno. O que vejo é impressionante para meu paladar.

Criados e mais criados perambulando da esquerda para direita, da direta para esquerda, carregando formas de pães e bolos para serem confeitados. O cheiro de pão novo invade minhas narinas com um odor adocicado; é irresistível não revirar os olhos com prazer. Fazendo as tarefas com agilidade e eficiência, eles conversam entre si. Ouço ordens sendo proferidas, risadas, broncas e até resmungos. Ed e eu ficamos atônitos. Como será que algo tão importante fica escondido por entre esses corredores a várias escadas abaixo do que deveria? Essas pessoas são as responsáveis por nos manter empanturrados de comidas e guloseimas dia e noite e eu não vejo nenhum vestígio de reconhecimento pelo ofício.

Correndo os olhos pela cozinha, encontro uma senhora corpulenta com um coque firme prendendo os cabelos grisalhos mexendo um caldeirão no fogão a lenha com uma colher de madeira de tamanho assombroso. Fixo meu olhar nela: é atenciosa com o caldo e vez ou outra despeja uma pitadinha do que eu acho ser sopa na mão para provar. Ela fica a maior parte do tempo virada de costas, é robusta e parece bastante habilidosa.

De repente, sinto algo segurar minha mão e entrelaçar meus dedos; é o Sheeran. Não reajo, não solto ou rejeito, apenas espero para ver a próxima reação. Tenho certeza de que ele não está diferente de mim quanto à sensação de estar aqui: Edward quer ser um bom rei e sei que não soa bom para nenhum de nós dois deixar um trabalho como esse ser desvalorizado.

Quando me dou conta, vários pares de olhos estão sobre nós. Nego com a cabeça para voltar à realidade e sair da bolha de sabão em que mantive meus pensamentos. Percebo que a mulher robusta também nos olha e parece tão surpresa quanto o resto dos servos. Olho um pouco para cima para alcançar o olhar de Ed, que também abaixa a cabeça para me fitar. Estamos encrencados?

Ele pisca rapidamente e oferece um sorriso amarelo pra mim, logo mirando os criados com o mesmo olhar; abro também um sorriso envergonhado o mais rápido que posso. Seria relativamente engraçado se não estivéssemos em uma posição tão desagradável no momento.

— Suponho que esteja perdido, Vossa Alteza — um homem vestido de branco, que deve ser o chefe de cozinha, se dirige a Edward Christopher fazendo uma reverência — Desculpe a bagunça e os maus modos. Espero que possamos ajudar o senhor e sua companhia.

Logo, o princípe abre totalmente a porta e eu me ajeito, soltando um risinho discreto. Todos na cozinha fazem uma reverência a ele.

 — Sim, eu suponho que sim — Ed começa — Estava andando pelos corredores com esta dama e acabei me perdendo.

— São muitos corredores, Vossa Alteza. Alguém como o senhor se perderia facilmente — não sei se é uma ofensa, mas soa parece sugerir que os membros nobres e reais somente se adequam aos vários patamares acima, revezando o dia entre passear pelos jardins e comer. Sinto-me um pouco ofendida, afinal qual a diferença entre mim e a enorme quantidade de criados à frente? Podemos facilmente executar as mesmas funções, com um treino adequado. 

— Sinto muito por incomodá-los — Christopher não se intimida com o comentário dele, pelo contrário — Mas será que poderiam nos ajudar? Preciso de uma roupa de passeio a cavalo adequada para esta senhorita — aponta para mim e vários olhares o seguem. É desagradável,  então coro imediatamente. 

— O senhor nunca incomodaria, príncipe Edward. O sir não veio ao lugar certo, mas ao menos não passou muito longe.

— Nos levaria até lá?

— Espero que não duvide na nossa eficácia, Alteza. Marie, venha cá — aponta para a mulher robusta que antes eu observava — Por favor, acompanhe o príncipe e sua adorável companhia — ele sorri para nós e ela assente rapidamente  — E todos vocês — gesticula com o dedo por todo o espaço — Ao trabalho, já!

Dito e feito, eles voltam a seus afazeres como se não estivéssemos lá. Voltam a correr e temperar comidas, degustar delas e tudo o que se pode fazer em uma cozinha - o que, na verdade, eu não tenho ideia do que seja em uma cozinha tão imensa quanto essa. Outra pessoa assume o lugar de Marie para que ela possa nos acompanhar, ato que ela faz envergonhada. Depois que saímos, com nossa guia à frente, noto que minha mão e a de Christopher não estão mais entrelaçadas. 

A cozinheira do grande caldeirão sabe o caminho de cor há muito tempo, pois o faz como se passasse por ele todos os dias. Descemos vários lances de escada até aqui, ao ponto que acredito  estarmos no subsolo, mesmo sem ter certeza disso. Porém tenho certeza de uma coisa: não é fácil atravessar estes corredores, imagino o que seria viver e trabalhar subindo e descendo por todas essas escadas!

Marie vira em outro corredor sem saída igual ao da cozinha, mas neste existem quatro portas. Ela abre a segunda porta à direita e pede para que entremos, seguindo logo depois. Eu deveria imaginar que existem confecções próprias no castelo...

Uma costureira, aturdida com a presença de Ed, vai falar discretamente com Marie para perguntar o que está acontecendo. Elas conversam por alguns minutos antes da mulher ir falar com suas companheiras e todas elas, cerca de sete, irem preparar um manequim. Ed vai falar com a chefe e eles parecem se conhecerem, enquanto eu me escondo em um dos cantos da sala. Não consigo permanecer lá por muito tempo, pois logo me arrastam para tirar as medidas.

Pelo que eu entendo, já há uma roupa pronta de outra dama e elas só a ajustam em mim. O conjunto é verde com detalhes azuis,  bastante simples, mas elegante.

— Acho que assim serve, senhorita.

— Está perfeito. Obrigada.

{...}

— Foi um susto e tanto, não? — pergunta enquanto puxa as rédeas do cavalo para que vire à nossa esquerda.

— Tenho que admitir: fiquei apavorada — digo, entre risos — Não sei como conseguiu manter a pose, Vossa Alteza.

Dou-lhe uma piscadela divertida.

— Você aprende com o tempo.

— O quê? Não quero passar por isso nunca mais! — olho-o confusa quando Ed comça a gargalhar, fazendo-o como só ele sabe — É uma pena não ter conseguido a autorização para que saíssemos dos arredores do castelo, Ed. Você parece confinado aqui.

Já estou acostumado — ele para os movimentos do cavalo para me olhar — Ficou pior com o passar do tempo. E, quando você foi embora, praticamente fiquei trancado aqui.

Instantaneamente, sinto-me mal por ele. Como é ter uma vida assim? Estou custando sobreviver  às primeiras horas, imagine ficar anos presa aqui!

— Sinto muito —  digo desconcertada, sem saber o que responder — Mas sabe, sorte sua que o castelo é bem grade, devem haver várias coisas a fazer por aqui.

 — Nem tanto. Na verdade, eu vivo em conferências e fazendo planos para o país. Organizando possíveis guerras e tratados para provar minha aptidão e sabedoria para assumir o cargo... E isso é um tedioso — começa a rir e não resisto em acompanhá-lo.

— Uma vida monótona!? — arrisco.

— Isso — aponta o dedo pra mim — Acertou em cheio.

Pisco os olhos algumas vezes, só para começar a rir. 

— Hm, e que tal uma corrida, para fugir do habitual?

— Quem chegar naquela árvore primeiro, vence — Ed anuncia, apontando para uma árvore longe e dá partida em seu cavalo antes que eu possa raciocinar, deixando-me para trás.

Neguo para mim mesma e corro o mais rápido possível com o cavalo para chegar ao seu alcance. Este é o tipo de coisas que fazíamos dos oito aos doze anos, mas nunca deixou de ser prazeroso ver Ed perder em todas as nossas apostas.

— Ah, eu ganhei! — digo, descendo ao cavalo quando chegamos na suposta árvore da vitória.

Não é justo — ele diz com a voz manhosa e finge estar chateado — Você trapaceou!

— O quê? — pergunto incrédula, mesmo sabendo que é brincadeira — Como assim? Você trapaceou, Edward.

Cruzo os braços na altura do busto e faço careta.

— Ah, não precisa jogar na cara — ele ri.

Reviro os olhos e encosto no tronco da árvore velha, bem grande, com vários galhos extensos e folhas verdinhas como a grama aos meus pés.

Edward também desce do cavalo e vem até mim. Por um segundo, penso que ele vai se sentar logo abaixo para admirarmos a paisagem juntos. Se as coisas continuarem assim, talvez não seja tão insuportável viver aqui por um tempo, afinal Ed é uma ótima companhia. Mas, surpreendendo a nós dois, ele simplesmente me prensa contra o trono. Christopher me encara, os raios de Sol batem em seus olhos azuis esverdeados, deixando-os incrivelmente mais bonitos ainda. E seus cabelos, não que seja novidade, parecem estar realmente pegando fogo . Mais um pouco de proximidade e consigo sentir sua respiração e seu hálito perto de minha boca.

— Edward — sussurro, pois com a respiração falha como a minha no momento, é quase impossível que um mísero fio de voz saia. Eu não posso deixar que nada aconteça, seria uma traição a mim mesma. Passamos pouco tempo juntos, questão de poucas horas e ele já está me cortejando! Não, ele não está simplesmente me cortejando, é mais intimo que isso!

— Hm?

— Solte-me, Ed — ele passa a ponta do nariz em minhas bochechas e sinto um arrepio percorrer meu corpo; todos meus sentidos falham. Então, tenho de reagir. É impossível me mantar tranquila com tamanha intimidade. 

Empurro-o bruscamente e quase saio correndo. Por uma razão desconhecida, meus olhos ficam marejados, talvez por lembrar tanto do passado de forma brusca. 

— Acho melhor voltarmos para dentro.

— É... — ele concorda, corando violentamente.

Neste pouco tempo, já posso perceber, cada passo em falso significa um laço a mais na corda atada ao meu pescoço. Uma ameaça à liberdade que quero preservar. As coisas são perigosas, é necessário ter cuidado.

.........

Eu tentei parecer tranquilo
             Mas quando eu estou olhando para você
     Eu nunca consigo ser corajoso
         Porque você faz meu coração disparar

Me fez cair do céu
          Você é a minha kriptonita
              Você me mantém fraco, sim
                Congelado e sem respirar
                                                                One Thing – One Direction

.........

                                    Lavern (Europa)

Entrem, por favor — a tal Malena, se esse for o nome real dela, diz sorrindo quando todos ficamos à porta de sua casa. Nem mesmo Max pôde se esconder. E, sinceramente, não gosto do sorriso dela: parece um tanto cínico no meio da situação em que estamos passando. Ela acha que fugir da monarquia é brincadeira?!

A casa por dentro indica alto poder aquisitivo, o que com certeza faz todos nós estranharmos. Malena aponta com o dedo para o sofá luxuoso em sua sala e nos sentamos, sem ideia alguma do que fazer  – menos Norman, ele parece saber e fica em pé, analisando meticulosamente o local com os olhos. Mas sim, este lugar é uma estratégia e tanto.

— Ah, pessoal, essa é Emma Alarcon. Minha ajudante e prima também. Assim como eu, ela é o que vocês já sabem — Malena puxa-a para seu lado e depois volta a nos encarar. Emma olha todos nós e para o olhar em mim, medindo-me de cima a baixo. Depois sorri sarcasticamente, como se não estivesse surpresa com o que acaba de ver. 

Apesar de estranha, Malena tem um olhar aparentemente cuidadoso, sábio e suave. Já Emma é, claramente, desconfiada e cheia de si, pronta para atacar em qualquer ameaça.

— Desculpe — Norman diz confuso e sério, levantando a mão — Acho que há um mal entendido. Os rumores diziam bruxos, e não bruxas.

— Ah, isso — Malena sorri — Emma, vá pegar chá para as visitas; ande logo. Bom, Norman, pensei que ao me ver as coisas tivessem ficado claras para você. É um homem inteligente.

— Quê? — intervenho, fazendo-a olhar com o mesmo olhar calmo para mim — O que quer dizer?

— Mulheres não tem o mesmo impacto na sociedade que os homens, você melhor o que ninguém sabe disso, senhora Phoebe Sheeran — ela junta as mãos sobre o vestido e eu abaixo minha cabeça, compreendendo a situação — Se no seu lugar fosse um homem, seja ele camponês ou nobre, disposto a salvar o país inteiro, você não estaria na situação em que se esconde até da própria sombra. 

— Ah — é tudo o que Barbra consegue dizer , mas nem isso sou capar de falar. Minha garganta seca parece latejar, tentando engolir a força algo pelo qual passo todos os dias e, ainda assim, não tenho capacidade de reconhecer a situação refletida em outras pessoas.

— Você — ela continua — Poderia ter se desvinculado do sobrenome do rei, seu marido, há muito tempo atrás. Mas não o fez. Já posso adivinhar porquê.

— Por quê? — Max pergunta, instigando-a a continuar. Barbra e eu já discutimos sobre isso inúmeras vezes, mas não contamos para os meninos em nenhuma delas.

— Porque — eu digo, com a voz fraca e baixa — O sobrenome Bailke não teria força alguma nessa revolução. Mesmo com tudo o que fez, ainda preciso do sobrenome dele para significar alguma coisa. Ele não precisa me apoiar, mas seu sobrenome tem peso. Preciso do nome para ter uma quantidade maior de apoio e realmente não me orgulho disso.

Neste momento, Emma chega com uma bandeja de chá e biscoitos, mas com uma cara de pouquíssimos amigos.

— Mas Phoebe...

— Não, Norman — corto seu discurso indignado — Aqui não é a hora e nem o lugar certo.

— Enfim — Max pigarreia — Vocês são bruxas mesmo?

— Depende do tipo de bruxas que estão falando — Malena diz e Emma exibe um sorriso sarcástico.

— Como podem ver — Emma se pronuncia pela primeira vez — Não temos narizes grandes, verrugas e nem chapéus coloridos. Tampouco moramos em cavernas!

Todos riem, risos pesados de quem tenta não ultrapassar a linha tênue de uma possível aliança. Observando-as então, neste momento, percebo como podem representar uma ameaça para o reino; será uma boa parceria se tudo correr bem. Mas a questão é: elas realmente estão dispostas a tudo para destruir o reino!? Eu e Barbra estamos dispostas a isso também!? Qual dos lados vai ceder primeiro?

— Ora, não liguem para ela, com o tempo se acostumarão com demasiado sarcasmo.

{...}

— Então, quem falou convosco sobre nós? Não é qualquer um que se atreve a indicar bruxas.

Malena beberica a bebida na xícara em sua mão enquanto espera pela resposta. Olho para meus amigos discretamente e eles fazem a mesma coisa, mas todos estamos confiantes quanto a todas as questões.

— Podem falar — Emma diz, atiçando na lenha da fogueira com um graveto e depois deixando as mãos sobre o colo — Não lhe trará problemas, pelo contrário, devemos agradecer ao fofoqueiro.

Suspiro fundo e reviro os olhos.

— Fala-se o pecado, mas não o pecador — um sorriso desafiador surge em meus lábios.

Elas também sorriem e, dessa vez, quem leva a xícara à boca sou eu.

— Tudo bem, como quiserem — Malena concorda com um meneio de cabeça. Estranho sua facilidade em aceitar, mas acho que não é uma parte importante para nenhuma de nós saber quem foi.

— Apenas saiba que está na boca de várias pessoas, não só pelas redondezas. E isso é tudo o que precisa saber quem nos informou.

Emma olha torto para Norman, com sua postura intocável e então confirmo o que já suspeitava: o trabalho sujo quem faz é, definitivamente, ela. Malena é a cabeça do plano e Emma, a executora.

— Já que estamos trocando informações, gostaria de pedir um favor a vocês — Barbra é firme ao falar, mas posso observar um nervosismo discreto ao ver seus dedos esmagarem a xicara de chá até os nós deles ficarem brancos. Bom, é uma tacada e tanto, não ficarmos tensos é tolice.

— Depende.

— Preciso achar uma pessoa.

— Quem? — pelo visto, conseguimos a atenção delas.

— Não sei quem é.

— Bom, não importa, podemos achá-la mesmo assim.

— Malena, não seja idiota — Emma sibila, irritada — Não entregue as coisas tão fácil assim a pessoas que mal conhecemos. Não sabe o que eles irão fazer quando encontrarem essa pessoa. Afinal — se volta para Barbra com os olhos flamejando de raiva — Se não quer falar quem é, apenas fale para o que quer. Não estaria nos pedindo ajuda se não fosse de vital importância.

Barbra pode ser doce e ainda ter a alma de uma dama, mas é teimosa e não abaixa a cabeça para ninguém. Um verdadeiro lobo em pele de cordeiro. E isso só vem ficando pior desde a fuga.... Em qualquer momento, Barbra pode explodir como um vulcão ou se transformar em um lobo, tal como um transfigurante é capaz. Não no sentido literal da palavra, claro.

— Isso não é da sua conta.

— Então, sem ajuda.

— Tudo bem. Não me importo.

— Espere — intrometo-me, o que quase faz Barbra me matar visualmente com seu orgulho inflado até o último fio de cabelo. Engulo seco antes de continuar — É.... Realmente não sabemos quem é. As únicas coisas que sabemos é que é um cavalheiro desonrado do Rei e foi escalado no Exército X.

Quando meu “carinhoso e amável” marido mandou tropas para nos caçarem, Vossa Majestade distribuiu os exércitos em cinco partes: o I foi para o norte, o II para leste, o III para o sul e o IX para oeste. Por fim, o X exército foi para aonde surgissem prováveis pistas.  O rei realmente não queria facilitar nossa vida.... Fugir de um só exército já seria difícil, fugir de cinco se tornou quase impossível. Os exércitos são nomeados de acordo para o lugar aonde são enviados. Eles fazem rodizio de um lugar para outro, dificultando nossa movimentação, mas o único que tem livre arbítrio para ir aonde quiser sem precisar parar em uma das extremidades do reino é o X - tropa da qual estamos fugindo desde o incidente no Monte de Azra e, por sorte, é onde nosso cara está.

Os olhos de Emma brilham ao saber disso.

— Quer dizer, então — ela recomeça em tom provocativo — Que estão tentando localizar um exército inteiro através de um cara só? Vocês são espertos. Muito mais do que eu esperava, devo dizer.

— Bom, se forem realmente bruxas como dizem, o mínimo que espero é que saibam fazer um feitiço de localização.

— Não precisa duvidar disso, Phoebe — Malena toma as rédeas da situação e espero que tenha percebido que deixou Emma falar demais — O que vocês têm dele?

— Um elmo.

— Um elmo velho e sujo? Aquele que seu namoradinho carrega com ele? — Emma zomba.

— Quer dizer que suas capacidades de bruxa precisam de mais de um objeto para localizar alguém?! Novo e limpo, de preferência? Pelo visto, os poderes de alguém são fracos demais — Barbra explode de raiva, sentindo-se vitoriosa por ter conseguido virar o jogo para o lado sujo da adversária. Posso ver seu semblante ficar ameaçador em questão de poucos segundos.

— Ora, sua imunda, como se atreve....

— Chega! — Malena grita exasperada, fazendo as chamas da fogueira subirem tão alto que ficam do tamanho de uma pessoa em pé — Parem com essa palhaça, !

O silêncio é estabelecido e ela balança a cabeça, satisfeita.

— Barbra, dê-me o objeto, pois é claro que ele serve. Com nossos poderes, até um grão de areia em que tocou seria suficiente para achá-lo.

Max entrega o elmo que carrega com si, como se sua vida dependesse dele. O elmo pertence ao homem que tentou matá-lo alguns meses atrás. Teria sido uma morte lenta se ele conseguisse atingir o objetivo. Max é um rapaz forte e não demonstra suas fraquezas, embora não tenha medo de admiti-las ás vezes, e ele não superou ter sido enterrado vivo. Ninguém superaria. A única coisa que Barbra conseguiu pegar daquele ser humano desprezível foi o elmo, mas ela jura que o reconheceria em qualquer lugar do mundo - mesmo daqui há vinte anos. Jurou que vingaria a morte de Max, mas agora continua querendo vingar a quase morte dele.  

— Perfeito. Venham comigo — vira-se em direção à cabana e é seguida por todos nós.

Curiosamente, Norman consegue convencê-las a fazer uma fogueira no quintal da casa. Para elas, é apenas o capricho de um homem que está acostumado a dormir a céu aberto todas as noites; mas para nós, é uma estratégia de fuga rápida caso algo dê errado ou seja mesmo uma armadilha, embora não tenhamos mais tanta certeza da última opção.

Na cozinha, lugar mais próximo dos fundos da casa, Malena arrasta a mesa de madeira com suas cadeiras e a tapeçaria roxa com bordados dourados embaixo sem dificuldade. Um alçapão fica a mostra e sua porta é aberta. Está escuro, mas a claridade da cozinha permite-nos ver a escada.

Emma, ainda descontente, resgata uma lamparina a querosene na mesa de madeira movida a poucos segundos e entra primeiro. Malena vai logo atrás.

— Vocês não vêm? — pergunta antes de se enfiar totalmente na toca abaixo da terra.

Olho para Norman procurando por apoio e ele assente, segura minha mão e vai na frente, arrastando-me atrás. Aperto-me junto a seu braço quando chegamos ao fim da pequena escada, acabando em uma sala abafada. Realmente, são duas bruxas espertas. A casa bonita disfarça completamente os rumores de onde bruxas moram; qualquer um imaginaria que a casa de uma bruxa, até mesmo na parte de cima, seria um terror. E, se algum dia algo acontecer mesmo assim, o alçapão está bem escondido e elas tem para onde fugir. Uma bela camuflagem ; a parte superficial normal e  aoutra, profunda e obscura.

Porém, em compensação à beleza superficial, aqui em baixo é realmente o oposto. Velas, caveiras, livros amontoados e potes esquisitos. Um cenário questionador, mas não me deixa incomodada. Pelo contrário, sinto-me à beira do fascínio alheio.

— Não tenham medo, nada aqui morde.

Emma revira os olhos ao ver a cara de medo de Barbra, que desce  lentamente a escadinha observando tudo, com medo até mesmo do ranger da madeira onde pisa.

— Bom, pelo o menos a rainha é tão corajosa quanto pensei. Mas e você, docinho, está com medo? — ela continua zombando.

— Cale a boca, Emma — Max trinca os dentes.

Quando os dois pares de pés restantes tocam o chão do subsolo, a porta do alçapão se fecha com um estrondo, agitando até o ar das velas que ameaçam apagar. Direciono novamente meu olhar para as bruxas e Malena está com a mão apontada para a porta, os cinco dedos esticados e parecendo concentrada. Logo depois, ela abaixa a mão com um sorriso e nos dá as costas, voltando-se para os livros e as perguntas estridentes de Emma.

Pelo que entendo, elas procuram um tabuleiro. Não precisam nem mesmo pedir ajuda, pois Barbra se oferece prontamente. Há uma mesa, igual ao do andar de cima, pequena, quadrada e de madeira e elas a limpam, pois estava cheia de livros e teias de aranha. Em seguida, pedem para que, se encontrarmos o objeto, o colocarmos ali.

— Desculpe a bagunça, há séculos não descemos aqui — Malena explica, constrangida. Eu não duvido nada, penso.

Depois de alguns minutos revirando aquela sala abafada e empilhada, Barbra encontra o tabuleiro. Emma posiciona quatro velas nas pontas da mesa e derrama um pó no tabuleiro; Malena está com um livro velho e gasto em suas mãos e começa a recitar algo que não entendo... Outra língua, talvez latim. Ela deixa o livro cair no chão, de lado, quando um vento surge e as velas começam a balançar, sendo que em uma ocasião normal nenhuma delas estaria acesa. O elmo está ao lado do tabuleiro e o pó ao centro.  O pó começa a se movimentar de um lado para o outro quando elas dão as mãos e levantam a cabeça em direção ao teto, com os olhos fechados. Recitam juntas, sincronizadas. Barbra funga baixinho ao meu lado, olhando para o tabuleiro enquanto Max segura sua mão. Nossa liberdade depende disso. O senso de vingança também.

O vento se intensifica e a porta do alçapão abre. Barbra agarra seu namorado e eu chego mais perto de Norman, que me abraça forte. Uma brisa gélida circula pelo lugar. Olho para o tabuleiro e o pó está marcado num lugar próximo ao monte que ergui a espada. Então eles ainda estão perto do monte? Estamos há dias de caminhadas desde que saímos de lá! Pode até haver outras tropas, mas por hora estamos seguros. Não posso me dar o luxo, mas me sinto um pouco mais confortável, momento quase impossível de acontecer. Estamos um passo à frente e podemos descansar por um tempo mínimo. Isso, definitivamente, me agrada.

Um sorriso satisfeito surge no rosto de Barbra ao ver aonde eles estão e então abraça Max com toda a força que pode. Depois, olha para mim e para e Norman e sorri.

— Obrigada — diz para as bruxas e sai correndo para o andar de cima.

— Ela não vai atrás dele, não é? — Emma pergunta, assustada — Seria suicídio!

Nós vamos — Max puxa a mim e Norman pelo braço.

Ah, mas essa não...!


Notas Finais


Playlist: https://www.youtube.com/watch?v=Y1xs_xPb46M&index=5&list=PLA-tSOmDx5ECxYzB0fMLCCwIQCA88KEmI

Oi meus amores! Então, gostaram do capítulo? Ed usando e abusando hagvsa
E das personagens novas? kk Para mim, a Emma é muito parecida com a Katherine de TVD, na verdade, eu me inspirei nela, então...

Malena: http://images6.fanpop.com/image/photos/33000000/2012-VH1-Divas-katerina-graham-33070519-1994-3000.jpg
Emma: http://orig14.deviantart.net/b558/f/2013/272/f/9/nina_dobrev_png_by_iamszissz-d6oiolj.png

Eu avisei que nessa fanfic ia ter bruxaria e magia? Pois é, está nas tags, pra quem não sabia kkk E se vocês estão preocupadas com o presente, não se preocupem, Eduardo Cristiano vai aparecer lá também <3 Os primeiros capítulos são apenas introdução.
Queria agradecer imensamente todos os favoritos e comentários, vocês são uns amores e eu adoro os comentários de vocês! Me digam o que estão achando... uff

Ás Directioners, vocês já escutaram Drag Me Down? Oque acharam? EU AMEIII <33
Vou aproveitar e divulgar mais duas fanfics muito divas que eu adoro, ambas de leitoras divas minhas:

The Royals, da @Thory , com Zayn. Lembra muito aquelas fanfics 2011/2012/2013 super maras sabe: https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-one-direction-the-royals-3573783

E Go Hard or Go Home, da @teamdrew . com o Justin. É uma fanfics muito boa e muito bem escrita, sem contar que o Justin é um puto gostoso em qualquer lugar u.u : https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-justin-bieber-go-hard-or-go-home-3674511

Enfim, acho que é isso! Ed Kisses XxGigi


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